ECA – Recuar um passo...
...para avançar dois?
Isso deve ser coisa do Confúcio, aproveitada ou surrupiada pelo Presidente Mao em seu “livro vermelho”, coisa que a galera com menos de 50 anos nem imagina o que tenha sido.
Essa, digamos, máxima, estava presente, também, em muitos textos que líamos na clandestinidade, justificando um monte de coisas e mais algumas coisas. Olhando o Brasil de hoje, acho que retrocedemos mil passos e avançamos nenhum, mas isso é outra história e não é para esse blog, com certeza.
Pois bem, o G14, ao que parece, fechará suas portas em fevereiro, oficialmente. Na prática, já fechou, com a criação pela FIFA e UEFA da ECA – Associação dos Clubes Europeus. A nova entidade, abençoada pelas duas matronas do futebol mundial, congregará nada menos que cem clubes, contra os atuais dezoito que fazem o G14, e terá também representantes das 53 federações nacionais associadas à UEFA. Um belo balaio de gatos, um belíssimo balaio de gatos. Com tanta gente para decidir e palpitar, ficará fácil manipular e controlar por quem tem poder, ou seja, as duas matronas.
Isso era tudo que os burocratas Blatter e Platini – que decepção – mais queriam, silenciar a oposição poderosa do G14, que já estava minado há algum tempo. Pelo menos um de seus membros, o Bayern de Munique, tentou sair do Grupo há um ano ou pouco mais e foi dissuadido disso pelos demais. Quando começa esse tipo de reação é hora, mesmo, de fechar as portas.
O G14 era independente e ultimamente batia forte de frente com as duas matronas por conta, principalmente, do excesso de jogos das seleções nacionais e da cessão de jogadores para as mesmas sem nenhuma compensação financeira. Lá, como cá, as federações enriqueciam às custas dos clubes. Para conseguir a adesão dos grandes clubes, os dois dirigentes maiores da burocracia do futebol prometeram ressarcir os clubes pela cessão dos jogadores. Futuramente.
A meu ver, uma péssima notícia para esse começo de ano. Acredito que há, realmente, excesso de jogos das seleções nacionais, há “datas FIFA” em excesso, não é correto levar jogadores que ganham fortunas e nada pagar por eles, enquanto são usados, sintomaticamente, para gerar fortunas para seus “empregadores” temporários.
Acredito, firmemente, que a razão de ser do futebol é o clube e não a seleção.
A criação da ECA – que não se perca pelo nome – é muito mais que um passo atrás: é toda uma caminhada atrás. Com o agravante de não haver nenhuma caminhada adiante no futuro.
Eis os componentes do G14:
Ajax e PSV; Barcelona e Real Madrid; Liverpool e Manchester United; Olympique Marseille e Paris Saint-Germain; Internazionale, Milan e Juventus; Bayern Munchen e Borussia Dortmund; Porto.
A esse grupo original juntaram-se: Arsenal, Bayer Leverkusen, Lyon e Valencia.
RIP.
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