Nasce – mal – a 4ª Divisão
É...
Vamos por partes.
A CBF está fazendo tudo errado, a começar da criação de uma nova e extremamente necessária divisão, a D, de cima para baixo, sem acertar uma nova formatação de todo o futebol tupiniquim.
Uma 4ª divisão é fundamental para ampliar e não restringir o número de clubes. Essa divisão, tal como as demais, deve ter o maior número de jogos que for possível pelo maior tempo possível, com um objetivo básico, primário, fundamental: manter os clubes em atividade por um ano e não por quatro, cinco, seis ou até sete fantásticos meses, para os mais sortudos. Por isso mesmo, formato de copa, ou seja, mata-mata, é absolutamente não recomendável.
Ao mesmo tempo, porém, clubes de uma quarta divisão, e até mesmo da terceira, a C, precisam disputar jogos de forma regionalizada. É impossível o Rio Branco viajar rotineiramente de Rio Branco para Pelotas, por exemplo.
O custo de tal deslocamento é simplesmente absurdo, impagável, qualquer que seja o esquema de patrocínio. Portanto, os jogos precisam ser regionalizados pelo maior tempo possível, digamos, ao longo de oito ou nove meses, vindo, em seguida, uma fase de definição envolvendo os classificados em número a ser definido.
Exemplo de possível regionalização:
Sul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná Sul e Oeste
Sudeste Sul – Paraná Norte, São Paulo Leste, Centro e Sul,
Minas Gerais Sul
Sudeste Oeste – São Paulo Norte e Oeste, Mato Grosso do Sul, Triângulo
Sudeste Leste – Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais Leste e Centro
Nordeste Sul – Bahia, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais Norte (eventualmente)
Nordeste Leste e Norte – Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará
Nordeste Norte – Piauí, Maranhão, Pará Leste e Norte, Amapá
Amazônica – Roraima, Amazonas, Pará Oeste, Acre
Centro Norte – Pará Sul, Tocantins, Maranhão Sul, Goiás Norte
Centro Sul – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás Sul, Rondônia
A formatação ideal teria que nascer de reuniões entre os participantes e membros da CBF e outras entidades com interesses nos campeonatos. Naturalmente, facilidades de deslocamento, rivalidades regionais, número de clubes e outros fatores determinariam melhor as divisões geográficas.
Um ponto óbvio: um Nacional com essas características eliminaria a necessidade dos Estaduais ou, para manter as tradições e ocupar o restante do ano, permitiria a continuidade dos mesmos, mas drasticamente reduzidos
Da mesma forma, essa Série C também precisaria de jogos no decorrer do maior tempo possível, garantindo a sobrevivência dos clubes e dos atletas. No final, até pela regionalização, haveria necessidade de uma fase final, envolvendo o mesmo número de clubes de hoje, dois por região, totalizando oito.
Manter os estaduais como estão hoje nada acrescenta ao futebol brasileiro, pelo contrário, até, pois os grandes clubes são prejudicados e há muitos anos não jogam fora do Brasil, exceto pelas participações nas Copas Libertadores e Sul Americana e, claro, o Mundial no Japão.
Hoje os clubes brasileiros são clubes paroquiais, mal e mal vão jogar além do bairro vizinho.
A “mexida” da CBF
Sem nada alterar no quadro do futebol brasileiro, a Confederação resolveu criar uma nova divisão, tirando como que da cartola – sem trocadilhos. Como está muito em linha com o que eu penso, transcrevo nota do Marcelo Damato, publicada no Além do Jogo:
“Administração mandrake
17th Outubro 2008
Mandrake foi um herói em quadrinhos cuja principal arma era hipnotizar os outros e fazê-los acreditar nas coisas mais impossíveis.
Inspirada nele, a CBF vai criar uma nova divisão do Campeonato Brasileiro em
Isso é uma evolução, certo? Errado. Por qualquer critério que se olhe, é um passo atrás
1) Motivação: colocar um degrau a mais só desmotiva os clubes pequenos, que terão de começar ainda mais de baixo
2) Número de clubes, importante porque define quantos clubes estarão em atividade: eram 64 na aniga Série C. Em 2009, serão 20 na C e 40 na D. São quatro clubes a menos
3) Número de jogos, importante porque mostra o nível de atividade do futebol. Mais jogos significa mais público, mais envolvimento, mais empregos. Parecia impossível, mas a CBF conseguiu. Em 2009 haverá menos jogos nas Séries C e D do que está tendo na Série C deste ano.
Veja a conta
Série C 2008: Primeira fase tem 16 grupos de quatro times, logo, 192 jogos. 32 times passaram à segunda fase, em oito grupos de quatro. Mais 96. Na terceira fase, houve quatro grupos desses - some mais 48. Por fim, há um octogonal final, com 56 partidas. Total: 392.
Série C 2009 - dois grupos de 10, 180 jogos. E logo vem mata-mata, a partir das quartas-de-final, mais 14 partidas. Subtotal 194.
Série D 2009 - Oito grupos de 5, ou 160 jogos. Depois vem mata-mata a partir das quartas-de-final, mais 30 partidas. Subtotal. 190.
Total de 2009: 384, oito jogos a menos do que neste ano.
4) Uso do dinheiro da CBF - quanto mais dinheiro puser dos mais de 100 milhões que fatura por ano, mais dinheiro entra nos clubes. Pois a CBF não vai mais dar ajuda à Série C, apenas à D, que é menos do que a metade da Série C deste ano.
E a CBF não vai estalar os dedos.”
Bom, pensando bem, pouco adiantaria mexer com mais profundidade e propriedade sem uma boa alteração no restante do quadro, incluindo a adequação do calendário brasileiro ao calendário europeu.
Para a grande maioria dos clubes de futebol profissional do Brasil, a profissionalização ainda é um mito. Com vida média de 5 meses por ano, nada pode ser profissional.
Será que algum dia mexeremos nisso?
Se depender da confederação eu duvido, pois, como disse o Damato, nem os dedos ela estala.
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Marcadores: BR e Futebol Tupiniquim, CBF, Estadual
5 Comments:
At 10:48 PM, DERLY. said…
emerson como disse o lauro jardim na revista veja,a única coisa que a cbf não faz é reclamar da falta de dinheiro he he he abraço e bom domingo,amanhã vai passar o choque-rei aqui para o df e vou assistir,depois vou sofrer vendo flamengoxvasco,haja coração.
ronaldo
At 10:49 PM, DERLY. said…
emerson entenda a falta de e não da
valeu ronaldo
At 12:09 PM, DERLY. said…
SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2008 - 13h44
São Paulo pode ter três espaços Visa
GUSTAVO FRANCESCHINI
Da Máquina do Esporte, em São Paulo
Em negociações com a Visa e a Outplan há pelo menos um mês, o São Paulo deve fechar um contrato com as empresas nas próximas duas semanas. O possível acordo foi divulgado por Juvenal Juvêncio, presidente do clube, em evento sobre a Copa do Mundo de 2014, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No evento, o mandatário do clube do Morumbi desconversou sobre o que seria incluído no contrato. A Máquina do Esporte apurou que a parceria deve criar três setores Visa dentro do estádio, que terão serviços diferentes entre eles.
A idéia é que os espaços ocupem o anel inferior inteiro, a arquibancada vermelha superior o setor VIP Premium. Somados, os três locais representariam 20 mil lugares do Morumbi, cerca de 25% da capacidade total do estádio, que, oficialmente, abriga 80 mil pessoas.
O acerto já está sendo avaliado pelos departamentos jurídicos das partes, e a carta de intenção incluiria o início das obras até o fim do ano. A tecnologia da venda de ingressos, que já funciona nos estádios de Figueirense, Botafogo e Palmeiras, e em breve em Santos e Portuguesa, será a mesma, com a compra no site e a validação com o cartão de crédito.
A negociação com a Visa, porém, não foi a única revelada por Juvenal Juvêncio. Segundo o presidente, o São Paulo estaria perto de um acerto com a operadora de telefonia Vivo para "completar o caderno de encargos" da Copa de 2014.
Procurada pela reportagem, a empresa negou a possibilidade e afirmou que esta não é a sua estratégia. Em entrevista à Máquina do Esporte, Ronan Soares, gerente de esportes da Vivo, explicou que a idéia da operadora é ter um patrocínio de peso nas três modalidades principais do país. No futebol, a vaga está preenchida até 2015 pela CBF.
estão cheio da grana hem,igual a cbf he he he ronaldo.
At 9:11 AM, Anônimo said…
Emerson, certa vez ouvi um dos empresários donos do Guaratinguetá afirmar que não aceitou disputar a série C por ser deficitária. Imagine então uma série D.
At 2:25 PM, Anônimo said…
Emerson, muito bem colocado, só acho exagerado essa subdivisão regional sugestiva de sua parte. Concordo apenas com a divisão das regiões Norte e Nordeste. E além do mais, uma aproximação geográfica no visual do mapa como em sua sugestão, nem sempre representa aproximação real, pois nestas regiões costumam ter apenas uma rodovia, e não adianta muito essa subdivisão toda, pois na maioria das vezes a única rodovia que existe é a que tem que ser usada e como não é totalmente interligada como nas nossas regiões sudeste e sul, para se chegar á um lugar visualmente perto, acaba por ter que dar muitas voltas de quilômetros a mais na rodovia única existente, para se chegar ao cujo destino, portanto, não adianta muito. E também seria uma confusão tremenda na hora da identificação do time nas tantas regiões propostas,( Por ex: Um time do Maranhão chegará muito mais fácil à Manaus do alguns quilômetros abaixo do Estado, devido á falta de acesso rodoviário) e um time que não tem condições de se deslocar nem ao menos dentro de sua região Geográfica ou Geopolítica, não pode disputar nem a série Z, quanto mais à D.
Saudações.
Sérgio Mineiro.
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