1 – Comentário não identificado:
“E a história que diz que no Estado de Minas o Flamengo tem mais torcida que o Galo, é mentira?!”
Sim, é mentira, ou melhor, é uma inverdade.
No estado de Minas Gerais os dados da pesquisa apontam:
Cruzeiro – 29%
Atlético Mineiro – 18%
Flamengo – 9%
Corinthians – 7%
São Paulo – 3%
Palmeiras – 2%
Vasco – 2%
Santos, Botafogo, Fluminense – 1%
Curiosamente, o próprio América Mineiro não atingiu 1% de citações.
2 – Comentário do Murilo Toledo, e também do Gabriel e Pedro Morais:
Murilo, a pesquisa aponta, especificamente no Rio Grande do Sul, 48% de torcedores do Grêmio e 36% de torcedores do Internacional. Confesso que esses números surpreenderam-me um pouco, pela distância de 12 pontos percentuais entre os dois grandes e também pela somatória, pois 13% declararam não torcer por nenhum time, resultando em 97% do total. Ou seja, Guarani de Bagé, Caxias, Juventude, Brasil de Pelotas e outros, somados, ficaram com 3% da torcida gaúcha.
3 – Do Ribeirinho Lopes: “Internacional tem mais torcida que o Grêmio , porque tem muita torcida no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, redutos colorados, gaúchos que foram para lá.”
Ribeirinho, por coincidência, tenho passado boa parte dos últimos anos trabalhando nas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, ou seja, justamente para onde foram os gaúchos que deixaram o Rio Grande do Sul na nova onda migratória (a primeira foi para Santa Catarina e a segunda para o oeste do Paraná). Pela minha observação, sempre achei colorados e gremistas em bases iguais. Essa pesquisa só traz a divisão por estados no caso dos maiores, mais populosos, mas traz a divisão por região geográfica, juntando Norte e Centro-Oeste, onde estão os estados que você citou, e outros, como Rondônia, com muitos gaúchos também. Nesse caso, e confesso-me surpreso, ela aponta 2% de torcedores do Grêmio contra 1% de torcedores do Internacional, contrariando, assim, o que você disse.
4 – Roger, sou visitante do Rio Grande do Sul desde os anos 70. Tenho a felicidade de conhecer o estado inteirinho, de cabo a rabo, todos os quadrantes (menos Mostardeiros e São José do Norte... ainda). Além disso, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são minhas praias, também. E toda a gauchada (no bom sentido, pelamordedeus) que por lá andou desbravando terras e plantando soja, o que permitiu-me ganhar uns cobres gravando tudo adoidado. Por tudo isso, eu sempre tive uma percepção de igualdade entre as duas torcidas. Nunca fiquei só no meio de gremistas, nunca só no meio de colorados. Por toda parte, era sempre um quadro multi-colorido. :o) Por tudo isso, fiquei surpreso, sim, com esses números.
5 – John Dias, mesmo olhando rapidamente as tabelas disponíveis, o que você fala é verdadeiro em parte. O Cruzeiro só aparece em Brasília, com 2% de menções, além de Minas Gerais. Já o Botafogo aparece bem em Brasília, com 3%, 1% no Ceará, 2% na Bahia, 2% em Santa Catarina e 1% em Minas Gerais. O Fluminense repete os números do Botafogo, exceto na Bahia, com 1% e no Ceará, onde não aparece. O Internacional aparece com 8% das indicações de Santa Catarina e 1% no Paraná. Fora isso, mais 1% no combinado Norte/Centro-Oeste. Já o Santos tem uma presença mais nacional, com 6% das indicações do Paraná, 1% de Minas Gerais, 2% em Santa Catarina, 1% na Bahia, no Ceará e no Distrito Federal.
Portanto, você não viajou praticamente nada, de maneira geral. Apenas não considerou o Santos que tem há muito tempo uma boa presença nacional.
6 – Ao Tricolaço: você tocou num ponto importante.
Na minha visão, a princípio, todo torcedor é um consumidor indireto e importante.
Por que?
Porque assiste aos jogos pela televisão e, dessa forma, faz parte da massa crítica que atrai e motiva os anunciantes.
Por outro lado, como você destacou bem, é muito pequena, ainda, a quantidade de torcedores que são consumidores diretos dos produtos oferecidos pelos clubes, desde os próprios jogos, nos estádios, até as camisas, passando pela alimentação nos estádios, agendas, chaveiros, presentes diversos, etc, etc, etc.
Mesmo no caso do São Paulo, que tem avançado bastante nessa busca de mais fontes de renda, há muito ainda por fazer.
A nova administração corintiana já está correndo atrás dessas fontes de renda.
A direção do Flamengo ainda está apanhando um bocado, assim como outros clubes. Os dois gaúchos já faturam bem há tempo, assim como o Atlético Paranaense. Em todos esses casos, porém, há muito ainda por avançar.
7 – Ricardo Couto e Silva, no rodapé mesmo dessa página que você acessou, clique no ícone para fazer o download completo das tabelas. São 15 tabelas em pdf, chatas de ver, impossíveis (para mim, que sou uma anta nisso) de copiar e poder enxergar e trabalhar decentemente. Cada página – tab1 a tab5 – tem três tabelas. Todavia, você não vai ver os percentuais inferiores a 1%, pois o Datafolha não publicou esses números. Sabemos que eles existem porque no final ainda tem o item “Outros”, que tiveram tão poucas menções que sequer mereceram uma linha à parte.
8 – Ricardo, tua análise sobre o futebol na Bahia é interessante e, pelo que eu conheço, condiz com a realidade. O Hélio Arcanjo, de Irecê, pode falar algo a respeito, também. De certa forma, o mesmo processo aconteceu com os times do interior de Minas Gerais. O interior paulista nunca teve grande invasão radiofônica das emissoras do Rio de Janeiro, mesmo durante os anos trinta e quarenta, e isso, de certa forma, permitiu um maior crescimento dos times interioranos. Isso é apenas uma visão que eu tenho, precisaria de muita pesquisa e trabalho de campo para fundamentá-la melhor.
9 – Marcos R., pelo que pude ver a torcida do Galo está bem distribuída também no interior mineiro. Acho que isso do Flamengo ter mais torcida que o CAM no interior é mais um mito ou uma “pilha” para irritar os atleticanos. Lembrando que o interior mineiro tem presença forte dos times cariocas apenas no Leste. Boa parte do Sul e mais o Triângulo têm maior penetração dos times de São Paulo.
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