Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sábado, julho 12, 2008

Rolando no mundo da bola

Os gramados do Brasil...

Em Recife, o assim chamado gramado do Estádio dos Aflitos, do Náutico, tirou Miranda do jogo e do Campeonato Brasileiro por cerca de 30 dias, com uma entorse no joelho esquerdo. Felizmente, o jogador não precisará passar por cirurgia, mas é um desfalque de peso. Ao interceptar uma jogada, pisou num buraco e sofreu a torção.

Alguém já viu um jogo de vôlei ou de basquete ou de tênis ser disputado numa quadra esburacada?

Por que, então, cansamo-nos de ver jogos do esporte mais popular do Brasil e do mundo sendo disputados em terrenos cuja melhor designação é a palavra pasto?

Mas, em Guaratinguetá...

O Guará, disputando sua primeira competição nacional, o Brasileiro da Série C, está treinando e jogando na vizinha Taubaté. Motivo: o gramado no Ninho da Garça, como é conhecido seu estádio, está em processo de substituição de seu gramado.

O velho gramado – cujo estado não era dos piores, longe disso – está sendo cortado, arrancado e replantado em áreas diversas da cidade, numa ação que une economia, inteligência e a cobertura de áreas nuas, medida importante para garantir boa infiltração das águas da chuva e, também, para evitar uma parcelinha minúscula de aquecimento global.

Vale pelo exemplo e vários sentidos.

Sócio por 57 euros e 52 milhões de euros em TV

Associe-se por 57 euros.

É a promoção do FC Porto.

Pela módica quantia de 57 euros – pouco mais de 140 reais – o torcedor torna-se sócio efetivo do clube, com direito a adquirir em melhores condições os ingressos para os jogos da equipe pela Liga Portuguesa e pela Champions League.

A aquisição, ou associação, pode ser feita na loja FNAC, em postos Repsol, na loja do clube e pela internet. Bem fácil tornar-se sócio.

A Sport Business divulgou que o clube negociou seus direitos de televisão até a temporada 2013/2014 com a agência Olivedesportos Publicidade, Televisão e Media SA, pelo valor de 51,75 milhões de euros – equivalentes a 131 milhões de reais ao câmbio de hoje. O site oficial nada traz a respeito e a própria notícia da SB é vaga, pois não diz quando inicia o contrato. Se for já nessa temporada 2008/2009, isso dará um valor anual da ordem de 8,6 milhões de euros (22 milhões de reais), muito baixo, sem dúvida. Os jogos da Champions League estão fora desse valor. Esse valor equivale, grosso modo, ao que recebem os clubes do Grupo I do Clube dos 13 até esse ano.

Em tempo: a primeira e segunda camisola estão custando, cada uma, 175 reais, digo, 69 reais. Um pouco mais caras que as camisolas dos grandes brasileiros.

Que coisa, hein?

A próxima camisola que eu comprar por aqui, só usarei com um smoking – que ainda não tenho, mas mandarei fazer. Afinal, uma camiseta de 140 pilas requer um smoking, no mínimo, além da barba feita.

Comentando as “Camisas...” novamente

(Texto veiculado em 1º de julho.)

Ambrosio, e também o Anônimo, a princípio e por princípio, concordo em boa parte com as observações sobre o comportamento do Flamengo nesse caso, mas antes de emitir um juízo definitivo gostaria de conhecer mais pormenores sobre esse imbróglio. Digo isso porque as acusações são tão pesadas e até estranhas (para quem conhece a Nike), que fica difícil acreditar pura e simplesmente. Como a política da empresa é “no comments”, fica difícil uma avaliação mais precisa. Bom, digamos em bom português: fico sobre o muro. Mesmo em juízo creio que será complicado o clube provar, cabalmente, que foi prejudicado pela empresa. O que incomoda nesse caso é esse silêncio da Nike. Essa história dos uniformes comemorando o título antes do jogo final, bom, sinceramente, eu acho bobagem. Todo clube faz isso e, muito provavelmente, tivemos alguns lojistas apressadinhos, talvez sem responsabilidade da fornecedora de uniformes.

Anônimo, correlacionar São Paulo e Corinthians, e também o Flamengo, não chega a ser uma forçada de barra. As empresas trabalham com números mais frios e objetivos, ligados ao consumo e ao potencial de consumo de seus produtos. Partindo-se dessa premissa, os números entre os clubes, principalmente entre os dois primeiros citados, não apresentam diferenças dramáticas.

Estudos de mercado aos quais não temos acesso, com certeza mostram para a Nike o que a Reebok tem vendido e faturado, e a recíproca é verdadeira.

Fabio P., eu gosto do Alex Mineiro e do Pedrão Barueri...

Pô, mas daí a dizer que eles estariam na seleção se tivessem a mesma “badalação” que o Adriano... Acho que a distância é grande.

Adriano, bem ou mal, tem um histórico de Europa e Seleção que impõe respeito. Uma coisa é o Pedrão jogar bem contra as defesas da Série B e do Paulista, assim como o Alex Mineiro, nesse caso também contra defesas da Série A. Outra, bem diferente, é enfrentar as bem formadas defesas dos grandes europeus, principalmente os italianos, e se dar bem. Mas já estamos no território do “se”, onde tudo é possível.

Ainda o 6+5

Podem falar muitas coisas sobre Joseph Blatter, positivas e negativas, mas não se pode dizer que ele seja bobo ou ingênuo ou sem noção da realidade européia (não só da européia). Ninguém é presidente da FIFA impunemente e sem reunir grande dose de habilidades e qualidades diversas. Gostando ou não do homem e de sua atuação, uma coisa é mais que certa: ele não pode ser subestimado.

Isso deixa-me com uma pulga chata atrás da orelha: por que ele tanto insiste na sua proposta do 6+5? Apesar de todos dizerem que tal proposta não tem a menor chance de passar pelo crivo do parlamento europeu. Será, mesmo, que não há chance alguma? Ora, Blatter não é o tipo de sujeito que fica dando murro em ponta de faca, muito pelo contrário.

Por tudo isso, acredito que essa idéia, essa luta dele, está longe de estar morta.

Se aprovada, terá um grande impacto no futebol dos grandes exportadores, Brasil e Argentina, principalmente.

Esporte ‘verde’

Não estou falando do Palmeiras, Goiás e outros verdes.

Esse ‘verde’ tem a ver com sustentabilidade.

Apesar da postura americana, particularmente da administração G W Bush, de não dar bola para as iniciativas de redução da emissão de gases que provocam o aquecimento global, o grande esporte americano caminha em outra direção e apresenta hoje grandes e saudáveis números e iniciativas no sentido de trabalharem com menor dispêndio ou usando fontes renováveis de energia, além da preocupação com a destinação correta e a reciclagem do lixo produzido em seus espetáculos... Hummmm... Digo, produzido em seus jogos. Que não deixam de ser verdadeiros espetáculos.

Não há nada parecido na Europa, pelo menos no mesmo nível dos americanos. Desnecessário dizer que entre nós sequer passa pelas cabeças coroadas que dirigem nossos esportes algo parecido. Afinal, sequer temos o básico em termos ambientais, que são os gramados para a prática do esporte bretão que consagrou Marcos Senna.

Desde 1993, a NFL – National Football League – interessa-se por esse tema, quando lançou um programa de preservação ambiental. Há nada menos que 15 anos... Eis algo para se pensar. No último Superbowl, nada menos que 75% de todo o lixo gerado pelo evento diretamente, num total de impressionantes 700 toneladas de materiais diversos, foi reciclado evitando a produção e descarga na atmosfera de dezenas de toneladas de dióxido de carbono.

Os clubes também se preocupam com o assunto e o Philadelphia Eagles, por exemplo, além de programas bem sucedidos de reciclagem e combate ao desperdício, instalou painéis solares em parte de suas instalações e nas áreas de treinamento, gerando 16,1 kwh por ano, eliminando 12 toneladas de emissão de dióxido de carbono.

Christina Lurie, proprietária da equipe, diz que os painéis solares são apenas um dos elementos da estratégia ambiental da organização: “A campanha continua crescendo. Nós acreditamos que os painéis solares são um passo importante no caminho de “greening” (torná-lo sustentável) nosso time. Eles são uma lembrança permanente para nossos funcionários, jogadores, técnicos e visitantes que todos nós precisamos reduzir nossos custos ambientais.”

Exemplos e atividades na mesma linha multiplicam-se por times da MLB – Major League Baseball – e NHL – National Hockey League.

O atual presidente – por pouco tempo, felizmente – bem poderia mirar-se nesses exemplos para conduzir sua política (?) ambiental. Que Obama ou McCain se comportem de forma bem diferente.

Quanto a nós, bons gramados nos estádios já ajudariam a capturar um bocado de CO2 atmosférico. Já seria um bom começo, em vários sentidos.


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sexta-feira, julho 11, 2008

Um Bilhão de Dólares!

- Se eu te pegar na rua correndo atrás de bola você vai ver só o que é bom pra tosse!

- Pára já de ficar jogando e vai pra casa fazer a lição de casa!

- Pra casa! Já! E depois que você fizer o dever a gente vai ter uma conversinha.

Humpf...

Pois é, crescemos todos – eu, meus irmãos, primos, amigos, o Brasil inteiro dos anos 50, 60, 70, ouvindo essas frases que, o que tinham de aterradoras, tinham, sim, de verdadeiras. Obedecer pai e mãe (e os mais velhos todos) era sagrado. Naturalmente, desobecê-los era pecado. Mesmo assim, entre fazer os cacetíssimos deveres de casa passados pela escola e correr atrás de uma bola no asfalto ou na terra, a escolha era rápida e simples: íamos correr atrás de bola. Muitos de nós foram dormir incontáveis noites com as bundas doloridas das palmadas e, não poucas vezes, das cintadas ou mesmo de vara de marmelo. Terrível... Apesar de tudo, a vida não era nada ruim.

Mas nossos pais estavam errados. Não sobre as palmadas (sobre as cintadas,sim, sem dúvida, erradíssimos), mas sobre o correr atrás de bola.

Ronaldo?

Ronaldinho?

Beckham?

Cristiano Ronaldo?

Kaká?

Qual o quê!

Tudo fichinha, tudo “pobre” perto de quem vai se tornar o primeiro bilionário em dólar da história do esporte: Tiger Woods.

A revista Forbes, que entende um bocado dessas coisas, prevê que em 2010 o simpático golfista atingirá a inédita e extraordinária marca de 1 bilhão de dólares ganhos com a prática do esporte.

Um bilhão de dólares...

Ah, se eu tivesse corrido mais atrás de bolas diversas!

Bom, voltando ao bilionário Woods: a Forbes Magazine fez essa projeção a partir dos ganhos do golfista em 2007, no valor de 115 milhões de dólares. Para comparação, David Beckham, segundo esportista que mais ganhou dinheiro no ano passado, ganhou apenas 65 milhões de dólares. Realmente, o que se pode chamar de uma miséria, até porque dona Victoria gasta tanto que não dá para saber se esse din-din será suficiente.

Tiger Woods tem 32 anos de idade e já acumulou no decorrer de sua carreira 750 milhões de dólares.

Já fiz reserva numa escola de golfe para o neto que ainda não tenho.


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quinta-feira, julho 10, 2008

Notícias do 5º e do 1º mundo – aqui mesmo

(Esse post é uma transcrição do que foi publicado no Um Olhar Crônico; a segunda parte tem mais a ver com futebol, mas ele como um todo tem a ver com nossas vidas.)


Formado com 5 tiros

A realidade brasileira é cruel, mas é também irônica e só não é unicamente cômica porque ela é, acima de tudo, trágica.

Um dos dois policiais militares que atiraram e mataram o garoto João Roberto há alguns dias, na Tijuca, disparou 5 – cinco – tiros durante seu aprendizado. O curso tem a duração de oito meses, apenas, e, segundo alguns policiais, passa-se mais tempo marchando e estudando legislação do que em tarefas relacionadas ao trabalho policial propriamente dito.

Esqueçam tudo que se vê em filmes americanos. Nossa realidade é outra. Nada de disparar centenas de tiros em stands e em cenários simulados, para aprimorar a pontaria e os reflexos, diferenciando a velhinha de oitenta anos de bengala do traficante com um AK 47, não confundindo o garoto correndo atrás da bola com um ladrão de banco com uma 7.65 na mão correndo agachado. Esse tipo de coisa, entre nós, só mesmo nas telinhas dos filmes e séries americanos.

O policial brasileiro não sabe atirar. Não é só o governo carioca que não dá dinheiro para a compra de munição para treinamento. Isso é geral, de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí. Um soldado deveria passar dois anos em aprendizado antes de ir para as ruas, na opinião de especialistas. Oito meses, como o caso citado, é exatamente um terço desse período.

Tudo isso sem falar nos salários dos policiais.

Despreparados, no mínimo, os dois policiais dispararam 16 tiros contra o carro em que estava a família de João Roberto.

Quem é mais criminoso? Quem disparou os tiros ou quem manda para as ruas pessoas armadas e dotadas de autoridade sem que tenham a menor condição, seja prática, seja psicológica, de usar uma arma?

Nesse ponto, somos, ainda, 5º mundo.




Segurança de 1º Mundo

O padrão de segurança aceito internacionalmente nos metrôs é de 1,5 ocorrência policial para cada milhão de passageiros. O Metrô de São Paulo atingiu esse índice no primeiro semestre desse ano.

Essa conquista é fruto do trabalho que vem sendo desenvolvido pela operadora do metrô e autoridades policiais nos últimos dez anos. Em 1998 foram registradas 6.500 ocorrências policiais, equivalentes a 9,7 por milhão de passageiros. O ano de 2007 fechou com 1.600 registros, que corresponderam a um índice de 1,9. A continuidade e aprimoramento do trabalho levaram ao índice de 1,5 no primeiro semestre. É bom frisar que no decorrer desses dez anos o número de estações e passageiros aumentou bastante.

Hoje, o maior problema nessa área são os furtos e roubos, que respondem por 48% das ocorrências. Esse tipo de atividade é facilitada pelo grande afluxo de pessoas nas estações-chave: Sé, Barra Funda, Tatuapé, República e Paraíso. Essas cinco estações concentram 42% das ocorrências, deixando o restante para as demais 53 estações do sistema de transporte metropolitano.

Entre as grandes vitórias do pessoal encarregado, está a virtual eliminação de brigas entre torcedores adversários em dias de jogos na Capital. Dias antes de jogos considerados críticos, o pessoal do Metrô e da polícia organiza um verdadeiro “esquema de guerra”, que inclui, além do reforço no policiamento, o monitoramento de sites de relacionamento, como o Orkut, em busca de informações sobre pontos de encontro ou mesmo marcação de brigas. Até mesmo os trens são controlados para que não se encontrem numa estação colocando frente a frente os adversários.

A última ocorrência grave envolvendo torcidas em estações do metrô paulista ocorreu em 2005. O resultado desse trabalho preventivo é considerado tão bom que o exemplo será apresentado em congressos internacionais.

De vez em quando é bom ter alguma coisa boa para melhorar nosso humor e mostrar que com vontade, planejamento e trabalho sério pode-se conseguir melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Até mesmo na área de segurança, mostrando-nos que muitas coisas do 1º mundo não são apenas sonhos impossíveis.


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O fim dos cambistas?



(Viagens e nova falha no serviço Speedy, dessa vez afetando o meu sinal, deixaram-me “fora do ar” desde a noite da segunda-feira.À essa falha e talvez provocado por ela e pelas mexidas tentando recuperar o sinal, deu “pau” no meu micro, o que vai obrigar-me a formatá-lo, com sorte – muita sorte – amanhã, sexta-feira. Lamento e peço desculpas pelo atraso com que estou postando esse texto, sem ter tido condições de conferir mais informações a respeito.)



O fim dos cambistas?

Quem sabe? É o que se pode esperar, pelo menos, a partir das palavras do Walter, o W da BWA, empresa que produz os ingressos de boa parte dos grandes clubes brasileiros, além de treinar funcionários e criar sistemas de comercialização de ingressos para vários desses clubes.

Walter falou ao jornalista Ricardo Perrone, editor do Blog do Rica Perrone, na última segunda-feira, em entrevista gravada com 52 minutos de duração (disponível no You Tube ou para download, com links no blog), e o tema principal foi sua resposta às acusações de fraude e falsificação de ingressos de que sua empresa foi vítima nos últimos dias, no Paraná. Na primeira parte, ele responde às acusações de maneira extremamente objetiva e passando, ao menos para mim, forte impressão de estar dizendo a verdade e ser inocente das acusações de que foi vítima. Como esse assunto ainda está em desenvolvimento, não vou aprofundar a respeito. A esse respeito, a empresa publicou nota oficial.

Na verdade, achei mais interessante quando ele disse ao Perrone, que o questionara sobre os rotineiros e estúpidos problemas que os torcedores têm para comprar ingressos, que em 30 dias a CEF – Caixa Econômica Federal – e a BWA, Ingresso Fácil e os clubes assinarão um acordo que permitirá às 9.000 casas lotéricas credenciadas pela Caixa e espalhadas por todo o Brasil, vender ingressos para os jogos de futebol. Além das lotéricas, também as agências da Caixa (e de outros bancos também) passarão a vender os ingressos aos torcedores. A implantação desse esquema começará pelo Rio de Janeiro, vindo em seguida para São Paulo, antes de atingir todo o país. Efetivamente implantado, será um golpe profundo na atividade dos cambistas, particularmente nos piores e mais daninhos de todos, justamente os que atuam em esquemas armados por pessoas dos próprios clubes.

Mas o coup de grâce, o tiro de misericórdia, mesmo, deverá ser a criação de um cartão de entretenimento, que vai, simplesmente, acabar com a existência física do ingresso. De posse desse cartão, o torcedor irá ao jogo que quiser sem necessidade de ter o ingresso físico. Além dessas medidas, hoje já é possível vender ingresso com o nome e identificação do comprador, entre outras formas capazes de, num primeiro momento, reduzir drasticamente a ação dos cambistas, como, também, garantir que meias-entradas sejam compradas e usadas somente por estudantes devidamente identificados (bom, esse “devidamente identificados” é outro abacaxi, como bem sabemos...). Claro, para tudo isso há que ter o apoio firme e vontade política dos clubes, caso contrário nada sai do papel.

Muitos outros fatores complicam a venda de ingressos no Brasil. Perguntado sobre o porquê de não haver venda de ingressos à noite em outros postos que não os estádios em dias de jogos noturnos, Walter disse que isso se deve a motivos de segurança e seguro. A BWA e a Ingresso Fácil não gostam e não querem ficar com o dinheiro dos ingressos já vendidos nos pontos de venda, e por isso tem sob contrato uma empresa de transporte de valores com carros-forte, que coletam o dinheiro do movimento do dia em cada local. Entretanto, esses veículos circulam somente até as 19:00 horas, que passa a ser, portanto, o horário-limite para o funcionamento dos guichês e outros pontos de venda. Essa limitação de horário de circulação existe em função de medidas de segurança, endossadas pelas companhias de seguro.

A venda nos shopping centers, onde a segurança é sensivelmente maior, empaca na determinação dos próprios shoppings em não permitir essa comercialização em suas instalações. O motivo é que os administradores não querem correr o risco de filas e tumultos em épocas de grandes jogos, o que, infelizmente, costuma ser verdadeiro.


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segunda-feira, julho 07, 2008

Corinthians capitula e assina acordo com TV


Nada de novo no front, pelo menos para quem lê este Olhar Crônico Esportivo.

Uma breve recordação do post de 5 de junho:

Uma vista d’olhos sobre o Corinthians

Comenta-se que o Corinthians, que durante alguns meses hesitou em aliar-se ao Flamengo e São Paulo no Clube dos 13, pode abandonar a oposição e fechar com os demais clubes pela aprovação do contrato tal como proposto pela Globo.
Na avaliação desse blog isso não é impossível, nem mesmo improvável.

Convém lembrar que Andrés Sanches tem ido e vindo em vários pontos, jogando muito mais taticamente, visando a sobrevivência no curto prazo, do que estrategicamente, pensando no crescimento e sustentabilidade a médio e longo prazos.

E o curto prazo do Sport Club Corinthians Paulista tem nomes (como o Lyon, o maior credor) e valor: 40 milhões de reais que precisarão ser pagos, chova ou faça sol, nos próximos 90 ou 120 dias.

Não há caixa para isso no Parque São Jorge.

A menos que Lulinha e Dentinho sejam negociados na janela de verão, possibilidade remota para o primeiro.

Claro que isso seria um balde d’água fria no ânimo da torcida, que vem fazendo sua parte com brilhantismo na recuperação do clube, mas, as velhas e famosas “razões de estado” sobrepor-se-iam às razões do coração e do esporte.

Outra possibilidade que esse Olhar Crônico Esportivo levanta: o Corinthians já recebeu e gastou toda a verba de 2008 a que tinha direito receber do Clube dos 13 – dez e meio milhões de reais.

Com o seu mais que provável retorno à Série A em 2009, teria direito a uma cota total superior a trinta milhões de reais.
Não é praxe da Globo adiantar valores do ano seguinte antes de dezembro, mas eu não ficaria nem um pouco surpreso se isso acontecesse em, digamos, outubro.
Talvez não a totalidade do contrato, mas – por que não? – uns vinte milhões, pelo menos, é algo muito possível. Para conseguir essa benesse, o clube, com certeza, não poderia estar fazendo oposição ao acordo.
É esperar para ver.”



Agora, depois de esperar para ver, leiam a transcrição de nota publicada pela coluna Painel, na Folha de S.Paulo de hoje:

A favorita

Por telefone, Márcio Braga quis saber por que Andres Sanchez assinou contrato com a Globo sozinho, quebrando o pacto de tomar a decisão junto com Flamengo e São Paulo. O corintiano respondeu que estava "sufocado". Precisava de dinheiro na mão, inclusive para não atrasar salários. Apesar de o compromisso ser para os Brasileiros de 2009 a 2011, já ficou acertada agora a liberação de uma quantia para o clube do Parque São Jorge. Irritados no início, Braga e o são-paulino Juvenal Juvêncio se conformaram.”

Os negritos no texto são desse blogueiro.

Como disse, nenhuma novidade nisso tudo.

Se Juvenal e Márcio Braga lessem este Olhar Crônico Esportivo não teriam depositado grandes esperanças na companhia do Sport Club Corinthians Paulista.

:o)

Não que Andrés Sanches tenha errado, pelo contrário.

Fez o que precisava fazer.

Para quem está se afogando, todo gole de ar é importante para se manter vivo.


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