Um Olhar Crônico Esportivo

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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Luz no fim do túnel ou só coincidência?


A oitava rodada do Campeonato Paulista 2008 terminará amanhã, com Guaratinguetá x Rio Claro, e o Tricolor do Vale poderá voltar à liderança, tirando-a da Ponte Preta. Mesmo perdendo, porém, manterá a atual vice-liderança. Será um jogo, portanto, que em nada afetará o Trio de Ferro e o Santos, exceto pela margem de pontos.

Essa oitava rodada, que marcou um mês de competição – não custa lembrar: oito jogos oficiais no período de um mês, no início da temporada, sem que os jogadores tenham tido pré-temporada –, foi bastante significativa para Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.

Depois de quatro empates consecutivos, jogando mal na maioria das vezes, o Corinthians venceu o típico jogo “encardido”, complicado, contra o Ituano, em Itu, onde o time estava invicto. Foi, também, a primeira vitória do Corinthians fora de casa depois de praticamente seis meses. Mesmo com mudanças na equipe, o jogo fluiu melhor, começa-se a perceber bons sinais de entrosamento. Ainda falta muito nesse sentido, mas o que se viu já deve ter sido o bastante para deixar o torcedor mais animado.

O time de Mano Menezes, que já tinha demonstrado um espírito diferente, já havia recuperado a auto-confiança há muito perdida, começa a dar sinais de que jogará um bom futebol, também.

O Palmeiras também venceu, fazendo 3x1 sobre o Guarani em São José do Rio Preto, onde atuou como mandante, uma vez que o Parque Antártica continua em reforma. Depois de três derrotas seguidas, Vanderlei Luxemburgo conseguiu fazer o time jogar um primeiro tempo apenas razoável, o que foi compensado por um excelente segundo tempo, com nova postura tática em campo e com os gols saindo de forma natural.

Tanto Luxemburgo como Mano deram declarações confiantes. O primeiro segue apostando no título, o segundo na classificação entre os 4 times que disputarão o título no mata-mata, onde, como se sabe, tudo pode acontecer.

O Santos de Emerson Leão não está preocupado com o G 4 nesse momento, e sim com a estréia na Libertadores na próxima quarta-feira, contra o Cúcuta, na Colômbia. Nesse sentido, o clássico disputado contra o São Paulo foi excelente, apesar do resultado. Excelente porque o time conseguiu resistir bem ao absoluto domínio tricolor no primeiro tempo, e ainda assim saiu na frente, em excelente jogada de contra-ataque muito bem finalizada por Kleber Pereira. Excelente, também, pelo bom segundo tempo, equilibrando as ações em campo e tendo até o domínio do jogo em parte do tempo. Mesmo tomando o gol da virada, o time não desanimou e conseguiu o empate. Deixou a vitória escapar em três contra-ataques mortíferos que Kleber finalizou errado ou não conseguiu finalizar. Para um time que vivia em verdadeiro “inferno astral”, um jogo extremamente animador para o período que começa depois de amanhã e uma vitória pessoal de Emerson Leão, sem dúvida.

Finalmente, o São Paulo, o melhor colocado entre os grandes. Contra o Santos, a equipe jogou o que Muricy chamou de “melhor primeiro tempo do ano”. Sem dúvida, o Peixe mal e mal conseguiu respirar, e foi pressionado em seu próprio campo a maior parte dos 45 minutos, que por sinal foram apenas 44’41”, pois o árbitro além de não ter acrescentado nada ao tempo de jogo, conseguiu terminá-lo antes do tempo legal, com a bola no ataque de um dos times, longe do tradicional círculo central, local de preferência de S.Sas. para encerrar os tempos de jogo. Apesar do domínio, o São Paulo saiu perdendo, graças a excelente contra-ataque santista e a uma falha de marcação de sua defesa. O Santos equilibrou as ações no segundo tempo, mas o Tricolor manteve a pressão, e no final conseguiu uma vitória importante, muito mais pela tranqüilidade do que pelos pontos em si. Há muito, ainda, a acertar em todos os setores. O segundo gol santista também ocorreu em boa parte por falha da defesa, que permitiu a Rodrigo Souto cabecear com total liberdade, o que não é aceitável num time com três zagueiros e bons volantes como é o caso do São Paulo. Muricy Ramalho, agora, vê seu time entrando num período ideal: para felicidade dos são-paulinos, o time fará apenas três jogos, um por semana, todos contra times menores, antes de estrear na Libertadores, dia 27. O tempo certo para treinar, descansar, recuperar, preparar a equipe.

E então, esses resultados foram apenas coincidência ou foram a conseqüência lógica do trabalho iniciado dia 2 de janeiro e dia 7, no caso do São Paulo?

Para esse Olhar Crônico Esportivo tudo isso é tão somente a expressão em campo dos treinos, da preparação das equipes. As críticas, como de hábito, foram exageradas e, sobretudo, prematuras demais. Mesmo agora continua cedo para as cobranças que as torcidas já vêm fazendo. Há necessidade, ainda, de mais tempo para os times se acertarem melhor. Mas o caminho está sinalizado. Alguns percalços aparecerão, certamente, mas os quatro grandes entrarão em boas condições nas novas disputas: a Copa do Brasil, para Corinthians e Palmeiras, e a Copa Libertadores, para Santos e São Paulo.

Por tudo isso, não há porque falar em posições na tabela.

É muito cedo ainda.

Continua muito cedo.


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