Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sexta-feira, agosto 04, 2006

Pra onde vai o dinheiro?

Esse infográfico publicado na edição de hoje de O Estado de S. Paulo, dá uma excelente visão sobre o que é feito com parte significativa do dinheiro que os torcedores deixam nas bilheterias.




Esses números referem-se à renda de São Paulo x Chivas Guadalajara, realizado nessa última quarta-feira, dia 2 de agosto.

Em dólares, essa renda correspondeu a US$ 1,039,000.00 - um valor respeitável, sem dúvida, e a maior bilheteria da América Latina (Mexico incluso, portanto) nesse ano. Mas um valor irrisório para a realidade européia, o que já é outra história.

O que é revoltante nesses números não é a taxa de 10% da CONMEBOL, organizadora da competição, mas sim as taxas de 5% para a Federação Paulista de Futebol e mais 5% para a CBF - Confederação Brasileira de Futebol, duas entidades que nada fazem nesse torneio, apenas recolhem dinheiro.

O nome disso é parasitismo.

E nunca é demais lembrar que essa mesma CBF que tira dinheiro das bilheterias do São Paulo, deve mais de 4 milhões de reais - cerca de dois milhões de dólares - ao São Paulo, por conta de salários pagos a jogadores convocados.

Uma vergonha.


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Final brasileira. De novo

O pequeno Libertad foi muito mais longe do que imaginava e chegou a uma fantástica fase semi-final da Copa Libertadores da América. Mas perdeu para o Internacional de Porto Alegre.

Nessa reta final, porém, faltou gás ao valente pequeno time. Por gás, entenda-se tradição, jogadores melhor qualificados e um pouco de coragem para atacar. Não conseguiu vencer o Inter em Assunção, ficando num empate em 0x0. Um resultado perigoso para o Colorado, pois qualquer gol que o Libertad viesse a marcar complicaria a vida dos gaúchos.

Só que os paraguaios não acreditaram em si próprios, não aproveitaram o nervosismo do adversário no primeiro tempo, abdicando do ataque e se concentrando na defesa. Defender é bom, mas só defender é estéril, não frutifica, não rende. Fora a velha máxima, que a melhor defesa é o ataque.

O Internacional voltou para o segundo tempo disposto a resolver o jogo, mas, paradoxalmente, depois de alguns minutos de pressão, deixou-se dominar pelo Libertad. Esse curto domínio gerou duas situações potencialmente perigosas, em bolas cruzadas, mas foi só. Com a entrada de Renteria, mesmo antes dele tocar na bola, saiu o primeiro gol, num chute de fora da área. Posso estar enganado, mas me parece que esse gol foi fruto de um desarranjo na defesa paraguaia que se perdeu com a entrada de Renteria, um atacante voluntarioso, lutador e dotado de alguma técnica. E o pior, um atacante com cara e cheiro de gol. Foi uma boa alteração do Abel.

Feito o primeiro, o segundo foi conseqüência, também em chute de fora da área, dessa vez de Fernandão.

Com 2x0, o Inter começou a tocar mais a bola e deixar o tempo passar.

Na próxima semana, teremos o primeiro jogo no Morumbi.

São Paulo x Internacional, com 70.000 torcedores no estádio. O São Paulo, Muricy Ramalho e os jogadores, sabem que a conquista do quarto título será definida nesse primeiro jogo.

Muricy Ramalho – não importa o resultado, ele, de certa forma, será o grande vencedor. Esse time do Inter foi montado por ele em mais de 90%. Uma mostra de sua qualidade e do valor de seu trabalho.

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quinta-feira, agosto 03, 2006

Triste quiproquó



Sempre que o trabalho me permite eu assisto o Arena Sportv e o Redação Sportv. E também o Bate-Bola, da ESPN.

O Arena de hoje, naturalmente, seria dedicado ao São Paulo, em função da vitória de ontem. Como eles fazem um clip legal, resolvi gravar (afinal, sou produtor de vídeo, né?). Estavam presentes o grande Armando Nogueira, o Carsughi, o Marco Antonio Rodrigues, o Lito Cavalcante e a Milly Lacombe, além do Cleber, claro.

O grande assunto era o Rogério, uma vez mais. Até com razão, em parte, afinal, se o pênalti entra, quem saberia dizer como ficaria o jogo? E assim seguiu, num pique ótimo, divertido, agradável. Até que a Milly começou a criticar o Rogério, um direito total dela e de todo mundo. Disse (a meu ver provocativamente) que ele era um goleiro ordinário com as mãos.

Hummmmmmm... Ordinário significa comum, na média, medíocre, normal. Mas, na vida real do dia-a-dia, seu significado é outro, como bem o sabemos. Coisas da última flor do Lácio que cultivamos com tanto amor e desamor. Depois repetiu esse conceito, enfatizando-o claramente. Ok, nada como saber usar as palavras, né? Elas estão aí para isso.

Mas, em certo momento, ela falou que não respeitava alguém que tinha falsificado um documento, citando o episodio de anos atrás entre o Rogério e o São Paulo, tendo como pivô, supostamente, o Arsenal. Depois, repetiu: “não respeito alguém que falsificou um documento para ganhar aumento”... Isso foi dito com todas essas letras, no ar. Está gravado pela emissora e por muita gente, eu mesmo, inclusive.

Logo em seguida, o Cleber anunciou que o Rogério estava na linha e chamou um intervalo. Na volta, Rogério entrou no ar, via fone.

Resumo rápido: disse que a “senhorita” teria de mostrar, de provar a acusação, que era uma acusação muito grave, que ele é um cara que tem família, tem um pai idoso, tem amigos, tem os torcedores do São Paulo e tem a história dele.

Várias vezes o Cleber tentou contornar, sem êxito. A Milly tentou dizer que não tinha acusado... Opa! Nem vale a pena falar disso. O Rogério foi extremamente duro e direto: vai levar a coisa a ferro e fogo.

Depois disso, o clima do programa caiu bastante, uma pena, justamente hoje, com dois de meus ídolos presentes: Armando e Carsughi.

... ...

Bom, várias vezes eu falei e escrevi que essa jornalista tem profunda ojeriza ao São Paulo e ao Rogério. Há vários episódios com passagens exemplares. Até aí, tudo bem, sem problemas. Algumas pessoas têm posturas não muito elegantes e isentas quando falam nas tevês ou nas rádios, ou quando escrevem. Ela poderia ter falado a mesma coisa de outro jeito. Por exemplo: “eu não gosto do Rogério porque nunca ficou bem explicado aquele caso do Arsenal” – ou qualquer coisa parecida. Nossa língua é rica e permite tudo isto. Mas, falsificar assinatura é crime. Ninguém pode acusar outra pessoa de um crime sem ter provas. Isso é básico para a vida em sociedade. Na mídia, isso é básico elevado ao quadrado.

É isso.

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Mais uma final de Libertadores!



A vitória no México por 1x0 deu ao São Paulo uma dose extra de confiança para esse segundo jogo. O Chivas Guadalajara era um time com excelente desempenho nos jogos fora de casa. Um time perigoso, portanto.

E o São Paulo entrou em campo e começou o jogo da mesma forma que fez em Guadalajara: marcando a saída de bola dos mexicanos, ocupando os espaços, impedindo o Chivas de manobrar do meio-campo para a frente. Apenas os zagueiros tinham relativa liberdade para tocar a bola entre eles. Jogando dessa forma o São Paulo criou algumas boas chances nos primeiros 15 minutos de jogo.

Mas a partir dos 15’, foi o Chivas que avançou a marcação, ocupou melhor o meio-campo e passou a pressionar o São Paulo. Num contra-ataque rápido, uma bola enfiada por trás dos zagueiros quase resultou em gol: Santana recebeu e chutou. A bola desviou em Fabão e ia para o gol. Rogério, pego no contrapé, teve reflexo para desviar o chute com a perna esquerda. Logo em seguida, Bautista, que provocara Lugano na véspera da partida pela imprensa, recebeu livre e chutou por cima na saída de Rogério.

Aos 29’, pouco depois de grande defesa de Osvaldo Sanchez em chute de Junior, Fabão cometeu pênalti sobre Bautista. Morales cobrou e Rogério defendeu. Grande defesa!

E o jogo mudou. O São Paulo acordou com a defesa.

Aos 32’ Ricardo Oliveira tabelou com Leandro e na hora do toque final a bola sobrou para o 9 tricolor que chutou na direita de Sanchez. 1x0.

Minutos depois, num eficiente trabalho de pivô, Ricardo Oliveira recebeu na área, controlou e tocou para Mineiro, na entrada da grande área, que chutou em curva para o gol. Belo gol, mais um de Mineiro. 2x0.

Delírio no Morumbi, mas só entre a torcida. Em entrevista na saída de campo, Rogério deu o tom: nada está decidido ainda, precisamos fazer o terceiro gol.

E ele veio logo aos 3’, em cabeçada precisa de Ricardo Oliveira – sempre ele – em bola cruzada por Souza. Na verdade, mais um passe que um cruzamento.

Depois disso o São Paulo diminuiu o ritmo. O Chivas tentou, até obrigou Rogério a fazer algumas defesas, mas ficou nisso mesmo.

O São Paulo está em sua sexta final de Libertadores.


O time como um todo jogou muito bem. Destaques para Rogério, pela defesa fundamental do pênalti, e para Ricardo Oliveira, presente nos três gols. No mais, um time equilibrado, defendendo e atacando. Ou só ocupando os espaços e reduzindo as margens de manobra do Chivas.


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quarta-feira, agosto 02, 2006

Pelea Gravesen-Robinho

O dia em que o pequeno e atrevido Robinho cansou de apanhar do grandalhão.

Há quem diga que o grandalhão Gravesen está procurando armar para sair do Real. Será?

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segunda-feira, julho 31, 2006

Boa rodada, mesmo com derrota



O futebol é fascinante, talvez o mais fascinante de todos os esportes. A reviravolta, impensávem na maioria dos outros, é plenamente possível no futebol. E foi uma reviravolta o que aconteceu no Morumbi na tarde gelada de ontem.

O time reserva do São Paulo, tendo apenas o goleiro Rogério Ceni como titular em campo, disputou um 1º tempo excelente, sufocando o Santos em seu próprio campo, impedindo a execução de passes bem feitos e a articulação de jogadas. A pressão na saída de bola provoca isso: erros de passes e jogadas que não se realizam, seja por que o passe não foi feito corretamente, seja porque o timing foi perdido. O Santos até via a cor da bola, mas somente onde os tricolores deixavam, sempre em espaços mortos, de onde nada útil saía.

O Peixe, simplesmente, não jogou no primeiro tempo. Ou melhor, em 90% do primeiro tempo, tanto que deu seu primeiro chute contra o gol de Rogério aos 39’49” – chute pífio, defesinha burocrática. Antes disso, Fábio Costa já tinha feito defesas (no plural), já tinha feito besteira (no singular), que Thiago e Alex Dias não conseguiram aproveitar, e Lenilson tinha metido um tirambaço na quina do travessão com a trave esquerda de Fábio Costa.

Pois bem... Um minuto depois, do primeiro chute a gol do Santos, o jovem Thiago perde a bola na intermediária, na lateral, comete falta e, ingênuo, não retarda a cobrança. Defesa desarrumada, jogada em velocidade, 1x0.

Mais um minuto e meio apenas, bola perdida no ataque e os lambaris armaram um contra-ataque velocíssimo. Alex Silva – futuro grande zagueiro – fura a interceptação no meio-campo e... 2x0.

O resultado do jogo estava decretado.

O São Paulo voltou disposto a tentar o empate no segundo tempo. Mas Luxemburgo, mais vitorioso e, consequentemente, o melhor treinador brasileiro, de bobo nada tem, e ao lado do ânimo reforçado de seu time, corrigiu sua postura em campo. Melhor distribuído e, sobretudo, mais confiante, o Santos resistiu à tentativa de pressão do São Paulo e marcou o terceiro gol logo nos primeiros minutos de jogo. O quarto gol foi apenas conseqüência. Um quinto e um sexto gol não aconteceram por pouco. E por um certo relaxamento do Santos, algo normal, diga-se de passagem.

Enquanto isso, nas arquibancadas, a torcida do São Paulo festejava. Paradoxal, mas verdadeiro. Diante da derrota inevitável, fruto de dois gols mais acidentais do que planejados, e diante da bela exibição dos primeiros 40 minutos de jogo, os torcedores sentiram que era bobagem e injusto vaiar aquela equipe em campo, formada por reservas.

Perder para o Santos era um risco calculado e aconteceu. Paciência.

Vale dizer que o Santos vinha de péssimos resultados e, ainda mais como um treinador como Luxemburgo, esse era um jogo decisivo para o futuro do Santos no Campeonato. Mais uma derrota no campeonato e, pior ainda, para os reservas do São Paulo, era algo impensável. O jogo tinha para o Santos uma importância enorme, o que não acontecia do outro lado.

O decorrer da rodada trouxe grandes e boas surpresas para o São Paulo. Nenhum adversário direto venceu e o único prejuízo foi diminuir em um ponto a distância para vice-líder, o Internacional, que ficou num empate em 0x0 contra o Grêmio, em Porto Alegre. O Cruzeiro perdeu para o Vasco, por 1x0. O Fluminense empatou com o Botafogo em 1x1. O Paraná perdeu do Palmeiras. Apenas o Santos subiu bem na tabela, entre os concorrentes mais próximos.

Uma boa rodada, apesar da feia derrota.

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