A Agenda Positiva e seus frutos
Na noite de 2 de dezembro, encerrado o último jogo do Brasileiro 2007 e o Corinthians rebaixado, postei nesse Olhar Crônico Esportivo:
“...mesmo rebaixado o time é uma grande atração, sem a menor dúvida, e isso fará com que Andrés Sanches negocie seus direitos de transmissão à parte dos demais clubes que disputarão a Série B, o que, inegavelmente, é justo. Dependendo, portanto, de como se der essa negociação e da expectativa do mercado anunciante para os jogos do Corinthians, não será de espantar se, de repente, ele ganhar o mesmo valor ou até, paradoxalmente, mais dinheiro que seus ex-companheiros de Grupo I na Série A.”
Sobre os patrocínios:
“Os contratos de patrocínio não serão afetados em seus valores básicos, já negociados. Ao anunciante, ou seja, o patrocinador, o que importa é a exposição de sua marca, que é negativa nesse momento, o que afeta parcialmente o valor da exposição, mas que, tudo indica, será muito grande e positiva no decorrer de 2008. Portanto, por esse lado não há muito a temer relativamente a perdas financeiras.”
Há mais, basta consultar o arquivo Dezembro 2007 – é o primeiro texto do arquivo – e conferir que os pontos principais que esse blog previu estão tornando-se realidades. Ontem, Sport Club Corinthians Paulista e FBA – Futebol Brasil Associados – assinaram o acordo referente ao direito de transmissão dos jogos do clube pela Série B. Por esse contrato, o Corinthians receberá da entidade 4 milhões de reais, valor ao qual. Somado esse valor ao que já recebe do Clube dos 13, o total ultrapassa 16 milhões de reais, e poderá crescer ainda mais, dependendo dos bônus por audiência que Andrés Sanches e Luiz Paulo Rosemberg negociaram com as emissoras e mais dois patrocínios da transmissão. Está próxima, portanto, a previsão desse blog feita no calor dos acontecimentos de dezembro. Com mais seis milhões (bastante prováveis hoje) o clube empatará sua receita de TV com os companheiros de Grupo I da Série A, tendo, apesar dos investimentos, despesas menores que os demais.
Nesse ponto, e apesar da rateada sofrível com o episódio da camisa roxa, é de destacar o excelente papel desempenhado pelo presidente Andrés Sanches e sua boa administração.
Divido a avaliação em duas partes porque essa é a realidade.
De um lado, AS foi impecável animador, ator e motivador – e todo líder não é um pouco ou muito tudo isso? – com atuação excelente, desempenho digno de um Oscar empresarial. Desde o primeiro momento – e esse blog registrou isso ainda naquele mês de dezembro – o presidente corintiano começou a tirar da cabeça e do coração de sua torcida o espectro da 2ª divisão. Não poupou esforços e proferiu alguns exageros, todos, digamos, perdoáveis. Certo ou errado, é do jogo. Encerrou a briga com Samsung e conseguiu um patrocínio com valor de mercado semelhante ao do São Paulo e do Flamengo, entre outras ações. Bateu no peito e proclamou independência do Clube dos 13, dizendo que iria negociar sozinho os direitos de TV corintianos dali para a frente. Embora promessa vazia e fadada ao esquecimento, essa declaração fez parte do “pacote motivacional”, fez parte do que esse blog chamou e ainda chama de “Agenda Positiva” do Corinthians. Nesse ponto, por sinal, não só o clube continua atuando no Clube dos 13, como representa no mesmo as posições do São Paulo e também do Flamengo e Botafogo, afastados da atual direção da entidade.
Na vida real e concreta sua gestão – e isso já é um elogio, pois gestão é vocábulo moderno e nobre – é boa, mas não excelente, tanto na área política como na administrativa e, sobretudo, no futebol.
Se a equipe vai ou não classificar-se no G4 do Paulista chega a ser irrelevante para seu julgamento. Para quem esperava um time cabisbaixo, arrastando-se em campo, sendo derrotado pelos adversários mais fortes, a surpresa deve ter sido grande. Mano Menezes, a melhor contratação do clube, em pouco tempo montou um time de custo compatível com a Série B, mas que demonstra qualidade bastante para fazer boa figura até mesmo na Série A.
Na arena política, acertos e desacertos. O maior acerto: transparência administrativa e a modificação do estatuto, o que é bom, mas o clube aceitou a pressão espúria e perigosa de grupos organizados de torcedores. A limpeza do lixo acumulado por Dualib prossegue.
No marketing, sem dúvida, estão as melhores iniciativas dessa gestão, ao lado do futebol. Com alguns momentos de pura representação, como a construção do estádio, o que ocupou as manchetes durante algumas semanas até refluir, uma vez mais, embora siga em discussão entre quatro paredes. É inegável, porém, que o clube nunca fez tanto nessa área como agora, com resultados financeiros condizentes.
Tudo isso que vem ocorrendo com o Corinthians é um bom exemplo de como uma administração pode e deve influir na vida de um clube. Há muito para melhorar, claro, mas uma simples comparação desses poucos meses de gestão Sanches com velhas e esclerosadas administrações da maioria dos clubes brasileiros já mostra as enormes diferenças e, principalmente, escancara para quem quer ver as grandes possibilidades que o mundo do futebol brasileiro oferece.
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Marcadores: Corinthians, Marketing e Dinheiro, TV
1 Comments:
At 10:29 PM, DERLY. said…
caramba emerson voçe tem bola de cris
tal hem,está acertando tudo,marca um
volante da timemania para mim,um
abraço e tudo de bom.
ronaldo derly
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