Os 12 maiores IPCs do Brasil
1º São Paulo 9.32 - 4 times na 1ª Divisão *
2º Rio de Janeiro 5.47 - 4 times na 1ª Divisão
3º Belo Horizonte 2.07 - 2 times na 1ª Divisão
4º Brasília 1.86 - 2 times na 2ª Divisão
5º Curitiba 1,64 - 2 times na 1ª Divisão
6º Salvador 1.60 - 1 time na 2ª Divisão e 1 na 3ª
7º Porto Alegre 1.48 - 2 times na 1ª Divisão
8º Fortaleza 1.30 - 2 times na 2ª Divisão
9º Campinas 1.01 - 1 time na 2ª Divisão e 1 na 3ª
10º Goiânia 0.95 - 1 time na 2ª Divisão
11º Manaus 0.91 - nenhum time na 1ª ou 2ª Divisão
12º Recife 0.90 - 2 times na 1ª Divisão e 1 na 2a
28º Natal 0,44 - 1 time na 1ª Divisão
30º Florianópolis 0,30 - 1 time na 1ª Divisão e 1 na 2ª
39º Caxias do Sul 0,35 - 1 time na 1ª Divisão
*26º Santos 0,45
Muito bem, aí estão os 12 maiores Índices Potenciais de Consumo do Brasil, por município. No caso do Santos, suas verbas de tv e patrocínio têm o volume que têm em função de sua torcida na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo como um todo, daí sua inclusão com o Trio de Ferro como parte dos times da cidade de São Paulo.
Fica claro que há uma maior concentração de times nas cidades com maior IPC, vale dizer, nas cidades mais ricas, ou melhor, nas que têm maiores recursos financeiros circulando. No Brasil não existem cidades ricas.
Mas, podemos ver que dinheiro por si só não é decisivo. Florianópolis e Caxias do Sul têm, cada uma, um time na 1ª Divisão Brasileira de forma consistente há vários anos. Sem rebaixamento. Ao contrário de Salvador, Recife e Fortaleza, que não têm clubes na 1ª Divisão, ou têm agora depois de longa ausência – caso de Recife. E Salvador chegou ao cúmulo de ter seus dois grandes times na 3ª Divisão! O que foi, sem dúvida, uma perda para a cidade e para o próprio futebol do Brasil, dada a tradição do futebol na cidade.
Esses fatos têm levado muitas pessoas a culparem o poderio econômico do Sul e Sudeste como os responsáveis pelo declínio do futebol nordestino. E já há muita gente pleiteando uma “reserva de mercado” para os times da região.
Ora, essa é uma proposição trágica, um verdadeiro atestado, se porventura fosse apresentado e aceito, de incapacidade dessas cidades e clubes se sustentatarem sem uma providencial bengala salvadora.
Ao olharmos os números do IPC e tomando como exemplos não somente o Figueirense e o Juventude, mas também o Goiás, outro time com presença consistente na principal divisão do nosso futebol, vemos que os três são sustentados por economias muito menores que as de Salvador – que conta, ainda, com Camaçari, Aratu e todo o Recôncavo –, Recife e Fortaleza, além de Belém que não aparece entre as doze maiores, mas apresenta o 14º maior IPC do Brasil, com um índice de 0,80.
Isso me leva a manter algo que venho dizendo há algum tempo: o problema com os grandes times do Norte e Nordeste é, acima de tudo, administrativo. Bom, boa administração pressupõe, antes de qualquer coisa, seriedade e inteligência. Vamos e venhamos, essas coisas não custam dinheiro, não dependem de PIBs gigantes, não dependem de riqueza. Administrações sérias e bem planejadas poderiam não levar times dessas cidades ao título brasileiro, conquista cada vez mais difícil e, aparentemente, em fase de estreitamento do número de candidatos, mas com certeza poderiam manter bons times na 1ª Divisão, de forma consistente, inclusive disputando as copas continentais.
Florianópolis, Caxias e Goiânia conseguiram e são tão brasileiras como quaisquer outras.
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