Dez anos numa noite
Talvez pareça pouco, mas quem trabalha em jornalismo ou publicidade sabe que se trata de uma autêntica façanha, ainda mais para uma revista segmentada e que não é parte de um grande conglomerado ou mesmo de um pequeno. Fazer revista no Brasil é muito, muito difícil, e digo isso baseado principalmente nos quase dez anos de minha vida em que trabalhei numa revista.
Para comemorar essa data, a Trivela promoveu uma mesa-redonda (que na verdade foi linear) na qual o tema foi “Dez Anos”. No futebol brasileiro e na seleção brasileira. Para falar a respeito, lá estavam Juca Kfouri, Lédio Carmona, Maurício Noriega e Mauro Cezar Pereira, ao lado do Caio Maia, editor da publicação.
Resumo da ópera: a aniversariante presenteou os convidados. O bate-papo foi ótimo, ainda mais para quem, como eu, gosta de ouvir uma pessoa de cada vez, ao invés de “dezoito” ao mesmo tempo. De maneira geral, esse período foi visto de forma positiva, com destaque para as duas CPIs que revelaram ao povo muitas verdades que antes eram só cochichadas ou imaginadas. Além delas, o Estatuto do Torcedor e a instituição dos pontos corridos foram destacados por sua importância, sobretudo forçando os clubes a melhoraram, ainda que pouco, suas administrações. Não menos importante foi o afastamento de figuras nefastas e meio eternas do mundo do futebol, levando a uma renovação dos quadros dirigentes (se para melhor ou pior é algo a ser discutido, mas, pelo menos, aconteceram mudanças).
Outro assunto que rendeu foi a Copa 2014. A revista, corajosamente, posiciona-se contra sua realização no Brasil, para desespero do departamento comercial, como lembrou o editor Caio Maia. Mas a posição dominante foi de apoio à realização da Copa entre nós, com as ressalvas fundamentais: o desagrado pelos condutores do processo, o esquema político já montado em cima da Copa, com governadores fazendo fila para beijar a mão do presidente da CBF, a perspectiva de despesas monumentais com fiscalização e controle “monumentalmente” pequenos ou nulos. O pessoal lembrou as copas da França e Estados Unidos, para as quais um só estádio foi construído na França. O Brasil, por exemplo, disputou três partidas em Marselha, no mesmo estádio que foi usado na Copa de 1938.
Fico frustrado por não ter gravado ou anotado todos os pontos que foram levantados e discutidos e não vou atrever-me a fazer isso só com o auxílio da memória, pois o risco de escrever abobrinhas seria muito alto.
Só resta, então, desejar felicidades à Trivela e recomendar sua leitura.
Acreditem, vale a pena.
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Marcadores: BR e Futebol Tupiniquim, Midia
3 Comments:
At 12:37 PM, Anônimo said…
A meu ver só o fato dessa revista ter uma capa EXCLUSIVA pra São Paulo e uma outra para o RESTO do país, já a descredencia. Acho que o futebol deve ser mais regionalizado. Eu não aguento assistir a um programa esportivo mais de 5 minutos falando de, por exemplo, clubes paulistas. Nada contra os paulistas, mas é que não me desperta o interesse. A única resenha esportiva que consigo assistir é uma que passa às 12:30hs na Band com o Garotinho e companhia que é só sobre o futebol do Rio. Apesar de não ser fã do Garotinho (ele quando da campanha de Maluf para presidente, criou o jargão durante as transmissões: "Malufa coração !!!! - e isso me embrulhava o estômago)assisto quando posso porque só fala dos clubes do Rio. Aí vocês irão dizer que minha visão sobre o futebol fica muito limitada. E Eu concordarei com vocês. Futebol pra mim é lazer, não tenho o menor interesse em ser um grande conhecedor do futebol em geral.
At 3:16 PM, Anônimo said…
A Trivela é um exemplo.
At 12:35 AM, Michel Costa said…
Boa noite, Emerson.
Conheço a Trivela há um bom tempo. Trata-se de um grande site e de uma boa revista.
Queria ter participado desse papo.
Só uma observação: o site é que tem10 anos. A revista é mais nova e surgiu com o Guia da UCL 2005/6 em agosto de 2005.
Abs
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