Um Olhar Crônico Esportivo

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sábado, maio 20, 2006

Lúcio no São Paulo


Muita gente estranhou essa troca, coisa até compreensível. Primeiro, é bom ver o seguinte: Roger estava com pouquíssimas chances de jogar, pois o ataque tem Ricardo Oliveira, Aloísio, Alex Dias, Thiago e Lima, além de Leandro. É um garoto novo e com potencial. Ficar parado, encostado, não lhe faria bem nenhum, tampouco ao clube. No Palmeiras, Lúcio, claramente, não tinha mais clima para jogar, devido à perseguição, literal, da torcida. É um caso típico de um bom jogador em má fase, para quem uma mudança de ares só fará bem.

E agora vem o pulo do gato: a renovação do contrato do Danilo anda meio complicada. Há interesse real do Kashima por ele, coisa difícil de superar, convenhamos. Junior, por outro lado, está pronto, está no ponto para jogar no meio de uma vez por todas. Só não fez isso assumidamente até agora por causa da Copa, pois ele ainda tinha esperanças de ser chamado (e deveria ter sido), por causa do Danilo, que é o dono da posição com todos os méritos, e porque não tínhamos um reserva de confiança à altura. Fabio Santos não deslanchou e Richarlyson é um meia que, ao que parece, não vai atuar na ala com a mesma desenvoltura que faz o Souza pela direita.

Com Lúcio no time isso muda de figura. Ele pode assumir a lateral-esquerda, passando Junior para o meio. E eu disse lateral-esquerda e não ala, pois Muricy, assim como Autuori e Leão, prefere jogar com dois zagueiros, dois laterais e dois meias. Com Lúcio e Lenilson isso ficará mais fácil. Não sei o que passa pela cabeça do Muricy ou do presidente, mas essa é a leitura que eu faço. É uma das leituras possíveis.

Aliás, o time do segundo semestre que eu enxergo hoje, com os fatos conhecidos hoje (não é que eu repeti o “hoje”, eu enfatizei o “hoje”, pois com a janela do pós-Copa para contratações, sabe-se lá o que poderá acontecer), seria: Rogério Ceni; Reasco, Fabão, André Dias e Lúcio; Mineiro, Josué, Lenilson e Junior; Ricardo Oliveira e Thiago (ou Aloísio ou Alex Dias).

Um time de respeito sem nenhum craque que desequilibra jogos, exceção feita a Rogério, que é craque, porém é goleiro. Um time equilibrado, com bons ou excelentes jogadores em todas as posições e um banco quase à altura do titular. Nesse time não enxergo Diego Lugano e Danilo, pois são grandes as possibilidades dos dois deixarem o Morumbi. E fica a incógnita para Ricardo Oliveira, que quer ficar até dezembro, mas depende do Betis, que o quer de volta em agosto. É aguardar para ver que bicho dá.

A verdade é que ficarei satisfeito com o retorno do 4-4-2, se isso realmente acontecer. Não se trata de renegar o sistema com três zagueiros, mas ter dois meias trabalhando a bola e participando do ataque é sempre mais interessante, até porque isso não impede a subida dos laterais, apenas pede que isso aconteça dentro de condições pouca coisa menos amplas do que se dá atualmente.



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