Um Olhar Crônico Esportivo

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quarta-feira, julho 11, 2007

Tostão - Sobre vencer e perder

TOSTÃO

Mil possibilidades
O pragmático Dunga gosta de dizer que time bom é só o que vence. O técnico parece gostar somente de vitória, não de futebol. Para Dunga e as pessoas ortodoxas, pouco flexíveis, é isso ou aquilo, ganhar ou perder, time bom ou ruim, jogar bonito ou feio e outras dualidades. Não percebem que a maior parte da vida se passa nas entrelinhas, na subjetividade, no que não está claro, no que pode ter sido e não foi.
Temos o hábito de tentar explicar todos os resultados com análises técnicas e táticas. Isso é uma parte da história. A outra, a mais importante, é que existe, com freqüência, uma grande falta de sintonia entre o que acontece durante o jogo e o resultado. Uma bola que bate em um jogador, desvia e muda tudo. Há mil possibilidades.
Todos os grandes times da história do futebol entram em campo para vencer. Para isso é preciso tentar jogar bem, com técnica, organização tática e criatividade. Se for também com fantasia, fica mais bonito, muito melhor e mais prazeroso.


Melhor time do mundo
A tradicional revista inglesa "World Soccer", elegeu a seleção brasileira da Copa de 70 o melhor time do mundo de todos os tempos. Se não foi o melhor, certamente foi um dos melhores. Entre os dez times escolhidos, falta o Santos de Pelé, mas estão presentes a seleção húngara de 54, a holandesa de 74 e a brasileira de 82, que não foram campeãs. Dunga não deve ter gostado.
As pessoas que assistem pela primeira vez à seleção de 70 pela televisão, sem a emoção do momento, ficam um pouco decepcionadas ao ver que até o Pelé, de vez em quando, errava passes e chutes, e que não era um time perfeito. Ainda bem.



Coluna publicada na Folha de S.Paulo de hoje. Transcrição parcial.

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3 Comments:

  • At 3:06 PM, Anonymous Anônimo said…

    E vamos nós.....
    Acho que o Dunga tem mesmo esta característica meio passional.
    O fato, é que com as lesões de alguns convocados e a "deserção" de outros, a situação dele ficou muito complicada, e isso é inegável.
    As críticas feitas, algumas com razão, e que provavelmente são lidas todos os dias pela seleção, deve causar muito desconforto a todos que atenderam a convocação e que lá estão tentando fazer o melhor.
    Acho mais, acho que além do desconforto, deve causar uma pressão negativa muito grande nos jogadores.
    Bem, levando em conta estes elementos somados ao tempo que a seleção teve para se preparar, o Dunga poderia pretender uma seção que jogasse bonito? Émerson, sejamos realistas, você acha que se o Dunga pudesse optar por uma seleção que entrasse para a história por sua beleza, ele desprezaria isso? Claro que não amigo. A verdade é que ele tem uma seleção razoável e único meio de "salvar a pátria" é conquistando resultados. Mostrando que o futebol do Brasil, ainda que sem aquela beleza esperada, é capaz de superar as adversidades, driblar as dificuldades,sobreviver
    e ainda sair vitorioso.
    Afinal, nada mais fiel ao retrato da realidade brasileira.

    PS. Dê uma entrada no blog do PJ CLEMENT, que sem ser complacente com o Dunga, consegue fazer boas análises do desempenho da seleção.
    É uma pessoa que faz um jornalismo da forma que gosto, mais informativo e menos "indutivo".

     
  • At 4:25 PM, Blogger Emerson said…

    Gigi, eu jamais chamaria de deserção a recusa de Kaká e Ronaldinho.

    Dunga assumiu e colocou os dois melhores jogadores brasileiros na reserva. E saiu mexendo no time, a meu ver com pouco ou nenhum critério.

    Seleção brasileira virou uma coisa chata, insossa e fútil, pois joga por quaisquer dez mirréis em qualquer lugar. Estamos com overdose de seleções, desde a dita principal até as sub-um-monte-de-coisa.

    Voltando a Kaká e Ronaldinho: Dunga e cbf não tiveram o mínimo tato para conversar.
    Outra coisa: muito tititi deve ter rolado nos bastidores que nós desconhecemos. Com toda a certeza.

    Afinal, como explicar a "premonição" e pedir que quem não quisesse convocação o fizesse por escrito?
    E a decisão de divulgar as duas cartas, primeiro a do Kaká?

    Pura marra, infantil e chata. Birra, também, mais infantil ainda.

    De autoritarismo, Gigi, já tive minha dose, seja na política, seja no futebol.
    Assim como também já tive minha dose de direções estúpidas e sem bases reais tomando decisões idem.
    Estúpidas e sei lá que mais...

    Ah, sim, eu jogo no time dos que não gostam de 94 e nada enxergam de positivo no chute errado do Baggio.

    E aqui entro em choque direto com todo mundo que adora Dunga e todo mundo que adora Romário. E Bebeto. E o fino, inteligente e burocrático Parreira.

    Quanto ao fator tempo: seleção é seleção. O cara tem e teve o poder de convocar quem bem entendesse. Treinou e jogou várias vezes. Que aproveitasse esse tempo para estruturar um time e uma idéia, ou melhor, se ele tivesse uma idéia do que fazer deveria ter convocado os jogadores de acordo com ela. Ou, conhecendo os jogadores, deveria ter se adaptado a eles.

    A campanha brasileira é ridícula.
    Quem é o México (desfalcado)?
    Chile? Equador?

    Como eu disse e repito: Dunga não é treinador.
    Ele ultrapassou seu nível de competência. E ainda não percebeu. E talvez nunca venha a perceber.

     
  • At 8:36 PM, Anonymous Anônimo said…

    Concordamos em alguns pontos.
    Dunga não é treinador. Está treinador.
    Por convite, por opção, a verdade é que está lá.
    Os jogadores que dispõem, foram uma opção, que com certeza a cada técnico mudaria, mas não posso afirmar se para melhor ou pior.
    Teve a infelicidade de ter jogadores, que eram uma boa opção, lesionados.
    Considero a atitude de Ronaldinho e Kaká, uma deserção, diferente do que acho da opção do Zé Roberto.
    Você sabe que durante a copa, todos pediram a cabeça de nossos jogadores. Acho que nem tanto pelo rendimento individual de cada um, mas mais pela postura, ou falta dela.Mas tudo é esquecido muito fácil.Eu particularmente, não concordo com melindres de jogadores. Esse negócio de ficar magoadinho ou ofendidinho porque ficou no banco, na minha concepção não é atitude de profissional, além do menosprezo implícito ao colega que está em campo que esta atitude representa.
    Não sei o que rolou nos bastidores, mas sigo achando que a atitude dos dois foi pequena, já que a seleção, não é o Dunga, a seleção são os jogadores.
    Acho que boa análise do momento da seleção foi feita pelo Poli e pelo Paulo Júlio Clement em seus blogs.
    PS: Diga ao Pastor que continuo insistindo.O Dunga, assim como eu, pode até ser "despejado compulsóriamente" após o término da Copa América, mas Deus me livre perder para a Argentina, rsrsrsrrsrsr.

     

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