quinta-feira, abril 02, 2009
<sexta-feira, dezembro 12, 2008
Mudança
http://colunas.globoesporte.com/olharcronicoesportivo/
Tateando aqui, vasculhando ali, descobrindo onde fica a cozinha, a sala, conhecendo o jardim, essas coisas típicas de casa nova.
Embora meio assim, experimental, com alguns probleminhas de ajuste, já está operacional.
Apareça, será tão bem-vindo lá como foi aqui.
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quinta-feira, dezembro 11, 2008
A “Agenda Positiva” vascaína
No final de 2007, Corinthians rebaixado, Sanches e Rosemberg deflagraram uma série de ações e factóides de marketing. Dia sim, outro também, a mídia trazia alguma coisa do clube do Parque São Jorge. Sem dúvida, o grande lance foi o anúncio do patrocínio da Medial, que, de imediato, tornou-se o maior do Brasil, ainda que, a rigor, empatado tecnicamente com os patrocínios de Flamengo e São Paulo.
Tão positiva foi a "agenda", que cheguei a escrever neste Olhar Crônico Esportivo que o final de ano do corintiano rebaixado seria muito melhor ou muito menos infeliz que o final de ano do palmeirense, que na última hora viu seu time ficar na Série A, sim, mas sem a ambicionada vaga na Libertadores.
Chamei a esse conjunto de fatos & factóides de “agenda positiva Sanches/Rosemberg”.
(Não sei se por leitura deste blog ou não, mas acabei vendo “agenda positiva” em outros sites e blogs.)
Ao lado do fato “Medial”, Sanches e Rosemberg soltaram montes de factóides. Considerando tudo, quem criticar há de?
A verdade é que, bem ou mal, o torcedor corintiano talvez só tenha percebido que estava na B já com o campeonato iniciado. Mesmo assim tenho cá minhas dúvidas, pois o time disputou a final da Copa do Brasil, e quando ela terminou, já tinha clara e disparada liderança no Brasileiro da Série B, mantida até seu final.
Acho que até hoje o corintiano ainda não sabe, de fato, que disputou a Série B.
Temos, agora, uma situação com pontos de semelhança com a que foi vivida pelo Corinthians: o Clube de Regatas Vasco da Gama foi rebaixado, o ponto que se pretende final de um longo processo de erosão e acumulação de problemas, frutos da gestão Eurico Miranda. Roberto Dinamite assumiu um abacaxi azedo e cheio de espinhos de mandacarus, uma combinação terrível para se pegar e tentar arrumar.
José Henrique Coelho, vice-presidente de marketing vascaíno, pelo que sei é amigo de Luiz Paulo Rosemberg, seu colega de função corintiano, que, por sinal, já falou muito bem dele em programas de TV e conversas com o pessoal do mundo da bola. Acompanhando algumas ações de Zé Henrique, além de matérias na imprensa, fiquei com a nítida impressão que a direção do Vasco iria, na medida do possível, espelhar-se nas experiências corintianas nessa situação, inclusive passando ao Departamento de Marketing a incumbência de criar fatos novos, motivar o torcedor, manter elevada sua auto-estima e, por último, mas não menos importante, gerar novas receitas.
O primeiro passo da “agenda positiva Dinamite/Zé Henrique” foi o acordo com a Champs como nova patrocinadora e fornecedora de material esportivo, substituindo a Reebok, ação que foi saudada por este blog, embora depois do anúncio tenham aparecido alguns problemas. De qualquer forma, uma ação válida, um grande salto em valores, seguida por uma escolha de novos uniformes.
Este movimento, que podemos chamar de factóide, saiu em hora inapropriada, muito triste, quando o clube ainda lutava contra o rebaixamento e despertou reações extremamente iradas da torcida, de certa forma amortecendo o impacto positivo da troca de patrocinador/fornecedor.
Melhor seria ter esperado mais alguns dias, talvez até para divulgar o patrocínio, mas agora não importa, os dois lances inauguraram a “agenda positiva” vascaína na prática.
Um acordo com a Volkswagen Caminhões deu ao Vasco um novo ônibus para o transporte de seus atletas. A essa ação, seguiram-se outras duas, de caráter interativo com os torcedores, que foram convidados a escolher uma frase para ser colocada no ônibus e a pintura do mesmo.
“O sentimento não pode parar” foi a frase vencedora e a escolha da pintura está em curso, ainda.
Eletrobrás na camisa
Ontem, o Ministro das Minas e Energia e o presidente da Eletrobrás confirmaram o patrocínio ao clube durante os anos de 2009 e 2010, com opção para 2011 e 2012.
Por ano, a empresa pagará ao Vasco 14 milhões de reais, dos quais 11,5 milhões serão destinados ao futebol profissional, e 2,5 milhões para projetos sociais, inclusive capacitação de mão-de-obra para o mercado – o site da Eletrobrás citou o projeto “Mão na Massa”, que capacita mulheres para trabalhar na construção civil.
Aparentemente (as informações não foram muito claras), tais projetos terão como base a estrutura do Vasco em São Januário, que conta, inclusive, com uma escola. Esse, por sinal, é um dos pontos positivos do clube e que vai ajudar a nau vascaína a cruzar o mar tempestuoso da B: sua boa estrutura, a começar do estádio.
Mesmo rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, o clube conquista um patrocínio de valor expressivo, que hoje seria o quarto maior do Brasil.
Para um patrocinador, o fato do clube disputar a Série B não é uma contra-indicação, na verdade, pode até ser muito melhor do que se disputasse a Série A sem um time de ponta, sempre disputando a liderança e usufruindo da exposição correspondente.
Fazendo uma boa campanha na B, o Vasco estará presente na mídia com uma intensidade muito grande, o que será positivo tanto para a empresa como para o clube.
Como o atual contrato do Vasco com a MRV termina em janeiro, a Eletrobrás aparecerá nas camisas vascaínas somente a partir de 1º de fevereiro.
Entretanto, há duas coisas que não me agradam nesse patrocínio: uma, é pelo fato do patrocinador ser uma empresa estatal, que não disputa mercado. Da mesma forma tenho a mesma restrição ao patrocínio da Petrobrás para o Flamengo e da Liquigás para o Botafogo, embora a PET ainda tenha, no segmento de óleos lubrificantes uma disputa acirrada de mercado. Como disse, é uma restrição de cunho pessoal.
O patrocínio em si, tal como os outros, nada tem de ilegal, pelo contrário.
A segunda coisa que não me agradou foi a possível, ou provável, intermediação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, torcedor apaixonado do clube e membro do PMDB, partido ao qual pertencem o ministro e o presidente da empresa.
Por outro lado, e é bom já deixar claro, gostei de ver o governador assumindo publicamente sua participação, nem que somente festiva, nesse caso.
Infinitamente piores são as coisas feitas por baixo do pano.
E o futebol?
Bem, voltando à “agenda positiva”: comenta-se que Roberto Dinamite está conversando com Jose Carlos Brunoro, para assumir o futebol do clube.
A idéia é boa, quanto a isso não há a menor dúvida, mas não creio ser fácil tirar Brunoro de seus afazeres, que bem podem ser descritos como múltiplos, entre os quais a direção do Pão de Açúcar Esporte Clube.
Ainda há pouco conversei com pessoa de seu círculo próximo e a informação é que é mesmo muito difícil ele aceitar um convite como esse do Vasco. Essa frase pode ser interpretada como uma maneira educada de dizer “sem chance”.
Não podemos esquecer que um superintendente de futebol tem que viver o clube 48 horas por dia.
A idéia, entretanto, é muito boa. E... Bom, vamos falar a verdade: deixar vazar esse tipo de informação está dentro das regras do jogo, digamos.
Voltando à realidade, o ideal seria o Vasco contratar um profissional com vivência no mundo da bola, que saiba falar o “futebolês” dos boleiros, de preferência já tendo sido um deles, que tenha autoridade e que tenha passado pelas salas de aula de uma escola de administração, por exemplo. O Corinthians contratou Antonio Carlos, o Zago, que depois de um começo tumultuado parece, agora, ter assumido suas funções com mais propriedade, ou seja, menos conversas e mais ações.
Eu gosto muito do Mauro Galvão, um cara que admirei como jogador e que hoje, ao vê-lo na TV, presto atenção ao que fala. Só não sei se ele tem o perfil para uma função desse tipo.
De qualquer forma, preferiria arriscar com alguém como ele do que trabalhar, como já li referências, com alguém como o Angione. Nada contra a pessoa, que nem conheço pessoalmente, mas seria melhor ter gente nova na área, combinando com a administração que também é nova, com gente nova no mundo da bola.
o dinheiro da TV
Disputando a B, o Vasco perderá 50% do valor dos direitos de TV que receberia se estivesse na Série A.
Isso significa cerca de 15 milhões de reais a menos.
A conseqüência é clara: adequar o orçamento à realidade da competição e buscar, cada vez mais, o apoio do torcedor. Para agravar o quadro, o clube, desde ainda a gestão Eurico, vem antecipando receitas de 2009 para pagar contas de 2008.
Nada há de novidade nisso: essa perda de receita está nos estatutos do Clube dos Treze, e por ela passaram Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Corinthians...
O mais que provável aumento de exposição permitirá ao clube desenvolver novas ações e negociar ou renegociar outros patrocínios. É hora de inteligência, criatividade e ousadia, com os pés rigorosamente no chão.
O Vasco terá muita torcida em 2009, pois além de seus torcedores estarão torcendo por seu retorno à Série A todos que gostam de ver o Campeonato Brasileiro disputado por grandes clubes com grandes times.
Ao que parece, já está no caminho certo, no que diz respeito ao marketing e ao suporte financeiro.
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Marcadores: Marketing e Dinheiro, Vasco
terça-feira, dezembro 09, 2008
Gol de marketing!
Extraído do Blog do Juca:
“Acabo de falar com Luís Paulo Rosemberg, vice-presidente de marketing do Corinthians.
...
"Pode anunciar que eu duvido muito de que o Ronaldo Fenômeno não vá assinar com a gente nas próximas horas. Faltam só alguns detalhes..."
"Você enlouqueceu de vez?", pergunto.
"Ele quer a Copa do Mundo de 2010. Se quisesse só dinheiro iria para o Manchester City ou para o mundo árabe, onde as ofertas são estratosféricas. Se quisesse só gozar a vida, ficaria no Flamengo, com as maravilhas do Rio. Mas está disposto a abrir mão de grana e de mostrar que quer voltar para valer. E conosco, pode escrever. Sim, aqui tem um bando de loucos, mas, repito, pode escrever".
"E como pagar?", repergunto.
"Vou dar participação nos calções, hipótese só plausível com ele, nas mangas, em eventuais amistosos e, convenha, com o anúncio da vinda dele fica mais fácil conseguir patrocinadores para tudo isso. E se ele voltar a jogar 30% do que já jogou, será de novo o melhor do país na posição."”
O portal Globo.com disse que a contratação já está anunciada no site oficial do clube e que a loja com os produtos oficiais no Parque São Jorge já está vendendo a camisa “Ronaldo” a um bando de torcedores enlouquecidos.
O site está fora do ar, e a primeira explicação para isso é excesso de acessos, naturalmente.
Como e quanto pagar são informações ainda não divulgadas, mas, com certeza, a Nike não deverá estar fora dessa decisão, embora Fabiano Farah, empresário do jogador, tenha dito que nada há com a fornecedora de material esportivo nesse negócio, exceto a satisfação de ver dois de seus patrocinados juntos. Ainda recentemente, no Bem, Amigos, Ronaldo disse que houve conversas para que ele se recuperasse em São Paulo, no REFFIS, mas isso não foi possível porque ele é patrocinado pela Nike, concorrente da patrocinadora do São Paulo, ou seja, uma clara indicação de sua importância para Ronaldo.
Esta contratação é mais um passo no sentido do que este Olhar Crônico Esportivo vem afirmando desde o primeiro semestre: Nike e Corinthians vão se acertar.
A opinião deste blog está expressa no título deste post: um gol de marketing.
Tal como fez o São Paulo ao trazer Adriano, que impulsionou ações de marketing, vendeu grande quantidade de camisas, aumentou a exposição e visibilidade do clube, tudo isto no extra-campo. Em campo, Adriano correspondeu, embora o time não tenha passado pelo Fluminense nas quartas-de-final da Libertadores.
Ronaldo é um gol maior, mais valioso e mais bonito do que foi o Imperador, e como adiantou Rosemberg em conversa com Juca, vai gerar fortes movimentações de marketing, principalmente num primeiro momento, com reflexos positivos sobre as contas do clube.
Entretanto, Ronaldo é, ainda, uma aposta e apostas com valores tão altos têm cobranças tão grandes quanto. Aos resultados positivos extra-campo precisa haver uma correspondência com os resultados dentro de campo.
Sem futebol não há marketing que resista.
Por tudo que Ronaldo representa, este Olhar Crônico Esportivo espera que ele retorne bem, em grande forma e faça sucesso.
Porque ele e o futebol merecem.
Flamengo x Nike
Com esse acordo Ronaldo/Corinthians, se a posição da Nike fica definida como patrocinadora e fornecedora de material esportivo para o clube, cujo contrato encerra em 30 de junho de 2009, no Flamengo teremos, agora com certeza, a saída da Nike.
Ronaldo é sonho antigo, desejo anunciado por diretores rubro-negros, fez sua recuperação pós-operação na Gávea, é torcedor do Flamengo e sua ida para outro clube é um golpe muito forte na torcida e na direção. Mesmo que a Nike não tenha participado, como disse o empresário do jogador, e da qual este blog duvida, o torcedor fará inevitável associação entre os fatos.
No mesmo Bem, Amigos já citado, Ronaldo disse, também, que se voltasse para o Brasil o Flamengo era o “pole position” para sua contratação. O namoro foi intenso, não só da direção com ele, como principalmente da torcida, inclusive com a criação do “Fica Ronaldo”, com direito a camisas e bandeiras. A reação dos organizadores foi imediata: programaram para amanhã, na sede do clube, a queima das camisas com a imagem de Ronaldo.
Agora, se nada de extraordinário acontecer, em 1º de julho de 2009 a Olympikus deverá assumir a posição de patrocinadora e fornecedora de materiais para o Flamengo.
Reflexos em São Paulo
A presença de Ronaldo no Corinthians gera um poderoso fato novo no futebol do estado. A conseqüência imediata será sentida no Campeonato Paulista. Tudo, naturalmente, e é bom repetir sempre, dependerá do comportamento e do desempenho de Ronaldo em campo. Sendo minimamente positivo, a presença de público será muito estimulada e não só nos jogos do Corinthians.
O São Paulo conquistou seu almejado Tri-Campeonato e o presidente pretende manter o máximo de jogadores do atual elenco. O primeiro reforço já anunciado, Wagner Diniz, é muito promissor em termos de empatia e atração de torcedores. Caso o clube traga o meia tão sonhado – no momento, Dario Conca – a disputa com o Corinthians será extremamente acirrada também fora do campo.
Ao contrário do que ocorreu nesse ano de 2008, salvo novidades não conhecidas, o Palmeiras de Luxemburgo e associação com a Traffic será a perna mais fraca do Trio de Ferro.
Uma coisa é certa: a pressão sobre os dois clubes já aumentou a partir de hoje.
Ronaldo antecipou 2009 no futebol paulista.
Post Scriptum
Por telefone, no Arena Sportv, Rosemberg diz que a demanda por Ronaldo partiu da Comissão Técnica e não do Marketing.
O papel do marketing foi viabilizar recursos ou acordos que possibilitaram fechar com o Ronaldo.
Disse, também, ou melhor, repetiu, que Ronaldo abriu mão de outras propostas, mais interessantes financeiramente, para jogar no Brasil e voltar à seleção.
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Marcadores: Corinthians, Flamengo, Marketing e Dinheiro, Palmeiras, São Paulo
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Goiás aproveita o embalo
O novo patrocínio do Goiás para 2009 começou ontem, no Bezerrão.
Com a chance de grande audiência em rede nacional, a Neo Química estreou como patrocinadora do Goiás, no jogo contra o São Paulo, na prática uma decisão de título brasileiro, com direito a grandes índices de audiência e, naturalmente, exposição da marca.
Uma ação inteligente e oportunista – no bom sentido – do Goiás e da Neo Química. As imagens de TV e as fotos nos jornais de segunda-feira estampam o nome da empresa, imagens que serão vistas muitas vezes ainda.
O patrocínio irá até dezembro de 2010, e dará ao Goiás 6 milhões de reais por ano – 250.000 por mês – nesse período. O contrato também estipula que o clube será premiado em caso de conquista da Copa do Brasil e conquista de vaga para a Copa Santander Libertadores.
O ano terminou muito bem para o Goiás na área financeira. Além da estréia do novo patrocínio, com um bom valor, o clube ainda teve a Uni Anhanguera e o BRB em sua camisa. Somente a exibição do logo do banco rendeu entre 200 e 350 mil reais, segundo fontes diversas.
Completando, a renda no Bezerrão foi de R$ 1.660.000,00 – a maior do campeonato, dos quais pouco mais de um milhão líquidos foram para o caixa do clube em pleno início de dezembro.
Melhor que tudo isso, só dois disso, como se diz.
Claro, estou falando do aspecto financeiro e não do esportivo.
Mas o esportivo irá se beneficiar desse aporte de recursos.
O Goiás é um clube que se apresenta de forma consistente na 1ª divisão do futebol brasileiro ano após ano, apesar de um deles ter sido muito ruim, quase catastrófico. Mesmo assim, uma performance digna de elogios, desmentindo o mito de que só clubes de São Paulo ou Rio de Janeiro podem ter sucesso no campeonato por pontos corridos.
Post scriptum
Nota oficial da Petrobrás
"Nota de esclarecimento sobre patrocínio ao
Flamengo
A respeito das recentes notícias envolvendo o
Clube de Regatas do Flamengo e a Petrobras, a
Companhia gostaria de esclarecer que continua em
negociações com a presidência do clube para a
renovação do patrocínio."
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Marcadores: Goiás, Marketing e Dinheiro
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Rolando pelo mundo
A UEFA paga
Os clubes ingleses receberam da Confederação Européia de Futebol 4.14 milhões de libras, equivalentes a 4.75 milhões de euros ou 15,3 milhões de reais. Essa dinheirama é referente ao empréstimo dos atletas que jogam nesses clubes para a disputa da EuroCopa 2008.
Segundo a BBC, o Arsenal recebeu o maior cheque, no valor de 841,435 euros, pouco mais de 2,7 milhões de reais. Em toda a Europa, o maior cheque foi para o Werder Bremen, no valor de 935,107 libras, equivalentes a 3,5 milhões de reais.
Os valores foram calculados pela UEFA em função do acordo fechado em janeiro com os clubes e federações nacionais e cobrem, também, os torneios qualificatórios para a EuroCopa. O valor médio por jogador e por dia de serviço para a Confederação é de 3,420 libras (12.647 reais).
Os países que mais receberam, somando seus clubes, foram Alemanha, Espanha e inglaterra. Veja a lista dos cinco clubes da Inglaterra que mais receberam pela cessão de seus atletas, com os valores em libras e reais (em milhões).
Arsenal | £732,760 | 2,71 |
| £702,827 | 2,6 |
| £607,641 | 2,25 |
| £440,614 | 1,63 |
| £253,832 | 0,94 |
Por aqui, a CBF usa e abusa e nada paga pela cessão de jogadores, que têm seus salários pagos integralmente pelos clubes quando convocados.
Cassinos virtuais em mais camisas
A Bwin patrocina Real Madrid e Milan e outros clubes já têm suas camisas patrocinadas por casas de apostas, ou cassinos virtuais como são chamadas essas empresas pelos torcedores europeus.
Em outubro, a mesma Bwin fechou um acordo com o Bayern Munchen, passando a patrocinar três dos maiores clubes da Europa e do mundo.
Na sequência, no início de novembro, o Valencia fechou seu patrocínio de camisa com a Unibet, pelo restante dessa temporada e mais a temporada 2009/2010. O clube espanhol receberá 1,5 milhão de euros pelo restante dessa temporada atual, e pela seguinte receberá 6 milhões de euros. Esse patrocínio será um dos maiores de toda a Europa, tirando os clubes Top Ten, sem fazer feio mesmo em comparação com esses.
Nessa semana, depois de um período de três meses sem patrocínio, desde que a empresa de turismo XL quebrou em setembro devido à crise global, o West Ham voltou a ter um patrocinador: é a casa de apostas Sbobet.
A Sbobet é a maior operadora de apostas da Ásia e opera com licença filipina.
O West Ham que recebia 3 milhões de libras da XL, segundo algumas fontes, receberá 1,9 milhão de libras da Sbobet por 18 meses de contrato, basicamente o final dessa temporada e mais a temporada 2009/2010.
Embora asiática, a Sbobet vem se expandindo pela Europa, principalmente nas Ilhas Britânicas. Não por acaso, tem licença operacional também do governo da Ilha de Man.
É um fenômeno curioso e preocupante o crescimento das casas de apostas no mundo do futebol. Menos curioso e muito mais preocupante, principalmente levando em consideração os envolvimentos passados entre apostadores, atletas, juízes, o que já levou a FIFA e a UEFA a tomarem precauções com essas empresas.
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Marcadores: Futebol europeu e resto do mundo, Marketing e Dinheiro, Rolando pelo Mundo, UEFA
Morumbi: 350 toneladas de doações
Esse resultado tão impressionante é fruto da mobilização de torcedores são-paulinos e de outros clubes, que deixaram suas doações nos portões do Estádio, no dia do jogo contra o Fluminense, e no portão 1 nos outros dias. Para alcançar esse resultado, todo o clima criado em torno desse jogo contribuiu bastante para o sucesso da campanha.
Receber os donativos era uma parte da campanha. A outra, tão importante quanto, era assegurar que os produtos doados chegassem a Santa Catarina.
Para isso, a parceria inicial com a Granero recebeu o apoio também das transportadoras Expresso Mirassol, A Lusitana, Shuttle, Salvador Logística e Unicargas. Essa enorme quantidade de produtos – alimentos, galões de água, roupas, calçados, cobertores, edredons, colchões, travesseiros, brinquedos, material de limpeza e de higiene pessoal – ocupou nada menos que nove carretas totalmente carregadas, que deixaram o Estádio rumo à Santa Catarina na noite da terça-feira mesmo.
Graças a essa combinação de esforços e solidariedade, os donativos chegaram a Santa Catarina na tarde da quarta-feira.
Quadriciclos para agilizar os resgates
Outro parceiro do São Paulo, a MVK Motos, que também fabrica quadriciclos, procurou o clube e através dele doou 10 desses veículos que serão usados nos trabalhos de resgate e acesso às vítimas em diferentes pontos do estado. Os quadriciclos são veículos de grande mobilidade nos mais diversos tipos de terreno e irão ajudar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil catarinenses a chegar aos locais comprometidos com mais agilidade e em menor tempo.
O proprietário da MVK, Erik Diego Altrichter, explicou o porque de sua doação:
“Estamos muito felizes em participar. Já tínhamos pensado em uma ação solidária nesse sentido, e quando soubemos que o São Paulo tomou esta iniciativa pensamos prontamente em uma forma de ajudar. Estive na China durante os terremotos recentes, e acompanhei o uso de quadriciclos no resgate e auxílio às vítimas. Vendo a situação em Santa Catarina percebi que lá também seriam uma boa ajuda nos trabalhos.”
Um resultado bonito e impressionante, sem dúvida.
As doações em momentos como esses são de fundamental importância para as pessoas, quando um quilo de arroz ou duas garrafas de detergente, tornam-se bens de inestimável valor, entre tantas outras corriqueiras do nosso dia-a-dia, mas ausentes num quadro de destruição como o que está sendo vivido pelo povo catarinense.
As doações prosseguem
A ação do Clube dos Treze junto aos associados foi um êxito, segundo este blog ouviu de representante da entidade. Praticamente todos os clubes envolveram-se em ações junto a seus torcedores para a coleta de donativos e diversos veículos de informação, como o Sportv, fizeram boas coberturas dessas ações.
O Corinthians já coletou 55 toneladas de alimentos, água potável e roupas, principalmente. Quatro caminhões já deixaram o Parque São Jorge com destino a Santa Catarina e a campanha prossegue até as 18:00 de sábado.
No momento, o pessoal que coordena a campanha no clube está pedindo que as doações se concentrem nos produtos mais necessários: colchões, cobertas e produtos de higiene pessoal.
Também o Palmeiras está com a campanha de coleta em andamento. No domingo, os jogadores entrarão em campo com uma faixa solicitando doações.
Um caminhão já deixou o Palestra Itália levando a primeira carga. Até terça-feira mais um ou dois caminhões partirão para Santa Catarina com os produtos doados.
Desde ontem, a Defesa Civil de Santa Catarina não está recebendo doações no estado por falta de locais para armazená-las antes de fazer a distribuição. O pedido da Defesa Civil é que as doações sejam feitas, preferencialmente, em dinheiro.
Visão muito pessoal: pode parecer o que vocês quiserem, mas confesso-me incomodado com doação em dinheiro. Para isso já existem ações do governo federal, mas o motivo mais forte é muito triste: tenho sempre dúvidas com a entrega de dinheiro para órgãos públicos. Mesmo em situações de calamidade. Minhas doações em produtos já seguiram para Santa Catarina e, espero, já foram distribuídas.
As campanhas dos clubes do Trio de Ferro foram muito boas e prestaram um real serviço à sociedade.
Marcadores: Clube dos Treze, Corinthians, Palmeiras, São Paulo
Uma comédia de erros
Nem tão comédia e tampouco com um final tão divertido, independentemente do que venha a rolar em campo além da bola, mas tão shakesperiana como a homônima do gênio inglês. Uma comédia de erros que, nitidamente, tem a ver com o poder, a ambição de políticos e o oportunismo de um grande dirigente do futebol tupiniquim. Depois de uma novela curta, mas intensa, com idas & vindas, sem mocinhos e só vilões, começou a venda dos ingressos para o jogo Goiás x São Paulo.
Sobre o qual falarei uma vez mais.
As vendas começaram ontem, finalmente, em Brasília e em São Paulo. Em Goiânia, devem começar somente hoje.
Em Brasília, as filas começaram a se formar durante a manhã, esperando a abertura das vendas, que estava prevista para as 14:00, mas que começou depois das 16:00, com muito mais gente nas filas. Há relatos que os guichês fecharam no início da noite, deixando ainda muitos torcedores sem ingresso.
Em São Paulo, desinformação. Logo cedo já havia torcedores no Morumbi aguardando a abertura da bilheteria principal, o que só ocorreria depois que os ingressos chegassem de Brasília. Chegou a circular a informação, passada por funcionário do clube, que os ingressos só chegariam tarde e seriam vendidos hoje, sexta-feira. Muita gente abandonou a fila e foi embora, mas os que persistiram, sabe-se lá porque, foram recompensados, pois os ingressos chegaram ao Morumbi e a venda teve início.
Estamos falando de um jogo que decide um campeonato, que será realizado num estádio minúsculo, com capacidade para menos de 20.000 torcedores. Está certo que é moderno, recém-inaugurado, mas, assim mesmo, é muito pequeno e, assim mesmo, a operação banal de vender 19.000 ingressos é tão complicada, tão confusa, que chega a assustar. Quanto evoluiremos até 2014?
E ingressos caros, ou caríssimos, frente à média de preços do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores. Esse é outro capítulo e mais um erro a ser somado aos que serão comentados agora.
Erros...
Na visão deste blogueiro, temos dois grupos de erros nesse episódio.
Os erros de fora do futebol, cometidos por instituições do Estado e os erros de dentro do mundo da bola.
Começarei pelos erros de dentro.
1 – STJD: errou ao punir o Goiás por incidente no qual, a rigor, não há culpa objetiva do clube; curiosamente, o mesmo tribunal deixou de agir assim em casos parecidos, quando vândalos brigaram entre si e não foram contidos pela polícia.
2 – STJD, que erra novamente, ao determinar que punição com perda de mando de campo deve-se dar através da realização da partida em outra cidade a mais de 100 km de distância; na prática, na vida real fora do tribunal, isso conduz muito mais a uma punição ao visitante do que ao punido, pois este, geralmente, continua jogando para sua torcida, não tem sua logística muito afetada e não toma a pior punição, que é a perda da renda; há mesmo casos em que a renda do jogo da punição supera a média de renda do clube punido. O visitante, porém, que nada tem a ver com a história, tem sua logística alterada sempre para pior, precisa mudar sua programação de treinos e viagens, geralmente acaba jogando em condições piores de estádio, gramado e até de segurança, do que os demais participantes do campeonato nos confrontos contra o clube punido. Diante disso, o melhor seria a manutenção da punição antiga, em que o clube punido jogava em sua sede habitual com os portões fechados. Chato, sem a menor dúvida, estranho de ver pela televisão, ouvir no rádio, mas uma punição que não dava margem a tantos problemas e bate-bocas.
3 – CBF: cometeu o absurdo de decidir sozinha o local do jogo, sem consultar os clubes. Ignorou o desejo que os dois clubes manifestaram de jogar, por exemplo, no Rio de Janeiro, no Engenhão, ou em Uberlândia, no Parque dos Sabiás. A diretoria do Goiás encarava com bons olhos a perspectiva de jogar no Rio de Janeiro, onde a repercussão de mídia seria ainda maior do que o normal, mesmo em se tratando de jogo decisivo. Outro ponto a favor: a maior cobertura internacional, que tem muitos representantes no Rio de Janeiro, muito mais do que em Brasília, por exemplo.
Finalmente, mas não menos importante, fosse no Rio ou em Uberlândia, a presença de público seria muito maior, dando mais brilho e motivação para o jogo.
Curiosamente, até mesmo a direção do Grêmio, parte interessada nisso tudo, manifestou-se favorável ao jogo no Rio de Janeiro, acreditando que grande número de torcedores do clube iriam a campo torcer contra o São Paulo.
Para o Goiás também teria sido ótimo jogar na cidade de Uberlândia, que além do estádio com capacidade para 50.000 torcedores, prontificou-se a pagar as despesas dos dois times para jogar na cidade. No entanto, apesar de tudo isso, prevaleceu a decisão autoritária e solitária da CBF, marcando o jogo para Brasília, para um estádio pequeno, entregue a uma federação confusa que sequer consegue imprimir e distribuir num prazo razoável uma carga de menos de 20.000 ingressos.
Cabe uma pergunta: a quem interessou mandar esse jogo de grande repercussão para o pequeno estádio do Gama, que há poucos dias já recebeu o mais importante amistoso da Seleção Brasileira disputado em Terra Brasilis nos últimos anos?
4 – Federação Brasiliense e governo do DF: erraram ao estipularem preços absurdos para o uso de um estádio tão pequeno: R$ 135.000,00 de taxas e mais 10% da renda. A pressa com que recuaram diante do clamor de torcedores, imprensa e Goiás Esporte Clube, é um bom sinal do caráter meramente oportunista e especulativo de tal taxa.
Ficou claro, também, que o uso do estádio é fortemente condicionado por interesses políticos, causando espanto a este blogueiro que o governador de uma unidade da Federação tenha ficado 5 horas em reunião a discutir esse assunto. Ou é amor demais pelo futebol ou falta de ter o que fazer.
5 – Finalmente, errou o Goiás ao indicar o preço esdrúxulo de 400 reais para os ingressos. Esse erro, contudo, seria pago somente por ele, que teria uma arrecadação pífia, que talvez nem cobrisse o pagamento dos juízes e a viagem de ônibus do time de Goiânia para Gama. Um erro que seria pago com a pior e mais "preciosa" parte do corpo do ser humano e de suas instituições: o bolso.
Muitos dizem que o Goiás assim agiu em retaliação à CBF e seu autoritarismo mais que suspeito nesse caso. Pode ser. Como também pode ser que seja verdadeira a explicação de seus diretores: aumentaram o preço, com a promoção de reduzi-lo em 50% com a entrega de donativos, simplesmente para fazer algum dinheiro e terem um bom lucro depois do pagamentos das taxas brasilienses e demais despesas do jogo.
O Goiás, entretanto, não teve tempo e condições para sofrer com seu erro, ou reavaliá-lo, pois foi atropelado por uma sucessão de outros erros: os erros de fora do mundo da bola. Vamos a eles:
1 – PROCON: errou ao intrometer-se em assunto que não é e não pode ser de sua alçada. Um jogo de futebol é um produto para o entretenimento das pessoas, ninguém é obrigado a vê-lo. Vai ao jogo quem quer e quem pode. Como espetáculo, seu preço é condicionado por muitas variáveis, como, por exemplo, a qualidade dos artistas ou atletas, a importância da partida, sua condição de ser única. Os clubes têm o direito de estipularem os preços que melhor entenderem para cada partida, a partir de um patamar mínimo, somente. Se o preço para o espetáculo for muito alto, ninguém irá vê-lo e o clube terá prejuízo. Ponto. Compete ao PROCON, isso sim, zelar para que os direitos do torcedor, transformado em consumidor a partir da compra do ingresso, sejam respeitados. Isso inclui, por exemplo, a garantia do torcedor chegar ao local com minutos de antecedência e encontrar o lugar que está marcado em seu ingresso, vazio, esperando por ele. Inclui a existência de bons sanitários, por exemplo, além de outros pontos, muitos outros pontos passíveis de melhoras e carentes de fiscalização.
2 – MP: errou tanto quanto o PROCON ao intrometer-se no mesmo assunto, querendo, talvez, mostrar serviço. Melhor faria agilizando o combate aos fatores que geram insegurança e trazem prejuízos reais para as pessoas.
Tivemos, enfim, uma sequência de erros que se transformou, com boa vontade e algum sarcasmo, numa comédia. Quem paga por ela, como de hábito, é o torcedor.
Os preços, finalmente definidos, continuaram altos para o padrão brasileiro:
- R$ 100,00 para as arquibancadas atrás dos gols;
- R$ 150,00 para as arquibancadas laterais;
- R$ 250,00 para as cadeiras na “tribuna de honra”
A meia-entrada será válida apenas para estudantes, idosos e professores (categoria que a imprensa não tem colocado como habilitada a comprar meio-ingresso, o que lhes é permitido por lei do DF), devidamente identificados. O desconto de 50% com a entrega de donativos foi cancelada. O motivo, segundo diretores do Goiás, é a existência de outra lei brasiliense que proíbe esse tipo de promoção.
As filas e a procura pelos ingressos estão mostrando que os preços, agora, talvez não sejam assim tão altos, tão caros.
Fica, de qualquer forma, uma certa tristeza por tantos erros terem sido cometidos.
Fica a tristeza de não ver esse jogo no Rio de Janeiro, num estádio com quase cinqüenta mil torcedores.
Fica a lição para os clubes.
Fica, por último, uma pergunta: será que aprenderam alguma coisa?
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quarta-feira, dezembro 03, 2008
Dezessete reais a menos
Ao fim e ao cabo, saiu-se da reunião com os preços definidos tal como no Post scriptum de ontem neste Olhar Crônico Esportivo.
Com uma diferença, entretanto: acabou a história de doar alimentos e pagar meia-entrada. A meia-entrada será privilégio de estudantes e professores, estes em função de lei específica do DF. Segundo explicação do Vice-Presidente do Goiás, Edmo Pinheiro, uma lei brasiliense proíbe esse tipo de promoção.
No frigir dos ovos, houve uma redução de 200 para 183 reais. Esse é o valor médio estimado por este Olhar Crônico Esportivo, considerando a venda de todos os lugares – 19.400 (parece que a polícia brasiliense liberou lotação total) – e com números aproximados para as arquibancadas laterais e norte/sul (atrás dos gols).
Nesse caso, teríamos uma renda por volta de 3.500.000 e um preço médio dos ingressos a 183 reais. Isso não ocorrerá, naturalmente, em função das meias entradas, cujo número não foi divulgado.
Tanto barulho por dezessete reais.
Mais uma aula de Brasil que poucos frutos renderá.
Quanto aos donativos, adeus.
Será que os adversários do governador José Roberto Arruda aproveitarão esse cochilo?
Para quem não lembra, esse senhor era senador da República e renunciou ao mandato, junto com Antonio Carlos Magalhães, para escapar de inevitável cassação do mandato e dos direitos políticos, devido ao episódio conhecido como a fraude do painel de votação do Senado.
Até esse momento, faltando dois minutos para as duas da tarde de quarta-feira, o site do Goiás não traz nenhum esclarecimento sobre os novos preços e sobre a cassação, quero dizer, a eliminação da troca de donativo por metade do valor de face do ingresso.
Enfim, vida que segue.
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terça-feira, dezembro 02, 2008
Intromissões indevidas
Fui surpreendido pela divulgação que os ingressos no Bezerrão para o jogo Goiás x São Paulo iriam custar R$ 400,00. Num primeiro momento não dei atenção, achando que fosse brincadeira.
Mas não era, a coisa era séria e soava como meio ofensiva, até, com a explicação que o preço seria de somente (sic) duzentos reais se o endinheirado torcedor levasse também dois quilos de alimentos para as vítimas da enchente em Santa Catarina.
Cheguei a manifestar-me por escrito sobre isso, na internet, criticando com acidez a diretoria do Goiás.
Hoje, porém, tive oportunidade de ouvir as entrevistas de dois diretores do clube goiano, um deles o diretor administrativo do Goiás, Marcelo Segurado (clique aqui para ouvir na íntegra). Logo no início, Marcelo esclarece que o Goiás Esporte Clube tem excelente relacionamento com o São Paulo, desfazendo, assim, algumas conversas em sentido contrário. Fala, na sequência, das punições sofridas pelo clube, devido a incidentes entre torcedores nos jogos contra o Vasco e contra o Cruzeiro. É bom destacar, também, que o diretor do GEC atribui a punição aos “vândalos“ e não critica a medida tomada pelo STJD.
Resumindo, Segurado diz que se esse jogo final, valendo a conquista do título, fosse no Serra Dourada, também teria os preços reajustados, as cadeiras para 70 ou 80, a arquibancada para 50 reais, dando ao clube a chance de um bom faturamento. Com a punição, fizeram um jogo em Itumbiara, onde o clube teve prejuízo, devido à baixa renda. Esse é um ponto importante: o Goiás Esporte Clube teve prejuízo em Itumbiara e, por conseqüência, queria fazer o jogo contra o São Paulo em outro estádio de maior porte. Pelo que ele fala, e pode ser conferido no áudio linkado acima, o clube via com bons olhos a sugestão do São Paulo para fazer o jogo no Maracanã ou no Engenhão, assim como a oferta da cidade de Uberlândia, que ofereceu o Parque dos Sabiás, com capacidade para 50.000 pessoas, em ótimas condições financeiras para o Goiás, e oferecendo-se, inclusive, para pagar as despesas do São Paulo.
O Goiás, entretanto, foi surpreendido pela marcação do jogo pela CBF para o novo estádio Bezerrão, na cidade de Gama, no Distrito Federal. Como esse estádio tem apenas 19.000 lugares e a diretoria deverá vender somente 18.000 ingressos, optou-se pelo aumento nos preços dos ingressos para poder dar algum lucro para o Goiás.
É importante essa sequência para entendermos que os dois clubes não queriam jogar em Itumbiara, que ambos queriam jogar em estádios grandes, com boas condições de jogo para o São Paulo, e com bom retorno financeiro para o Goiás.
Marcando o jogo para o Bezerrão a CBF atropelou os dois clubes e o próprio STJD, que recém-retirou a punição de perda de mando sofrida pelo Goiás, mas não a tempo de reverter o jogo. Ficou decretado: Jogue-se no Bezerrão.
Que é bom estádio, isso não se discute. E bem localizado, numa área com alto poder aquisitivo – não a cidade de Gama, mas sua vizinha rica, a capital da República, cidade que tem a maior renda per capita do Brasil.
Mas...
Somente 19.000 lugares.
Ora, o Goiás que já sonhava em terminar o BR 2008 com dois milhões líquidos dessa renda em seu caixa, dinheiro bastante para pagar dezembro, décimo-terceiro e férias de seu elenco, viu-se, de repente, obrigado a jogar em um estádio pequeno, onde a renda, aos preços normais, daria algo como oitocentos mil reais ou menos, brutos.
Agora vem a parte mais incrível de tudo isto. O diretor goiano foi claro, como podem constatar pelo áudio linkado: a administração do Bezerrão cobra uma taxa administrativa de campo (para usar o campo, vestiários, bilheterias) de nada mais, nada menos, que R$ 135.000,00 – chamada por Marcelo de “exorbitante”. E é mesmo, muito exorbitante. Tem mais: há também a taxa de 10% da renda bruta como aluguel. Além dessas taxas, há outras (repetitivo, não?): 5% para o INSS, 5% para a Federação Brasiliense, 5% para a Federação Goiana e 5% para a CBF. Mais as despesas com juízes, seguro de vida, etc. Enfim, uma exorbitância. Não há como definir melhor.
O próprio Marcelo Segurado tornou a conversar com o presidente da Federação Brasiliense e este mostrou-se irredutível, não iria reduzir nenhuma cobrança, dizendo, segundo o Marcelo, que esse jogo não deveria ser jogado lá e outras milongas mais.
Diante disso, a diretoria goiana resolveu cobrar 400 reais pelo ingresso, estabelecendo a meia-entrada em 200 reais, com a condição do torcedor não estudante levar 1kg de alimento ou roupa, cobertor, brinquedo, etc (segundo o site oficial do clube os donativos arrecadados serão todos destinados à Organização das Voluntárias de Goiás - OVG.
Dessa forma, a diretoria do Goiás espera arrecadar por volta de pelo menos dois milhões de reais brutos.
Diante dos fatos expostos, caso não sejam contrariados, o Goiás está correto. Quatrocentos reais, o preço oficial, ou duzentos, na “promoção”, são valores muito altos para um jogo de futebol com ingressos de preço único.
Como parâmetro, em 2005 e em 2006 o próprio São Paulo cobrou 150 reais pela cadeira nos jogos finais da Copa Libertadores.
Em tempo: o artigo 16 do Regulamento do Campeonato Brasileiro dá ao clube mandante o direito de cobrar o que quiser, desde que dentro das normas legais.
Esse artigo, posteriormente, recebeu um complemento a pedido dos clubes, estabelecendo o preço mínimo dos ingressos em dez reais.
Ou seja, o Goiás está certo aos olhos do regulamento, e está certo na minha visão a respeito desse tema, que já manifestei em outras oportunidades.
Diante disso tudo, fica claro que esse jogo poderia e deveria ser realizado no bonito Engenhão.
Demonstrativo da renda com ingresso a 50 reais
Ainda a tempo: se o Goiás cobrasse 100 reais cada ingresso e estabelecesse a meia-entrada como padrão (estudantes mais os doadores), e vendesse todos os 18.000 lugares, obteria uma renda bruta de 900.000 reais. Com os descontos devidos:
Despesa | % s/ renda bruta | Valor |
Taxa de uso do estádio | | 135.000 |
Taxa de aluguel do estádio | 10% | 90.000 |
INSS | 5% | 45.000 |
CBF | 5% | 45.000 |
Federação Brasiliense | 5% | 45.000 |
Federação Goiana | 5% | 45.000 |
Arbitragem, seguro, outras | | 10.000 (estimado) |
| Total despesas | 415.000 |
| Renda líquida | 485.000 (estimado) |
Uma final de Campeonato Brasileiro – ou melhor, um jogo que se transformou em final – tem um grande atrativo e merece uma diferenciação em seu preço. Acho duzentos reais um valor alto, mas não mais exageradamente alto, pois o que realmente está pela hora da morte são os custos adicionais, particularmente os custos do estádio.
Punição?
Fica uma questão: é essa a melhor maneira do STJD punir os clubes? Antes, jogava-se a partida da punição com os portões fechados. Sem dúvida, uma coisa horrível, absolutamente sem graça. A gritaria contra foi alta, por parte dos clubes e por parte dos usuários e mantenedores do espetáculo, os torcedores.
Será que jogar fora de sua casa, a partir de um raio de 100 km é mesmo uma punição?
E por que o tribunal tinha de se intrometer numa questão que poderia e deveria ter sido solucionada pelas duas diretorias?
Post scriptum
A decisão do Goiás provocou intensa polêmica em Brasília e São Paulo, principalmente, repercutindo no Rio de Janeiro e na CBF.
Depois do presidente da Federação Brasiliense ter dito ao diretor do Goiás que a posição da Federação era definitiva, inarredável, o ex-Senador J R Arruda, governador do DF entrou em cena, forçando a reunião e convencendo seu pessoal (alguma dúvida a respeito?) a reduzir as taxas cobradas inicialmente.
Depois de longa negociação com a diretoria do Goiás, incluindo o presidente Pedro Goulart, foram definidos 3 diferentes preços para diferentes setores do estádio:
- Tribunas de honra: R$ 250,00 >> R$ 125,00
- Arquibancadas laterais: R$ 200,00 >> R$ 100,00
- Arquibancadas atrás dos gols: R$ 150,00 >> R$ 75,00
Todos que levarem donativos pagarão meia-entrada.
Preços ligeiramente salgados, sem dúvida, mas compatíveis com a importância do jogo.
Não é simpática essa atitude, mas é correta, de um ponto de vista profissional num esporte competitivo e de custos tão elevados como o futebol.
Não podemos perder de vista dois pontos importantes nesse episódio:
1 - A interferência indevida e autoritária da CBF.
2 - Os custos cobrados por uma federação que administra um bem público.
Muitas críticas estão sendo feitas ao Goiás, mas, na minha visão, não são justas.
É importante, também, destacar que esse caso cria uma importante jurisprudência para uso futuro pelas outras equipes.
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