Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

<

sexta-feira, julho 06, 2007

Receita dos Clubes em 2006 - II

E essa é a matéria publicada no Estado de S.Paulo:

São Paulo, campeão de receita em 2006

Tricolor desbanca Santos em arrecadação. Inter é o 2º

O São Paulo foi o clube brasileiro com maior receita na temporada de 2006. Arrecadou pouco mais de R$ 122 milhões e superou o Santos, o líder do ranking no ano anterior com R$ 135.696 milhões. O estudo foi apresentado ontem pela Casual Auditores Independentes e baseia-se nos balanços de 21 clubes do País. O levantamento mostrou que o Internacional, por conta da boa temporada - foi campeão da Libertadores e Mundial de Clubes -, pulou do nono para o segundo lugar no ranking, com quase R$ 109 milhões de receita (leia arte). Mas mostra um dado preocupante: a receita dos clubes teve redução de 7,3% em relação a 2005.

O ano passado também apresentou mudança importante na forma de arrecadação. A negociação de atletas deixou de ser o principal item de faturamento (23%, ante 31% do exercício anterior), superada pelas cotas de TV (29% atuais contra 26%).

O Atlético-PR foi o clube que mais dependeu de venda de jogadores para encher os cofres (47% do total da receita). O Inter vem logo a seguir, com 43%. Os gaúchos receberam R$ 46,4 milhões com as transferências para a Europa do atacante Rafael Sóbis, do zagueiro Bolívar e do volante Tinga.

'Sem a receita da negociação de atletas, 99% dos clubes estão deficitários, o que mostra que é preciso trabalhar outras fontes de receitas para equilibrar seus orçamentos'', diz Amir Somoggi, especialista em gestão de clubes de futebol. Um dos caminhos que ele aponta é criar alternativas para aumentar a média de público nos estádios - e, por conseqüência, a arrecadação. Hoje os 21 clubes auditados têm média de 12.000 pessoas por partida.


.

Marcadores:

<

Receita dos Clubes em 2006 - I

Matéria publicada na Folha de S.Paulo de hoje:



Hoje, TV rende mais que atletas aos clubes

Auditoria esmiuça balanços dos 21 times que mais arrecadaram em 2006

Venda de jogadores virou a segunda fonte de dinheiro para as equipes de futebol, mas ainda é vital para evitar rombos maiores nos cofres

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Os principais clubes brasileiros estão mais dependentes da TV e lucram menos com a venda de jogadores. E quase todos acumulam dívidas maiores do que seus patrimônios líqüidos.
Os dados que revelam o tamanho do buraco das maiores equipes do país estão em um estudo feito pela Casual Auditores e apresentado na Federação Paulista de Futebol.
Especializada em balanços de clubes, ela esmiuçou as contas das 21 agremiações com mais receitas no ano passado.
Concluiu que a transferência de atletas deixou de ser a principal fonte de ganhos, perdendo para as cotas de TV. Em 2006, o dinheiro das transmissões representou 29% do que os clubes arrecadaram, um crescimento de três pontos percentuais em relação a 2005.
Ao mesmo tempo, a arrecadação com a venda de jogadores caiu oito pontos de um ano para o outro: 23% contra 31%.
"Isso mostra a dificuldade dos dirigentes em gerar receitas", afirmou Amir Somoggi, analista da Casual.
Mesmo com a redução no montante obtido com as negociações, desfazer-se de seus jogadores continua vital para as equipes evitarem rombos ainda maiores. Excluindo o Barueri (16ª maior arrecadação), todos os 21 pesquisados teriam apresentado déficit se não vendessem seus destaques.
O São Paulo, dono da melhor arrecadação em 2006, com R$ 122,9 milhões, teve um superávit de R$ 3,2 milhões. Mas, caso não tivesse se desfeito de atletas, o clube do Morumbi teria fechado o ano com um prejuízo de R$ 19,3 milhões.
Quem puxa a fila dos mais dependentes de venda é o Atlético-PR, com 47% de seus recursos provenientes disso.
Esse percentual, entretanto, é bem menor do que o do campeão de vendas em 2005, o Santos, quando a saída de talentos representou 69% da receita -a principal transação foi a de Robinho com o Real Madrid.
Já em 2006, foi justamente o Santos, entre os clubes paulistas, quem mais aumentou a sua dependência em relação à TV. Recebeu R$ 22 milhões, contra R$ 19 milhões em 2005.
Os corintianos, que dividem as melhores cotas com o Flamengo, ficaram em segundo lugar no ranking das receitas de TV, atrás do São Paulo. Faturaram R$ 22,35 milhões, contra R$ 27,78 milhões do rival.
Outro dado alarmante do estudo da auditoria: a maioria dos clubes teve seu patrimônio líqüido -resultado da subtração entre ativo e passivo- diminuído. Apenas 6 dos 21 clubes estudados (São Paulo, Atlético-PR, Cruzeiro, Atlético-MG, Botafogo e Paraná) apresentaram crescimento nesse índice.
Mas até a situação do clube que menos comprometeu o seu patrimônio, o Atlético-PR, não é das mais confortáveis. Pelo estudo, os débitos do time correspondem a 49% de seus recursos. Na outra ponta,está o Vasco, com um grau de endividamento em 2006 de 14.620%.


Colaborou PAULO GALDIERI, da Reportagem Local

Marcadores: