Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sábado, fevereiro 16, 2008

Corinthians, em nome do Botafogo, Flamengo e São Paulo


Em primeira mão para o Olhar Crônico Esportivo

Não sei se o Luiz Paulo Rosenberg joga bola, e se jogar, se o faz bem, mais ou menos ou deprimentemente. Mas em outro campo, o do marketing, o vice-presidente da área do Sport Club Corinthians Paulista bate um bolão. Tanto que o São Paulo, o Flamengo e o Botafogo deram-lhe a tarefa de representá-los nas reuniões da Comissão de Televisão do Clube dos 13.

Luiz Paulo, agora, fala em nome de mais de 40% dos torcedores brasileiros acima de 16 anos, numa fonte, ou quase 70% em outra fonte. Não importa, qualquer que seja a fonte ele fala em nome de um bocado de gente.

Isso acontece porque, desde a assembléia-geral que aprovou peso igualitário para todos os 20 sócios do Clube dos 13, São Paulo, Flamengo e Botafogo deixaram de freqüentar a entidade da qual são fundadores.

A princípio foram acompanhados por Cruzeiro e Clube Atlético Mineiro. Logo em seguida, a Raposa mineira afastou-se do grupo de oposição e voltou ao seio do Clube dos 13, coisa que o Galo namorou, namorou e continua indeciso, ora que sim, ora que não. Outro que está na mesma gangorra é o Palmeiras, onde alguns diretores querem a união com os opositores e outros não querem sequer tocar no assunto.

Os três clubes da oposição não votaram na reeleição de Fábio Koff, em novembro. Começa a surgir no horizonte a viabilização, uma vez mais, do G5, agora com novos sócios.

Nada como um dia depois do outro.

Andrés Sanches começou falando que o Corinthians não iria se unir a ninguém e cuidaria sozinho de seus interesses.

Passado o calor da eleição e o drama do rebaixamento, voltou a falar e agir com a voz da razão, no caso, a de seu Vice-Presidente de Marketing.

Para rememorar ou tomar conhecimento, esse Olhar Crônico Esportivo comentou esses fatos todos em diversas oportunidades, como os posts dos dias 9, 16, 17, 19 e 20/10/2007, nos dias 2, 13 e 17/12/2007 e também 4/1/2008. Principalmente os posts de 16, 17 e 20 de outubro são importantes para uma boa visão do processo.


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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Sete anos mais


Ontem, discretamente, com as atenções voltadas para a Libertadores, Ronaldo, a divulgação dos 20 clubes mais ricos e outras coisas interessantes, Ricardo Teixeira tomou posse para mais um mandato à frente da confederação que cuida do futebol brasileiro. Dessa vez para nada menos que sete anos de mandato, até fevereiro de 2015, quando, então, completará um quarto de século à frente dos destinos oficiais do futebol brasileiro.

Um quarto de século...

Seu sogro, João Havelange, comandou a CBD, da qual a CBF é filhote do futebol, entre 1956 e 1974. Eleito presidente da FIFA nesse ano, ali ficou até 1988, mantendo a CBF sob suas rédeas o tempo todo, um pouco menos quando dirigida por Giulite Coutinho. Em 1989 Ricardo Teixeira foi eleito para a presidência da CBF, com o forte apoio do já então ex-sogro, a quem permanece ligado por fortes laços, principalmente o filho, a quem, contrariando a praxe e a lei, registrou como Havelange, garantindo, dessa forma, a preservação do nome da família do sogro e mentor político.

Em 2015, o mesmo clã completará bem mais de meio século à frente do futebol do Brasil, diretamente na maior parte do tempo.

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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

20 Clubes mais ricos do mundo - 2008




Manchester cresce, mas Real Madrid ainda é o líder

A Deloitte antecipou algumas informações de seu aguardado Football Money League 2008, que vai trazer os dados referentes aos 20 maiores clubes em receitas do mundo. O levantamento toma por base os últimos números da temporada 2006/2007, e só começa a ser feito depois que termina outra temporada, a dos balanços dos clubes.

Arsenal dá um pulo

Embora o Manchester United tenha passado de quarto para segundo lugar, atrás apenas do Real Madrid e deixando o Barcelona em terceiro, a grande surpresa foi o crescimento do Arsenal, que subiu nada menos que quatro posições, passando de nono para quinto. O Chelsea também subiu, passando de sexto para quarto lugar.

Com isso, pela primeira vez desde que começou a ser feito esse levantamento, três clubes de um mesmo país estão entre os cinco primeiros. A “Vecchia Signora” de Torino despencou.

Para Dan Jones, da Sport Business e Deloitte, o crescimento do Arsenal deu-se graças à mudança para o Emirates Stadium, o que trouxe grandes ganhos para o clube, tanto na receita dos matchdays como de eventos realizados no local.

Madrid e Manchester são os primeiros clubes a ultrapassarem a marca de 300 milhões de euros em receitas numa temporada, faturando, respectivamente, 351 e 315 milhões de euros.

O crescimento do Real Madrid foi de 20%, um percentual de causar espanto, pois o clube já partiu de um faturamento bastante alto na temporada anterior. Para Dan Jones, os novos valores negociados com a TV para a Premier League e uma boa campanha na Champions League, poderão fazer o MU encostar de vez no clube madrilenho na temporada 2007/2008.

O futebol continua gerando grandes ganhos e o crescimento no valor faturado pelos 20 maiores clubes cresceu nada menos que 11%, chegando a um total de 3,7 bilhões de euros. Um número mais que respeitável. Esse é o maior índice de crescimento dos Top 20 desde a temporada 2002/2003 e esse valor total é nada menos que três vezes maior que o total faturado em 1996/1997.

Os 20 clubes são todos europeus: 6 ingleses, 4 da Itália e Alemanha, 3 da Espanha, 2 da França e 1 da Escócia. O luso Benfica perdeu a 20ª posição do levantamento anterior.

Vejam agora a lista completa com as receitas de 2005/2006 e 2006/2007:

1 (1) Real Madrid 236.2 351.0
2 (4) Manchester United 212.1 315.2
3 (2) FC Barcelona 195.3 290.1
4 (6) Chelsea 190.5 283.0
5 (9) Arsenal 177.6 263.9
6 (5) AC Milan 153.0 227.2
7 (8) Bayern Munich 150.3 223.3
8 (10) Liverpool 133.9 198.9
9 (7) Internazionale 131.3 195.0
10 (12) AS Roma 106.1 157.6
11 (15) Tottenham Hotspur 103.1 153.1
12 (3) Juventus 97.7 145.2
13 (11) Olympique Lyonnais 94.6 140.6
14 (13) Newcastle United 87.1 129.4
15 (16) Hamburg SV 81.0 120.4
16 (14) Schalke 04 76.9 114.3
17 (n/a) Celtic 75.2 111.8
18 (n/a) Valencia 72.4 107.6
19 (n/a) Olympique de Marseille 66.6 99.0
20 (n/a) Werder Bremen 65.5 97.3

Source: Deloitte Football Money League 2008

Alguns comentários


Primeiro e mais importante: esses valores não incluem negociações de jogadores, bem como taxas ou ganhos referentes a eles, assim como ganhos de capital. Tratam-se, apenas, das receitas auferidas com direitos de TV, marketing e matchday, que no Brasil ainda chamamos e praticamos como “bilheteria”.


Reparem no peso da punição imposta pela Justiça da Itália à Juventus: despencou do 3º para o 12º lugar em receita, uma queda de 145.2 para 97.7, ou seja, nada menos que 48.5 milhões de euros.

Além do Benfica, ficaram fora dessa lista o Manchester City, Rangers e West Ham. Embora o número de clubes ingleses tenha diminuído de oito para seis, a tendência é voltar a crescer no próximo levantamento, tal como já citado para o caso do Manchester United.

Para os analistas, o crescimento em faturamento dos times alemães, deveu-se aos novos estádios e às reformas nos velhos, saldo positivo da Copa do Mundo de 2006.


O levantamento anterior está postado nesse Olhar Crônico Esportivo em 8 de fevereiro de 2007.


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Preconceito e pré-conceito


Estava em dúvida e peguei o velho “pai dos burros”, nesse caso o Houaiss. Tem um monte de prés ali, mas não tem pré-conceito, só preconceito. Não faz mal, como a crônica permite ao cronista certas liberdades formais e vou usar um pouco dessa liberdade nesse texto com pretensão a crônica.

Com certeza todo mundo sabe o que é preconceito, não? Segundo o Mestre Houaiss, e de forma bem resumida, é “qualquer opinião ou sentimento, quer favorável, quer desfavorável, concebido sem exame crítico”; ou, também, “idéia, opinião ou sentimento desfavorável, formado a priori, sem maior conhecimento, ponderação ou razão;” o verbete vai mais longe, mas o que transcrevi já basta, deixou tudo bem claro.

Um pré-conceito teria parte do mesmo significado, aquela que diz claramente ter sido formado antes, ser uma coisa já existente e que é aplicada à realidade vivida no momento presente. É isso que ouvimos ou lemos por parte de torcedores e muitos jornalistas da área esportiva (em todas as áreas, mas esse blog é sobre esportes, logo...), a emissão de conceitos formulados em outros tempos, outras realidades, aplicados sem nenhum tratamento, sem nenhuma atualização, sem nenhum reexame, a uma nova realidade, uma nova situação. Jogadores de futebol são vítimas contumazes dessas abordagens, tão equivocadas quanto apressadas, conduzindo a grandes injustiças.

Ao lado do pré-conceito encontramos o estereótipo, que é, por assim dizer, um filho legítimo e não bastardo do preconceito e alimenta os pré-conceitos. De novo o mestre Houaiss: “chapa ou clichê (gráfica); algo que se adequa a um padrão fixo ou geral; ...padrão formado de idéias preconcebidas e alimentado sobre a falta de conhecimento real do assunto em questão; idéia ou convicção classificatória preconcebida sobre alguém ou algo...” e por aí vai. Chega de dicionarices.

Jogadores de futebol, portanto, na visão desse cronista, são estereotipados e vítimas de preconceitos diversos. Convém, ainda, lembrar que tudo isso vai contra os ensinamentos de todas as religiões, que têm como um de seus pontos fortes, a capacidade das pessoas mudarem. Vai contra, também, o preceito básico da justiça, aquele que diz ser inocente qualquer pessoa até prova em contrário.

Agora basta, mesmo, é hora de dar nomes aos bois dessa boiada. São muitos, vou ficar com dois, apenas: Carlos Alberto e Denílson.

O primeiro está no São Paulo e o segundo no Palmeiras.

Carlos Alberto é “problemático”, baladeiro, não se aplica, cria casos.

Denílson é baladeiro, irresponsável, não sabe jogar bola, apenas fazer firulas com ela nos pés.

As duas contratações foram, são e serão criticadas por muito tempo. Em ambos os casos, na visão dos juízes, digo, comentaristas e torcedores, os dois clubes fizeram besteira, estão jogando dinheiro fora e vão arrumar dores de cabeça para resolver.

No caso de Carlos Alberto, desde sua chegada o coro contrário foi engrossado com a palavra “gordo” e o que daí se segue: não se cuida, não mantém a forma, isso não é coisa de profissional, etc. Ora, em momento algum foi dado ao rapaz o benefício da dúvida. Em momento algum seu histórico foi analisado sem paixão e com base em conhecimento mais aprofundado das diversas situações que viveu. O preconceito é tão forte que muitos não admitem, ou minimizam de forma ridícula, um problema de saúde que, muito possivelmente, esteve na origem de muitas de suas dificuldades e, com certeza, é responsável pelos quilos a mais que teimosamente apresenta. O nome genérico do problema é hipotireoidismo. Hipo é pouco, hiper é mais. Até nesse ponto foram feitas confusões. No caso dele, hipo, a tireóide produz menos hormônios do que o necessário, ou nada produz de um ou mais determinados hormônios. Não é o tipo de coisa que se associe à imagem idealizada de um atleta, mas é a realidade que surpreende a todos quando descoberta. Mesmo hoje, com esse problema descoberto e sendo tratado, as críticas e ironias sobre o jogador continuam. São apenas manifestações preconceituosas ou, sendo bonzinho, a expressão de conceitos há muito formulados e engessados, pré-conceitos.

Em tempo: Carlos Alberto vai bem, obrigado, e seu clube está bastante satisfeito com ele e sua dedicação ao trabalho.

Denílson já virou mito. Ainda hoje, principalmente com a correção da inflação, é o jogador mais caro negociado por um clube brasileiro. Na Europa não deu certo, alguma coisa faltou para que continuasse a ser o jogador que encantou a torcida do São Paulo. As causas prováveis são muitas, nem dá para citar todas aqui. Na minha opinião, Denílson foi embora muito cedo, atleta formado, mas jogador ainda em formação e, sobretudo, cidadão em formação. Deslumbrou-se, foi paparicado, foi cobrado, deixou que se criassem expectativas grandes demais sobre ele e seu futebol, foi jogar num time pequeno, estrela única em meio a jogadores de menor expressão, e por aí vai.

Para ajudar, o garoto pobre de Diadema que gostava das baladas, virou baladeiro de fato. Agora, idas e vindas à parte, ele está de volta. Vem treinando e entrando em boa forma física no Palmeiras. Seu trabalho foi acompanhado por preparadores físicos e auxiliares técnicos, gente que vive no e do mundo da bola. E essas pessoas, todas elas profissionais, com nome, emprego e carreira para zelar, recomendaram sua contratação, que todos sabem ser de risco, o risco de não dar certo. Ora, o que fez o clube? Assinou com o jogador um contrato também de risco. Se funcionar, ótimo. Se não funcionar, paciência, tentou-se com um custo baixo. perfeito, sob todos os aspectos. Apesar disso, a gritaria externa é geral e parte, naturalmente, de pessoas que estão distantes do dia-a-dia do clube e do jogador, pessoas que desconhecem o que se passa nos campos de treinamento e nas reuniões entre técnicos e jogadores. Preconceito puro, pré-conceitos em ação.

Acredito nos dois jogadores.

Acredito no esforço de Carlos Alberto e acredito nas palavras de Denílson. Se me desmentirem, paciência, faz parte do jogo. O que não faz e não pode fazer parte do jogo é o preconceito, e em nome dele e de imagens estereotipadas, negar uma nova chance a dois jovens.


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O olho foi mesmo maior que a barriga


O gerente de patrocínios esportivos da Petrobrás, Cláudio Thompson, confirmou ao site Máquina do Esporte a aceitação pelo Flamengo da proposta da empresa, de 16,2 milhões de reais por ano.

Até o momento em que escrevia esse post ainda não havia comunicado oficial a respeito. Ficam, portanto, algumas perguntas óbvias, como a duração do contrato – será mesmo por 12 meses? – e a questão dos meses perdidos, bem como a data em que começa a vigorar.

As mesmas dúvidas que esse blog levantou no dia 1º de fevereiro.

O título original da parte referente ao CRF foi “O olho maior que a barriga”...


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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Y nosotros, ¿como estamos?


Com a passagem do Cruzeiro pela pré-classificatória, cinco dos melhores clubes brasileiros estarão disputando essa edição da Libertadores: São Paulo, Santos, Flamengo, Cruzeiro e Fluminense. Quatro já foram campeões, acumulando oito títulos, um histórico respeitável.

Num olhar panorâmico inicial, acredito que todos os cinco passarão para as oitavas-de-final. Fluminense e Santos, provavelmente, com maiores dificuldades por estarem em grupos teoricamente mais fortes. Ainda com o olhar de hoje, ignorando como estará cada time nos próximos meses e contando apenas com uma análise de elencos, São Paulo e Flamengo estariam à frente dos outros três numa lista de candidatos reais ao título. Análises e projeções tão prematuras, porém, geralmente são fadadas ao erro, isso porque somente agora as equipes começam a demonstrar algum entrosamento ou, se já tem algum, não enfrentaram adversários dignos de nota, não permitindo uma análise mais acurada do potencial dos times modelo 2008 – I (sim, porque em agosto teremos os times modelo 2008 – II).

O Flamengo, por exemplo, já perdeu dois de seus principais jogadores antes mesmo do início da competição, ambos em função de acidentes que obrigaram à realização de cirurgias, mas continua com um elenco titular bastante forte, em especial no meio, que terá o retorno de Renato Augusto em meio dessa fase, possivelmente.

O Cruzeiro passou muito bem pelo Cerro Porteño, que mesmo não sendo o time perigoso de outros anos, continua sendo um adversário de respeito, sobretudo em Assunção. A forma como disputou os dois jogos já o deixa bem credenciado para seguir mais adiante.

O Fluminense, em minha visão, é a maior incógnita. O elenco é muito bom do meio-campo em diante, a começar pelo excelente meia Thiago Neves, mas precisará ser provado em jogos realmente difíceis e sob intensa pressão (lembrem-se que hoje é somente 12 de fevereiro, por favor), prova que esse time não teve até o momento.

O Santos, teoricamente, está talhado e tem elenco para uma campanha que avance até uma fase intermediária, mas é um time em formação e o produto final poderá surpreender, como já mostrou no clássico contra o São Paulo. É bom não esquecer que seu treinador é Emerson Leão e ele terá papel importante nisso.

Já o São Paulo, aparentemente, está pronto e bem armado em termos de jogadores, embora ainda em fase de formação do time. Analistas não só do Brasil como também da Argentina, apontam-no como o principal rival do Boca Juniors.

Entre os times dos demais países participantes, além do destaque para o Boca de Riquelme, Palácio, Palermo e, possivelmente, do San Lorenzo, poderemos ter uma boa participação dos mexicanos América e Chivas Guadalajara. Os demais, infelizmente, e nessa mirada preliminar, serão coadjuvantes.

Entretanto, terminada a fase classificatória, agora chamada de Segunda Fase, uma nova competição terá início: serão as fases eliminatórias, o “mata-mata”.

A partir desse ponto, e já com a temporada bem avançada, com tempo para as equipes se prepararem a contento, saberemos quais as equipes que estarão disputando o título de fato. E como a Libertadores sempre é pródiga em surpresas, não é difícil que equipes tidas como favoritas já caiam fora ainda nas oitavas.


As oitavas-de-final começarão com o primeiro colocado de cada grupo formando uma lista de um a oito, de acordo com os critérios de classificação da competição.

Do outro lado da lista estarão os oito segundos colocados, também em ordem de classificação. Os cruzamentos serão entre o 1º e o 16º, entre o 2º e o 15º e assim por diante. Classificar-se-ão oito equipes para as quartas-de-finais, saindo os quatro times que disputarão a semi-final. Nessa fase, havendo competidores de um mesmo país, por força do regulamento e independentemente de suas colocações, eles enfrentar-se-ão, com o jogo de volta na casa do melhor colocado na lista de 16 que saíram da Segunda Fase. A idéia da Confederação é dificultar – e não evitar – uma final com times de um mesmo país, como ocorreu em 2005 e 2006.

A partir de agora e até o dia 2 de julho, todas as atenções estarão voltadas, majoritariamente, para a disputa da Copa Santander Libertadores de América.

Boa competição a todos e, esperamos, até Yokohama, novamente com um time brasileiro na final.





Olhar Crônico Esportivo recomenda:

Análise completa de todos os grupos

Nesse link, para a Globoesporte.com, você encontra uma excelente análise, grupo por grupo, time por time, inclusive com comentários de jornalistas do país de cada um dos participantes.


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Vai começar!


"A América do Sul tem o maior rio, a maior floresta, a maior cadeia de montanhas e a maior variedade de formas de vida de todos os continentes da Terra.

Somente a Bacia Amazônica tem 1/5 de toda a água doce do planeta.”

Assim começa um dos belíssimos documentários da inglesa BBC sobre a América do Sul, um continente que se estende do Caribe e Amazônia à Patagônia e ao encontro tormentoso das águas do Atlântico com as do Pacífico, já quase encostando na Antártica, tendo a Cordilheira dos Andes como se fosse uma gigantesca coluna vertebral de norte a sul. É, igualmente, o continente dos imensos chapadões e da caatinga, do Pantanal e dos grandes planaltos, que estão entre as terras emersas mais antigas do planeta.

Um continente que não é só natureza.

Muito antes da chegada dos europeus aqui florescia uma importante e imponente civilização, a dos incas.

Centenas de povos indígenas habitavam suas terras, do Caribe à Terra do Fogo, das planícies costeiras às altitudes andinas.

Hoje, tirando as línguas nativas e o inglês e francês do Suriname, Guiana e Guiana Francesa, a América do Sul é um continente onde apenas duas línguas irmãs são faladas, o espanhol e o português.

Em meio a tanta diversidade, uma quase unidade linguística.

Esse é um continente de extremos em muitos sentidos, e, voltando ao início, é o continente com a maior variedade de vida sobre o planeta, com parte significativa dela ainda desconhecida.

Esse continente tem um torneio de futebol que é a sua representação esportiva, uma competição que é a cara da América do Sul, é a manifestação no futebol da mesma diversidade e riqueza de ecossistemas e de povos que nos caracteriza:







Sobre a altitude

Esse texto já estava escrito e salvo aguardando publicação, quando saiu a informação que o Flamengo conseguira o apoio do São Paulo e do Fluminense, ao seu pleito, já endossado anteriormente pelo Cruzeiro, contra jogar em cidades acima de 2.750 metros do nível do mar. A postura em si é inócua, é muito mais um jogo para a arquibancada e a tentativa de justificar a declaração infeliz do vice-presidente rubronegro dizendo que preferia perder por WO a fazer seu time jogar de novo na altitude. Já se jogou inúmeras vezes nas altitudes bolivianas e peruanas, sem nenhum acidente, sem nenhum problema médico, exceto desconfortos sentidos em maior escala por alguns jogadores. Não vale a pena reproduzir tudo que já foi dito a respeito e segue o post tal como escrito anteriormente.


Essa velha questão volta à arena das discussões. Sem dúvida, jogar acima de três mil metros é desagradável e alguns jogadores sentem mais que outros. Todavia, é menos perigoso à saúde dos atletas do que jogos sob o sol de verão em cidades costeiras ou do interior, em baixas altitudes e sob temperaturas elevadíssimas. Se a umidade relativa do ar estiver alta e sem vento,as condições ficam ainda piores,colocando seriamente em risco a saúde dos atletas.

Querer tirar a Libertadores de Potosí, Oruro, La Paz, Quito, Bogotá, Medellin, é pasteurizá-la, é diminuir a América do Sul.

Tirar a Libertadores de Cuzco é ofender a memória inca, ofender seres humanos que venceram e viveram nas altas montanhas em tempos remotos e em condições infinitamente mais difíceis que aquelas enfrentadas pelos povos das planícies litorâneas e beira-rio.
Quando se joga em Cuzco pela Copa Libertadores, mais que em outras cidades, sente-se que a América do Sul respira e se mostra por inteiro.

Esse, afinal, é o continente da Copa Santander Libertadores de América.




Libertadores ampliada e em nova fase

A virtual unidade lingüística do continente é, com certeza, em parte responsável pela integração com o futebol do México. A presença dos times mexicanos amplia o alcance e a importância da Copa, e deixa claro que integrar não só a terra dos aztecas e maias, outras duas grandes civilizações pré-colombianas como dizem os nossos livros de história, mas também o futebol dos Estados Unidos, é um processo irreversível e que já teve início com a Copa Sul Americana. Esse é o futuro.

O ano de 2008 marca o início de uma nova fase na vida da Libertadores de América, agora com o patrocínio do Banco Santander (ver a respeito posts desse Olhar Crônico Esportivo em 11/9, 28/9 e 20/12 ). A Copa estará mais presente na mídia em todos os países, com ações de comunicação especialmente pensadas e produzidas para ela.

Sua visibilidade vai crescer principalmente fora do continente e, com ela, sua importância.



Amanhã, uma curta análise sobre os times brasileiros e alguns comentários sobre a Copa.
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Luz no fim do túnel ou só coincidência?


A oitava rodada do Campeonato Paulista 2008 terminará amanhã, com Guaratinguetá x Rio Claro, e o Tricolor do Vale poderá voltar à liderança, tirando-a da Ponte Preta. Mesmo perdendo, porém, manterá a atual vice-liderança. Será um jogo, portanto, que em nada afetará o Trio de Ferro e o Santos, exceto pela margem de pontos.

Essa oitava rodada, que marcou um mês de competição – não custa lembrar: oito jogos oficiais no período de um mês, no início da temporada, sem que os jogadores tenham tido pré-temporada –, foi bastante significativa para Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.

Depois de quatro empates consecutivos, jogando mal na maioria das vezes, o Corinthians venceu o típico jogo “encardido”, complicado, contra o Ituano, em Itu, onde o time estava invicto. Foi, também, a primeira vitória do Corinthians fora de casa depois de praticamente seis meses. Mesmo com mudanças na equipe, o jogo fluiu melhor, começa-se a perceber bons sinais de entrosamento. Ainda falta muito nesse sentido, mas o que se viu já deve ter sido o bastante para deixar o torcedor mais animado.

O time de Mano Menezes, que já tinha demonstrado um espírito diferente, já havia recuperado a auto-confiança há muito perdida, começa a dar sinais de que jogará um bom futebol, também.

O Palmeiras também venceu, fazendo 3x1 sobre o Guarani em São José do Rio Preto, onde atuou como mandante, uma vez que o Parque Antártica continua em reforma. Depois de três derrotas seguidas, Vanderlei Luxemburgo conseguiu fazer o time jogar um primeiro tempo apenas razoável, o que foi compensado por um excelente segundo tempo, com nova postura tática em campo e com os gols saindo de forma natural.

Tanto Luxemburgo como Mano deram declarações confiantes. O primeiro segue apostando no título, o segundo na classificação entre os 4 times que disputarão o título no mata-mata, onde, como se sabe, tudo pode acontecer.

O Santos de Emerson Leão não está preocupado com o G 4 nesse momento, e sim com a estréia na Libertadores na próxima quarta-feira, contra o Cúcuta, na Colômbia. Nesse sentido, o clássico disputado contra o São Paulo foi excelente, apesar do resultado. Excelente porque o time conseguiu resistir bem ao absoluto domínio tricolor no primeiro tempo, e ainda assim saiu na frente, em excelente jogada de contra-ataque muito bem finalizada por Kleber Pereira. Excelente, também, pelo bom segundo tempo, equilibrando as ações em campo e tendo até o domínio do jogo em parte do tempo. Mesmo tomando o gol da virada, o time não desanimou e conseguiu o empate. Deixou a vitória escapar em três contra-ataques mortíferos que Kleber finalizou errado ou não conseguiu finalizar. Para um time que vivia em verdadeiro “inferno astral”, um jogo extremamente animador para o período que começa depois de amanhã e uma vitória pessoal de Emerson Leão, sem dúvida.

Finalmente, o São Paulo, o melhor colocado entre os grandes. Contra o Santos, a equipe jogou o que Muricy chamou de “melhor primeiro tempo do ano”. Sem dúvida, o Peixe mal e mal conseguiu respirar, e foi pressionado em seu próprio campo a maior parte dos 45 minutos, que por sinal foram apenas 44’41”, pois o árbitro além de não ter acrescentado nada ao tempo de jogo, conseguiu terminá-lo antes do tempo legal, com a bola no ataque de um dos times, longe do tradicional círculo central, local de preferência de S.Sas. para encerrar os tempos de jogo. Apesar do domínio, o São Paulo saiu perdendo, graças a excelente contra-ataque santista e a uma falha de marcação de sua defesa. O Santos equilibrou as ações no segundo tempo, mas o Tricolor manteve a pressão, e no final conseguiu uma vitória importante, muito mais pela tranqüilidade do que pelos pontos em si. Há muito, ainda, a acertar em todos os setores. O segundo gol santista também ocorreu em boa parte por falha da defesa, que permitiu a Rodrigo Souto cabecear com total liberdade, o que não é aceitável num time com três zagueiros e bons volantes como é o caso do São Paulo. Muricy Ramalho, agora, vê seu time entrando num período ideal: para felicidade dos são-paulinos, o time fará apenas três jogos, um por semana, todos contra times menores, antes de estrear na Libertadores, dia 27. O tempo certo para treinar, descansar, recuperar, preparar a equipe.

E então, esses resultados foram apenas coincidência ou foram a conseqüência lógica do trabalho iniciado dia 2 de janeiro e dia 7, no caso do São Paulo?

Para esse Olhar Crônico Esportivo tudo isso é tão somente a expressão em campo dos treinos, da preparação das equipes. As críticas, como de hábito, foram exageradas e, sobretudo, prematuras demais. Mesmo agora continua cedo para as cobranças que as torcidas já vêm fazendo. Há necessidade, ainda, de mais tempo para os times se acertarem melhor. Mas o caminho está sinalizado. Alguns percalços aparecerão, certamente, mas os quatro grandes entrarão em boas condições nas novas disputas: a Copa do Brasil, para Corinthians e Palmeiras, e a Copa Libertadores, para Santos e São Paulo.

Por tudo isso, não há porque falar em posições na tabela.

É muito cedo ainda.

Continua muito cedo.


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