Rolando pelo mundo da bola...
... na UEFA e na Premier League
Pois é, mais um rolando, dessa vez quase que em cima do anterior.
Vamos lá.
Platini quer janela menor
Michel Platini, presidente da UEFA, e a quem este blog gosta
de chamar de ‘super-burocrata’, está incomodado com a duração das janelas de transferência, principalmente a janela de verão, que vai de 1º de julho a 31 de agosto – neste ano, estendida até 2 de setembro.
Segundo ele, isso chega a permitir que um mesmo jogador defenda dois clubes numa mesma competição, coisa que também me desagrada profundamente.
Para nós, brasileiros, habitantes de Pindorama e fornecedores em larga escala do pé-de-obra que abrilhanta as competições européias, das mais fracas à mais espetacular, esse motivo é irrelevante.
Entretanto, uma possível redução na janela seria altamente benéfica para o Campeonato Brasileiro, especialmente enquanto continuar válido esse atual calendário, desencontrado com o calendário europeu.
Em minha opinião, o melhor seria a existência de uma só janela de transferências durante o ano, em julho ou agosto, com 30, no máximo 45 dias de duração, e, naturalmente, com o calendário brasileiro adaptado a essa realidade, de forma a que nossa principal competição começasse depois e terminasse antes da janela de transferências.
Dessa forma, o ‘onze’ inicial do torneio seria o mesmo ‘onze’ final, salvo contusões.
Quem sabe...
Recorde na Premier League
Segundo levantamento da Deloitte, o valor das transferências efetuadas nessa janela de verão cresceu 6% sobre a do verão 2007, que foi superada em mais de 30 milhões de libras (
Se tomarmos o ano de 2003 como base, esse total é nada menos que o dobro do que foi gasto naquela temporada.
Desse valor, cerca de 40% – 215 milhões de libras (
Aston Villa, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Sunderland e Tottenham Hotspur investiram, cada um, mais de 30 milhões de libras (
Segundo, Paul Rawnsley, diretor do Sports Business Group, da Deloitte, os números do verão passado e desse atual foram incrementados graças ao aporte do dinheiro das novas cotas de direitos de TV e à chegada de novos proprietários em diversos clubes, fazendo investimentos pesados em aquisições. Rawnsley disse também que esses valores excedem em muito os valores praticados em outras ligas européias. Comparando com as ligas da Itália e Espanha, os clubes ingleses gastaram quase o dobro em transferências.
Para o diretor da Deloitte, os contratos em vigor asseguram uma boa sustentação para os próximos anos, mesmo num cenário de mudanças econômicas e dificuldades diversas na economia. Para ele, isso tudo mostra que, se o futebol não é à prova de recessão, é, pelo menos, ‘recession-resistant’.
Times do Big 4 da Premier League gastaram menos
Depois dos dados da Deloitte, temos, agora, os levantamentos da KPMG, com algumas discrepâncias em valores em relação ao da auditora e consultora rival. Como essas diferenças são, basicamente, detalhes, selecionei o que é mais relevante, ou curioso, para nós.
Nessa janela de verão, os times do chamado Big 4 – Arsenal, Chelsea, Liverpool e Manchester United – gastaram apenas 101 milhões de libras (
Em contrapartida, os times fora desse grupo, principalmente Manchester City, Tottenham Hotspur e Aston Villa, aumentaram suas compras de 293 (360 M euros) para 367 milhões de libras (
Analisando esse quadro, Geoff Mesher, dirigente da KPMG, disse que a dinâmica da Premier League está mudando, com o aumento de clubes com grande poder de compra. Mesher disse, também, que as aquisições dos membros do Big 4 foram poucas mas mais seletivas. Ou seja, compras a dedo para cobrir deficiências, enquanto os demais compraram para montar plantéis.
Para ele, apesar dos valores envolvidos, não há sinais de problemas com crédito ou aumento exagerado de dívidas e, embora seja difícil prever com exatidão, ele não ficará surpreso se a janela de janeiro não arrebentar com o seu recorde de transferências.
Outros dados interessantes do KPMG Football Transfer Barometer for the Summer 2008 Transfer Window:
- Os times do Big Four Premiership pagam, em média, 10,1 milhões de libras (12,4 milhões de euros) por transferência, contra um valor médio de apenas 4,8 milhões de libras (
- Os clubes do Big 4 pagam um ‘premium price’ por atacantes em comparação às outras posições; vejam o quadro:
Posição | Valor Libras/Euros |
Goleiro | 2,4 / 3,0 |
Defensores | 4,5 / 5,5 |
Meio-Campistas | 4,4 / 5,4 |
Atacantes | 10,0 / 12,3 |
- De maneira geral, os clubes da Premier League dão preferência a atletas na faixa de
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