Sobre doping
Doping químico
"Os exames são importantíssimos para coibir o doping no esporte. Muitas vezes, os resultados positivos não definem se o atleta teve ou não intenção de se dopar. Outras vezes, a substância encontrada e proibida não traz nenhum beneficio ao atleta.
A substância encontrada no exame do Dodô (femproporex) é um estimulante controlado por tarja preta, utilizado para diminuir o apetite e que melhora o rendimento físico, pois diminui a sensação de cansaço e aumenta a força muscular. Isso não significa que o atleta, obrigatoriamente, vai jogar melhor. O Botafogo precisa agora descobrir como foi ingerida a droga e com qual intenção."
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Texto escrito pelo Dr. Eduardo Gonçalves, médico, ex-professor de medicina e ex-jogador de futebol, conhecido também como Tostão.
Na Folha de S.Paulo de hoje.
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Bom, assunto chato e triste esse, mas, vamos lá.
A legislação anti-doping parece, e às vezes é, cruel.
É, todavia, o tipo de legislação que precisa pecar por eventuais excessos, pois, à menor sombra de facilidade, impunidade ou conformismo, o objeto da mesma – o doping de atletas – simplesmente explodiria em quantidade e intensidade.
Dodô não tem o perfil e o histórico de um atleta que recorra a meios ilícitos para melhorar o desempenho, da mesma forma que outros atletas também não aparentavam nada parecido. Mas uma droga proibida pelas autoridades médicas esportivas estava em seu organismo, logo, não há como fugir à evidência e a punição deve ser aplicada. Se houve o dolo ou não, isto é, a intenção clara e manifesta de ingerir a droga para melhorar o desempenho esportivo, não é relevante. O sucesso de uma legislação como essa implica em não deixar passar nenhum caso sem punição.
Infelizmente, e ao contrário de outras torcidas em outros momentos, torcedores do Botafogo enxergam nesse fato conspirações e perseguições contra seu time. Bobagem pura, claro, mas os torcedores não se convencem. Ainda precisamos achar bodes expiatórios para nossos próprios erros ou para os erros cometidos por quem amamos.
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1 Comments:
At 1:51 PM, Anônimo said…
Émerson, é difícil dividir certas coisas.
Uma é o Dôdo como atleta e seu histórico.
Todos os anti-doping que o atleta já fez e seus resultados.
Outra é a pessoa do Dôdo, simpático, discreto e bem conceituados por todos.
Ele é um dos atletas que tanto na vida particular como profissional, segue a mesma linha de conduta.
O que realmente está acontecendo, é difícil saber. Ninguém pode formar um juízo de valores negativo em cima de uma pessoa que tem um históico tão positivo.
Também não é justo vincular suas boas atuações a atuação de qualquer
substância em seu organismo, até porque ele passou por outros exames que deram negativo.
Quando analisamos uma situação assim, devemos no mínimo conceder o benefício da dúvida ao atleta.
E quando falo isso, não falo em por em dúvida o resultado do exame.
O resultado está aí, e as consequências virão. Mas o que aconteceu realmente é outra coisa. Se houve má-fé do jogador, se houve algum equívoco ou mesmo a falta de cuidados necessária, isso sim ainda pode, e torço, para que seja apurado, como forma de resgatar a imagem do jogador.
Afinal, jogar ou não alguns jogos, embora tenha seu lado ruim, não é nada perto de você ser acusado e diminuido publicamente por "donos da verdade", sem direito a uma explicação.
Abraços
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