Rolando no mundo da bola
Os gramados do Brasil...
Alguém já viu um jogo de vôlei ou de basquete ou de tênis ser disputado numa quadra esburacada?
Por que, então, cansamo-nos de ver jogos do esporte mais popular do Brasil e do mundo sendo disputados em terrenos cuja melhor designação é a palavra pasto?
Mas, em Guaratinguetá...
O Guará, disputando sua primeira competição nacional, o Brasileiro da Série C, está treinando e jogando na vizinha Taubaté. Motivo: o gramado no Ninho da Garça, como é conhecido seu estádio, está em processo de substituição de seu gramado.
O velho gramado – cujo estado não era dos piores, longe disso – está sendo cortado, arrancado e replantado em áreas diversas da cidade, numa ação que une economia, inteligência e a cobertura de áreas nuas, medida importante para garantir boa infiltração das águas da chuva e, também, para evitar uma parcelinha minúscula de aquecimento global.
Vale pelo exemplo e vários sentidos.
Sócio por 57 euros e 52 milhões de euros em TV
Associe-se por 57 euros.
É a promoção do FC Porto.
Pela módica quantia de 57 euros – pouco mais de 140 reais – o torcedor torna-se sócio efetivo do clube, com direito a adquirir em melhores condições os ingressos para os jogos da equipe pela Liga Portuguesa e pela Champions League.
A aquisição, ou associação, pode ser feita na loja FNAC, em postos Repsol, na loja do clube e pela internet. Bem fácil tornar-se sócio.
A Sport Business divulgou que o clube negociou seus direitos de televisão até a temporada 2013/2014 com a agência Olivedesportos Publicidade, Televisão e Media SA, pelo valor de 51,75 milhões de euros – equivalentes a 131 milhões de reais ao câmbio de hoje. O site oficial nada traz a respeito e a própria notícia da SB é vaga, pois não diz quando inicia o contrato. Se for já nessa temporada 2008/2009, isso dará um valor anual da ordem de 8,6 milhões de euros (22 milhões de reais), muito baixo, sem dúvida. Os jogos da Champions League estão fora desse valor. Esse valor equivale, grosso modo, ao que recebem os clubes do Grupo I do Clube dos 13 até esse ano.
Em tempo: a primeira e segunda camisola estão custando, cada uma, 175 reais, digo, 69 reais. Um pouco mais caras que as camisolas dos grandes brasileiros.
Que coisa, hein?
A próxima camisola que eu comprar por aqui, só usarei com um smoking – que ainda não tenho, mas mandarei fazer. Afinal, uma camiseta de 140 pilas requer um smoking, no mínimo, além da barba feita.
Comentando as “Camisas...” novamente
(Texto veiculado em 1º de julho.)
Ambrosio, e também o Anônimo, a princípio e por princípio, concordo em boa parte com as observações sobre o comportamento do Flamengo nesse caso, mas antes de emitir um juízo definitivo gostaria de conhecer mais pormenores sobre esse imbróglio. Digo isso porque as acusações são tão pesadas e até estranhas (para quem conhece a Nike), que fica difícil acreditar pura e simplesmente. Como a política da empresa é “no comments”, fica difícil uma avaliação mais precisa. Bom, digamos em bom português: fico sobre o muro. Mesmo em juízo creio que será complicado o clube provar, cabalmente, que foi prejudicado pela empresa. O que incomoda nesse caso é esse silêncio da Nike. Essa história dos uniformes comemorando o título antes do jogo final, bom, sinceramente, eu acho bobagem. Todo clube faz isso e, muito provavelmente, tivemos alguns lojistas apressadinhos, talvez sem responsabilidade da fornecedora de uniformes.
Anônimo, correlacionar São Paulo e Corinthians, e também o Flamengo, não chega a ser uma forçada de barra. As empresas trabalham com números mais frios e objetivos, ligados ao consumo e ao potencial de consumo de seus produtos. Partindo-se dessa premissa, os números entre os clubes, principalmente entre os dois primeiros citados, não apresentam diferenças dramáticas.
Estudos de mercado aos quais não temos acesso, com certeza mostram para a Nike o que a Reebok tem vendido e faturado, e a recíproca é verdadeira.
Fabio P., eu gosto do Alex Mineiro e do Pedrão Barueri...
Pô, mas daí a dizer que eles estariam na seleção se tivessem a mesma “badalação” que o Adriano... Acho que a distância é grande.
Adriano, bem ou mal, tem um histórico de Europa e Seleção que impõe respeito. Uma coisa é o Pedrão jogar bem contra as defesas da Série B e do Paulista, assim como o Alex Mineiro, nesse caso também contra defesas da Série A. Outra, bem diferente, é enfrentar as bem formadas defesas dos grandes europeus, principalmente os italianos, e se dar bem. Mas já estamos no território do “se”, onde tudo é possível.
Ainda o 6+5
Podem falar muitas coisas sobre Joseph Blatter, positivas e negativas, mas não se pode dizer que ele seja bobo ou ingênuo ou sem noção da realidade européia (não só da européia). Ninguém é presidente da FIFA impunemente e sem reunir grande dose de habilidades e qualidades diversas. Gostando ou não do homem e de sua atuação, uma coisa é mais que certa: ele não pode ser subestimado.
Isso deixa-me com uma pulga chata atrás da orelha: por que ele tanto insiste na sua proposta do 6+5? Apesar de todos dizerem que tal proposta não tem a menor chance de passar pelo crivo do parlamento europeu. Será, mesmo, que não há chance alguma? Ora, Blatter não é o tipo de sujeito que fica dando murro em ponta de faca, muito pelo contrário.
Por tudo isso, acredito que essa idéia, essa luta dele, está longe de estar morta.
Se aprovada, terá um grande impacto no futebol dos grandes exportadores, Brasil e Argentina, principalmente.
Esporte ‘verde’
Não estou falando do Palmeiras, Goiás e outros verdes.
Esse ‘verde’ tem a ver com sustentabilidade.
Apesar da postura americana, particularmente da administração G W Bush, de não dar bola para as iniciativas de redução da emissão de gases que provocam o aquecimento global, o grande esporte americano caminha em outra direção e apresenta hoje grandes e saudáveis números e iniciativas no sentido de trabalharem com menor dispêndio ou usando fontes renováveis de energia, além da preocupação com a destinação correta e a reciclagem do lixo produzido
Não há nada parecido na Europa, pelo menos no mesmo nível dos americanos. Desnecessário dizer que entre nós sequer passa pelas cabeças coroadas que dirigem nossos esportes algo parecido. Afinal, sequer temos o básico em termos ambientais, que são os gramados para a prática do esporte bretão que consagrou Marcos Senna.
Desde
Os clubes também se preocupam com o assunto e o Philadelphia Eagles, por exemplo, além de programas bem sucedidos de reciclagem e combate ao desperdício, instalou painéis solares em parte de suas instalações e nas áreas de treinamento, gerando 16,1 kwh por ano, eliminando 12 toneladas de emissão de dióxido de carbono.
Christina Lurie, proprietária da equipe, diz que os painéis solares são apenas um dos elementos da estratégia ambiental da organização: “A campanha continua crescendo. Nós acreditamos que os painéis solares são um passo importante no caminho de “greening” (torná-lo sustentável) nosso time. Eles são uma lembrança permanente para nossos funcionários, jogadores, técnicos e visitantes que todos nós precisamos reduzir nossos custos ambientais.”
Exemplos e atividades na mesma linha multiplicam-se por times da MLB – Major League Baseball – e NHL – National Hockey League.
O atual presidente – por pouco tempo, felizmente – bem poderia mirar-se nesses exemplos para conduzir sua política (?) ambiental. Que Obama ou McCain se comportem de forma bem diferente.
Quanto a nós, bons gramados nos estádios já ajudariam a capturar um bocado de CO2 atmosférico. Já seria um bom começo, em vários sentidos.
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