“Açambarca & Engole”...
“Açambarca & Engole”...
... em breve conhecida por Trafic Talentos, era o nome do estúdio monopolista contra o qual lutava o diretor Mel Christie, interpretado pelo saudoso Mel Brooks em “Silent Movie”, filme divertido e muito criativo, o que é meio redundante em se tratando desse diretor. “Açambarca & Engole” era como dizia seu nome: açambarcava tudo e tudo engolia, uma máquina, hoje melhor seria definida como “buraco negro”, mas, vá lá, nesse caso com um pouco de exagero.
Mas não há exagero
A TT também está presente no Corinthians, graças à parceria, ou sociedade, com Wagner Ribeiro e mais os empresários André Cury e Frederico Pena (André Cury, só por acaso e coincidência, seria parente de Nesi Cury, o ex-todo poderoso responsável pela base corintiana?). Nesse caso, são nada menos que quinze atletas, os mais conhecidos dos quais Lulinha e Dinelson. Ela também tem jogadores no Ituano, São Bento e Avaí, definidos como clubes-parceiros. E tem direitos econômicos de jogadores do Atlético e do Cruzeiro e, parece, também na Portuguesa.
Nessa semana que passou, a empresa entrou no São Paulo, mas apenas na beirada, ao comprar 15% dos direitos econômicos de Hernanes do próprio jogador ou de seu empresário. O clube detém 75% dos direitos econômicos e o atleta os outros 10%. Segundo Marco Aurélio Cunha, essa transação nada teve a ver com o São Paulo, que apenas acompanhou o negócio à distância e “não se interessa ou precisa desse tipo de parceria”, na palavra do dirigente.
O próximo alvo da A&E é o Santos, vivendo momento de fragilidade econômica, refletida na área técnica. Através, também, de Wagner Ribeiro, a empresa está conversando com a diretoria santista e já tinha tudo pronto para comprar parte dos direitos econômicos de Alemão, que foi levado para a sede da empresa,
Ok, fica o registro.
Pelo que se ouve na Vila, o Santos deve essa ao treinador, integralmente.
O que e como ganha a Trafic?
Simples: ela compra por dez e vende por vinte, trinta, quarenta, cinqüenta...
O jogador negociado, como esses quatro do Palmeiras, é entregue a um clube, que será responsável pelo salário e encargos do atleta. O jogador se valoriza (quase com certeza, pois não dão ponto sem nó) e a Trafic negocia-o com outro clube, naturalmente da Europa, geralmente. E um grande lucro é realizado.
E o clube-valorizador?
Ganha, também, algo como 15, 20 ou até 30% do valor da negociação. Bom negócio para quem pensa, não digo pequeno, mas acomodadamente.
A Trafic Talentos atua como uma agência que administra carreiras, cuida da imagem, negocia contratos e salários, sem receber parcela de salário, como costuma acontecer, mas ganhando somente nas negociações, através da propriedade de parte dos direitos econômicos dos atletas. Tem o charme e o poder do dinheiro e dos contatos. Tem tudo para crescer no mercado tupiniquim, tal como a empresa-mãe cresceu assombrosamente.
Naturalmente, a empresa vai ganhar, também, com o giro dos atletas. Como em todo negócio, quanto mais rapidamente a venda for concretizada, mais depressa o dinheiro novo entra e o estoque é reposto para novas e futuras vendas. Por isso, causa estranheza a revelação feita por Gilberto Cipullo, diretor do Palmeiras, que o contrato de “parceria” com a Trafic Talentos ainda não foi assinado.
E assim vai se ajeitando e se acomodando aos novos tempos o futebol brasileiro.
Com dirigentes dos velhos tempos.
Ah, o futuro...
Pois é, o futuro é risonho para a TT e para outras que já estão surgindo. É mais uma modalidade de investimento e de negócios disponível no mercado.
Gostaria de dizer que é ruim, mas ainda é cedo para isso, pois a assessoria aos atletas é boa, em tese, e necessária.
Os problemas começam a surgir quando empresários e empresas passam da assessoria para a posse dos direitos econômicos. E fica muito, muito pior, quando um clube-laranja, como o Deportivo Brasil, entra em cena.
Nesse momento, os clubes, quase na totalidade, começam a ficar em nítida desvantagem.
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Marcadores: Corinthians, Jogadores, Legislação;, Marketing e Dinheiro, Negociações e Transações;, Palmeiras, Santos, São Paulo
4 Comments:
At 9:47 PM, Anônimo said…
Emerson, nada mas nada me tira da cabeça que os dirigentes dos clubes são socios dos empresarios, pois e um negocio onde o intermediario poderia ser ecxcluido com certa facilidade, mas os dirigenbtes preferem estas parcerias...desconfio.
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O sistema postado por voce e melhor que o utilizado atualmente por Eurados Urans da vida, que se tornam verdadeiros donos e nada repaasam aos clubes...estes 20, 30 % ja são um avanço.
At 9:51 AM, Anônimo said…
Essa Trafic não podia ter um nome melhor...
é mais um problema, dos muitos que nosso futebol ja tem...
Os clubes que entrarem de cabeça nessa, terao prejuizos incriveis a medio/longo prazo... vide o corintians que achou que fazia um otimo negocio e acabou na serie B
O leão deu uma dentro...
E meu SPFC mais ainda
abraço !
At 5:45 AM, Pablo G. said…
Hola desde España,
aunque no entiendo todo me ha gustado leer el artículo. Gracias por tu ayuda sobre Sergio Mota. En mi blog hice una rtículo de él en enero.
Volveré a leerte y me gustaría saber más cosas del fútbol brasileño.
Un abrazo
At 11:06 AM, Anônimo said…
É Emerson, bem que vc me avisou. Era melhor não ter lido. Que tristeza. Mas essa é a tendência do futebol brasileiro: fatiar os direitos federativos dos atletas, em troca de dinheiro rápido, normalmente caindo do céu para resolver os pepinos que surgem a cada dia na administração financeira dos clubes. Só mesmo o seu SPFC pra ficar imune a isso. Pelo menos é o que eles dizem.
Recentemente, o meu Flamengo vendeu 32% dos direitos federativos do Renato Augusto. Tá certo que o Kleber justifica que a grana serviu para comprar mais uma fatia dos direitos de Souza assim como do goleiro Bruno. A grana serviu também na contratação do Rodrigo e do kleberson. Mas não me parece o melhor caminho a ser seguido, definitivamente. Mas não vejo no momento, pelo menos no Fla, outras alternativas.
Um abraço,
Rod
Aguardo sua visita no meu novo blog.
http://f-play.blogspot.com/
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