Boladas e Caneladas 16 06 07
Seleção
Há um bom tempo, ainda com Parreira à frente do selecionado, venho reclamando a presença de mais jogadores que atuam no Brasil na seleção. Por vários motivos, entre eles o fato de que tem muito jogador atuando muito bem por aqui, merecendo a chance de uma convocação; porque o fato do jogador estar na Europa não é, por si só, atestado de suprema qualidade, até porque muitos convocados não passam de reservas em clubes de segunda linha; porque esses dois fatores criam um terrível desestímulo aos que jogam em terras tupiniquins, e só lhes aumenta a vontade e a necessidade de deixarem o país, mesmo que para clubes obscuros do Leste europeu, Portugal, Espanha, Holanda, Alemanha, etc. Finalmente, essa prática colonizada e colonialista ao mesmo tempo, enfraquece nossos clubes, diminui a qualidade de nossas competições, mesmo porque, com a discrepância de calendários, os europeus levam nossos jogadores exatamente na metade de nossa principal competição.
Falo disso tudo não é de hoje, e me sinto bem em bater nessa tecla auto-afirmativa. Vejo, agora, que mais gente – jogadores, dirigentes, torcedores em blogs e até mesmo jornalistas, imaginem! - começa a bater na mesma tecla.
Antes tarde do que nunca.
São Paulo, Lula e Ricardo Teixeira
Tivemos beija-mão em Brasília.
Ah, os velhos hábitos da colônia...
Nada se perpetua mais do que eles.
No Palácio do Planalto, à vontade, o presidente da República recebeu os presidentes da CBF e do São Paulo F.C.
O da CBF foi falar e garantir de novo e sempre o apoio republicano (seja lá o que isso signifique, mas como todo dirigente governamental usa tal adjetivo, eu também uso; deve ser o novo “a nível de...”) à Copa de 2014 aqui na Terra de Vera Cruz.
O do São Paulo, Juvenal Juvêncio, com Marcelo Portugal Gouvêa junto, únicos dirigentes de clube presentes ao encontro, foram para garantir que o Morumbi não seja deixado de lado na escolha das sedes da Copa.
O estádio estará pronto e adequado às normas FIFA, sem um centavo de dinheiro do povo, também conhecido como dinheiro público, também conhecido como dinheiro fácil para alguns. O próprio clube fará todas as reformas e alterações necessárias, propiciando às burras federais e outras, a economia de alguma coisa entre 2 e 5 bilhões de reais. Algo como entre um e dois e meio novos Wembley. Nesse ponto, o da gastança, nós, brasileiros, somos insuperáveis em todo o planeta.
Mas essa aparente benesse ainda corre riscos. Tem muita gente interessada em gastar esses dinheiros para fazer um novo e desnecessário estádio
Hum hum...
Me engana que eu gosto.
Beija-mão?
Há alguns sinais no horizonte que o São Paulo acertou-se com a CBF, e que JJ e RT andam de mãozinhas dadas. Pode ser, pode ser, tudo em nome de uma causa maior. Mas, há também sinais de que o clube manterá sua independência e sua postura crítica perante à confederação-mor e seus cartolas de alto coturno.
Tomara, tomara...
Paróquias & Províncias
Confesso que freqüentar os blogs perdeu boa parte de seu velho encanto.
Hoje, aparentemente mais do que nunca, os blogs limitam-se a conversas e trocas de farpas entre paroquianos de uma mesma província.
Nada mais chato que isso.
É comum encontrarmos uma caixa com mais de trezentos comentários, e vermos que a quase totalidade dos mesmos limita-se a falar de dois times e nada mais.
Muito chato e uma total perda de tempo.
Muda-se de blog e a coisa acompanha, mudando apenas atores e personagens.
A saída, pobre, tem sido aumentar a freqüência nas listas de discussão fechadas, onde o tema é sempre o mesmo, sem mudanças, com raros OTs.
Pobre demais, mas parece ser o que resta.
Praticamente perdi a esperança de discutir futebol e tudo que o cerca com gente de outros lugares de forma organizada e regular. Conversas assim até sobrevivem e acontecem, porém cada vez mais raramente, cercadas por oceanos de mesmice, preconceitos e bairrismos os mais diversos.
E o BR?
Vai bem, obrigado, apesar dos desencontros em campo que têm sido as atuações de muitos de seus times considerados fortes.
Nesse ano, novas caras atuam como protagonistas. Algumas caras, por sinal, muito bonitas. Mas é muito cedo para qualquer julgamento e mais ainda para qualquer tipo de prognóstico. Mais que em anos anteriores, o BR 2007 é uma grande incógnita.
Teremos que esperar a ressaca das copas terminar, teremos que esperar o fechamento da janela de verão das contratações européias, teremos que esperar pelo reassentamento e reajuste dos times, para, só então, termos alguma condição mínima de arriscar prognósticos.
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