Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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quinta-feira, março 29, 2007

Estádios, ainda...


“O secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Eider Dantas,... informou que após os Jogos o local (Estádio do Engenhão) será repassado à iniciativa privada por 30 anos. Segundo ele, os R$ 380 milhões investidos no Engenhão não serão recuperados nesse período, mas 'o mau negócio passará a ser bom', porque a prefeitura deixará de gastar R$ 200 mil mensais em manutenção. Pode não ser tão fácil. 'Ofereci a todos os grandes clubes do Rio, mas ninguém se interessou.''”

Essas declarações do secretário de governo carioca foram publicadas na edição de hoje do Estadão.


Para a Folha, disse que a manutenção mensal custará 250 mil reais. Inicialmente, a obra estava orçada em apenas 60 milhões de reais, valor que transformou-se, por enquanto, em 380 milhões.

O Engenhão é um estádio pequeno e não tem todas as características de uma moderna arena multiuso, e mesmo assim custou (se ficar só nisso...) 380 milhões de reais. O secretário diz que sua manutenção custará 200 mil reais mensais. Otimista, ele, claro, embora saibamos que esse número é o popular engana-trouxa e serve para não assustar os eventuais interessados.

Mas, quem tem interesse no estádio? Ele mesmo diz que nenhum dos grandes times cariocas manifestou interesse no estádio, que já nasce sofrendo de elefantíase branca crônica.

Os muitos torcedores dos muitos times cujos dirigentes falam em estádio próprio deveriam ler com atenção essa declaração e pensar, bastante, a respeito dela e suas implicações.

Auê copeiro

A Copa 14 já desperta grandes movimentações por toda parte. O presidente da CBF, que prefiro chamar de casa b... do futebol, Sr. Ricardo Havelange, em solteiro Teixeira, circula com pompa & circunstância por várias capitais brasileiras, sendo em todas recebido como eminente visita, como outrora se recebiam os enviados plenipotenciários da metrópole. Aqui e acolá deita falação o neo Havelange, sempre desmerecendo e jogando para baixo o que temos. Obviamente que esse impávido senhor se julga acima do bem e do mal e tem certeza que nada disso que ele critica tem a ver com a organização que ele, hereditariamente, recebeu e dirige.

Por razões políticas, S.Excia. não quer jogo da Copa no Morumbi, assim como não programou nenhum jogo da Seleção nas Eliminatórias 2010 para a cidade de São Paulo. Diz a quem quer ouvir que São Paulo só terá a Copa se construir um estádio novo.

Patético, o neo Havelange.

Ou não... Afinal, doze estádios novos – objetos do desejo da rapaziada – custariam a bagatela de 7 a 10 bilhões de reais, por baixo. Dinheirama grossa, motivadora ao extremo, tanto aqui como em Nova York e até em Zurich e Tokyo. Dinheiro demais da conta...

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quarta-feira, março 28, 2007

"Cada um pensa de um jeito"


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Segue a transcrição parcial da coluna do Tostão, publicada hoje, 28 de março, na Folha de S.Paulo.




Cada um pensa de um jeito

Discordo com freqüência do que comentam na TV sobre marcação de faltas e pênaltis e falhas de goleiro e zagueiro


S EM QUERER ser melhor nem ensinar nada a ninguém -quero apenas opinar-, discordo com freqüência dos comentaristas de partidas ao vivo da TV sobre a marcação de faltas, pênaltis e sobre falhas de goleiros e zagueiros.
O defensor não pode encostar e o atacante cair para dizerem que foi falta. Apesar de não existir na regra nenhuma diferença entre falta dentro e fora da área, pênalti só deveria ser marcado quando fosse evidente. Lance que precisa da televisão para dizer que foi pênalti, não é pênalti, nem falha do árbitro. É pênalti virtual, da TV. Para contrariar quase todos, Leonardo Moura, no jogo contra o Vasco, mesmo por trás, tentou tocar na bola e cometeu falta. Carrinho é bem diferente. Deveria ter recebido cartão amarelo, e não vermelho. Nenhum árbitro europeu o expulsaria. Não é questão de estilo. É marcar o que é certo.
Nos gols de bolas cruzadas, de bolas paradas ou não, falam muito que foi falha dos defensores e/ou dos goleiros. Se a bola cruzada forte, de curva, cai entre dois zagueiros e na entrada da pequena área para o companheiro que chega de frente para cabecear, não dá tempo para os defensores e para o goleiro evitarem o gol.
Todo goleiro precisa jogar um pouco fora do gol para chegar antes do atacante quando a bola é lançada nas costas dos zagueiros. O goleiro é o líbero. Mas, de vez em quando, um atacante, por sorte ou por criatividade, surpreende e faz o gol jogando a bola por cima do goleiro. Aí, dizem que foi falha do goleiro por estar adiantado.
Na Copa do Mundo de 2006, se Dida estivesse um pouco mais à frente contra a França, ele poderia ter saído do gol e chegado antes de Henry, após o cruzamento de Zidane. Por outro lado, na Copa de 2002, se o goleiro da Inglaterra não estivesse fora do gol no momento em que Ronaldinho bateu a falta, não teria tomado o gol por cobertura. Porém as chances de sair um gol por cobertura são muito menores do que as que ocorrem quando o goleiro fica na linha do gol. Parece até que fui goleiro para falar sobre o assunto. Sou apenas um observador de detalhes técnicos, metido a entender de futebol.

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segunda-feira, março 26, 2007

Sumiço pós derrotas?


Sim e não.

:o)

Na verdade, desde a madrugada de sexta-feira estou fora de São Paulo, só regressando hoje.

A lida com as vacas no domingo impediu-me de assistir os 30 primeiros minutos de jogo do São Paulo.

Sinceramente? Sem surpresa, uma derrota anunciada, tal como a derrota para o – pasmem! – São Bento de Sorocaba em 2006, e que, simplesmente, custou-nos o título paulista. Há um ano, também, o time voltou do México, jogou e perdeu. É a versão boleira do "Mal de Montezuma"...


O São Paulo ainda não acertou as saídas de Mineiro, Danilo e Fabão e não vai acertar um novo esquema de jogo tão já, ainda demora. Por enquanto, nada disso é preocupante e há tempo até o final da fase classificatória da Libertadores para organizar a equipe, possivelmente (reparem que não digo provavelmente) com Dagoberto.

A defesa, mesmo com André Dias, tem batido cabeça em campo, o que se torna mais evidente com Edcarlos, um jogador de quem gosto, mas que precisa de um bom esquema já pronto e onde ele não tenha a obrigação de sair jogando. Além disso, ele rende muito melhor na posição em que Miranda é soberano.

Fredson chegou, deu boas indicações em alguns jogos, mas, inexplicavelmente para mim, Muricy deixou-o no banco (antes de se contundir) e assumiu de vez o 352. Talvez sentisse falta de reservas para Josué e Fredson e não quisesse correr riscos no 442. Talvez... Não é difícil cobrir a função de Mineiro como marcador, mas é muito difícil cobri-lo, simultaneamente, como marcador e como articulador ou finalizador no ataque. Ocorre o mesmo com Hugo e Lenilson, que têm características diferentes de Danilo. Talvez o nome que venha a dar certo seja o de Jorge Wagner.

De qualquer forma, a temporada está apenas no início e as duas derrotas foram bem-vindas, se é que derrota pode ser bem-vinda. Primeiro porque, eu, particularmente, não gosto de séries invictas por um motivo simples: é o cachorro que deve balançar o rabo e não o rabo balançar o cachorro. Uma série invicta cai no gosto da mídia e da torcida e aí é o rabo balançando o cachorro. Só se fala e pensa na invencibilidade. Bobagem. Segundo, porque foram derrotas em momentos possíveis, é como a dor que alerta o organismo sobre um problema que merece uma atenção maior. A dor apareceu, agora compete aos curadores – e não curandeiros – tratá-la convenientemente. Foram derrotas terapêuticas.

Hummmmmmmmmmmmmmmmm...


Sobre o jogo em particular: o gol e as jogadas mais perigosas do São Caetano saíram pela direita da defesa do São Paulo.

Onde deveria estar Ilsinho...

Onde deveria estar Reasco...

Onde estava Souza, deslocado para uma posição na qual saiu-se bem graças a uma grande determinação. Mas, vamos & venhamos, grande determinação para jogar contra o Azulão num campeonato em que quatro se classificam? Sem chance.

Ah, é verdade, ainda faltaram Maurinho (o terceiro da posição), André Dias, Josué, Leandro, Fredson e Aloísio, que começou no banco por ter chegado do México na antevéspera. E Hugo não estava em bom momento, até, com certeza, por conta do desmaio no México.

Portanto, sãopaulinamente falando, segue tudo tranqüilo no Morumbi.

:o)


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