Um Olhar Crônico Esportivo

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terça-feira, setembro 04, 2007

Setembrinas marketeiras


Samsung & Corinthians...

... juntos por mais dezoito meses, até dezembro de 2008 (o novo contrato retroage sessenta dias).

O novo acordo foi fixado no “valor total” – como diz a Samsung em seu comunicado - de 9 milhões de dólares, ou seja, 500.000 dólares por mês, um valor que seria baixo em condições normais para um time como o Corinthians, dono de grande torcida e, portanto, audiência. Todavia, com a derrocada do time nos últimos meses, os índices de audiência caíram e a exposição da marca acompanhou-os, naturalmente. Além disso, a barafunda policial envolvendo o clube e a MSI acabou trazendo uma carga negativa muito grande para o nome Corinthians, nessa fase.

Diante disso, confesso que fiquei até um pouco surpreso com o valor de 6 milhões de dólares por ano, que, se é baixo para o potencial do clube, é alto para o momento que atravessa. Nesse momento, tudo que a Samsung quer é um bom ano de 2008 para fazer valer seu investimento e, possivelmente, renovar para 2010 com promessas ainda melhores.

Esse valor é, basicamente, igual ao que recebe o Flamengo da Petrobrás, e o dobro do que a Liquigás paga ao Botafogo. Para efeito comparativo, o contrato LG/São Paulo é de 16 milhões de reais em 2007, equivalentes a 8 milhões de dólares, ou cerca de 1,6 milhão de reais por mês. LG e São Paulo viveram momentos de turbulência no segundo trimestre e uma parte da direção do São Paulo fez pressão para romper o acordo. Segundo circulou, a Emirates e a Siemens estavam interessadas em assumir o lugar da LG na camisa tricolor. No caso da Emirates o comentário é que o acordo incluiria o Estádio do Morumbi, que seria transformado no Morumbi Emirates Stadium. Com o acerto entre as partes, continua válido o contrato até dezembro de 2008.

O segundo semestre do próximo ano já promete outra disputa emocionante (para quem gosta de marketing) entre São Paulo e Corinthians: a disputa pelo maior patrocínio.

C 13 e Globo

Há alguns dias comentei (no blog do Lédio) que Márcio Braga estava articulando no Clube dos 13 querendo a presidência, provavelmente para Kleber Leite, com um vice-presidente saído do São Paulo, talvez o Julio Casares (embora isso talvez não fosse visto com bons olhos pela Globo, atrevo-me a dizer, pois o Julio é diretor de marketing da Record). E na semana retrasada, em almoço oferecido pela Globo São Paulo em sua nova sede para os diretores de clubes e do C13, Eurico Miranda interrompeu o discurso de M Braga aos berros, criando um clima geral de constrangimento. Claramente, a guerra eleitoral está aberta e, como diz Juca Kfouri em seu blog, hoje, tem de um lado o Flamengo e o São Paulo, e de outro os demais times. Fica a dúvida, para variar, sobre o Corinthians, um clube ainda acéfalo e sem rumo. A tendência, porém, é que feche posição com o Rubronegro e o Tricolor.

E o que faz o C13?

A rigor? Nada. Apenas serve como intermediário nas negociações dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. É uma entidade que nasceu cheia de planos e caiu no lugar comum de nada fazer, ter diretores bem remunerados, e só. Deve ser bom, porque Fábio Koff, seu atual e meio eterno presidente, desde 1995, já disse inúmeras vezes que quer parar, mas... está em campanha por mais um mandato.

Será?

Pergunto-me se São Paulo e Flamengo realmente querem o controle do C13. Afinal, é o tipo de negócio que dá muita dor-de-cabeça. Koff está se articulando com Mustafá Contursi, ex-presidente do Palmeiras e claramente em oposição, até por motivos históricos, ao São Paulo. E também se aproxima de Eurico Miranda, presidente do Vasco e desafeto, para dizer o mínimo, de Márcio Braga e tudo que diga respeito ao Flamengo.

Desde que o Sevilla e depois o Real Madrid e o Barcelona passaram a negociar seus direitos de tv diretamente com as interessadas, essa possibilidade, estou certo, passa pelas cabeças de dirigentes dos três clubes que geram, hoje, maior audiência e retorno de mídia.

E a Globo?

Dizem que na Vênus Platinada há um grupo de diretores descontente com as audiências dominicais do futebol, que caíram de 30 pontos no começo da década, para uma média de 20, atualmente. Motivos para isso há, sem dúvida, como a evasão de craques e, principalmente, a crise em que vivem permanentemente os dois maiores clubes de massa.

O que gerou esse descontentamento, porém, foi menos a audiência e muito mais a perspectiva de pagar meio bilhão de reais pelos direitos do Brasileiro talvez já em 2008. Esse pulo dos atuais 300 milhões para 500, será provocado pelo assédio da Record aos clubes. É bom lembrar que, mesmo não tendo conquistado nenhum dos grandes campeonatos, a simples oferta feita a cada um deles provocou, para a Globo, uma brutal elevação de custos, puxada, principalmente, pelo Paulista. O grande foco da Record, entretanto, não está nos estaduais, e sim no Brasileiro, e apesar dos recentes boatos e verdades sobre demissões no seu quadro de esportes, ela não desistiu do futebol e vai voltar à carga.

Apesar das habituais demoras para que as coisas aconteçam por aqui, um novo quadro do futebol brasileiro está em gestação. No momento, só é visível no ultrassom, mas não demora muito e ele dará suas caras ao mundo.

Cara que, finalmente, poderemos ver.

E comentar se é bonita ou feia.

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2 Comments:

  • At 11:44 PM, Blogger Vinicius Grissi said…

    Ótimo post. E realmente pode esperar novidades para o futebol brasileiro em breve.

    As demissões da Rede Record, aconteceram porque foram contratados muitos profissionais quando a emissora adquiriu parte dos direitos de transmissão do Brasileiro, e como perdeu este ano para a Band, já era esperado uma redução da equipe.

    Mas os bispos querem e muito o Brasileirão 2008. Motivo? Mudança no horário dos jogos da TV para 20h30 e competição direta com o JN.

    É briga das boas...

     
  • At 5:25 AM, Anonymous Anônimo said…

    O contrato com a Petrobras é de R$ 1 milhão por mês e em 2008 deve ser majorado.

     

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