Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sábado, maio 10, 2008

Euforias

Corinthians e Palmeiras parecem estar com as mãos dadas nesse momento.

Embalados pela conquista do título estadual, torcedores palestrinos acreditam e dizem que serão campeões do BR 2008.

A alegria fica ainda maior quando seu treinador vem a público e diz que o time entra em campo para ser campeão e é o favorito:

“Temos de entrar sempre como favoritos!”

No outro Parque, o São Jorge, apesar de algumas tentativas de disfarce, a euforia toma conta, segundo a Folha de S.Paulo:

“Corinthians transforma Série B em "curtição"

Em ambiente de euforia, time começa cruzada

por volta à elite do Brasileiro

Mais de um jogador, inclusive o novato de time, Douglas, já falou que espera começar a campanha com uma goleada. Rapidamente vem a ressalva, claro, de respeitar o adversário, etc e tal.

O único a destoar da festa é o treinador Mano Menezes. Suas palavras ainda ontem foram simples e diretas:

"Camisa é importante, mas tem que estar bem preenchida. Sozinha ela não ganha nada."

Esse blog acredita que o Corinthians estreará com uma goleada sobre o fraco e em crise CRB, cuja folha de 65.000 reais é menor que o salário de Felipe, por exemplo, além de outros jogadores, alguns até reservas.

Todavia, não custa lembrar a corintianos e palmeirenses que os jogadores do Flamengo falavam a mesma coisa até minutos antes do chute inicial de um certo jogo na noite de quarta-feira.

Mesmo com 38 rodadas à frente, cautela e caldo de galinha...




Favoritos de Luxemburgo

Para não ficar feio, transcrevo trecho de entrevista do treinador Vanderlei Luxemburgo, onde ele lista os times favoritos ao título em sua opinião:

“Os favoritos são aqueles que contrataram bastante ou que vêm investindo. Até pode surgir alguém diferente, mas já dá para apontar o Inter, que tem uma base forte; o Cruzeiro, que vem com uma molecada boa; o Botafogo, que tem a consistência do trabalho do Cuca; o Flamengo e o Fluminense, que tiveram investimento; e o Grêmio, que vem se preparando e sempre tem força dentro de casa”, finalizou.”

Há algumas diferenças entre sua lista e a desse blogueiro (no post BR 2008, a largada). Compreensível, diga-se de passagem.

:o)


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BR 2008, a largada



Enfim, mais um BR, alvíssaras!

Mas não dá para ficar muito ligado a ele, pois o foco ainda é a Libertadores, para São Paulo, Fluminense e Santos, pelo menos nas duas próximas quartas e quintas-feiras.

De qualquer forma, hoje é 10 de maio e até o dia 1º de julho teremos 8 – oito – rodadas, ou 20% da competição concluída. Portanto, quaisquer previsões feitas hoje valem, a rigor, para oito rodadas.

Depois, até o dia 1º de setembro, teremos mais 15 rodadas com a Janela de Verão aberta; teremos 38% do campeonato disputado, digamos, sub judice.

Finalmente, em 6 de setembro a 24ª rodada marca o início do que seria a reta final, mas poderá ser um período de reorganização de alguns times.

Na última janela de contratações européia, também aproveitada por japoneses e coreanos, dos grandes concorrentes a títulos somente o São Paulo foi de fato prejudicado, com as saídas de Breno, Souza e Leandro, jogadores que, em condições normais, não seriam negociados, não entrariam em nenhum esquema de reformulação de elenco. Foram perdas reais. O impacto para o time é sentido fortemente até hoje.

A perspectiva para essa janela de verão é tétrica, novamente, para o Tricolor.

Hernanes, Alex Silva, Richarlyson e Miranda são as bolas da vez.

Adriano volta para a Inter e Fábio Santos, provavelmente, para o Lyon.

Com os quatro primeiros jogadores, qualquer saída significará a entrada de muitos euros. Isso, porém, não significará muita coisa, pois os quatro são jogadores de baixo ou médio custo salarial para o clube e substituí-los à altura, de imediato, implicaria em despesas elevadas não só de transferência, mas, principalmente, de salários.

Portanto, não é muito provável que saiam os quatro, mas é possível, quase provável, que saiam dois.

No início dessa semana um dirigente são-paulino disse-me o que já se imagina e circula por aí afora: o São Paulo está negociando e vai trazer jogadores de fora. Nada, porém, e muito naturalmente, foi falado sobre nomes.

No Palmeiras são fortes os rumores que Valdívia e mais dois, talvez três jogadores, deixem o Palestra e batam asas para além-mar. Medida que seria muito bem-vinda pelo pessoal da área financeira, que vive fazendo malabarismos para pagar as contas e salários. Sintomática nesse sentido, sem dúvida, foi a contratação de reforços já nesse momento, embora nenhum de peso, para ser titular.nessa .

szaçao o a reta final, mas podergamos, sub judice.tT em duas contas distintas, poreos de Imagem e Arena e Benefparapara

No Santos a situação, aparentemente, é mais tranqüila, até porque o time foi muito reformulado na virada e começo do ano. Essas possibilidades de saídas e de permanências no caso santista, podem fazer do time um dos mais fortes candidatos ao título do Brasileiro 2008.

Infelizmente, se não acompanhei com grande atenção o que acontece ou se comenta no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, mesmo assim já ouvi o bastante para saber que é provável que haja mudanças no Fluminense, tanto de saídas como de chegadas, o que nem sempre é fácil de avaliar pela peculiaridade do patrocínio principal do clube.

O Flamengo, é quase certo, terá que negociar jogadores. Olhando de fora, isso teria de ser feito para reduzir o valor da folha, muito elevado, e também para fazer caixa e poder atravessar os próximos meses. Matéria publicada em jornal carioca nessa semana, no day after da eliminação da Libertadores, passou uma situação extremamente complicada que seria vivida pelo clube.

As informações que descem das Alterosas dão conta que o Cruzeiro também passa por dificuldades financeiras, indicando a necessidade de negociar atletas, prática, por sinal, corriqueira na Raposa, assim como no São Paulo.

O Internacional fechou um excelente balanço, turbinado pela saída de Alexandre Pato e possivelmente atravessará esse período sem grandes mexidas. Isso acontecendo, passaria a ser o grande favorito ao título brasileiro ao lado do Santos.

Somatória de incógnitas, portanto.

São Paulo e Palmeiras, perdendo atletas importantes, conseguirão remontar bons times a tempo de disputar o título?

Como estará a dupla Fla-Flu em 6 de setembro?

Sinceramente, não dá para ter a menor idéia.

E esses sete times, leitoras e leitores desse Olhar Crônico Esportivo, são meus candidatos ao titulo do Brasileiro de 2008.

São, também, desde já, os campeões das incógnitas.

Vejo o Botafogo nesse ano mais fraco que em 2007, e o Vasco, aparentemente, um pouco mais fraco, também. Uma eventual melhora vai depender de como se comportará Edmundo quando o campeonato esquentar e a condição física começar a fazer diferença real.

O Grêmio também vem mais fraco, bem mais, por sinal, que em 2007, assim como o Goiás e, parece-me, o Figueirense, que dificilmente repetirá os bons jogos que vi em 2007. Bom, no caso do Figueira,porém, admito desde já que posso estar redondamente enganado. Lamentavelmente, não vi um só jogo do clube nesse ano, exceto trechos curtos. Como já fui surpreendido no passado, nada impede que o seja novamente. Além disso, o clube tem uma estrutura muito boa e uma administração moderna e interessante. Pode fazer a diferença.

Do Paraná, o Coritiba talvez surpreenda, pois o Atlético derrapou demais, depois de um aparente ótimo começo de temporada. Isso, porém, assim como sobre o Coxa, é mais chute, mais achômetro que previsão pensada.

O outro Atlético, o das Alterosas, aparenta estar em nível inferior ao do ano passado. Dois de seus principais jogadores e reforços, dificilmente suportarão o ritmo do Campeonato Brasileiro.

O Sport Club do Recife...

Incógnita das grandes. O time atual é bom, sem dúvida, e muito competitivo, podendo fazer um papel de ponta nesse campeonato. Na verdade, imagino o Sport como a oitava força nesse ano, considerando que os clubes que listei como candidatos ao título são as sete maiores forças. Muito da diferença do Leão poderá e deverá ser feita nos jogos na Ilha do Retiro. Estou muito curioso para ver o que fará o Sport esse ano.

Náutico, Portuguesa, Vitória e Ipatinga não deverão fazer grandes campanhas, na minha opinião de hoje, algumas horas antes do apito inicial do primeiro jogo.

Boa sorte a todos.




Post scriptum


Por essas, principalmente, e por outras, esse Olhar Crônico Esportivo é totalmente a favor da mudança do calendário brasileiro, adequando-o ao que se pode chamar de Calendário Mundial.


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quinta-feira, maio 08, 2008

Pontos Corridos: por goleada


Do Blog do Juca:


08/05/2008

PC vence de goleada

Com mais de 5 mil opiniões (5344 para ser exato), 62% dos que freqüentam este blog são a favor da fórmula de pontos corridos e apenas 38% preferem os mata-mata.



Recentemente, em 15 de abril, esse Olhar Crônico Esportivo publicou com exclusividade informação da pesquisa TNT/Clube dos 13, dando conta que 57% dos torcedores ouvidos tinham no Campeonato Brasileiro sua competição preferida.

A comparação foi feita com torneios “mata-mata”: Copa do Brasil, Copa Libertadores e Estaduais.

Esse blogueiro defendeu a tese que tal preferência era uma nítida demonstração de apoio à utilização dos pontos corridos como sistema de pontuação.

O post foi reproduzido pelo Juca, em seu blog, na mesma data.

O resultado foi uma enxurrada de críticas, principalmente a ele por ter reproduzido o post. Algumas acusações, como é comum na internet e dado o nível cultural de muitos de seus freqüentadores, foram bastante fortes. Em essência, as mais polidas diziam que a preferência pelo Brasileiro não poderia ser tomada como uma preferência pelos pontos corridos. Sim, poderia e pôde. Por inferência, um resultado desse tipo pode conduzir à afirmação diferente da que foi colocada na pergunta-base.

Esse levantamento feito agora pelo JK em seu blog, que tem ampla difusão por todo o país, comprova – vá lá: por inferência... hehehe – o que foi dito anteriormente.

Com uma vantagem: 5% a mais de preferência.

Longa vida aos pontos corridos.

E obrigado, Juca, lavou minha alma (de resto já lavada pelo jogo de ontem no Morumbi).

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terça-feira, maio 06, 2008

La Bombonera por 22 pesos


Meu filho Gustavo, que passou uns dias em férias em Buenos Aires, visitou La Bombonera na véspera do jogo contra o Cruzeiro.

Passeou por tudo, do gramado e vestiários até os camarotes (não, não viu nenhuma pedra de gelo por lá, apesar do frio cortante...). Pagou 22 pesos pelo Bombonera Tour completo, museu inclusive.

Com ele, mais umas trinta pessoas.

Multipliquem isso por 22 pesos...

Multipliquem isso por, no mínimo, 6 ou 7 vezes por dia...

Multipliquem isso por, digamos, 240 vezes por ano, considerando que há meses de turismo fraco em Buenos Aires, etc, etc...

Agora somem ao total a renda obtida com a venda de camisas, bottons, chaveiros, bonés, calções, canetas, etc, etc, etc...







Não tenho os números do Boca, mas eu chuto que essa "brincadeira" deve render uns três milhões de pesos por ano, mais ou menos a metade da renda bruta de uma final de Libertadores com casa cheia no Morumbi, que hoje significa a bagatela de dois milhões de dólares.

Ou seja, passear por La Bombonera deve deixar algo como um milhão de dólares por ano em caixa, sem maiores despesas.

Provavelmente muito mais que isso, pois turistas adoram comprar coisas e uma só camisa, que seja, deve deixar como lucro o mesmo valor que o ingresso.

Sem falar que esse tipo de ação só faz crescer o mito La Bombonera e a fama do Boca, coisas preciosas que têm lá seu valor.

Que tal?

Quantos estádios brasileiros têm algo parecido?

... ... ...

Tem o Beira-Rio...

...

Que eu saiba, é só.

Y, entonces, ¿que tal?


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Ranking dos Balanços 2007 - Provisório I

Creio que esse título “Provisório” tem sua razão de ser.

É melhor fazer um post novo, provisório, do que ficar atualizando o anterior.

Para fechar esse quadro eu gostaria de dados, ainda, pelo menos do Botafogo, Internacional, Cruzeiro, Atlético PR, Coritiba, Sport, Goiás e Figueirense.

Creio que teríamos um panorama interessante.

Limitado, é claro, mas interessante.

Aproveito e coloco duas novas tabelas, ambas, a meu ver, muito importantes: as receitas operacionais do futebol sem as transferências de atletas e as rendas de bilheterias. Em ambas o Vasco da Gama não aparece, infelizmente, pois no balanço não há discriminação das receitas do futebol.

No caso das rendas de bilheteria, o asterisco no Grêmio e no Fluminense significa que, parece-me (não tenho certeza) haver renda de bilheteria oriunda de sócios-torcedores, contabilizada com outros nomes. Ainda no caso do Fluminense, o patrocínio da Unimed é bem maior do que aparece no Balanço. Isso ocorre porque o patrocinador paga diretamente os salários de vários atletas. Talvez seja o caso de dizer que complementa seus ganhos, pois os salários propriamente ditos são pagos pelo clube. Há quem critique, mas eu considero uma saída legal e que não deixa de ser benéfico para os credores do clube. Afinal, com bons jogadores as rendas aumentam e, com elas, a possibilidade de quitar dívidas.




Clube

Receita Operacional Total

Receita Operacional Futebol

Rec. Operac. Futebol sem Transferências

São Paulo

190.079

146.426

70.320

Corinthians

134.273

122.297

50.905

Grêmio

109.031

104.764

51.892

Flamengo

89.499

71.717

62.482

Palmeiras

83.889

65.146

44.617

Atlético MG

58.326

49.797

30.024

Santos

53.102

53.102

51.430

Vasco

51.079

37.017

Não especificado

Fluminense

39.335

32.528

31.182



Ranking sem as transferências


As receitas sem transferências de atletas, como eu disse, são importantes por serem, em boa parte, previsíveis e, mais importante, planejáveis.

Clube nenhum pode planejar a aparição e negociação de novos Lucas e Carlos Eduardo (Grêmio), Marcelo (Flu) ou Breno (São Paulo). Essas rendas, num mundo ideal, deveriam ser utilizadas na contratação de reforços ou em melhorias nas bases.


Clube

Rec. Operac. Futebol sem Transferências

São Paulo

70.320

Flamengo

62.482

Grêmio

51.892

Santos

51.430

Corinthians

50.905

Palmeiras

44.617

Fluminense

31.182

Atlético MG

30.024

Observem que há mudanças de posições entre os clubes, explicadas por uma fase ruim ou um trabalho que deixa a desejar nas categorias de base, principalmente.

O Palmeiras fugiu um pouco a esse modelo, pois sua renda com transferências deu-se com jogadores que já vieram formados. Santos e Fluminense parecem atravessar uma fase sem grandes negociações com revelações.




Ranking da Bilheteria


No caso das rendas de bilheteria, o asterisco no Grêmio e no Fluminense significa que, parece-me (não tenho certeza) haver renda de bilheteria oriunda de sócios-torcedores, contabilizada com outros nomes.


Clube

Renda com Bilheteria

Flamengo

14.612

São Paulo

12.464

Santos

9.579

Corinthians

8.393

Palmeiras

7.539

Grêmio

6.794*

Atlético MG

3.031

Fluminense

2.650*

Para vocês terem uma idéia da importância da Copa Libertadores, em 2006 o São Paulo chegou à final, quando perdeu para o Internacional, e a renda de jogos atingiu o valor de R$ 18.536.000,00, caindo para R$ 12.464.000,00 em 2007, quando o time foi eliminado nas oitavas-de-final pelo Grêmio. Além dessa perda significativa, teve ainda a perda das cotas de TV das quartas, semi e final, sem falar no eventual prêmio pelo título.

É bom observar, também, como esses valores são pequenos quando comparados às receitas do futebol sem as transferências de atletas. Os clubes, todos eles, podem e devem crescer nesse ponto, levando mais torcedores aos estádios.

Como fazer isso?

Bom, aí é tema para congresso interminável.




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Problemas à vista

...soluções a prazo?
Só se for a longo prazo.

Está na coluna Painel da Folha de S.Paulo de hoje:

Prato feito. A oposição do Clube dos 13 não gostou do tom da convocação que todos os times receberam para reunião na quinta. Segundo o comunicado, na pauta está a aprovação de decisões da comissão que negocia com a Globo e a assinatura do contrato de TV. Afirma que o correto seria votação do tema.

Rebeldes. Flamengo, São Paulo e Corinthians ameaçam não assinar o contrato. Discordam da cláusula de preferência à Globo na renovação, condenada pela Secretaria de Direito Econômico. A entidade só pode representar comercialmente os clubes que derem o seu aval à entidade.”

Um dirigente de um dos clubes oposicionistas dentro do Clube dos 13, disse a esse blogueiro ontem à noite:

“Eles mandaram simplesmente uma convocatória para assinar o contrato referente à venda dos direitos de transmissão. Não é assim, assunto como esse tem que ser votado antes de mandar todo mundo assinar.”

À oposição formada por São Paulo, Flamengo e Botafogo, pelo menos nessa questão juntaram-se o Corinthians e o Palmeiras, embora essa adesão palmeirense seja vista como passageira.

Esse Olhar Crônico Esportivo, entretanto, não acredita que esses clubes na oposição levem a contestação à frente, exceto no caso do São Paulo. O motivo é simples: todas as outras quatro agremiações já pegaram grandes adiantamentos de suas cotas de TV referentes ao corrente ano. A esse respeito, basta rever o post “A Globo e os adiantamentos”, publicado em 20 de março, onde esse blog conta exatamente isso: todos os grandes clubes já haviam recebido adiantamentos de suas cotas, exceto o São Paulo.

Somente o Corinthians, de acordo com seu documento “Demonstração da Dívida” de 29/2/2008, aponta uma dívida com o Clube dos 13 no valor de R$ 10.472.000,00 que vem a ser o valor que o clube teria a receber da entidade nesse ano – 50% do que receberão seus parceiros de Grupo I (Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Vasco).

Pelo visto, o clube do Morumbi estará sozinho, uma vez mais, na luta por novas regras na distribuição da verba dos direitos de transmissão.


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segunda-feira, maio 05, 2008

Ranking dos Balanços 2007

Procurei levantar os faturamentos, ou seja, as receitas dos principais clubes brasileiros. Faltou-me, ainda, tempo para fechar o circuito dos doze maiores, pelo menos, mas só encontrei os que estão na tabela abaixo. No site do Cruzeiro o balanço é o de 2006. Nos sites do Vasco, Internacional e Grêmio, balanço é inexistente, balanço patrimonial também. Não tive tempo para procurar o Botafogo, Atlético Mineiro e Atlético Paranaense, pelo menos. Por indicação do João Luiz, cheguei ao balanço do Fluminense. Caso algum dos leitores disponha do balanço 2007 desses clubes, por favor, forneça-o para mim. Desde já agradeço a colaboração.

Não relacionei despesas, não relacionei superávit ou déficit.

Confesso que alguns desses balanços são misteriosos demais para o meu parco conhecimento. Para destrinchá-los, só com o apoio de um especialista da área. Se por acaso eu conseguir, ampliarei o trabalho. Caso contrário, paro por aqui mesmo.

As receitas estão separadas em três áreas:

Totais – incluem Receitas Financeiras, área Social, Amadores e outras diversas, além da operação principal dos clubes, o futebol.

Operacional do Futebol – inclusive as divisões de base e estádio, bem como marketing, TV, bilheteria, licenciamento de marca, publicidade.

Operacional do Futebol sem Transferências de Direitos Federativos – essa é a real receita, aquela que deve ser tomada como o principal parâmetro de cada clube, sem estar engordada pelas transferências de atletas.


Clube

Receita Operacional Total

Receita Operacional Futebol

Rec. Operac. Futebol sem Transferências

São Paulo

190.079

146.426

70.320

Corinthians

134.273

122.297

50.905

Flamengo

89.499

71.717

62.482

Palmeiras

83.889

65.146

44.617

Santos

53.102

53.102

51.430

Fluminense

39.335

32.528

31.182

Espero voltar com informações mais completas brevemente.


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Como assim, bom dia?

- Acorda, amor, o despertador já tocou.

...

...

...

- Amor, você está atrasado, levanta. O despertador já tocou há horas.

...

...

...

- Já são sete da manhã e você ainda está na cama! Você está doente? Está sentindo alguma coisa?

- ... já vou...

...

...

...

Ele entra na cozinha, de chinelas, pijama, cara amassada, hálito cheirando a guarda-chuva molhado e mofado a quilômetros. Os olhos estão injetados, avermelhados, afundados nas órbitas. O cabelo não tem noção do que seja uma escova ou um pente há muito tempo, na verdade desde a manhã do dia anterior, um domingo que amanheceu pleno de expectativas felizes.

- Bom dia, amor. Finalmente, hein? Conseguiu cair da cama?

- Como assim bom dia? – a resposta do marido ao cumprimento não vem seca ou mal-humorada, ela vem murcha, sem energia, sem conteúdo, sem uma dúvida que justifique o tom de pergunta. A quase pergunta é sua própria resposta.

A mulher olha para ele, compungida, mais que o olhar é seu coração que diz que o marido não está bem. Seu mal não é de corpo, é mal de coração, é mal de cabeça, é mal que afeta sua moral. Tudo isso ela sabe, mas não consegue entender. Na verdade, até consegue entender, sim, isso ela consegue, colocando tudo que aconteceu em perspectiva, racionalizando, pegando os pedaços diversos de significado espalhados por todo canto e colocando-os em estantes mentais, tentando dar alguma ordem a alguma coisa que carece de lógica e, portanto, pensa ela, é impossível colocar em ordem.

- Você está chateado, né?

- Sei lá, sinceramente não sei como estou...

- Está com dor de cabeça? Quer que eu faça um chá? Não toma café, não, nem leite, deixa que eu fazer um bom chá pra você.

- Não, eu quero café mesmo.

- Alguma coisa não te fez bem? Acho que você comeu muita carne ontem. Isso tá me parecendo churrasco com cerveja em excesso.

- Não. Você sabe porque eu estou assim.

- Sei mesmo? Será que sei? Tudo que sei é que teu time perdeu um jogo ontem.

A resposta dela agora perde metade do tom de carinho e cuidado, trocada por um misto de agressividade misturada com “toma juízo, olha só o teu tamanho, pára de chorar e vai cuidar da vida que a morte é certa” – puro bom senso feminino.

- Ah, não, você não entende, você não sabe o que é isso. Você não percebe que não há vida depois do que aconteceu ontem?

- Como assim não há vida? Só porque um time de futebol perdeu um jogo você vem com essa conversa mole de “não há vida”? Há vida, sim senhor, e muita vida. Aliás, não só vida, mas também contas a pagar e um emprego para manter e garantir o salário no fim do mês. Por isso mesmo, vai se trocar e corre, que você está muito atrasado. Dá logo essa caneca que eu quero lavar, não vou deixar essa cozinha com louça suja.

Contra certos fatos não há argumentos possíveis.

Nada se levanta contra a lógica irredutível de deixar a cozinha em ordem, sem louça por lavar.

A caminho da empresa, o guri se aproxima do carro no sinal e traz o jornal na mão, sem gritar animado as manchetes do dia. Enquanto espera pela abertura do sinal, ele olha a capa do jornal e sente vontade de chorar ou de gritar ou de esmurrar alguma coisa, talvez ele mesmo, ou melhor que tudo isso pegar a louça que estava sobre a pia e jogá-la, arremessá-la com toda a fúria de sua dor no piso impecável da cozinha bem arrumada, espalhando mil cacos em mil direções. Nada disso ele faz. Engata a marcha, tira o pé do freio, pisa no acelerador com um algo a mais de intensidade e vai em busca do relógio de ponto, pois a vida continua, a louça tem que ficar limpa e ela jamais vai entender nada do que aconteceu. Bom, nem ele entende o que aconteceu.

No banco ao lado a manchete do jornal lota o carro com seu peso:

Massacre histórico no Beira-Rio: 8x1


Post scriptum

O título original dessa crônica era “The day after” e já estava procurando a imagem do pôster com o assustador cogumelo atômico quando uma pitada de bom senso fez-me mudar de idéia e trocar o apelativo e impensável “day after” pela busca de compreensão do “como assim”, que é, sim, o “Como assim, Bial”, daquele antigo Big Brother, o primeiro deles, lembram?

Não?

Como assim, não lembram?

Ah, não importa.

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