Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sábado, março 08, 2008

O falso mito da Libertadores


O jogo parecia-me normal, típico de uma partida bem disputada da Copa Libertadores.

O estádio, um pouco pequeno, estava lotado, a torcida cantando o tempo inteiro, animando e empurrando seu time contra um visitante de nomeada, poderoso, vindo do Brasil. Faltas normais, de jogo, uma ou outra um pouco mais forte, nada porém digno de chamar a atenção.

O final do primeiro já se aproximava quando o time da casa abriu o placar.

Um gol que nasceu com um certo auxílio, digamos, do goleiro adversário.

Festa, no campo e na arquibancada.

Reiniciada a partida, o time visitante parece querer correr mais do que corria antes. Bola para fora, o pegador de bolas, um garoto, não tem muita pressa em devolver a pelota. Subitamente, aparece ao seu lado um jogador do time visitante, correndo. Tira-lhe a bola e dá-lhe um empurrão. O garoto cai e o juiz, a poucos metros, corre em direção ao jogador. Sem titubear, mostra-lhe o cartão vermelho.

Dois minutos depois, um ataque do time da casa termina com a bola fora, pela linha de meta. Na jogada, um zagueiro visitante e o atacante local caem, a bola já fora, ambos encostados à linha de meta e dentro da grande área. O zagueiro levanta-se e, antes de se afastar do atacante ainda caído, dá-lhe um chute no rosto. Não um chute forte, mas um chute. No rosto. A arbitragem não vê o lance, ocorre um início de tumulto, mas fica só por isso.

Terminado o intervalo, os times voltam a campo. O visitante, como é natural, deve voltar mais calmo, cabeça no lugar, um jogador a menos, perdendo por 1x0, é hora de esfriar o jogo e tentar o empate em rápidos contra-ataques.

Certo?

Sim, em tese.

Então foi o que aconteceu, certo?

Não, não foi assim. Com poucos minutos de jogo, cinco ou seis, não recordo, o lateral-direito visitante simplesmente dá um chute nas costas de um jogador local, pegando-lhe as costelas. O árbitro corre e, embora o lateral já tivesse um cartão amarelo, mostra-lhe o vermelho. O lateral, pela gesticulação, diz que não viu o adversário. Impossível, simplesmente.

Não fosse o intervalo, tudo isso, do gol à segunda expulsão, teria ocorrido em cerca de dez ou doze minutos.

O visitante, que todos já identificaram, perdeu o jogo por 3x0. Um resultado até pequeno, dadas as circunstâncias.

Muito bem, vamos a uma pergunta fundamental?

Por que o experiente time do Flamengo perdeu a cabeça, perdeu-se e perdeu o jogo?

A arbitragem não influiu no resultado. Cometeu alguns erros, mas aqueles típicos, comuns a todos os jogos, nada dramático. De certa forma foi até favorável ao Flamengo ao não expulsar seu capitão, Fábio Luciano, ainda no primeiro tempo.

O que, então, terá levado um time como esse, que sequer é dos que mais cometem faltas, a ter um jogador empurrando um gandula (o nome disso, embora feio, é agressão), seu experiente capitão chutando o rosto de um adversário caído, e o não menos experiente lateral chutando as costelas de um adversário?

Provavelmente, a força, ainda que inconsciente, do velho mito segundo o qual nos jogos da Libertadores vale tudo, os adversários sul-americanos batem o tempo todo, catimbam antes, durante e até depois do jogo e os árbitros nada marcam, tudo relevam. Esse mito vai mais além, e inclui agressões por parte da torcida, pedradas, barulho na rua para não deixar os jogadores adversários dormirem, entre outras coisas.

A primeira parte é falsa, embora de vez em quando tenhamos alguns jogos meio atípicos. Os times sul-americanos evoluíram, jogam hoje, na média, melhor que antigamente, quando, a rigor, somente argentinos, brasileiros e uruguaios jogavam bom futebol (mas, mesmo sendo donos de bom futebol, o “bicho” pegava feio nos jogos contra eles, inclusive entre as seleções). As provocações diminuíram e o futebol cresceu. A violência em campo diminuiu muito, as arbitragens melhoraram e como a arbitragem nos demais países sul-americanos é mais à européia que à brasileira, os jogos fluem mais e têm baixos números de faltas. A televisão vem mostrando todos os jogos para todo o continente há muito tempo, e agora para todo o mundo. Antigamente não existia a menor preocupação com o doping, ao contrário de hoje em dia. Atualmente, jogar em Montevidéu, Santiago, Buenos Aires, Bogotá, Assunção, é a mesma coisa, praticamente, que jogar em Belo Horizonte, Recife, Rio ou São Paulo. Esse velho mito, portanto, é somente isso: um velho mito.

A segunda parte, porém, ainda é muito verdadeira. Na semana anterior, no jogo contra o Atlético Nacional em Medellín, Jorge Wagner, do São Paulo, só conseguia cobrar escanteios mal e porcamente, com a proteção dos grandes escudos de cinco ou seis policiais, que aparavam as pedras atiradas contra. E os jogadores que estavam na reserva não puderam manter-se aquecidos no local a eles reservado, porque a chuva de pedras não permitia.

Dentro de campo, porém, nada anormal. O time da casa saiu na frente e o São Paulo conseguiu empatar, levando o empate até o final, sem dramas, sem acidentes ou incidentes, sem faltas mais duras, sem bate-boca destemperado com adversários ou arbitragem.

Outros jogos, todos eles, aconteceram sem problemas dignos de notas.

Volto, então, à mesma pergunta: o que provocou o nervosismo e as reações destemperadas dos jogadores rubro-negros?

Creio que a falsa necessidade de ser mais catimbeiro que o time uruguaio, bater primeiro para não apanhar depois, ou bater para revidar. Falsa por se basear no já citado mito. Tudo bobagem, felizmente. Se tais atitudes nunca foram boa prática, hoje o são menos ainda. Vale repetir: a Copa Santander Libertadores é vista em mais de uma centena de países e esse número vai crescer, assim como vai crescer, também, o número de países que verão jogos integrais e não somente compactos. Portanto, até por uma questão de imagem de nossos clubes, comportamentos desse tipo precisam ser evitados.

O Flamengo perdeu o jogo porque estava com a “cabeça quente”. Pequenas coisas como um gandula que retarda a entrega da bola ou marcações equivocadas da arbitragem, não podem ser o estopim de nervos alterados. Profissionais devem ser treinados a se comportarem com frieza diante de situações adversas. Ganham para isso, treinam para isso, são preparados, teoricamente, para isso.

Conquista-se a Copa Libertadores, hoje, simplesmente jogando futebol.

O tempo da porrada já passou há muito.

Felizmente.


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quinta-feira, março 06, 2008

A noite de Adriano


Fui ao Morumbi ontem com a intenção de reviver o clima “Libertadores” e escrever a respeito. Diz o Galvão que há uma “química diferenciada que liga a torcida do São Paulo com a Libertadores”. É, existe, mas ela já foi mais forte, foi mais presente em 2004, 2005 e 2006. É difícil existir química quando o time deixa a desejar em campo e nesse ponto a torcida Tricolor é e sempre foi a mesma: só comparece para apoiar bons times e, de preferência, bom futebol.

O público ficou em 29.000 pagantes. Minha expectativa era para trinta a trinta e cinco mil. Passou perto, mas ficou de bom tamanho. Depois de uma ausência de dez anos, essa é a quinta participação seguida na Copa Libertadores, um recorde entre os times brasileiros, e o torcedor agora vai com menos sede ao pote, só voltará a comparecer em peso nas fases seguintes.

Mesmo assim, os caminhos para o Morumbi estavam tomados por bandeiras e camisas são-paulinas, as bandeiras para fora dos carros, mas poucas, infelizmente. A polícia paulista proibiu a presença de bandeiras em estádios há muitos anos, numa decisão comodista, sem sentido e ultrapassada. Tirou boa parte da beleza das arquibancadas e nem por isso eliminou brigas e ferimentos.

Jogo de uma só torcida é gostoso e dá uma boa segurança, algo que precisamos levar em conta nos dias que correm. As barracas de sanduíches estão cheias, o cheiro do pernil nas chapas é uma tentação, mas prefiro comer depois do jogo, quando é mais gostoso e a fome estará mais aguçada. Ou não, afinal, jogo é jogo, sujeito a qualquer resultado, e comer depois de uma derrota provoca indigestão.

Antes de entrar, um passeio básico pelo Memorial. Os ídolos do passado, as taças, as histórias, o boneco de Leônidas numa bicicleta dominando todo o salão principal... Meu filho aproveita, coloca a cara na grande foto do time Campeão da Libertadores de 2005 e me pede uma foto. Faz parte, é divertido.

Chega de prolegomenos e vamos ao jogo.

O São Paulo, se não fez um mau primeiro tempo, esteve longe de ter feito um bom jogo. Ao meu lado alguns torcedores reclamavam da falta de velocidade, mas o problema, na minha opinião é a falta de fluência. Associada a ela a má fase de alguns jogadores. Richarlyson não acertou um só cruzamento em todo o jogo, ou melhor, duas vezes a bola até chegou próxima de Adriano e Borges, mas encontraram antes as cabeças dos zagueiros chilenos. No meio, Hernanes fez, novamente, uma partida pavorosa do meio para a frente, errando passes, chutando mal de fora da área, desperdiçando ataques sem necessidade. Quase toda jogada de ataque passava por seus pés e perdia a seqüência. Adriano sempre muito marcado, com dois zagueiros o tempo todo ao seu lado. Pela direita, Zé Luiz e Eder Luiz até fizeram boas jogadas, mas o peso do jogo estava no meio ou na esquerda.

Muitos torcedores olham a tabela de classificação dos torneios nacionais à procura da colocação do adversário. Não poucas vezes encontram o outro time no meio ou na parte baixa da tabela e se animam, pensando que o jogo será fácil. Nada mais enganoso. Foi assim com o Atlético Nacional e repetia-se a história com o Audax.


Ora, jogo da Libertadores não é diferente e especial só para os times brasileiros, pelo contrário, aliás. A Copa – como é chamada intimamente nos outros países – foi sempre muito mais valorizada pelos outros países que pelo Brasil, onde ganhou importância, de fato, a partir da dupla conquista do São Paulo em 92/93. Em campo, o Audax fez um primeiro tempo mais cauteloso, bem postado na defesa, fechando muito bem a entrada da área, sem fazer faltas. As poucas ameaças vieram de chutes de fora da área.


Bola entrando, empate. (Foto Emerson Gonçalves)


O segundo tempo começou igual, mas pouco a pouco o Audax, consolidado atrás, foi para a frente, até levando algum perigo para Rogério Ceni. Como se diz, nada é tão ruim que não possa ficar pior, bem pior. Com Richarlyson fora de campo, uma rápida jogada feita em seu setor resultou no que já era temido pela torcida: gol do Audax, bonito gol do garoto bom de bola, Villanueva. Ele, que já havia feito duas boas partidas contra o São Paulo em 2007, jogou novamente bem, aproveitando a bobeira na marcação, imperdoável num time tão experiente.

O São Paulo não passou a jogar melhor depois de sofrer o gol, mas redobrou a vontade, um ponto positivo. Antes da saída de bola, Junior entrou no lugar de Richarlyson.

Parte da torcida já xingava Muricy. Parte da torcida já xingava Adriano. E várias vezes já se ouvia o coro “É, Aloísio!”, em clara demonstração da insatisfação com o jogo e, principalmente, com o resultado, ainda mais ameaçador porque o São Paulo, como disse um torcedor próximo, deixou o Audax gostar do jogo. E o audacioso Audax fazia jus ao seu nome em pleno Morumbi. Villanueva marcou aos 18’, Rocco tomou o segundo amarelo e o vermelho aos 24’ e aos 25’ Muricy tirou Fábio Santos e colocou Aloísio. A satisfação da torcida foi manifestada em aplausos. Com quatro atacantes a pressão aumentou e o empate passou a ser, acreditava-se, questão de tempo. Esteve nos pés de Borges, aos 26’, mas a bola passou raspando o travessão. Muitos atacantes, mas sem criação no meio campo, um pecado mortal.

Jorge Wagner cobrou um escanteio curto para Eder Luiz, recebeu de volta e colocou a bola na cabeça de Adriano. Empate. E uma comemoração raivosa de Adriano, perceptível no campo e mais ainda pela televisão. Justa raiva. A cobrança sobre ele da torcida e da imprensa é grande, mas a marcação dos zagueiros é maior ainda. É muita marcação e pouco aproveitamento dos espaços que sua presença cria para outros jogadores, porque o São Paulo perdeu sua chegada na área com as saídas de Souza e Leandro.

Pressão. Com Borges, com Hernanes, que finalmente acertou bom chute, com Aloísio, com Eder Luiz, com Jorge Wagner municiando o pessoal dentro da área. Contudo, o audacioso time chileno não se acovardou, mesmo com dez jogadores. Continuou indo à frente, menos, é claro, mas com algum perigo. Não dava para bobear novamente.

40’ do segundo tempo, Hernanes entra na área pela primeira vez, chuta forte e certo, o goleiro espalma, Adriano toca a bola e entra com ela no gol. Era a virada. E a comemoração agora foi sem raiva, só alegria. Finalmente.



Já no acréscimo, Aloísio fez boa jogada na defesa e limpou uma jogada perigosa do Audax. O velho e estimulante Aloísio, sempre importante, tanto no ataque como na defesa. Pouco depois, Hernanes fez sua terceira boa jogada (a primeira havia sido um chute perigoso), colocando a bola nos pés de Adriano na área, que ajeitou com precisão para Borges chutar mal e perder o terceiro gol.

E assim terminou a noite que foi de Adriano, o Imperador. Primeiro xingado, depois ovacionado, como costuma ser no futebol.

Porque fez dois gols e fez um terceiro pouco percebido: ela "amarelou" os zagueiros e terminou por "avermelhar" Rocco. Foi nesse lance que nasceu, verdadeiramente, a vitória do São Paulo.

3x1 para Adriano, o Imperador.


Um resultado importante para o São Paulo, menos pelos pontos e muito mais pelo espírito e pela determinação. O importante, porém, não mudou: o time ainda não existe e Muricy terá muito trabalho até conseguir que o jogo volte a fluir como nos bons momentos de 2007.


E eu, bem ou mal, reencontrei o velho clima de Libertadores no final do jogo, seguido por um super-sanduba de pernil, saboreado em frente ao Morumbi em noite festiva, como deveriam ser todas as noites no Morumbi.



Vitória histórica

Enquanto isso, em sua volta ao Maracanã pela Libertadores 23 anos depois de seu último jogo, o Fluminense goleou o argentino Arsenal por sonoro 6x0. Resultado histórico, pois foi a maior vitória em diferença de gols de um time brasileiro sobre um argentino.

E assim, pelo menos até hoje, os cinco times brasileiros são líderes em seus grupos.


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quarta-feira, março 05, 2008

Hoje, há 30 anos


Que ano foi aquele 1977!

Que ano, meus amigos.

Inesquecível sob inúmeros aspectos.

No Centro Velho paulistano, a gente saía às ruas em passeatas contra a ditadura.

A polícia chegava e descia o cassetete. A gente virava uma esquina, a massa humana correndo, fugindo das cacetadas e dava de cara com um veículo blindado do Choque da PM com um canhão-d’água.

Brutal, brutal...

Mas tudo valia a pena, pois a alma não era pequena e a gente acreditava num futuro (que não é bem esse presente, entendem?). E, apesar das bordoadas, respirávamos o doce ar da distensão lenta, gradual e segura.

Ah, tá, o futebol, sim, como não falar do futebol.

Aquele foi mais um ano em que minha paixão pelo esporte bretão que consagrou Basílio ficou meio sufocada. Não era de bom tom para um militante sério e dedicado como esse escriba ficar vendo jogos de futebol, ainda mais torcendo para o time da elite burguesa. Se ainda torcesse para o “time do povo”, quem sabe...

Os (são-paulinos) mais radicais vão me desculpar, mas falar de 77 e não falar do título corintiano é algo impossível para quem viveu aquela época. A grande verdade é que São Paulo parou e, com ela, todo o estado e talvez boa parte do país. Pode parecer exagero, mas foi assim. Havia um verdadeiro desespero no ar por um título corintiano, que já tinha chegado muito perto no ano da “invasão do Maracanã”. Palmeirenses torciam como loucos, naturalmente contra. Nós, são-paulinos, que tínhamos amargado 13 anos de seca, assim como os santistas, não estávamos propriamente secando, torcendo contra na mesma medida dos palestrinos. Eu mesmo, vendo o sofrimento da minha avó, meus tios e primos, até torci a favor, ou antes, mais desejei que vencessem do que torci, propriamente. Foi um momento inesquecível do futebol, mesmo não tendo acontecido com o meu time.

Ah, é verdade, essa crônica deveria ser sobre o São Paulo e o primeiro título brasileiro. Então, ao Time do Coração, no caso, o meu, e hoje não estou falando em Timemania.

É difícil para o torcedor de hoje entender o que foram os anos 70 para nós, são-paulinos. Vínhamos de longos treze anos de fila, com times de pouca expressão, onde o único craque era o inesquecível Roberto Dias. Só falávamos, peito estufado, que estávamos construindo o maior estádio particular do mundo, o que foi verdadeiro por algum tempo, talvez até por um bom tempo. Roberto Dias e Morumbi, nossos únicos craques. Éramos, ainda, uma torcida pequena. Corintianos e palmeirenses batiam-nos com folga. O Palmeiras era a Academia, o que já dizia tudo que se precisava saber. Fechava o quadro o Santos de Pelé (até 1974). Falar o que desse time?

Dureza, viu... Ser são-paulino era um exercício diário de fé, de esperança naquela década dos sessenta, de tantas transformações no planeta e no Brasil.

1977 já era um ano diferente dentro desse cenário.

Já tínhamos belos títulos recentes em nosso repertório, e grandes times, com Gerson, Rocha, Toninho, o grande Roberto Dias, Paraná, Terto, Jurandir, São Sérgio Valentim...

Pelé já tinha parado no Santos e estava se despedindo do Cosmos e a Academia era, para nós, apenas mais um clássico.

O título do Corinthians deixava tudo igual, éramos todos iguais, de certa forma, até mesmo a Portuguesa, que, bem ou mal, “armandamente” ou não, era a campeã de 73 ao lado do Peixe.

No Brasileirão de 77 ficaram todos para trás e o São Paulo chegou à final.

O grande time do Brasil era o Galo, o Clube Atlético Mineiro de futebol tão bonito quanto infernal, o time de Reinaldo. As gerações mais novas se encantam com Ronaldo e Romário... Pois sim, se os carniceiros tivessem preservado os joelhos de Reinaldo, não haveria comparação possível, nem mesmo com o nosso Careca. Reinaldo foi, penso aqui com meus botões, um dos maiores atacantes que vi jogar, fora Edson Arantes do Nascimento, sempre supremo. Infelizmente, seu tempo foi muito curto.

O Galo tinha, também, Toninho Cerezzo, um volante metido a jogador de futebol – onde já se viu? – meio desengonçado, e que a gente não perdoava por ter sido palhaço antes de jogador. Pois é, o tempo passou e Cerezzo é um dos grandes heróis Tricolores. João Leite era o goleiro, bom à bessa, geralmente, mas de vez em quando...

E o São Paulo era o time do Serginho, o grande artilheiro do Brasil, sem a menor dúvida, naquele momento. Serginho era um terror, apanhava sem dó e batia idem, não tinha dó de zagueiro. Para sorte dele, os jogos eram gravados com três ou quatro câmeras, apenas, e mesmo assim só nos clássicos. Era, também, o São Paulo do primo do Rivelino, o garoto Zé Sérgio, simplesmente infernal. Era o São Paulo do grande e valente Chicão e de um gringo que só vivia no Departamento Médico – hoje seria chamado de Chinelinho Rei – o Dario Pereira. Getulio e seu canhão, Tecão, Viana, Antenor... Era o São Paulo de Waldir Peres, um dos nossos grandes heróis e grande goleiro.

Ah, era o São Paulo de Rubens Francisco Minelli.

Dizem que eu só defendo o Muricy, que nunca critico o Muricy e coisa e tal. Pode ser, pode ser, mas se defendo Muricy, a culpa é desse cara, o Minelli. Com ele eu aprendi, na marra e na porrada, que um bom treinador tem que ser respeitado e apoiado sempre. Nós, torcedores à época, torcemos nossos sábios narizes não à sua chegada, coroado como bi-campeão brasileiro (ou já era tri? Estou em dúvida e sem tempo de conferir os alfarrábios), mas ao seu trabalho. Ele mudou o São Paulo inteiro, de cabo a rabo. Transformou. E não é que um belo dia ele me pega o Bezerra, nosso regularzinho lateral-esquerdo, e faz do cara um portentoso quarto-zagueiro? E botou o Antenor na esquerda, ele que jogava na direita, feudo do Carão, o Getúlio. Botou o Dario Pereira até no ataque, tudo bem, um falso atacante, mas lá estava o jovem Don Dario, de certa forma antecipando modernas escalações. Foi esse Minelli que nos conduziu à conquista de nosso primeiro grande título, nosso primeiro Brasileiro e contra um time muito melhor.

Minelli, a quem sou grato por ter escalado e jogado com Mirandinha. Por quem chorei litros de lágrimas no seu retorno aos gramados. Que marcou um lindo gol contra o Grêmio, em nosso melhor jogo daquele campeonato, que de novo levou-me às lágrimas. Nossa, como eu sou grato ao Minelli e, sobretudo, ao São Paulo F.C., que manteve o Mirandinha sob contrato com toda a dignidade do mundo, por longos, intermináveis três anos e tanto, até seu retorno. Tudo isso naquele ano de 1977.

E no dia do jogo, ora, ora, ora... Que história essa!

Muricy estava machucado há meses. Nosso mais brilhante... sei-lá-o-que. Era difícil dizer sua posição. Ele já era um meia-atacante pela direita, coisa modernosa, e também já era ranzinza e briguento, marcava, dava combate, por isso não posso dizer que era um meia-direita clássico.

Muricy, como Telê, já nasceu moderno. E mal-humorado.

Mas Muricy também disputou a final contra o Galo. Em São Paulo e em Belo Horizonte eu lembro do tititi “Serginho joga, Serginho não joga”. Diziam que o São Paulo tinha entrado na justiça e conseguido um efeito suspensivo pro Serginho. Os atleticanos enlouqueceram e queriam pôr o Reinaldo, também suspenso, em campo. Minelli foi, com o perdão da palavra, sacana. Muito sacana. Escalou Muricy, que pegou Serginho, botou num avião fretado e foi com ele pro Mineirão, que felizmente é pertinho da Pampulha e do Aeroporto. Que clima criou o “seu” Minelli, minha gente.

No fim, Serginho não jogou. Nem jogou a Copa da Argentina, uma perda irreparável para ele, para Coutinho e para o Brasil. Pegou 14 meses de gancho, um absurdo sem tamanho.

Aí vem tudo que todos já sabem.

O jogo foi 0x0, foi duríssimo, Neca entrou no Ângelo e quebrou sua perna – os boleiros diziam que o Ângelo entrava por cima e o Neca entrou por cima também, preventivamente, como contou mais tarde, chateado... – e o Chicão deu-lhe um pisão que entrou para a história. Ainda hoje, os mal informados dizem que ele quebrou a perna do Ângelo, o que é pura abobrinha. Mesmo assim, Chicão, a partir do ano seguinte, jogou no Galo e virou ídolo inesquecível num grande time, o mesmo que foi, digamos, vítima de terrível arbitragem num jogo contra o Flamengo, o mesmo time que foi para a final da Libertadores e dali para Tokyo e o título mundial.

Waldir Peres foi o herói do título de uma forma, de novo, sacana, com aquelas passadas de mão nos traseiros da molecada atleticana. E rindo a toda hora, como dava risada o Waldir Peres, ô coisa mais irritante! Pros adversários, claro.

Nossa, como foi bom ser Campeão Brasileiro!

Nós, a tal da quarta força, ou até quinta, para alguns, novamente, sacanas, éramos campeões do Brasil. Bom demais aquilo tudo.

Foi nossa decolagem para o futuro. Amadurecemos, acredito, como clube, como equipe de futebol. Foi muito legal ter vivido tudo aquilo, desde os tristes anos sessenta, porque hoje essa história desenrola-se na retina da memória como um filme mesmo, no qual uma cena conduz à outra, às vezes com uma edição mais demorada, mas sempre ali, o filme seguindo gloriosamente. Muito do que somos hoje devemos aos heróis de 77.

Obrigado.

Bom, eu tanto falei em 77, mas... Caraca, hoje é 5 de março de 2008!

Como assim 30 anos?

Coisas, minha gente, do velho futebol tupiniquim, pois o ano de 1977, no futebol, terminou em 5 de março de 1978.




Escrevi essa crônica a pedido do Barão, para o site SP Net, onde ela foi inicialmente postada.

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terça-feira, março 04, 2008

Boladas e Caneladas do terço final de verão



Dois pesos e duas medidas.

Tá na Folha de hoje, na coluna Painel:

“Desconto - O vice palmeirense Gilberto Cipullo sugere mudança na Lei Pelé que desobrigue os clubes de pagarem multa equivalente ao restante do contrato nos casos de jogadores dispensados.

Na pele - A idéia de Cipullo deve ser discutida pela comitiva de cartolas que está em Brasília por lobby pelas alterações na Lei Pelé. O corintiano Andres Sanchez faz parte do grupo. Ele não rescindiu com Roger para evitar ter de pagar o contrato até o fim.

É a mesma velha história da relação desigual entre as partes, onde quem pode mais chora menos. Os clubes têm gritado em alto e bom som que a Lei Pelé está a quebrá-los. Ora, qualquer um com um pouco de informação sobre os clubes brasileiros sabe ser isso deslavada mentira ou absurdo desconhecimento da realidade. Os clubes brasileiros foram quebrados por seus próprios e abnegados dirigentes.



Desconfiança & Comodismo

A expectativa do São Paulo para amanhã, contra o Audax, é ter cerca de 30.000 torcedores no Morumbi. Casa cheia, mesmo, só nas próximas fases.

Esse comportamento da torcida Tricolor já é bem conhecido dos dirigentes, mas a verdade é que se o time já estivesse rendendo melhor o público seria bem maior. Também é bem conhecido o gosto são-paulino por ver o time em peso apenas quando está vencendo e jogando bem.



Conversas com um “boleirinho” de futuro

Conversava esses dias com um garoto que está fazendo testes num dos clubes da Capital. Conversa vai, conversa vem, ele falou dos torneios que disputou na Baixada Santista, onde é muito melhor para jogar porque sempre tem olheiros dos clubes e é uma competição atrás da outra.

Jogou três vezes contra a estrela santista, Neymar, o garoto de 15 anos que ganha trinta mil por mês e conseguiu ser mantido a salvo do assédio do Real Madrid. Disse que ele é bom mesmo, mas que afina. Joga legal até receber a primeira pancada e aí dá uma sumida do jogo.

Ele contou isso se divertindo, afinal, estava falando de uma estrela em ascensão. Perguntei a ele se não seria melhor mesmo ele “afinar” e sumir do jogo e, dessa forma, proteger suas pernas?

O garoto ficou pensativo e acabou por me dar razão.

Ele mesmo, por sinal, meia-atacante, não sabe marcar e nem bater, só sabe cercar, e por isso o último treinador dele gritava pra ele “Bate! Bate!”, quando marcava um adversário que já o havia acertado. Como ele (ainda) costuma ouvir o que eu digo, disse-lhe para esquecer o fulano e continuar sem bater. Mas que seria bom aprender a “cercar” melhor, dar combate tentando não fazer falta e, sobretudo, nunca revidar, porque atacante que revida vai pro chuveiro e o zagueiro fica em campo dando risada. Coisa que ele já sabe, mas nunca é demais repetir e reforçar.

Dias atrás ele veio aqui perto de casa ver um jogo-treino do Barueri, contra um time de várzea aqui de Carapicuíba, mas muito bem arrumadinho, daqueles times enjoados, cheios de banca e pose. O Barueri goleou e Pedrão, vice-artilheiro do Paulista, marcou 3 gols. O garoto saiu encantado com o toque de bola fluente do Barueri e a facilidade com que a bola chegava na frente. Já é fã do Pedrão, e não é para menos.

Hoje foi dia de treino, logo cedo. Falei brincando pra ele não ir pra balada e dormir direitinho. Se bobear, é capaz de ter faltado na escola só pra dormir mais cedo.

Cá entre nós, não serei eu a condená-lo se realmente fez isso. E tomara que tenha feito um bom treino, que vale como uma peneira.

Na dúvida, está aprendendo a trabalhar com vídeo. Afinal, nada melhor que prevenir.



Problemas à vista?

Há anos a Colômbia vive uma guerra terrível contra os narcotraficantes das FARC. Com a morte do número 2 do grupo em ação militar que penetrou dois quilômetros no Equador, Hugo Chávez, presidente venezuelano, foi à loucura e está por trás da reação destemperada do governo equatoriano.

Relações diplomáticas foram cortadas, embaixador expulso, embaixador retirado, Chávez faz uma grande mise-en-scène e joga pra galera (2008 é ano eleitoral), mandando dez batalhões de seu exército para a fronteira com a Colômbia. Estimulado pelo chefe, o presidente equatoriano, Rafael Correa, faz o mesmo, enquanto o presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, mantém uma postura calma e pede a intermediação de países europeus.

Equador, Colômbia e Venezuela...

Os jogos da Copa Libertadores serão afetados?

A ver.

Lembrete: em 1991, bandidos das FARC invadiram o Brasil, atacaram um quartel do Exército Brasileiro – o Destacamento Traíra, às margens do rio do mesmo nome –, mataram três soldados, feriram quatro e roubaram armas e munições. A reação foi imediata. Dois dias depois, um pelotão de tropas especiais treinadas em guerra na selva do Exército Brasileiro entrou fundo em território colombiano, atacaram a base das FARC, mataram sete bandidos, feriram outros e recuperaram todo o armamento roubado.

A Colômbia errou, mas fez o que devia fazer e apresentou desculpas ao Equador.

Mas o clown venezuelano quer barulho e confusão. É disso que ele se alimenta.


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FIFA e WADA, enfim juntas



Joseph Blatter, presidente da FIFA, e John Fahey, presidente da WADA – World Anti-Doping Agency –, assinaram uma carta de intenções no sentido de aumentar a cooperação entre as duas entidades.

Esse início de acordo foi assinado ao final de reunião em que discutiu-se a versão revisada do Código Mundial Anti-Dopagem, juntamente com a convenção da UNESCO a respeito.

“A FIFA e a WADA têm o objetivo comum de lutar contra o doping e continuaremos a fazer isso com todos os meios ao nosso alcance,” declarou Sepp Blatter. “Com essa cooperação mais próxima e excelente entre as duas entidades, estou certo que seremos capazes de atingir esse objetivo.”

Pelos termos da carta, a FIFA declara seu incondicional suporte para a luta da WADA contra o doping e concorda em empregar o máximo esforço para assegurar o cumprimento do World Anti-Doping Code Version 3.0 no âmbito da FIFA.

Os termos dessa carta de intenções passam a ter efeitos imediatos.

Essa não parece ser uma boa notícia para Dodô, cujo julgamento pela FIFA por conta do doping descoberto no decorrer do Campeonato Brasileiro será julgado nas próximas semanas, dentro de um clima muito mais desfavorável. Dependendo da análise da documentação e da defesa do jogador, o resultado poderá afetar, também, o Botafogo, time que Dodô defendia à época.

Muitos reclamam que a FIFA não pune os casos de doping no futebol com o mesmo rigor que é empregado no atletismo, o que tem causado visíveis constrangimentos a Blatter, e não será de estranhar um endurecimento e maior rigor no trato com os casos pendentes e os que, inevitavelmente, ainda virão.

Se não é uma boa notícia para Dodô, para o esporte é simplesmente excelente.


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segunda-feira, março 03, 2008

Timemania: resultado do 1º teste


Há pouco mais de dois anos a CEF lançou a Lotofácil, uma loteria com algumas características parecidas à Timemania na premiação: baixos valores, quando comparados com a Megassena, e grande número de prêmios. No primeiro teste, o total apostado chegou a 2,8 milhões de reais, e foi considerado um bom resultado pela direção da Caixa. Pouco a pouco a LF cresceu e consolidou-se como produto.

A Timemania nesse primeiro teste arrecadou nada menos que R$ 4.119.464,00 – quatro milhões, cento e dezenove mil, quatrocentos e sessenta e quatro reais, valor considerado muito bom pela Caixa, que acredita num bom crescimento desse produto. Tendo esse valor como base, surgiram as primeiras críticas à nova loteria, inclusive tomando-o como projeção para todo o ano. Caso o ano fechasse com essa média de receita por teste, teríamos uma arrecadação total inferior à metade da que foi projetada pela CEF antes do lançamento de seu novo produto, ou seja, 214 milhões de reais, dos quais os clubes receberiam 47 milhões, indo para os 20 clubes do Grupo I o total de 28 milhões, recebendo cada um 1,4 milhão de reais por ano, algo como 116.000 reais por mês. A esse total, deve somar-se, ainda, a distribuição proporcional a partir das indicações do apostador do seu “Time do Coração”, que totalizaria, seguindo a mesma receita, pouco mais de 4 milhões de reais por ano. Um pouco abaixo, portanto, dos cálculos iniciais, feitos inclusive por esse Olhar Crônico Esportivo, a partir dos números previstos pela Caixa. Isso, contudo, é apenas o começo, e a tendência é melhorar teste a teste, principalmente a partir do início do Campeonato Brasileiro. Essa previsão, meio lógica, é desse blogueiro, pois a CEF nada falou a respeito, apenas que o crescimento é previsto de forma consistente no decorrer do ano.

Considerando que o primeiro ano de uma loteria é sujeito a altos e baixos e que ela, como todo novo produto, tem um tempo de maturação, fica claro que a medida acertada com o governo de limitar a complementação do valor a ser pago em apenas cinqüenta mil reais foi extremamente acertada. Não fosse esse “detalhe”, a maioria dos devedores ficaria fora da Timemania logo em seu primeiro ano.

Enquanto aguardamos pelos próximos concursos e suas receitas, segue a lista completa dos clubes nomeados no “Time do Coração” do primeiro teste da Timemania. Esta é a lista definitiva, também, fornecida hoje pela CEF.

Procure o teu time.

Eu tenho dois e já achei. Um foi fácil, está entre os primeiros. O outro, coitado, deu mais trabalho, pois está no meio da lista.

POSIÇÃO

CLUBE

PERCENTUAL

FLAMENGO RJ

11,12

CORINTHIANS SP

8,87

SAO PAULO SP

6,76

PALMEIRAS SP

5,75

SANTOS SP

4,5

GREMIO RS

4,35

INTERNACIONAL RS

3,78

VASCO DA GAMA RJ

3,67

CRUZEIRO MG

3,08

10º

BOTAFOGO RJ

2,86

11º

FLUMINENSE RJ

2,62

12º

ATLETICO MG

2,38

13º

BAHIA BA

2,02

14º

VITORIA BA

1,23

15º

SPORT PE

1,15

16º

GOIAS GO

1,06

17º

ATLETICO PR

1,05

18º

CORITIBA PR

0,92

19º

FORTALEZA CE

0,92

20º

SANTA CRUZ PE

0,91

21º

PAYSANDU PA

0,79

22º

NAUTICO PE

0,78

23º

PONTE PRETA SP

0,78

24º

BOTAFOGO PB

0,76

25º

TREZE PB

0,76

26º

CEARA CE

0,74

27º

REMO PA

0,71

28º

FIGUEIRENSE SC

0,69

29º

PORT DESPORT SP

0,66

30º

SAO CAETANO SP

0,66

31º

PALMAS TO

0,63

32º

ABC RN

0,62

33º

LONDRINA PR

0,62

34º

PARANA PR

0,59

35º

RIVER PI

0,58

36º

IPATINGA MG

0,56

37º

MIXTO MT

0,56

38º

GUARANI SP

0,55

39º

JI-PARANA RO

0,55

40º

JOINVILLE SC

0,55

41º

JUVENTUDE RS

0,55

42º

MARILIA SP

0,55

43º

VILA NOVA GO

0,55

44º

MOTO CLUBE MA

0,54

45º

AVAI SC

0,53

46º

YPIRANGA AP

0,53

47º

BANGU RJ

0,52

48º

CRICIUMA SC

0,52

49º

AMERICA RJ

0,51

50º

JUVENTUS SP

0,5

51º

ATLETICO GO

0,49

52º

AMERICA MG

0,48

53º

S RAIMUNDO AM

0,47

54º

BRASILIENSE DF

0,46

55º

SAMP CORREA MA

0,46

56º

SANTO ANDRE SP

0,46

57º

UBERLANDIA MG

0,46

58º

CRB AL

0,45

59º

INTER LIMEIRA SP

0,44

60º

SERGIPE SE

0,44

61º

AMERICA RN

0,43

62º

BRAGANTINO SP

0,43

63º

CSA AL

0,43

64º

GAMA DF

0,43

65º

ITUANO SP

0,43

66º

OLARIA RJ

0,43

67º

XV PIRACICABA SP

0,43

68º

BARUERI SP

0,41

69º

OPERARIO MS

0,4

70º

NACIONAL AM

0,39

71º

PAULISTA SP

0,37

72º

TUNA LUSO PA

0,37

73º

DESPORTIVA ES

0,34

74º

RIO BRANCO ES

0,34

75º

RORAIMA RR

0,33

76º

AMERICANO RJ

0,32

77º

RIO BRANCO AC

0,31

78º

U BARBARENSE SP

0,31

79º

UNIAO S JOAO SP

0,31

80º

VILLA NOVA MG

0,31

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