Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

<

quinta-feira, setembro 06, 2007

Macaco, olha o teu rabo!


O jogo de ontem à noite no Mineirão caracterizou-se pelo elevado número de faltas: 65, no total, das quais 33 cometidas pelo São Paulo e 32 pelo Atlético Mineiro. Esses números são do scout da Tv Globo. Pelas minhas anotações ocorreu um empate, mas acredito no scout global e consignei essa falta não assinada por mim para a zona de meio-campo.

Corrigida essa pequena discrepância, vamos à distribuição dessas faltas pelo campo:

Atlético – 7 D - 17 M - 8 A - Total de 32 faltas

São Paulo – 13 D - 11 M - 9 A - Total de 33 faltas

Ora, o que mostram esses números?

Uma distribuição de faltas parecida, com maior concentração de faltas do São Paulo na Defesa e, pelo lado atleticano, maior concentração no Meio-campo. Apesar disso, ao final do jogo o técnico Emerson Leão reclamou, na entrevista coletiva, do fato do São Paulo parar “todas” as jogadas do Atlético com faltas. Ora, ora, ora, “parar jogadas com faltas” é o jargão habitual para faltas cometidas no meio-campo, só que, nesse quesito, o Atlético fez mais faltas que o time do São Paulo – 17 contra 11. Nas faltas de ataque os números se equivalem – 8 a 9 – e na defesa o São Paulo cometeu mais, realmente, 13 a 7. Mas faltas nessa região são boas para o atacante, de maneira geral, pois muitas delas foram as faltas precipitadas, dando ao ataque uma vantagem que já não tinha mais, como uma falta cometida pelo Fernando, na lateral, numa jogada em que o Atlético teria, no máximo, um arremesso lateral.

Portanto, o técnico do Atlético deveria olhar primeiro para o desempenho de seu próprio time antes de criticar o alheio.

O jogo?

Um 0x0 muito disputado. O São Paulo teve maior número de finalizações – aos 29’17 a 9, considerando o pênalti e a rebatida na seqüência. do segundo tempo, pelo scout Globo, tinha chutado ou cabeceado 13 vezes contra o gol de Edson contra apenas 5 do Atlético. Pela minha marcação – e ela pode ter pequena diferença com a realidade – foram

A chuva e o gramado pesado, com excesso de água mesmo depois que parou de chover, prejudicaram os dois times.

O árbitro apitou em excesso, quase como se fosse um juiz de vôlei, onde não há contato físico entre os adversários. Atravancou o jogo, deixou-o mais feio, sem dúvida, inclusive não respeitando a vantagem algumas vezes, tanto para um lado como para o outro.

O goleiro Edson agrediu perigosamente Jorge Wagner com um chute na área do estômago, no que seria um pênalti, antecedido pela expulsão do goleiro. Nada foi marcado, apesar da clareza das imagens, pelo menos para o assistente, uma vez que a jogada foi de frente para ele, com visão total.

O outro bandeira assinalou impedimento em jogada do Atlético na qual a bola foi tocada para dentro do gol. No replay, fica muito claro que dois atacantes estavam bem à frente e o terceiro, que arrematou, encontrava-se ligeiramente à frente, também, em lance só definido com clareza com auxílio eletrônico.

Na cobrança de pênalti Rogério Ceni adiantou-se. Bem menos do que fez Doni no jogo Brasil x Uruguai pela Copa América e a mesma distância, ou até menos, que adiantou-se Max, em recente Botafogo x Flamengo pelo Campeonato Brasileiro.

Depois da marcação atabalhoada e ridícula de uma avançada de Diego Cavalieri que não existiu absolutamente, em decisão por pênaltis na Copa Brasil, os juízes têm evitado marcar essa infração.

A meu ver, corretamente.

A rodada ainda não acabou, mas os resultados de hoje à noite não afetarão a ponta da tabela, onde o São Paulo abriu mais um ponto em relação ao segundo colocado, o Cruzeiro, que perdeu em Caxias do Sul para o Juventude por 1x0. O Vasco também foi derrotado, em Porto Alegre, por 3x1 pelo Grêmio, ficando um pouco mais distante do líder. Santos e Grêmio avançaram e hoje teremos Botafogo e Palmeiras. Uma vitória alvinegra deixará o time, ainda, na terceira posição.

E, para finalizar, volto à declaração infeliz e totalmente equivocada do técnico Emerson Leão com uma frase que minha avó costumava dizer quando dizíamos alguma bobagem ou maledicência:

- Macaco, olha o teu rabo.

.

Marcadores:

<

quarta-feira, setembro 05, 2007

Desempenho dos que mais apitam



Matéria transcrita do Estado de S.Paulo de hoje.


Desempenho é fraco entre os mais escalados

Dos 20 árbitros que mais apitaram na Série A em 2007, sete deles terão de refazer a prova teórica da CBF, pois tiraram notas inferiores a 7.

Outros dois - Luis Antônio Silva Santos e Lourival Dias Lima Filho - vão ficar fora da escala até 14 de setembro, data da nova avaliação.

O amazonense Washington José Alves de Souza foi o único entre os 20 mais escalados (seis vezes neste ano) que terá de freqüentar a 'escolinha da CBF', pois tirou 4,5.

Os 10 assistentes mais escalados nos jogos da Primeira Divisão em 2007 não fizeram papel melhor. Cinco deles não alcançaram nota 7. A pior nota do grupo ficou com o carioca Hilton Moutinho, que tirou 5.

'É preocupante', diz o comentarista de arbitragem Renato Marsiglia. 'Porque é uma prova teórica, em que os avaliados devem saber a regra.'

Segundo Sérgio Corrêa da Silva, da Comissão de Arbitragem da CBF, um árbitro toma até 180 decisões num jogo de futebol. A prova aplicada tinha 20 perguntas.


Destaques


Paulo César Oliveira (SP) tirou 10. Foi o único.

Alício Pena Jr. (MG) e Cleber W Abade (SP) tiraram 9,5 e essa foi, também, a nota de Sílvia Regina (SP) e também a de Ana Paula Oliveira (SP).

Carlos Eugenio Simon tirou 8,5 e o Leonardo Gaciba 7,5, ambos do RS.
Que que eu faço com o livro do Simon, agora, o "Na Diagonal do Campo"?
Como pode tirar 8,5?
Nesse teste, 20 questões com múltipla escolha, o mínimo admissível seria 9.
E olhe lá.

Nota 6,5: Wagner Tardelli (RJ), Evandro R Roman (PR), Heber R Lopes (PR).
Nota 6,0: Elvecio Zequetto (MS) e Marcelo de Lima Henrique (RJ).
Nota 5,5: Luiz Antonio S Santos (RJ) e Lourival Dias Lima Filho (BA).

E tem piores.

.

Marcadores:

<

terça-feira, setembro 04, 2007

Setembrinas marketeiras


Samsung & Corinthians...

... juntos por mais dezoito meses, até dezembro de 2008 (o novo contrato retroage sessenta dias).

O novo acordo foi fixado no “valor total” – como diz a Samsung em seu comunicado - de 9 milhões de dólares, ou seja, 500.000 dólares por mês, um valor que seria baixo em condições normais para um time como o Corinthians, dono de grande torcida e, portanto, audiência. Todavia, com a derrocada do time nos últimos meses, os índices de audiência caíram e a exposição da marca acompanhou-os, naturalmente. Além disso, a barafunda policial envolvendo o clube e a MSI acabou trazendo uma carga negativa muito grande para o nome Corinthians, nessa fase.

Diante disso, confesso que fiquei até um pouco surpreso com o valor de 6 milhões de dólares por ano, que, se é baixo para o potencial do clube, é alto para o momento que atravessa. Nesse momento, tudo que a Samsung quer é um bom ano de 2008 para fazer valer seu investimento e, possivelmente, renovar para 2010 com promessas ainda melhores.

Esse valor é, basicamente, igual ao que recebe o Flamengo da Petrobrás, e o dobro do que a Liquigás paga ao Botafogo. Para efeito comparativo, o contrato LG/São Paulo é de 16 milhões de reais em 2007, equivalentes a 8 milhões de dólares, ou cerca de 1,6 milhão de reais por mês. LG e São Paulo viveram momentos de turbulência no segundo trimestre e uma parte da direção do São Paulo fez pressão para romper o acordo. Segundo circulou, a Emirates e a Siemens estavam interessadas em assumir o lugar da LG na camisa tricolor. No caso da Emirates o comentário é que o acordo incluiria o Estádio do Morumbi, que seria transformado no Morumbi Emirates Stadium. Com o acerto entre as partes, continua válido o contrato até dezembro de 2008.

O segundo semestre do próximo ano já promete outra disputa emocionante (para quem gosta de marketing) entre São Paulo e Corinthians: a disputa pelo maior patrocínio.

C 13 e Globo

Há alguns dias comentei (no blog do Lédio) que Márcio Braga estava articulando no Clube dos 13 querendo a presidência, provavelmente para Kleber Leite, com um vice-presidente saído do São Paulo, talvez o Julio Casares (embora isso talvez não fosse visto com bons olhos pela Globo, atrevo-me a dizer, pois o Julio é diretor de marketing da Record). E na semana retrasada, em almoço oferecido pela Globo São Paulo em sua nova sede para os diretores de clubes e do C13, Eurico Miranda interrompeu o discurso de M Braga aos berros, criando um clima geral de constrangimento. Claramente, a guerra eleitoral está aberta e, como diz Juca Kfouri em seu blog, hoje, tem de um lado o Flamengo e o São Paulo, e de outro os demais times. Fica a dúvida, para variar, sobre o Corinthians, um clube ainda acéfalo e sem rumo. A tendência, porém, é que feche posição com o Rubronegro e o Tricolor.

E o que faz o C13?

A rigor? Nada. Apenas serve como intermediário nas negociações dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. É uma entidade que nasceu cheia de planos e caiu no lugar comum de nada fazer, ter diretores bem remunerados, e só. Deve ser bom, porque Fábio Koff, seu atual e meio eterno presidente, desde 1995, já disse inúmeras vezes que quer parar, mas... está em campanha por mais um mandato.

Será?

Pergunto-me se São Paulo e Flamengo realmente querem o controle do C13. Afinal, é o tipo de negócio que dá muita dor-de-cabeça. Koff está se articulando com Mustafá Contursi, ex-presidente do Palmeiras e claramente em oposição, até por motivos históricos, ao São Paulo. E também se aproxima de Eurico Miranda, presidente do Vasco e desafeto, para dizer o mínimo, de Márcio Braga e tudo que diga respeito ao Flamengo.

Desde que o Sevilla e depois o Real Madrid e o Barcelona passaram a negociar seus direitos de tv diretamente com as interessadas, essa possibilidade, estou certo, passa pelas cabeças de dirigentes dos três clubes que geram, hoje, maior audiência e retorno de mídia.

E a Globo?

Dizem que na Vênus Platinada há um grupo de diretores descontente com as audiências dominicais do futebol, que caíram de 30 pontos no começo da década, para uma média de 20, atualmente. Motivos para isso há, sem dúvida, como a evasão de craques e, principalmente, a crise em que vivem permanentemente os dois maiores clubes de massa.

O que gerou esse descontentamento, porém, foi menos a audiência e muito mais a perspectiva de pagar meio bilhão de reais pelos direitos do Brasileiro talvez já em 2008. Esse pulo dos atuais 300 milhões para 500, será provocado pelo assédio da Record aos clubes. É bom lembrar que, mesmo não tendo conquistado nenhum dos grandes campeonatos, a simples oferta feita a cada um deles provocou, para a Globo, uma brutal elevação de custos, puxada, principalmente, pelo Paulista. O grande foco da Record, entretanto, não está nos estaduais, e sim no Brasileiro, e apesar dos recentes boatos e verdades sobre demissões no seu quadro de esportes, ela não desistiu do futebol e vai voltar à carga.

Apesar das habituais demoras para que as coisas aconteçam por aqui, um novo quadro do futebol brasileiro está em gestação. No momento, só é visível no ultrassom, mas não demora muito e ele dará suas caras ao mundo.

Cara que, finalmente, poderemos ver.

E comentar se é bonita ou feia.

.

Marcadores:

<

Arbitragem: notas baixas na avaliação



(Matéria publicada hoje em O Estado de S.Paulo)


Juízes se complicam com as regras

Avaliação teórica feita pela CBF com 416 profissionais mostra que os índices de conhecimento são insuficientes

Martín Fernandez


Os árbitros brasileiros não conhecem suficientemente as regras do futebol. A constatação é da própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que publicou em seu site os resultados de uma avaliação teórica feita com 416 árbitros e auxiliares.

Como conseqüência dessa realidade alarmante, a Comissão de Arbitragem afastou 36 deles (ou 8,6% do total), que tiraram notas abaixo de 5 na prova. Foram considerados 'reprovados para o restante das competições' e não trabalham mais em competições organizadas pela CBF em 2007 (Séries A, B e C).

Outros 60 juízes e bandeirinhas (14,4%), que tiraram notas entre 5 e 5,5, acabaram afastados dos sorteios. E só poderão voltar a trabalhar se conseguirem uma nota superior a 7 na próxima avaliação, a ser realizada na próxima semana.

Apenas um quarto dos árbitros e auxiliares (24,9%) conseguiu aprovação com notas entre 6 e 6,5, o que os permitirá seguir atuando normalmente. Mas também terão de conseguir pelo menos 7 na próxima avaliação.

Somente 45,1% do total, portanto menos da metade, tirou nota 7 ou acima. Ainda não estão computadas as notas dos Estados do Acre e do Amapá, que representam 7% do total .

A prova, realizada em agosto, continha 20 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas de resposta, sobre regras do esporte. O pior do levantamento é que as perguntas não eram nada complexas, coisas do tipo qual a distância entre a marca do pênalti e a linha de fundo, o tempo de intervalo de uma partida oficial e o que configura um impedimento. Nem assim a maioria dos juízes soube responder corretamente.

A apuração da CBF sai num momento em que muitos times questionam a qualidade dos árbitros e auxiliares do Campeonato Brasileiro. Quase não há equipe que não tenha se sentido prejudicada em algum momento da competição.

O presidente interino da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa da Silva, não foi localizado para comentar os resultados da avaliação. Seu celular estava desligado e os recados gravados pela reportagem não foram respondidos.

O ex-árbitro e hoje comentarista da TV Globo Arnaldo Cezar Coelho diz que a pesquisa comprova apenas o que já se sabia: 'O nível está muito baixo.'' Para Arnaldo, que apitou a final da Copa do Mundo de 1982, entre Itália e Alemanha, os atuais juízes e bandeirinhas não estão lendo o suficiente. 'Eu sei que a CBF e as federações imprimem muito livro, colocam muita coisa na internet, mas o pessoal não está lendo.'

O gaúcho Renato Marsiglia, também ex-árbitro e hoje comentarista, afirma que as falhas estão na base. 'O árbitro é mal formado nas federações estaduais. A situação é preocupante', comenta. 'Os bons árbitros estão concentrados em poucos lugares, justamente onde o futebol é melhor.'Mas, segundo o Estado apurou, a realidade não é bem essa. Os juízes e bandeirinhas de Santa Catarina, que está longe de ter um campeonato estadual forte, obtiveram a melhor média da prova da CBF: 8,87.

São Paulo aparece em segundo lugar, com 8,83. Goiás ficou com a terceira melhor nota, 8,73. Foram os únicos três estados com média superior a 8. Em seguida aparecem Minas Gerais (7,87) e Pernambuco (7,12).

Todos os demais estados tiveram nota abaixo de 6. O Rio de Janeiro aparece numa incômoda 18ª posição, com nota média de 6,13. O Mato Grosso do Sul está em último lugar, com 5,50, atrás de Amazonas (5,61), Bahia (5,63) e Mato Grosso (5,72).

'Falta muito estudo da regra', lamenta o coronel Marcos Marinho, presidente da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF). 'O árbitro precisa estar com a regra e as recomendações na cabeça, para saber como atuar e não ser surpreendido na hora que o lance acontece.'


.

Marcadores:

<

domingo, setembro 02, 2007

Defender bem é técnica ou arte?

TOSTÃO - Folha de São Paulo - 02/9/2007

Defender bem é técnica ou arte?

O São Paulo não tem uma ótima defesa só devido às virtudes dos zagueiros. Há um eficiente esquema tático



A EXCEPCIONAL defesa do São Paulo sofreu apenas sete gols em 23 jogos, contando a goleada de ontem sobre o Paraná.
Incrível!
A do Fluminense, a segunda melhor do Campeonato Brasileiro, levou 21 gols.
Será que a defesa do São Paulo não vai ter um desses dias em que tudo dá errado? Será que nenhum zagueiro vai fazer uma grande lambança? Há muito tempo que Rogério Ceni não engole um frango. Como Xico Sá, vou secar, para que tudo isso aconteça, senão a luta pelo título vai ficar sem graça.

O sistema defensivo do São Paulo é muito melhor do que os outros por causa da qualidade de seus defensores ou é pelo esquema tático?

Com exceção de Lúcio e Juan, os zagueiros do São Paulo são tão bons quanto os melhores zagueiros brasileiros que atuam na Europa. Rogério Ceni está cada dia melhor, com os pés, com as mãos e com a cabeça.
Se o Brasil não tivesse ótimos zagueiros, até o jovem Breno, 17 anos, já poderia ir para a seleção. Não é o caso do Pato, que já merece ser chamado, pois, além do talento, foram convocados Vágner Love e Afonso para sua posição.

Com certeza, o São Paulo não tem um excepcional sistema defensivo somente por causa das virtudes de seus zagueiros. Há um eficiente esquema tático. Quando o time perde a bola, todos os jogadores participam da marcação, desde o ataque.

Isso não significa que o São Paulo joga na retranca. Os dois alas são armadores pelos lados e chegam ao ataque, como no belíssimo gol do Jorge Wagner contra o Palmeiras. O volante Hernanes também avança, e há ainda três jogadores mais adiantados.

Quando tinha Josué e Mineiro, a equipe marcava mais na frente, tomava a bola com facilidade e estava sempre perto do outro gol. Em compensação, deixava mais espaços na defesa para o contra-ataque. O time marcava e sofria mais gols. Hoje, o São Paulo arrisca pouco. Não marca por pressão nem fica muito atrás, com exceção de alguns momentos.


Por ser um clube mais organizado do que os outros e ter adquirido o hábito de vencer, os jogadores do São Paulo entram em campo mais confiantes e mais seguros. Já os do Corinthians correm assustados atrás deles mesmos, de suas sombras e de seus medos.

O São Paulo não tem um camisa 10, um criativo meia de ligação, sonho dos outros times. Dagoberto é um atacante, e Leandro, só um meia esforçado. O São Paulo não tem um meia habilidoso, mas possui o melhor cruzador do campeonato (Jorge Wagner). Isso costuma ser mais eficiente, desde que não se confunda jogador habilidoso com craque.

Gosto mais do estilo ofensivo, porém sei da importância de se ter um ótimo sistema defensivo. Sou um romântico com os pés no chão.

Se eu fosse treinador, também pensaria primeiro na vitória. As grandes equipes da história, que ganhavam e jogavam bonito, entravam em campo para vencer. O show era conseqüência.

Não é preciso jogar feio para vencer. O São Paulo não joga feio. O que falta é mais talento individual do meio para frente.

Defender bem é apenas uma virtude técnica ou é também arte?

tostao.folha@uol.com.br

.

Marcadores: