Rolando pelo mundo da bola e das patas olímpicas
Manchester United de olho na Índia
A Índia era a mais preciosa das jóias da coroa britânica, até conquistar sua independência. Agora, pelo visto, está voltando a ser encarada novamente como uma ‘jóia da coroa’, mas dessa vez da coroa futebolística do campeão europeu, o Manchester United. O país é hoje o maior e mais fascinante mercado potencial a ser descoberto e explorado pelo esporte mais popular do planeta, depois das bem sucedidas incursões pela China. Se o Império do Centro tem a economia que mais cresce no planeta, o país dos marajás e elefantes não fica muito atrás, tanto em população (1,1 bilhão de habitantes), como no crescimento econômico, com taxas assombrosas. Tal como na China, centenas de milhões de pessoas vivem, ainda, dentro de padrões de miséria, mas uma classe média toda própria e diferente das ocidentais ganha cada vez mais corpo e poder. Na Índia, hoje, essa nova classe ávida por consumo, já passa dos 150 milhões de habitantes – mais de três quartos da população total brasileira.
Foi justamente pensando na abertura do mercado indiano que o São Paulo excursionou por várias cidades da Índia no início de 2007, excursão que serviu, num primeiro momento, para revelar o novo futebol de Hernanes como volante. Ele embarcou em Cumbica como promessa não muito confiável e meio confuso sobre onde jogar, e voltou para assumir e não perder mais a condição de titular da equipe. Infelizmente, porém, o calendário do futebol brasileiro não permite aos grandes clubes nenhum trabalho mais sério no exterior, ao contrário do que fazem, por exemplo, os times argentinos. Hoje, Boca e River são muito mais conhecidos que qualquer clube brasileiro, tanto na Europa como na Ásia. O certo seria o retorno do São Paulo, com o time principal, para pelo menos um jogo ou dois, reforçando a marca, criando mercado.
Exatamente o que está nos planos do United, como disse David Gill, seu presidente-executivo:
“A India é interessante. Temos nos aproximado do país e estamos olhando com muito interesse algumas oportunidades para fundarmos escolas de futebol lá. Nossa intenção é entrarmos nesse mercado e permanecermos.”
Segundo Gill, dos 333 milhões de torcedores do United em todo o mundo (nota do Olhar Crônico Esportivo: mais “seguidores” ou simpatizantes que propriamente torcedores), 20 milhões moram nas cidades indianas, e mais da metade já se diz torcedores mesmo, de coração.
David Gill falou sobre a Índia durante a excursão de pré-temporada que o time realiza na África do Sul, país que, por sinal, abriga grande contingente de imigrantes indianos. Disse, inclusive, que está nos planos do clube realizar um amistoso no país no próximo verão (2009).
Bom, enquanto isso, em certa república ao sul do Equador...
Lá, como cá, o caos
Ok, a China é a China.
Os Jogos Olímpicos de Pequim estão sendo preparados para serem no mínimo grandiosos.
A China, o Império do Centro, assim o exige.
Apesar de tudo, a poluição continua cobrindo Pequim com um manto cinzento.
Apesar de tudo, as algas continuam entupindo as águas onde serão disputadas as regatas. A explosão populacional das algas é fruto da poluição, no caso, da água.
Apesar de tudo, a falta de liberdades e a perseguição a quem ousa pensar diferente, continua.
Apesar de tudo, e apesar da chama olímpica cruzar o Himalaia, o Tibet continua oprimido e sob dominação violenta.
Apesar de tudo isso, finalmente, a venda de ingressos segue dentro dos mais rigorosos padrões de descalabro ocidentais.
Ah, sim, mesmo para o descalabro há que ter padrões, coisa que nós, brasilianos, sabemos muito bem.
As filas têm sido formadas com milhares de pessoas, só controláveis com a ação enérgica da polícia. É bom lembrar que ‘ação enérgica da polícia chinesa’ é algo muito, muito mais enérgico do que conhecemos por aqui.
Segundo a BBC, 820.000 ingressos foram vendidos em poucas horas, mesmo com o limite de dois ingressos por pessoa.
Não há, simplesmente, mais nada à venda. Os ingressos para a corrida dos
Bom, pensando bem, apesar de tudo isso o caos chinês é menos caótico que o caos que vivenciamos por aqui rotineiramente, como, por exemplo, na venda dos ingressos para o jogo final da Libertadores.
Lá, se algumas pessoas fizessem com os torcedores o que foi feito por aqui, provavelmente suas famílias já estariam pagando às forças de segurança o custo da bala.
Apesar de tudo isso, como o ser humano é o mesmo, quer na China, quer no Brasil, quer na Noruega, relatam-se casos de ingressos vendidos por cambistas por até cem vezes – isso mesmo, 100 vezes – seu valor oficial.
Nem cobrando o preço da bala...
Amigos
Felipe Barreto, a quem não conheço pessoalmente, mas é filho do meu amigo Barreto, o
Cláudia Leschonski, amiga e mestra, minha segunda instrutora de equitação – a primeira foi a Monika Lilly Keller, suíça radicada em Santa Rita do Passa Quatro ao abrigo do frio enregelante dos Alpes – também estará na China, mas não em Pequim, e sim
A Cláudia é blogueira, finalmente, autora do ‘Cavalos Entusiasmados’, que, é claro, também está entre os favoritos deste Olhar Crônico Esportivo. E do calor sufocante de Hong Kong ela irá nos contar detalhes dessa competição apaixonante. Não percam, tanto o blog como a cobertura da tv. Vale a pena.
Adivinhem o que este blogueiro estará assistindo endoidecido...
Estou de partida, novamente, para o Sítio das Macaúbas, onde a Albinha, filha da Alba, pariu um bezerrinho hoje, também ela pela primeira vez. Vamos ver a cara do bichinho e pensar num nome para ele.
Bom final de semana para todos.
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