Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sexta-feira, julho 14, 2006

Aqui no Brasil e lá na Itália


Há alguns anos, uma trama envolvendo o suborno de juizes foi desmascarada. Os dirigentes envolvidos foram desmascarados.

Nenhum foi preso. Apenas um afastou-se do mundo do futebol.

Os dois maiores envolvidos dirigem dois clubes brasileiros que estão na 1ª divisão de nosso futebol: o Clube Atlético Paranaense e o Sport Club Corinthians Paulista.

... ... ...

Itália, 14 de julho de 2006.

Juventus, Lazio e Fiorentina são rebaixados para a 2ª Divisão. Além disso, perdem 30, 7 e 12 pontos, de saída. O Milan permanece na 1ª Divisão, mas perde 15 pontos.

Todos já acompanharam tudo pelos jornais e internet, não vou repetir os motivos que levaram a isso.

Só estou escrevendo para ressaltar as diferenças entre lá e cá.

... ... ...

Abaixo está uma lista de jogadores dos times rebaixados que deverão mudar de ares, e seus possíveis destinos. A lista é do blog Futbol de Hoy, do Martí Perarnau, mais um excelente blog espanhol sobre esse esporte que amamos.

- Buffon: Inter
- Zambrotta: Milan, Madrid, Barça
- Cannavaro: Milan, Napoli
- Thuram: Barça
- Emerson: Madrid, Manchester
- Vieira: Manchester, Inter, Milan, Barça
- Nedved: Monaco o retirada
- Del Piero: Juve
- Trezeguet: Roma, Milan, Inter
- Ibrahimovic: ¿ ?
- Mutu: Fiorentina
- Frey: Milan
- Pasqual: Milan
- Luca Toni: Inter
- Bojinov: Juve
- Oddo: Milan
- Rocchi: Roma

Ah, sim, eu tenho cá comigo que o Milan perderá jogadores. Até porque, com muita sorte, muita competência, volta à Champions League em 2007/2008. Ou, o que é bom possível, só em 2008/2009.

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A vida normal

Ela voltou, a doce e gostosa vida rotina, a boa vida normal de todo dia. Muitos reclamam da rotina, mas sábios são os animais, que adoram a rotina e ficam estressados com qualquer alteração em suas vidas metódicas e bem ordenadas.

E acabou a 11ª rodada do Campeonato Brasileiro (BR). Ou, a 1ª rodada do reinício do BR. Como foi? O que mudou?

Antes da parada para a Copa, havia um bloco de 5 líderes: Cruzeiro, Internacional, São Paulo, Fluminense e Santos. Os dois primeiros com 21 pontos, o São Paulo com 20, o Flu com 19 e o Santos com 18. Apenas 3 pontos separavam o 5º do 1º. Terminada essa rodada, o bloco dos líderes subiu ganhou 3 pontos para cada membro, exceto o 5º, que agora é o Paraná e tem 18 pontos, ou seja, está a 4 pontos do 4º colocado e a 6 pontos do 1º. Esse bloco que tinha 5 equipes agora só tem 4.

Na parte de baixo da tabela, a tenebrosa zona do rebaixamento, era ocupada pelas mesmas 4 equipes: Fortaleza, Corinthians, Palmeiras e Santa Cruz. Dessas, o Santa Cruz ganhou ontem pela primeira vez, mas segue na última colocação, essa vitória veio tarde e, sinceramente, não creio que o time tenha elenco para se manter na 1ª divisão. Ao contrário do Palmeiras, que venceu muito bem o Vasco, jogando com determinação e vontade. O elenco é bom e eu acredito que o time saia dessas posições e permaneça na 1ª divisão. O Corinthians segue caótico. Tevez só volta da Argentina na próxima semana. Ricardinho e Mascherano, fazendo um “esforço” muito grande, devem jogar domingo contra o Palmeiras. Será um jogo terrível. O Corinthians continua desorganizado taticamente, desequilibrado, com jogadores ausentes, outros que adoecem repentinamente, outros que parecem não se esforçar e jogar, pelo menos, com vontade. Tudo muito estranho no reino de Kia/Dualib e de Merlin Berezovsky. É claro que esse time não será rebaixado para a 2ª divisão, mas é claro, também, que precisa começar a jogar um pouco de bola. E, finalmente, o Fortaleza, que não acredito vá conseguir se manter no topo do futebol brasileiro.

Se eu acredito que Palmeiras e Corinthians saem do sufoco do rebaixamento, quem entra? Difícil, mas vou arriscar alguns candidatos: Grêmio, Atlético Paranaense, Ponte Preta, São Caetano, Botafogo e ainda Vasco, Flamengo e Juventude. Claro que isso é uma mera listagem de possibilidades e nada disso pode vir a ocorrer, até porque falamos de futebol. Mas... .

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quinta-feira, julho 13, 2006


Outros blogs

Meus parabéns ao blogueiro Salanova, pelo blog e pelas entrevistas. Gostei muito, e vou colocar um link para seu blog – "el italiano" fútbol total – aqui ao lado, assim como já existe para o blog do Csai, o Lluvia Blaugrana. Dêem um clique e descubram coisas interessantes sobre o futebol e, principalmente, descubram pessoas muito interessantes, que amam o futebol como nós amamos.

Um sonho - a Liga Mundial

A Iara, amiga blogueira do estado de Tocantins, no coração do Brasil, fez um comentário interessante sobre uma possível Liga que fosse Mundial, e não só européia ou americana.

Confesso que é uma idéia tão fascinante que já passou por minha cabeça também, mas que optei por esquecer. Sim, fiz isso.


Por que?


Porque creio que é muito cedo ainda. Mas acredito que, futuramente, as próprias forças de mercado e a globalização do futebol vão conduzir a isto: uma Liga Mundial.

Todavia, antes disso, o mundo precisaria ter as disputas dentro de um calendário único.

As arbitragens precisariam ser mais homogêneas, sem as discrepâncias que vemos hoje entre o modo de apitar de um juiz europeu e um outro sul-americano.

As confederações nacionais precisariam conter seu apetite cada vez maior por mais e mais jogos de suas seleções, prejudicando os clubes.


E o grande problema seguiria sendo o tempo. Ao menos por enquanto não faz sentido um time voar de São Paulo para Berlim para disputar um jogo, e outro time fazer Madrid/Buenos Aires, por exemplo. E um time voar do Japão para o Rio ou da Cidade do México para Seul. Portanto, o ideal seria uma sede única para todos os jogos a cada ano. E uma agenda livre com pelo menos 18 a 20 dias. Difícil... Muito difícil, infelizmente, mas esse dia chegará, se não dessa forma, de uma outra qualquer.


No momento, por conta das pressões somadas de custo e ambiente, as grandes companhias engavetaram seus projetos supersônicos para transporte de massa. Inevitavelmente, porém, eles irão sair dos arquivos e ganhar os céus. Nesse dia, um Mundial de Clubes com jogos ida-e-volta entre todos começará a ficar mais viável.


Será que sonhei demais?


:o)


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6 razões (certas) para odia a seleção


A matéria a seguir é uma transcrição da revista “Veja” dessa semana.

“Veja” é a maior e mais importante revista brasileira e, ao lado dos jornais “O Estado de S.Paulo”, “Folha de São Paulo” e “O Globo”, a mais importante publicação brasileira.

Essa matéria sintetiza muito bem o porquê do desastre, e eu concordo em tudo com ela. Vale frisar que os repórteres tiveram acesso a informações de bastidores bastante interessantes.


6 razões (certas)
para odiar a seleção

Na hora da derrota, exageros

e injustiças são comuns. Mas
Parreira e seu time de fato
cometeram erros, que trazem
lições úteis para 2010


Carlos Maranhão e André Fontenelle
DE FRANKFURT

Tão tradicional quanto o desfile em carro de bombeiros que celebra cada Copa do Mundo conquistada pelo Brasil é a caça às bruxas que se sucede às derrotas. No calor dos acontecimentos, cometem-se injustiças. Culpar uma única pessoa, como se tentou fazer com o lateral Roberto Carlos ou o técnico Carlos Alberto Parreira, é minimizar a responsabilidade coletiva no fiasco. Recriminar Ronaldinho Gaúcho porque foi a uma boate na noite seguinte, Ronaldo pelas suas férias em Nova York ou Adriano por ter comprado um carro de luxo é secundário. Jogadores que perdem a Copa não precisam recolher-se a mosteiros para expiar a culpa. Isso não quer dizer que não haja lições a tirar dos erros realmente cometidos. Foram muitos. Nem todos influíram diretamente no resultado. E é preciso reconhecer o mérito dos adversários. Mas há razões certas para o torcedor odiar a seleção .

1. Faltou humildade
Por mais que, da boca para fora, os jogadores advertissem para o risco do excesso de confiança, o time foi contaminado pelo otimismo. "Não queremos dar exibição de gala nos primeiros jogos", dizia Parreira, traindo a convicção de que o show viria a partir das quartas-de-final. Roberto Carlos, o bode expiatório maior por sua postura imóvel (e curvada) no lance do gol francês, alegou que não se moveu para deixar impedidos os atacantes adversários. Em seu favor, pode-se lembrar que apenas três minutos antes, em jogada bem parecida, Henry estufara a rede de Dida, mas foi marcado impedimento. Na verdade, não foi só pelo lance do gol que a torcida elegeu Roberto Carlos como culpado número 1. Além de uma Copa decepcionante, em que apareceu poucas vezes (e mal) no ataque, o lateral do Real Madrid paga o preço por sua atitude altaneira, que beirou a arrogância.

2. Faltou garra
No intervalo do jogo contra a França, o silêncio no vestiário foi assustador. Com a partida ainda empatada, embora fosse evidente a vantagem psicológica do adversário, o clima entre os brasileiros era de apatia. "O time amarelou", diz um dos membros da comissão técnica. A "amarelada" não se aplica a todos os jogadores. Em campo, a defesa portou-se bem. No meio-campo, Gilberto Silva e Zé Roberto, mesmo sem brilhar, não comprometeram. Ronaldo, nos minutos finais, esforçou-se para tentar o gol de empate. A acusação parece se dirigir aos dois criadores de jogadas da seleção, Kaká e Ronaldinho Gaúcho. Kaká não pode ser acusado de falta de empenho. O problema é que, depois da boa estréia contra a Croácia, nada mais deu certo para ele. Seu olhar, procurando no telão do estádio o tempo que faltava, denunciava a impotência diante de um resultado que ele não conseguia reverter. Ronaldinho, pela expectativa que se criou, foi a grande decepção do Mundial. Jogo após jogo se aguardava o momento em que ele confirmaria em campo o título de o melhor jogador do mundo. Esse momento nunca veio. Pior: o craque do Barcelona jamais deu sinais de se inquietar. Na concentração da seleção, passava o dia jogando videogame e comandando batucadas, como se a Copa do Mundo fosse uma colônia de férias.

Para ele e para outros, faltou o que o ex-jogador e técnico argentino Daniel Passarella chama de "fome de glória", ou seja, uma vontade enorme de buscar a consagração. Não se duvida que jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo quisessem ganhar mais uma taça. A questão é que perdê-la não chegou a ser uma tragédia pessoal. Se pararem agora, continuarão sendo celebridades por algum tempo e milionários pelo resto da vida.

3. Faltou um líder
Parreira deixou de aplicar algumas das lições que oferece aos interessados em suas palestras motivacionais. Uma delas é que todo grupo precisa de um líder. A seleção de 2006 não tinha nenhum. Por causa disso, num elenco já dividido entre evangélicos e pagodeiros, os veteranos que não queriam sair do time, como Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, e os novatos que queriam entrar, caso de Juninho Pernambucano, Robinho e Cicinho, formavam dois partidos opostos. Quando questionado a respeito, o técnico afirmava que a liderança estava distribuída entre vários jogadores. Bobagem. Cafu era capitão desde 2002, quando uma lesão tirou Emerson da Copa, pelo critério de antiguidade. Faltavam-lhe autoridade e carisma. Dentro de campo, com o time perdendo por 1 a 0, não havia um jogador com a voz de comando de Didi em 1958 ou de Dunga em 1994. Um dos motivos desse vazio de liderança é que a maioria dos jogadores vive num casulo próprio. Cercados no exterior de parentes e apaniguados a quem sustentam, têm assessores e empresários que os superprotegem enquanto cuidam de contratos, aparições públicas e entrevistas. Nos hotéis alemães, cada um se isolava em seu quarto. Falavam pelo celular o dia inteiro com namoradas, mulheres e amigos. Só se reuniam no ônibus, nos treinos, nas batucadas ou nas sessões de leitura da Bíblia.

O próprio Parreira não soube mandar na hora certa. Confiou demais nas virtudes dos craques. "Eles têm um poder de decisão excepcional", dizia. Não foi visto ralhando com os jogadores, corrigindo detalhes nos treinos, pedindo raça a Ronaldinho Gaúcho. Apesar de falante e de não se cansar de atender jornalistas, nunca abriu a guarda para ouvir conselhos e críticas de pessoas próximas. Conta uma delas: "Eu tentei, mas ele ficou na defensiva e jamais me deu uma brecha. Infelizmente, ninguém teve coragem ou oportunidade de mandá-lo dar um soco na mesa".

4. Faltou concentração
Antes da derrota, Parreira falou para alguns jogadores: "Hoje ninguém é amigo, vamos esquecer o Real Madrid, o Milan, o Barcelona e só pensar na seleção". Suas palavras se perderam no ar abafado do verão alemão. No túnel que dá acesso ao gramado, vários brasileiros trocaram cumprimentos e abraços com os franceses, como se fossem disputar um amistoso beneficente. Ao final do primeiro tempo, Robinho correu que nem uma tiete para pedir a camisa de Zidane. Ser cordial com o adversário é saudável, mas essas cenas transmitiram falta de foco. "Um jogador que faz isso numa Copa do Mundo está totalmente desconcentrado", afirma o preparador físico Nuno Cobra, autor do best-seller A Semente da Vitória, sobre a importância do preparo emocional para um atleta. Essa camaradagem aconteceu durante a Copa inteira. Antes do jogo entre Inglaterra e Equador, Roberto Carlos mandou um torpedo pelo celular para David Beckham, seu chapa no Real Madrid, pedindo que ele marcasse um gol de falta. Foi atendido. Pena que o lateral não tenha feito o mesmo com Ronaldinho Gaúcho, que chutou para fora sua cobrança a dois minutos do fim do jogo contra a França.

5. Faltou treinamento
Antes da Copa, pela vontade de Parreira, a CBF marcou apenas um amistoso sério – e ainda assim contra a Nova Zelândia, 118ª colocada no ranking da Fifa. Nesse mesmo período, a França se preparou enfrentando times fortes, como México (4º no ranking) e Dinamarca (11ª). "Enquanto os outros estão jogando, nós estamos treinando", considerava Parreira. "É uma opção planejada." Depois, incluiu a falta de jogos no rol das razões da derrota. Os treinos da seleção em geral eram animados bate-bolas em metade do campo, com os jogadores fora das posições habituais. "Esses treinos reforçam os fundamentos do futebol, atacar e defender", acreditava Parreira. Em campo, não foi o que se viu: os jogadores estavam desentrosados.

6. Faltou previsão
Parreira ainda seria pego de surpresa por alguns contratempos, que não chegaram a ser decisivos na derrota, mas foram uma fonte de inquietação a mais. O peso de Ronaldo foi um deles. Ele chegou à Suíça se recuperando de uma lesão na coxa direita. O que o técnico não sabia é que, além disso, o jogador estava com 94 quilos, 7 além do aceitável. Quinze dias antes da apresentação, ele mandou um recado para Ronaldo se cuidar. A mensagem entrou por um ouvido e saiu pelo outro. O Fenômeno chegou à seleção exibindo o que um dos membros da delegação chamou de "pescoço de Mike Tyson". Como se trata de um artilheiro excepcional, mesmo assim fez os três gols que o tornaram recordista absoluto da história das Copas.

Um imprevisto com que Parreira também não contava foram os problemas de saúde de Zagallo. Mais magro do que em seus tempos de jogador, devido a uma complicada cirurgia no aparelho gástrico no ano passado, o coordenador técnico de 74 anos foi pouco mais que um talismã na Copa – e uma permanente preocupação para a comissão técnica. Um dos médicos receitou-lhe um antidepressivo nos primeiros dias na Europa. Sem apetite, chegou a se alimentar apenas de sorvete. No dia da eliminação, acompanhou Parreira na sala de entrevistas. Entrou mudo e saiu calado, com lágrimas nos olhos. Mas, ao contrário de alguns, pelo menos foi sincero na hora de mostrar em público sua consternação.

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quarta-feira, julho 12, 2006

Quem é o Melhor do Mundo?


É voz corrente no Brasil e na Europa: o melhor time do mundo é o Barcelona.

O Barça de Ronaldinho Gaúcho, Eto’o, Deco, Edmilson, Belletti e outros mais. Na final da Champions torci por ele e vibrei com o gol de Belletti, um jogador de quem sempre gostei no São Paulo, assim como Edmilson.

Mas...

Mas que diabos, será mesmo justo chamar ao Barcelona “melhor time do mundo” sem que isso seja disputado em campo?

Nesse ano torço por mais uma conquista da Libertadores não só pelo título em si, mas também pela possibilidade de enfrentar o Barcelona no jogo final do Mundial de Clubes, dia 17 de dezembro.

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Aos jogos, aos jogos!


A Copa acabou, a Itália venceu, é campeã do mundo pela 4ª vez. Com justiça.

E voltamos aos nossos campeonatos, o Brasileiro (que abrevio para BR) e, para o São Paulo e Internacional, a Libertadores de América. Vasco e Flamengo decidem a Copa do Brasil, e o vencedor ganha o direito de disputar a Libertadores em 2007.

Tomei gosto por esse blog, que criei como mera linha auxiliar ao Um Olhar Crônico, mas que cresceu, ganhou vida e agora, como fazem os “treineiros” tupiniquins, vamu qui vamu.


O São Paulo

A grande novidade é que o time, depois de alguns anos no 3-5-2, voltará a jogar com dois zagueiros e dois meias, no 4-4-2, formando as famosas, e às vezes burras, duas linhas de 4.

Amanhã teremos o Grêmio pela frente, um time há 6 jogos sem perder. Será um jogo interessante, pois Leandro e Danilo jogarão juntos, criando e armando para Thiago e Ricardo Oliveira. Na prática, teremos outros dois meias em campo: Souza e Junior, pela direita e pela esquerda. Com certeza, Muricy vai deixar somente um deles descer, como é praxe, como é de regra. É daí, portanto, da quebra das regras, da surpresa, que poderão nascer boas jogadas. Todavia, é muito cedo para falar alguma coisa sem ser especulação.

Vamos aos jogos, senhores!


Os outros times

São muitos, não dá para falar.

Contudo, teremos a partir dessa 4ª-feira, um novo campeonato em teoria. Os times pararam, deram férias a seus jogadores, treinaram, se prepararam para esse retorno. É como se tudo começasse agora, mas os 4 líderes – Cruzeiro, Internacional, São Paulo e Fluminense – já têm 21, 21, 20 e 19 pontos ganhos; e os 4 últimos colocados, os “lanternas”, na zona de rebaixamento para a série B, têm 10, 9, 4 e 3 pontos ganhos – são o Fortaleza, Corinthians, Palmeiras e Santa Cruz.

Tenho certeza que Corinthians sairá dessa situação e, caso Geninho consiga entrosar, unir e motivar o time, ainda é capaz de alcançar os ponteiros. O Palmeiras tem nome, tradição e um elenco de razoável para bom, mas terá muitas dificuldades para escapar ao rebaixamento para a série B, de onde voltou há tão pouco tempo.

Enfim, aos jogos, aos jogos!

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segunda-feira, julho 10, 2006

Foi justa?


É mesmo, esqueci de falar da vitória italiana

Foi justa?

Sim, foi justa. A Itália jogou bem, sua defesa foi excelente e, surpreendentemente, o time não ficou preso ao catenaccio de forma total e radical. Marcelo Lippi surpreendeu e armou um time forte e seguro atrás, mas veloz e ofensivo.

Em minha opinião, o melhor jogador da Copa foi Pirlo.

Zidane? Seu grande jogo, uma vez mais, foi contra o Brasil, seu momento de maior brilho. E, na final, seu momento mais triste, a cabeçada em Materazzi. Apesar disso, ele foi o eleito como Melhor Jogador do Mundial.

Um pouco injusto.

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Foi boa?

Sim, foi boa.

Mas como pode ter sido boa? Todo mundo está gritando que foi uma péssima Copa, o nível técnico foi baixo, a média de gols por partida só foi superior à da Copa de 90...

É, a média de gols foi baixa mesmo. Em parte porque ataques tidos como poderosos fracassaram. Em especial o ataque do Brasil. Mas eu não diria que o nível técnico da Copa foi baixo.

Essa copa teve, a rigor, uma só goleada, perpetrada por um dos Campeões contra um time que era tido e havido antes da Copa como bom, um bom representante do futebol europeu – foi a vitória da Argentina contra a Sérvia e Montenegro. Tivemos alguns outros resultados com 4 gols, e, mesmo esses, não tiveram como vítimas apenas países não-tradicionais. E alguns deles foram frutos de situações atípicas, como a vitória da Espanha sobre a Ucrânia por 4x0.

E por que teria acontecido isso, essa baixa média de gols por jogo?

Há várias respostas, mas vou fixar-me naquela que, a meu ver, foi a mais importante e significativa: o futebol evoluiu em todo o mundo.

A frase já velha e batida de boleiros dizendo que “não existem mais bobos no futebol”, é verdadeira. Basta ver, por exemplo, o caso da Venezuela aqui na América do Sul. E foi essa evolução dos países não-tradicionais que levou a um menor número de gols em 2006.

Porque, como é natural, esses países evoluem a partir de sistemas fortemente defensivos, já que é mais fácil defender do que atacar, na visão geral. E é mesmo, uma defesa para ser mais ou menos não precisa de Cannavaros, mas um ataque para ser mais ou menos precisa muito mais do que dois postes nas proximidades da área adversária.

Fomos, os brasileiros, abençoados por um conjunto de fatores que nos levaram a produzir grande quantidade de grandes jogadores. Graças a Pelé, Garrincha, Leônidas, Zizinho e outros, habituamo-nos ao gol como algo simples e natural.

Mas não é bem assim na vida real. O gol é conquista árdua, é objetivo difícil, principalmente quando há correlação de forças. O futebol para ser mágico, apaixonante e o principal esporte do planeta, não precisa de gols em profusão e banalizados, precisa de disputa árdua. Quanto mais difícil a vitória, mais ela é celebrada. E quanto mais fácil, mais rapidamente é esquecida.

Então, sim, tivemos poucos gols, mas não porque os ataques falharam, (o único caso foi o da seleção de um país muito grande e muito bobo), e sim porque deixamos de ter aqueles times inexpressivos que não sabiam jogar futebol, tremiam e perdiam por goleada.

Essa época acabou. Graças ao trabalho da FIFA e à globalização, o futebol evoluiu em toda parte. Hoje, jogar contra Austrália, Costa Rica, Venezuela, Arábia, Coréia, Japão e muitos outros países, inclusive muitos africanos, pode ser difícil. Muitos deles armam bons esquemas defensivos, que dificultam a penetração na área e a troca de passes e a preparação das jogadas no meio-campo e na intermediária.

E com outro fator importante: muitos jogadores desses países emergentes no futebol, já jogam na Europa por times de primeira divisão da Espanha, França, Portugal, Itália, Alemanha, Inglaterra... E eles transmitem parte de sua experiência para os companheiros e para os novos jogadores.

Dotados de bom preparo físico – novamente, aqui, o dedo da FIFA – seus jogadores correm bastante e marcam os adversários mais em cima, conseguem reduzir os espaços para os adversários. E partem velozmente em contra-ataques. Ainda não sabem fazer isso direito, mas vão aprender, estão aprendendo. Essa Copa continuou nos mostrando alguns exemplos. Em 2010, na África do Sul, as grandes potências futebolísticas encontrarão dificuldades ainda maiores.

Por isso, foi, sim, uma boa Copa do Mundo. Talvez não bonita, mas foi boa, foi tecnicamente boa.

E agora, de volta ao Campeonato Brasileiro e à Libertadores.

De volta ao sonho de voltar ao Japão em dezembro e conquistar o 4º título, uma vez mais em cima do Barcelona.

De volta à vida real. Copa, agora, só em 2010.

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