Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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quinta-feira, novembro 08, 2007

São Paulo em Sheffield recebe Pelé... E é Campeão

Pelé visitou a delegação do São Paulo que está em Sheffield, Inglaterra, participando das comemorações do sesquicentenário do clube de futebol mais antigo do mundo, o Sheffield FC, do qual originou-se o Sheffield United, com o qual o São Paulo mantém convênio de cooperação.

Como parte das festividades, está sendo disputado o Desafio Pelé de Futebol Internacional Sub 17, com a participação, além do São Paulo, de Manchester United, Porto e o próprio Sheffield.

“Em outro ponto marcante das comemorações, o clube inglês exibirá em seu Hall da Fama, o manuscrito original das regras do futebol, escrito em abril de 1857 no Adelphi Hotel (atualmente Crucible Theatre). Será a primeira exibição pública deste tesouro da história do esporte.

Uma cópia dessas regras foi trazida ao Brasil por Charles Miller em 1894, fazendo com que o futebol chegasse pela primeira vez a América do Sul e se tornasse o principal esporte praticado no continente.

O evento comemora também outro feito histórico: 30 anos da primeira vez que um jogador negro vestiu a camisa da Seleção Inglesa.

Em abril de 1977, Lawrie Cunningham atuou pela Seleção Inglesa Sub-21 num jogo contra a Seleção Escocesa Sub-21, no estádio Bramall Lane, em Sheffield.”

Hoje o São Paulo enfrenta o Sheffield (esse post será atualizado mais tarde, trazendo o resultado), depois de ter goleado o Porto por 3x0 e o Manchester United por 4x1, com três gols do atacante Julio César e grande apresentação de toda a equipe.

Confraternização FC Porto e São Paulo FC antes do jogo


Dependendo do resultado de Manchester x Porto, o São Paulo já entrará em campo como campeão, fazendo a preliminar do jogo principal da festa, entre os times profissionais da Internazionale de Milão e o Sheffield.

O time dirigido por Zé Sérgio não só venceu, como jogou muito bem as duas partidas, recebendo muitos elogios dos ingleses.

Ainda recentemente, essa mesma equipe venceu um torneio com características de Mundial, disputado na Espanha, assim como Fluminense e Flamengo também tiveram participações de destaque com título e vice-campeonato em outros torneios.


O que fica claro, pela coleção de resultados, é que as bases brasileiras continuam a produzir bons jogadores em grande quantidade, num processo ininterrupto, e os péssimos resultados dos times montados pela CBF deixam ainda mais evidente o desleixo com que a confederação monta suas comissões técnicas, todas elas

desconhecidas e sem respeito no meio do futebol, principalmente em São Paulo, onde as críticas são extremamente fortes aos dirigentes e técnicos das seleções de base brasileiras.


A garotada com o Rei e o Presidente Juvenal Juvêncio



Post scriptum

São Paulo conquista o The Pelé Under 17 Challenge

O time entrou em campo no jogo final contra o Sheffield já campeão, graças à vitória do Manchester United sobre o Porto.


Mesmo assim, a equipe aplicou-se diante do público que

lotou completamente o velho estádio Bramall Lane, o mais antigo do mundo, assim como o time.
E os torcedores que esperavam por Sheffield x Internazionale de Milão, assistiram a um bom jogo, pelos relatos recebidos, com vitória Tricolor por 2x0.

O São Paulo terminou o torneio com 9 gols marcados e apena

s 1 sofrido, reforçando as palavras do pessoal da base de que essa geração, assim como a garotada do sub 15, vai revelar um bom número de excelentes jogadores, talvez até algum que vá além da classificação excelente.

Sua Majestade, o Rei Pelé, entregou o troféu aos garotos.

Uma explicação: para esse blog e seu editor, Pelé é insuperável. Primeiro e único, e motivo de orgulho.

Dito isto, voltemos a Sheffield.


O time viajou com todo mundo de contrato assinado e devidamente “blindado”. Mesmo assim, essa blindagem é insuficiente para realmente salvaguardar os investimentos (e não os direitos) que o clube faz em seus jovens jogadores.

Há muito reboliço hoje, na FIFA, e de repente pode até sair uma medida que beneficie um pouco mais os clubes formadores, ampliando a duração do primeiro contrato profissional dos jogadores, hoje limitado em 3 anos.
As constantes vitórias brasileiras nas categorias de base mostram que o trabalho de criar, de formar novos jogadores, é mais realizado no Brasil, Argentina, países do Leste da Europa e outros, do que na própria Europa Ocidental. Para os clubes isso não chega a ser problemático, mas para as seleções nacionais, Itália à parte, é um problema dramático.

Os próximos anos até o Congresso FIFA na África do Sul serão muito interessantes, na velha definição chinesa, misturada com a ocidental. Lembrando que, na China pré-Mao, só se desejava “tempos interessantes” aos inimigos.


Felicidade é isso: Campeões e com Pelé entregando a taça




Post scriptum II

A festa dos 150 anos do Sheffield terminou com o jogo contra a Inter de Milão, que venceu por 5x2.
Como destaca o pessoal de Sheffield, ninguém ficou chateado com a derrota para o campeão italiano, pelo contrário, foi uma noite de festa e diversão,
como deve ser mesmo o futebol, com destaque para a visita de Pelé, que introduziu os jogadores antes do início da partida.

Curiosamente, Sheffield ganhou destaque na mídia internacional não pelo aniversário, e muito mais pela presença do Rei, que declarou ser favorável à realização da Copa 2018 na Inglaterra. Os ingleses sorriem de orelha a orelha hoje, principalmente os ingleses de Sheffield. Festa é isso.


Parabéns e vida longa ao Sheffield.

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quarta-feira, novembro 07, 2007

Estádios para 2014... E o Beira-Rio?


Essa é uma situação que merece a tag “boladas & caneladas”.

Principalmente, por ser incompreensível.

Movido pela curiosidade de algumas pessoas (como a Gigi) sobre o motivo do Beira-Rio não constar da relação dos estádios visitados pelo SINAENCO, conversei com o pessoal da assessoria de imprensa do Sindicato. Quando toquei nesse assunto e pedi uma explicação, manifestaram-se, ainda, espantados: a direção do Internacional simplesmente não permitiu o acesso da equipe de fiscalização do Sindicato ao estádio Beira-Rio. Segundo os assessores, não houve nem mesmo a possibilidade de negociar ou conversar com outras pessoas. O acesso foi negado e ponto.

A cobertura inicial do Sindicato previa a fiscalização de trinta estádios em dezessete unidades da federação. Com a recusa do Internacional, ficaram vinte e nove estádios, que são os que constam na lista e da ampla cobertura fotográfica disponível no site do SINAENCO:

http://www.copa2014.org.br/estadios.asp

Naturalmente, foi perguntado à assessoria de imprensa o porque da recusa, mas, de acordo com os jornalistas, a direção do Internacional não informou o porque da recusa da vistoria.

Uma pena tal atitude, ainda mais tendo partido da direção do Internacional, que é, sem dúvida, uma das melhores e mais modernas do Brasil.

Além da tag “boladas & caneladas”, vai também uma outra: “BR e futebol tupiniquim”...



Post scriptum

Depois da primeira e esclarecedora conversa, o próprio jornalista que acompanhou a comitiva do Sindicato procurou o Um Olhar Crônico Esportivo e complementou as informações.

O pedido para a visita foi feito por escrito com mais de vinte dias de antecedência, e complementado por conversas telefônicas, envio de faxes e e-mails, sem retorno por parte da direção colorada, exceto a sugestão para que o pessoal fizesse a “visita guiada” pelo estádio, aberta a qualquer turista ou torcedor. Obviamente, não era esse o caso.

A primeira cidade visitada foi justamente Porto Alegre. Feita a visita ao Olímpico, que não teve nenhum problema, o pessoal quis fazer uma última tentativa e foram todos para o Beira-Rio, lá chegando por volta de 12:00 horas. Aguardaram um contato entre a portaria e a diretoria, novos contatos internos foram feitos e a resposta foi a mesma: poderiam fazer a “visita guiada”. Além disso, era dia de jogo e a inspeção atrapalharia os trabalhos.

Detalhe: o jogo seria às 21:45 horas.

Diante disso, rumou todo mundo para o Salgado Filho.

Terminadas as viagens para os dezessete estados, e já com o relatório em fase de finalização, novo contato com a direção colorada foi realizado, com o pessoal do Sindicato disposto a voltar a Porto Alegre com a finalidade única de vistoriar o Beira-Rio. Apesar da boa-vontade e insistência, o resultado foi o mesmo: sem permissão.

8º ENAENCO – COPA 2014 - O Brasil Antes e Depois

Todo esse trabalho do SINAENCO será apresentado e discutido nesse Encontro, e o Um Olhar Crônico Esportivo estará presente.

Afinal, não é nada, não é nada, já será o começo da Copa 2014 fora das salas da CBF e dos palácios governamentais.

E vamos acompanhar.

Há muito o que pensar e discutir, a começar, por exemplo, da necessidade (não é obrigatória) de cobertura dos estádios, importante na Europa mais pela neve que pela chuva. Da mesma forma, não há necessidade de aquecimento em vestiários e bancos de reserva, mesmo considerando que alguns jogos em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo são realizados com temperaturas não muito civilizadas no inverno. Mas plenamente suportáveis.

Importante, por exemplo, é discutir a visão medieval e belicosa com que os estádios foram construídos e divididos. Se não fosse tão caro, alguns fossos seriam enchidos com água e povoados com piranhas (peixes, vamos deixar bem claro), além das lanças em divisórias de setores e outras barbaridades.

Os membros da Comissão ficaram impressionados com o estado dos banheiros em praticamente todos os estádios. Em petição de miséria, para começo de conversa, e sem higiene e conforto.

Assunto não vai faltar, como garantiram os assessores de imprensa do SINAENCO.


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terça-feira, novembro 06, 2007

Patamar europeu


São Paulo e Reebok assinaram novo contrato de patrocínio e fornecimento de material esportivo, com validade até dezembro de 2010. Pelos próximos três anos, o time do Morumbi vai receber, praticamente, 45 milhões de reais, ou 18 milhões de euros.

Duas coisas chamaram a atenção nesse contrato: primeira, sem dúvida, o valor. A segunda, o fato do atual contrato vencer somente em dezembro de 2008. Nesse caso, pesou o interesse da Reebok em fechar o São Paulo ao assédio de outras empresas de material esportivo que já sondavam o clube. Com essa antecipação, o valor referente a 2008 pula de 7 milhões para 15 milhões de reais, sem dúvida um belo premium price para a renovação antecipada. A loja Reebok no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, inaugurada há pouco tempo, já é a recordista de venda entre todas as lojas da marca no Brasil, e a tendência é esse movimento aumentar, não só pelo maior conhecimento que ela passa a ter entre os torcedores, mas também pelos últimos resultados do time.

O valor do contrato também chama a atenção, principalmente se transformado em euros: quase 18 milhões em três anos, ou 6 milhões de euros por ano. Para efeito comparativo, o FC Porto, campeão português e com presenças razoáveis na Champions League, recém-renovou seu contrato com a Nike por mais quatro anos – julho/2008 a junho/2012 – e vai receber nesse período entre 11,1 e 14,8 milhões de euros, dependendo da performance esportiva da equipe, ou seja, algo entre 2,8 e 3,7 milhões de euros por ano, a rigor, a metade do que receberá o São Paulo da Reebok.

O patrocínio principal do clube, assinado com a coreana LG, terminará em dezembro de 2008. Recentemente, por conta de ligeiros desentendimentos entre o clube e a empresa, houve um movimento no Morumbi pela quebra do contrato, que embora seja o maior do Brasil no valor, é considerado baixo por parte da direção tricolor. Os comentários indicando o interesse da Emirates, que inaugurou suas linhas entre o Brasil e Dubai, e também da Siemens em ocupar o lugar da LG foram fortes, mas a diretoria descartou qualquer possibilidade de rompimento e assegurou o cumprimento do contrato até seu final. Prevê-se, desde já, uma boa disputa pelo direito de estampar a marca na camisa tricolor a partir de 2009. Uma prévia pôde ser vista na renovação assinada em final de 2005, que acabou sendo possível porque a LG exerceu seu direito de preferência na renovação, pagando o mesmo valor que fora oferecido ao São Paulo por outra empresa.

Um ponto interessante a considerar para o período a começar em janeiro de 2009, será a possível extensão do contrato com o naming right envolvendo o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, considerando sua utilização na Copa 2014.


O que motiva a direção do São Paulo nesse caso, é com esses recursos construir a cobertura do anel superior do estádio, sonho e projeto são-paulino para 2014.

Novamente aqui surge o nome da Emirates, que além de patrocinar o time do Arsenal, da Inglaterra, também dá seu nome ao estádio do time inglês: Emirates Stadium. A direção da companhia aérea deposita grande confiança no crescimento da rota São Paulo/Dubai, já prevendo um vôo diário em 2008 e, em futuro não muito distante, o emprego dos A380 nesses vôos. Não será surpresa se ela entrar firme na disputa pela camisa e pelo estádio.
Afinal, ter o jogo de abertura da Copa do Mundo no Emirates Morumbi Stadium...

Como diz a propaganda do cartão de crédito, não tem preço.

O caminho para bons patrocínios e parcerias saudáveis e transparentes está aberto. A manutenção e o cumprimento dos regulamentos e tabelas, com a consolidação da disputa do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, estão na base, estão na origem dessas possibilidades que o São Paulo vem explorando com êxito. Um bom exemplo do aproveitamento das novas condições, foi a assinatura do patrocínio do Botafogo, pelo valor de 6 milhões de reais por ano. Ninguém duvida que esse contrato deu mais tranqüilidade à direção e aos jogadores do time carioca, influindo no excelente futebol que a equipe jogou durante parte do Brasileiro de 2007, o que, por sua vez, expôs a marca do patrocinador além do previsto, com certeza, ajudando a garantir uma boa renovação para 2008.


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