Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sexta-feira, dezembro 12, 2008

Mudança

O Olhar Crônico Esportivo está experimentando sua nova casa:

http://colunas.globoesporte.com/olharcronicoesportivo/

Tateando aqui, vasculhando ali, descobrindo onde fica a cozinha, a sala, conhecendo o jardim, essas coisas típicas de casa nova.

Embora meio assim, experimental, com alguns probleminhas de ajuste, já está operacional.

Apareça, será tão bem-vindo lá como foi aqui.


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quinta-feira, dezembro 11, 2008

A “Agenda Positiva” vascaína




No final de 2007, Corinthians rebaixado, Sanches e Rosemberg deflagraram uma série de ações e factóides de marketing. Dia sim, outro também, a mídia trazia alguma coisa do clube do Parque São Jorge. Sem dúvida, o grande lance foi o anúncio do patrocínio da Medial, que, de imediato, tornou-se o maior do Brasil, ainda que, a rigor, empatado tecnicamente com os patrocínios de Flamengo e São Paulo.

Tão positiva foi a "agenda", que cheguei a escrever neste Olhar Crônico Esportivo que o final de ano do corintiano rebaixado seria muito melhor ou muito menos infeliz que o final de ano do palmeirense, que na última hora viu seu time ficar na Série A, sim, mas sem a ambicionada vaga na Libertadores.
Chamei a esse conjunto de fatos & factóides de “
agenda positiva Sanches/Rosemberg”.
(Não sei se por leitura deste blog ou não, mas acabei vendo “agenda positiva” em outros sites e blogs.)

Ao lado do fato “Medial”, Sanches e Rosemberg soltaram montes de factóides. Considerando tudo, quem criticar há de?
A verdade é que, bem ou mal, o torcedor corintiano talvez só tenha percebido que estava na B já com o campeonato iniciado. Mesmo assim tenho cá minhas dúvidas, pois o time disputou a final da Copa do Brasil, e quando ela terminou, já tinha clara e disparada liderança no Brasileiro da Série B, mantida até seu final.
Acho que até hoje o corintiano ainda não sabe, de fato, que disputou a Série B.


Temos, agora, uma situação com pontos de semelhança com a que foi vivida pelo Corinthians: o Clube de Regatas Vasco da Gama foi rebaixado, o ponto que se pretende final de um longo processo de erosão e acumulação de problemas, frutos da gestão Eurico Miranda. Roberto Dinamite assumiu um abacaxi azedo e cheio de espinhos de mandacarus, uma combinação terrível para se pegar e tentar arrumar.


José Henrique Coelho, vice-presidente de marketing vascaíno, pelo que sei é amigo de Luiz Paulo Rosemberg, seu colega de função corintiano, que, por sinal, já falou muito bem dele em programas de TV e conversas com o pessoal do mundo da bola. Acompanhando algumas ações de Zé Henrique, além de matérias na imprensa, fiquei com a nítida impressão que a direção do Vasco iria, na medida do possível, espelhar-se nas experiências corintianas nessa situação, inclusive passando ao Departamento de Marketing a incumbência de criar fatos novos, motivar o torcedor, manter elevada sua auto-estima e, por último, mas não menos importante, gerar novas receitas.

O primeiro passo da “
agenda positiva Dinamite/Zé Henrique” foi o acordo com a Champs como nova patrocinadora e fornecedora de material esportivo, substituindo a Reebok, ação que foi saudada por este blog, embora depois do anúncio tenham aparecido alguns problemas. De qualquer forma, uma ação válida, um grande salto em valores, seguida por uma escolha de novos uniformes.

Este movimento, que podemos chamar de factóide, saiu em hora inapropriada, muito triste, quando o clube ainda lutava contra o rebaixamento e despertou reações extremamente iradas da torcida, de certa forma amortecendo o impacto positivo da troca de patrocinador/fornecedor.
Melhor seria ter esperado mais alguns dias, talvez até para divulgar o patrocínio, mas agora não importa, os dois lances inauguraram a “agenda positiva” vascaína na prática.


Um acordo com a
Volkswagen Caminhões deu ao Vasco um novo ônibus para o transporte de seus atletas. A essa ação, seguiram-se outras duas, de caráter interativo com os torcedores, que foram convidados a escolher uma frase para ser colocada no ônibus e a pintura do mesmo.

O sentimento não pode parar” foi a frase vencedora e a escolha da pintura está em curso, ainda.



Eletrobrás na camisa


Ontem, o Ministro das Minas e Energia e o presidente da Eletrobrás confirmaram o patrocínio ao clube durante os anos de 2009 e 2010, com opção para 2011 e 2012.
Por ano, a empresa pagará ao Vasco
14 milhões de reais, dos quais 11,5 milhões serão destinados ao futebol profissional, e 2,5 milhões para projetos sociais, inclusive capacitação de mão-de-obra para o mercado – o site da Eletrobrás citou o projeto “Mão na Massa”, que capacita mulheres para trabalhar na construção civil.

Aparentemente (as informações não foram muito claras), tais projetos terão como base a estrutura do Vasco em São Januário, que conta, inclusive, com uma escola. Esse, por sinal, é um dos pontos positivos do clube e que vai ajudar a nau vascaína a cruzar o mar tempestuoso da B: sua boa estrutura, a começar do estádio.

Mesmo rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, o clube conquista um patrocínio de valor expressivo, que hoje seria o quarto maior do Brasil.

Para um patrocinador, o fato do clube disputar a Série B não é uma contra-indicação, na verdade, pode até ser muito melhor do que se disputasse a Série A sem um time de ponta, sempre disputando a liderança e usufruindo da exposição correspondente.

Fazendo uma boa campanha na B, o Vasco estará presente na mídia com uma intensidade muito grande, o que será positivo tanto para a empresa como para o clube.
Como o atual contrato do Vasco com a MRV termina em janeiro, a Eletrobrás aparecerá nas camisas vascaínas somente a partir de 1º de fevereiro.

Entretanto, há duas coisas que não me agradam nesse patrocínio: uma, é pelo fato do patrocinador ser uma empresa estatal, que não disputa mercado. Da mesma forma tenho a mesma restrição ao patrocínio da Petrobrás para o Flamengo e da Liquigás para o Botafogo, embora a PET ainda tenha, no segmento de óleos lubrificantes uma disputa acirrada de mercado. Como disse, é uma restrição de cunho pessoal.
O patrocínio em si, tal como os outros, nada tem de ilegal, pelo contrário.

A segunda coisa que não me agradou foi a possível, ou provável, intermediação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, torcedor apaixonado do clube e membro do PMDB, partido ao qual pertencem o ministro e o presidente da empresa.

Por outro lado, e é bom já deixar claro, gostei de ver o governador assumindo publicamente sua participação, nem que somente festiva, nesse caso.
Infinitamente piores são as coisas feitas por baixo do pano.



E o futebol?


Bem, voltando à “agenda positiva”: comenta-se que Roberto Dinamite está conversando com Jose Carlos Brunoro, para assumir o futebol do clube.
A idéia é boa, quanto a isso não há a menor dúvida, mas não creio ser fácil tirar Brunoro de seus afazeres, que bem podem ser descritos como múltiplos, entre os quais a direção do Pão de Açúcar Esporte Clube.

Ainda há pouco conversei com pessoa de seu círculo próximo e a informação é que é mesmo muito difícil ele aceitar um convite como esse do Vasco. Essa frase pode ser interpretada como uma maneira educada de dizer “sem chance”.
Não podemos esquecer que um superintendente de futebol tem que viver o clube 48 horas por dia.

A idéia, entretanto, é muito boa. E... Bom, vamos falar a verdade: deixar vazar esse tipo de informação está dentro das regras do jogo, digamos.

Voltando à realidade, o ideal seria o Vasco contratar um profissional com vivência no mundo da bola, que saiba falar o “futebolês” dos boleiros, de preferência já tendo sido um deles, que tenha autoridade e que tenha passado pelas salas de aula de uma escola de administração, por exemplo. O Corinthians contratou Antonio Carlos, o Zago, que depois de um começo tumultuado parece, agora, ter assumido suas funções com mais propriedade, ou seja, menos conversas e mais ações.

Eu gosto muito do Mauro Galvão, um cara que admirei como jogador e que hoje, ao vê-lo na TV, presto atenção ao que fala. Só não sei se ele tem o perfil para uma função desse tipo.

De qualquer forma, preferiria arriscar com alguém como ele do que trabalhar, como já li referências, com alguém como o Angione. Nada contra a pessoa, que nem conheço pessoalmente, mas seria melhor ter gente nova na área, combinando com a administração que também é nova, com gente nova no mundo da bola.



o dinheiro da TV


Disputando a B, o Vasco perderá
50% do valor dos direitos de TV que receberia se estivesse na Série A.
Isso significa cerca de 15 milhões de reais a menos.

A conseqüência é clara: adequar o orçamento à realidade da competição e buscar, cada vez mais, o apoio do torcedor. Para agravar o quadro, o clube, desde ainda a gestão Eurico, vem antecipando receitas de 2009 para pagar contas de 2008.
Nada há de novidade nisso: essa perda de receita está nos estatutos do Clube dos Treze, e por ela passaram Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Corinthians...

O mais que provável aumento de exposição permitirá ao clube desenvolver novas ações e negociar ou renegociar outros patrocínios. É hora de inteligência, criatividade e ousadia, com os pés rigorosamente no chão.

O Vasco terá muita torcida em 2009, pois além de seus torcedores estarão torcendo por seu retorno à Série A todos que gostam de ver o Campeonato Brasileiro disputado por grandes clubes com grandes times.

Ao que parece, já está no caminho certo, no que diz respeito ao marketing e ao suporte financeiro.


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terça-feira, dezembro 09, 2008

Gol de marketing!


Extraído do Blog do Juca:

Acabo de falar com Luís Paulo Rosemberg, vice-presidente de marketing do Corinthians.
...
"Pode anunciar que eu duvido muito de que o Ronaldo Fenômeno não vá assinar com a gente nas próximas horas. Faltam só alguns detalhes..."
"Você enlouqueceu de vez?", pergunto.
"Ele quer a Copa do Mundo de 2010. Se quisesse só dinheiro iria para o Manchester City ou para o mundo árabe, onde as ofertas são estratosféricas. Se quisesse só gozar a vida, ficaria no Flamengo, com as maravilhas do Rio. Mas está disposto a abrir mão de grana e de mostrar que quer voltar para valer. E conosco, pode escrever. Sim, aqui tem um bando de loucos, mas, repito, pode escrever".
"E como pagar?", repergunto.
"Vou dar participação nos calções, hipótese só plausível com ele, nas mangas, em eventuais amistosos e, convenha, com o anúncio da vinda dele fica mais fácil conseguir patrocinadores para tudo isso. E se ele voltar a jogar 30% do que já jogou, será de novo o melhor do país na posição.
"”


O portal Globo.com disse que a contratação já está anunciada no site oficial do clube e que a loja com os produtos oficiais no Parque São Jorge já está vendendo a camisa “Ronaldo” a um bando de torcedores enlouquecidos.

O site está fora do ar, e a primeira explicação para isso é excesso de acessos, naturalmente.

Como e quanto pagar são informações ainda não divulgadas, mas, com certeza, a Nike não deverá estar fora dessa decisão, embora Fabiano Farah, empresário do jogador, tenha dito que nada há com a fornecedora de material esportivo nesse negócio, exceto a satisfação de ver dois de seus patrocinados juntos. Ainda recentemente, no Bem, Amigos, Ronaldo disse que houve conversas para que ele se recuperasse em São Paulo, no REFFIS, mas isso não foi possível porque ele é patrocinado pela Nike, concorrente da patrocinadora do São Paulo, ou seja, uma clara indicação de sua importância para Ronaldo.

Esta contratação é mais um passo no sentido do que este Olhar Crônico Esportivo vem afirmando desde o primeiro semestre: Nike e Corinthians vão se acertar.




A opinião deste blog está expressa no título deste post:
um gol de marketing.

Tal como fez o São Paulo ao trazer Adriano, que impulsionou ações de marketing, vendeu grande quantidade de camisas, aumentou a exposição e visibilidade do clube, tudo isto no extra-campo. Em campo, Adriano correspondeu, embora o time não tenha passado pelo Fluminense nas quartas-de-final da Libertadores.

Ronaldo é um gol maior, mais valioso e mais bonito do que foi o Imperador, e como adiantou Rosemberg em conversa com Juca, vai gerar fortes movimentações de marketing, principalmente num primeiro momento, com reflexos positivos sobre as contas do clube.
Entretanto, Ronaldo é, ainda, uma aposta e apostas com valores tão altos têm cobranças tão grandes quanto. Aos resultados positivos extra-campo precisa haver uma correspondência com os resultados dentro de campo.

Sem futebol não há marketing que resista.

Por tudo que Ronaldo representa, este Olhar Crônico Esportivo espera que ele retorne bem, em grande forma e faça sucesso.
Porque ele e o futebol merecem.




Flamengo x Nike


Com esse acordo Ronaldo/Corinthians, se a posição da Nike fica definida como patrocinadora e fornecedora de material esportivo para o clube, cujo contrato encerra em 30 de junho de 2009, no Flamengo teremos, agora com certeza, a saída da Nike.

Ronaldo é sonho antigo, desejo anunciado por diretores rubro-negros, fez sua recuperação pós-operação na Gávea, é torcedor do Flamengo e sua ida para outro clube é um golpe muito forte na torcida e na direção. Mesmo que a Nike não tenha participado, como disse o empresário do jogador, e da qual este blog duvida, o torcedor fará inevitável associação entre os fatos.

No mesmo Bem, Amigos já citado, Ronaldo disse, também, que se voltasse para o Brasil o Flamengo era o “pole position” para sua contratação. O namoro foi intenso, não só da direção com ele, como principalmente da torcida, inclusive com a criação do “Fica Ronaldo”, com direito a camisas e bandeiras. A reação dos organizadores foi imediata: programaram para amanhã, na sede do clube, a queima das camisas com a imagem de Ronaldo.

Agora, se nada de extraordinário acontecer, em 1º de julho de 2009 a Olympikus deverá assumir a posição de patrocinadora e fornecedora de materiais para o Flamengo.



Reflexos em São Paulo


A presença de Ronaldo no Corinthians gera um poderoso fato novo no futebol do estado. A conseqüência imediata será sentida no Campeonato Paulista. Tudo, naturalmente, e é bom repetir sempre, dependerá do comportamento e do desempenho de Ronaldo em campo. Sendo minimamente positivo, a presença de público será muito estimulada e não só nos jogos do Corinthians.

O São Paulo conquistou seu almejado Tri-Campeonato e o presidente pretende manter o máximo de jogadores do atual elenco. O primeiro reforço já anunciado, Wagner Diniz, é muito promissor em termos de empatia e atração de torcedores. Caso o clube traga o meia tão sonhado – no momento, Dario Conca – a disputa com o Corinthians será extremamente acirrada também fora do campo.

Ao contrário do que ocorreu nesse ano de 2008, salvo novidades não conhecidas, o Palmeiras de Luxemburgo e associação com a Traffic será a perna mais fraca do Trio de Ferro.

Uma coisa é certa: a pressão sobre os dois clubes já aumentou a partir de hoje.

Ronaldo antecipou 2009 no futebol paulista.



Post Scriptum


Por telefone, no Arena Sportv, Rosemberg diz que a demanda por Ronaldo partiu da Comissão Técnica e não do Marketing.
O papel do marketing foi viabilizar recursos ou acordos que possibilitaram fechar com o Ronaldo.
Disse, também, ou melhor, repetiu, que Ronaldo abriu mão de outras propostas, mais interessantes financeiramente, para jogar no Brasil e voltar à seleção.


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segunda-feira, dezembro 08, 2008

Goiás aproveita o embalo

(Esse texto era mais amplo, falando também sobre o Flamengo e Petrobrás. Entretanto, essa parte foi suspensa, enquanto esperamos por informações oficiais da empresa, sobre a manutenção ou não do patrocínio ao Flamengo.)


O novo patrocínio do Goiás para 2009 começou ontem, no Bezerrão.

Com a chance de grande audiência em rede nacional, a
Neo Química estreou como patrocinadora do Goiás, no jogo contra o São Paulo, na prática uma decisão de título brasileiro, com direito a grandes índices de audiência e, naturalmente, exposição da marca.

Uma ação inteligente e oportunista – no bom sentido – do Goiás e da Neo Química. As imagens de TV e as fotos nos jornais de segunda-feira estampam o nome da empresa, imagens que serão vistas muitas vezes ainda.

O patrocínio irá até dezembro de 2010, e dará ao Goiás
6 milhões de reais por ano – 250.000 por mês – nesse período. O contrato também estipula que o clube será premiado em caso de conquista da Copa do Brasil e conquista de vaga para a Copa Santander Libertadores.

O ano terminou muito bem para o Goiás na área financeira. Além da estréia do novo patrocínio, com um bom valor, o clube ainda teve a
Uni Anhanguera e o BRB em sua camisa. Somente a exibição do logo do banco rendeu entre 200 e 350 mil reais, segundo fontes diversas.

Completando, a renda no Bezerrão foi de
R$ 1.660.000,00 – a maior do campeonato, dos quais pouco mais de um milhão líquidos foram para o caixa do clube em pleno início de dezembro.

Melhor que tudo isso, só dois disso, como se diz.
Claro, estou falando do aspecto financeiro e não do esportivo.
Mas o esportivo irá se beneficiar desse aporte de recursos.
O Goiás é um clube que se apresenta de forma consistente na 1ª divisão do futebol brasileiro ano após ano, apesar de um deles ter sido muito ruim, quase catastrófico. Mesmo assim, uma performance digna de elogios, desmentindo o mito de que só clubes de São Paulo ou Rio de Janeiro podem ter sucesso no campeonato por pontos corridos.




Post scriptum


Nota oficial da Petrobrás



"Nota de esclarecimento sobre patrocínio ao
Flamengo

A respeito das recentes notícias envolvendo o
Clube de Regatas do Flamengo e a Petrobras, a
Companhia gostaria de esclarecer que continua em
negociações com a presidência do clube para a
renovação do patrocínio."


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