Um Olhar Crônico Esportivo

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quarta-feira, novembro 16, 2005

Grande Encontro, Grande Festa



Assim foi o IV Encontro de Ex-Jogadores Profissionais do São Paulo F.C.




Claro, pra mim, com 51 anos, a coisa foi fantástica. Afinal, lá estavam Pedro Rocha, Dario, Serginho, Prado, Osvaldo Cunha, Paraná, Chicão, Marinho Chagas, Zé Carlos, Renato, Sérgio, ops, São Sergio Valentim, Valdir Peres... E muitos, muitos mais. Muito jogador que eu já não recordava. E, confesso constrangido, continuo sem recordar. Ou seja, não foi encontro de ex-ídolos ou coisa parecida, foi encontro de todo mundo, de todos os jogadores, independente de terem sido titulares ou reservas. Não importa. Todos jogaram pelo São Paulo. O resto é detalhe que não vem ao caso.


Cheguei "tarde", no horário marcado pra começar a programação oficial. E que começou no horário. Azar meu, pois já tinha gente de monte. Raí chegou junto com a gente, eu e minha mulher. Paramos o carro no mesmo estacionamento e saímos juntos. Depois disso, acabou o sossego do craque. A tal ponto que ele saiu mais cedo do evento, permanecer era impossível. Não o vi um segundo sequer sem estar rodeado por uma montanha de gente. Todos querendo posar para fotos. Todos querendo falar alguma coisa. Homens e mulheres. Jovens e velhos. Carisma, teu nome é Raí. E ele vai pro Japão, chefiando a delegação do São Paulo para o Mundial de Clubes. Putz... Arrepiante. E ainda sou obrigado a ouvir minha mulher perguntar o irrespondível: por que ele não tá jogando? Pois é...

Tietei Chicão. Tietei Marinho Chagas. Claro, pô! Os caras foram monstros em campo. Chicão é meu herói no São Paulo e na Seleção, no jogo de Rosário contra a Argentina. O comandante do São Paulo, o cara que enfrentou um caldeirão fervente em Rosário, ao lado de Batista. E os dois, em menos de 20 minutos, tinham calado a torcida argentina e esfriado o time dos hermanos. Foi 0x0? Foi, mas eles fizeram a parte deles muitíssimo bem feita. Heróis. E foi bom abraçar o Chicão, eterno piracicabano, e agradecer pelos bons momentos que ele nos proporcionou.

E a bruxa? Marinho veio de Natal pra São Paulo (não perguntei, mas acho que o São Paulo pagou sua passagem, no que fez muitíssimo bem!). Minha única mágoa é que Marinho jogou pouco tempo no São Paulo. Por mim, teria jogado dez anos. Mas o pouco que jogou, marcou. E continua o mesmo de sempre, pelo menos de longe. Ainda magro, cabeludo, cabelos oxigenados. De perto a gente vê a marca dos anos no rosto vincado, mas de longe, parece que o tempo voltou e lá está o velho, ops, o jovem Marinho Chagas.

Mug... Quem lembra de Mug? Eu, claro. Sou do Ipiranga, como ele. Onde, aliás, ele continua, agora treinando e dirigindo o time sub 17 do velho e glorioso Club Atlético Ypiranga. Mug foi colega e contemporâneo no ginasial do Alexandre de Gusmão – “entra burro e sai ladrão” – brincadeira besta que rendia suspensão certa. Hehehehehe... Do Ypiranga foi pro juvenil do São Paulo e chegou ao time de cima, como atacante. Na minha classe do 1o. ao 3o. ginasial estava o Olívio Pitta Jr., o Pitta, que depois foi ponta-esquerda recuado do Corinthians, seu time do coração. Eu e ele passávamos horas inventando e desenhando aviões de guerra. Hoje, produzo vídeos depois de ter sido publicitário. E ele tem uma loja no Ipiranga – a Pitta Esportes – depois de ter sido jogador profissional. Os caminhos da vida...

Não fui tietar o Serginho. Muita gente em volta dele. Grande Serginho, santista de coração, mas leal e respeitoso com o São Paulo. Precisa mais que isso? // Dario também estava muito assediado. O grande zagueiro do São Paulo, ao lado de Dias, Oscar, Mauro Ramos e Bellini. Se Lugano ficasse conosco mais 3, quem sabe 4 anos, entraria nesse grupo.

Hoje temos Rogério no gol. É o mais moderno e eficiente goleiro do mundo pelas novas regras do futebol. E ele é mais que um grande goleiro, vai além. Mas no futebol de outros tempos, Valdir Peres foi grande. E, antes dele, Sergio Valentim. Desculpem, tenho de citar corretamente: São Sergio. Assim nós o chamávamos, porque era isso que ele era. Só vendo pra acreditar. Ah, claro que tomou gols defensáveis, claro. Isso é parte do ser goleiro, só não entende isso quem não entende do gol.


Sidney, Silas, Renato Pé-Murcho (apelido mais injusto e sem vergonha esse…), e tanta gente mais… Tião Abatiá… Jura… Carbone… Prado… Osvaldo Cunha... O presidente Marcelo e o vice Juvenal tomaram a peito fazer esse encontro. No início, todo mundo falou em dois anos de intervalo. Qual! Virou anual, e fosse semestral faria o mesmo sucesso. Mas anual está bem, está ótimo. Muitos ex-jogadores que estavam lá trabalham no clube. É normal isso. Dentro do possível, o São Paulo abriga os seus. E reconhece. Como tem de ser.

Por último, vou falar de um dos organizadores do evento. Um cara que sempre deu, literalmente, até, o sangue pelo São Paulo. Um cara que na Inglaterra, em 66, no jogo em que Portugal do Eusébio quebrou o Pelé e desceu o sarrafo num apático time canarinho, foi o único em campo a responder, a tentar impor um pouco de respeito, nem que fosse pela mesma via dos portugueses. Falo de Paraná, nosso ponta-esquerda por muitos e muitos anos. Grande Paraná. Parabéns pela organização.

Parabéns, São Paulo. O Japão e o TRI-Mundial nos esperam.


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