Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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quinta-feira, outubro 19, 2006

Perguntas ao Dr. Marco Polo Del Nero

O presidente do Sport Club Corinthians Paulista, Sr. Alberto Dualib, acompanhado de Nesi Cury, um de seus vice-presidentes e responsável pelo futebol profissional do clube, apresentou-se à Polícia Federal, em São Paulo, para prestar depoimento relacionado à parceria de seu clube com a empresa MSI, de origem estrangeira e capital de origem não identificada.

Para espanto de muitos, os dois diretores constituíram como advogado o Dr. Marco Polo Del Nero, titular do escritório Marco Polo Del Nero, Del Bianco, Lisboa e Silvarolli. O espanto deve-se ao fato do Dr. Del Nero ser, também, o presidente da Federação Paulista de Futebol.

A princípio não há nenhum problema ou impedimento legal para essa relação. Entretanto, seria interessante ver respondidas algumas perguntas que ainda não foram feitas:

- Legalmente o Dr. Del Nero pode representar o presidente e um vice-presidente de um clube associado à FPF, mas, eticamente, essa relação é correta?

- O SCCP, através de seus representantes, não se sentiria constrangido a votar de forma contrária a um encaminhamento da Federação?

- E, do lado contrário, o presidente da Federação não se sentirá constrangido em questões futuras envolvendo o Corinthians, com o qual, ou com seus representantes legais mantém uma relação de prestação de serviços?

- Se isso não fere algum sigilo ou lei, o Dr. Del Nero foi contratado e será pago pelos Srs. Dualib e Curi, ou pelo SCCP?

- A FPF emprestou, ou adiantou, um valor elevado correspondente à cota de transmissão de televisão do Campeonato Paulista de 2007 para a S.E. Palmeiras. Esse fato e a atuação do Dr. Del Nero como advogado do presidente do Corinthians não influíram ou influirão sobre a decisão de mudar a fórmula de disputa do Campeonato, que no momento coloca em campos opostos aos dois clubes citados o São Paulo e o Santos?

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Mais um complicador


Apesar do que pensa muita gente, todo o dinheiro que passa por um clube ainda é pouco para que as obrigações mínimas sejam cumpridas. E elas, mesmo mínimas, são muitas.

Uma das maiores dificuldades vivida hoje pelos administradores é o valor dos salários dos atletas, que sobem cada vez mais em função de uma competição interna já extremada por si só, mas muito agravada pela competição externa, que se torna a mais importante e, também, passa a servir de referência para uso interno. Nem preciso dizer que isso é profundamente injusto. Para o clube, mas não para o atleta.

No Brasil, o salário tem agravantes de peso: os encargos sociais e trabalhistas. Alguns, como o INSS, ficam limitados a um valor máximo. Outros, porém, são variáveis e, quanto mais alto o salário, maiores são: FGTS, férias, abono de férias (1/3) e o 13º salário. Para reduzir os custos agregados à folha (e também para reduzir perdas eventuais em disputas jurídicas, onde a base de cálculo é o salário), os clubes passaram a pagar uma parte do salário, ou melhor, da remuneração contratada, através de “direito de arena”, pago contra a entrega de nota fiscal de prestação de serviços passada pelo jogador.

Justo? Injusto? Correto? Incorreto?

De minha parte acho correto e justo. Aliás, tudo que é livremente contratado entre duas partes é justo e correto.

Mas, resolve? Francamente, resolver não resolve, mas ameniza a paulada nas contas do clube. E economia de custos é essencial à sobrevivência de qualquer empresa ou entidade.

Dias atrás, o TST – Tribunal Superior do Trabalho – uma vez mais decidiu que o direito de arena é parte do salário e sobre ele devem ser pagos e recolhidos o FGTS, o 13º, as férias e o abono das férias.

Fim da festa, mais despesas para os clubes.

E o que já era ruim, ficará um pouquinho pior.


Essa decisão teve como relator o ministro Ives Gandra Martins Filho - cujo pai é conselheiro vitalício e presidente do Conselho Consultivo do São Paulo - e refere-se à ação movida por Cássio contra o Internacional, que vai pagar, agora, FGTS, 13o, férias e abono de férias sobre os direitos de arena que recebeu durante o contrato.


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“...vai faltar vaga...”

“O problema é que nesse campeonato já tem uns 10 times pedindo para cair, vai faltar vaga.”

Essa frase ótima foi escrita hoje cedo pelo Clécio, blogueiro santista, no Jogo Aberto (link ao lado). Tem times demais e vagas de menos na Série B, triste, mas muito verdadeiro. A derrota do Palmeiras ontem à noite, em São Januário, para o Vasco foi mais um indicativo disso. Perder em São Januário é normal, não há nada de estranho nisso, o problema foi o desacerto do time, a incapacidade de oferecer uma resistência mais eficaz, e um certo fatalismo, do mesmo tipo que pôde ser visto no Corinthians e no Fluminense. Fatalismo que mais se sente do que vê e que já vimos quando o Palmeiras foi rebaixado em 2002. A partir de um certo momento, parece ser uma marcha inexorável, em que as chances de permanência são queimadas uma a uma.

Três times tão diferentes, mas com grandes histórias, grandes glórias passadas caminhando juntos para a Segunda Divisão. Para sorte deles resta uma só vaga, já que o São Caetano, Fortaleza e Santa Cruz ocupam as outras três. E ainda tem a Ponte Preta no meio do bolo, mas na Macaca percebe-se uma vontade, vê-se que o time luta arduamente e não existe um conformismo de fundo, atrás de palavras falsas de confiança e promessas de luta. E é esse sentimento, essa postura em campo, que tornam mais fácil acreditar que a Ponte permanecerá na 1ª Divisão. São esses, enfim, os times que lutam “pela” última vaga.

Embora próximos na tabela, Atlético Paranaense, Juventude e Goiás estão jogando o bastante para não sofrerem essa ameaça.

Quatro grandes e tradicionais equipes e uma só vaga.

As apostas estão lançadas.

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terça-feira, outubro 17, 2006

Muito barulho por nada




Pessoas sábias costumam dizer que se não há nada a ser dito, então nada se diga.

Apesar de não ser um sábio, longe disso, já me dei bem algumas vezes quando consegui conter minha língua e ficar quieto no meu canto. Em muitas outras vezes, todavia, cedi à tentação e acabei falando o que não queria ou o que não cabia.

É isso que acontece no futebol brasileiro toda noite de domingo e em toda segunda-feira: frases infelizes proferidas ou repercutidas, e que acabam ocupando mais tempo nos programas esportivos que os próprios gols, suposta razão de ser do futebol.

Nem sei por onde começar. Ou melhor, até sei: a abobrinha ofensiva de Emerson Leão sobre o Flamengo.

O Corinthians perdeu e Leão, que é agressivo, mas não é burro, saiu-se com uma frase feita ao gosto e jeito para gerar polêmica, dizendo que o Flamengo fugiu de uma decisão de título em 1987. Pura abobrinha ou, como se diz, puro factóide que serviu direitinho para ninguém falar do péssimo jogo do time dirigido por ele. Não deu, também, para perguntar porque ele puniu a torcida e o clube deixando Carlos Alberto de fora. Enfim, parabéns ao Leão, que fez seu dever de casa com brilho (!) e eficiência.

Muricy poderia ter ficado quieto, mas falou besteira, dizendo, mais ou menos, que a torcida do Grêmio é agressiva, estoura “bombas” de madrugada em frente ao hotel onde dormem os visitantes, etc, etc. Despertou a sagrada ira gauchesca, ou melhor, reavivou-a, pois a rapaziada já se acha, de antemão, espoliada pela arbitragem em favor do tricolor paulista diante do tricolor gaúcho.

No Palmeiras, o assessor de imprensa cumpriu um papel infeliz e imbecil, tirando jogador da sala de entrevistas porque os jornalistas queriam saber de atrasos de salário. E o jogador é novato no clube e na vida. Coitado. Eu pergunto aqui: para que um assessor assim? E pago, ainda por cima!

Abel Braga está suspendo. Mesmo assim foi ao vestiário dias atrás e orientou o time. Corre o risco de ver a pena aumentada. Um jornal sensacionalista estampou em manchete que ele poderá ficar um ano afastado. Foi o que bastou para despertar a sagrada ira gauchesca dos torcedores colorados.

Como?

Frase repetida?

Sim, sim, repetida, sim, porque agora refere-se à outra metade do Rio Grande do Sul. E, nesse caso, a matemática é perversa: 1+1=4 e não 2. As iras somam-se e se potencializam. Terrível.

E o Abel segue desfilando, pois apareceu um processo contra ele movido por um juiz há cinco ou seis anos. Coisas de nosso aparato jurídico. Parece feito a propósito, mas é puramente casual.

O técnico do Clube Atlético Paranaense continua reclamando da injustiça da CBF, que fará seu time viajar de Montevidéu para Fortaleza. Ora, ora, ora, se não queria jogar e viajar era só não se classificar. Na Libertadores outros times tiveram viagens muito piores e não pediram remanejamento de datas. Era só o que faltava agora! E ainda por cima sai dizendo que o time vai viajar 6.000 quilômetros, quando, na verdade, viajará somente 4.000. Nada demais. Ah, sim, seu choro foi encampado pela torcida que se sente coitadinha e prejudicada.

E por aí vai...

Ás vezes é melhor não ler jornais e não assistir ou ouvir os programas esportivos. A menos que o vivente se muna de muita, muita paciência.

A minha é pouca.

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segunda-feira, outubro 16, 2006

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