Ingressos, pacotes, shows e matchday
Shows de Rock e Pop
O pessoal do Caderno 2 do Estadão, meio assustado com os preços cobrados por ingressos para shows internacionais de rock e pop em São Paulo, fez um levantamento desses preços em grandes espetáculos em 1998 e 2008. Confirmaram a suspeita: os preços, que já não eram baratos, explodiram e cresceram até 4 vezes.
Lugares para ver Bob Dylan foram vendidos a até R$ 900,00 e para o concerto de Ennio Morricone por até R$ 1.500,00. Produtores e empresários do ramo ouvidos pela reportagem disseram que esses preços vieram para ficar. Não duvido, tenho certeza.
Pelas cabeças da FPF
Informa o Painel da Folha de S.Paulo de ontem, que o presidente da Federação Paulista, Marco Polo del Nero, está costurando com dirigentes dos clubes substanciais aumentos nos preços dos ingressos em São Paulo para os próximos anos. Justifica sua intenção comparando os preços daqui com os que são praticados no exterior, muito mais altos.
Segundo ele, o preço mais alto não afugenta o público, principalmente se houver conforto. A seu favor, usa o exemplo do Sertãozinho, com média de 7.300 torcedores por jogo, cobrando pelo bilhete,
Diz o presidente da Federação que essa é uma medida, também, para acompanhar o nível de preços FIFA (?), e que os estádios paulistas serão mais confortáveis, justificando o aumento. Além disso, segundo ele, os ingressos mais caros podem afastar a violência dos estádios. Na Inglaterra, diz Marco Polo, os ingressos são dez vezes mais caros que no tempo das estripulias dos hooligans.
Consta que o Ministério e o Ministro vêem com muito bons olhos essa idéia, pois é importante que os clubes aumentem seus ganhos com a receita de bilheteria.
Finais de Libertadores
Em 2005 meu filho queria vender seu ingresso – que eu comprei – e com o dinheiro pagar a conta do seu cartão de crédito. Uma cativa vermelha estava sendo vendida por 500 reais, e jornais e rádios disseram que chegou-se a 800 reais por uma! Claro que ele foi ao Morumbi e quitou seu cartão por seus próprios meios, aprendendo a controlar seus gastos.
Na final de
Não se pode dizer que o Morumbi estava mais confortável – muito pelo contrário –, mas uma final de Libertadores tem seu próprio valor, é, ao seu jeito, um grande show.
O São Paulo poderia ter cobrado o dobro que cobrou e ainda assim teria vendido todos os ingressos. E ainda assim os cambistas faturariam mais um bocado.
Entretanto, fez pouco sucesso a promoção do clube em 2007 e nesse ano, vendendo os três jogos da fase de classificação por um preço promocional. Vale dizer que em 2005 houve muita reclamação porque não havia essa promoção.
Mico no Parque Antártica
O Palmeiras fechou um acordo com o cartão Visa, nos moldes do que foi fechado pelo cartão com o Figueirense, e destinou um pedaço nobre do Parque Antártica para os compradores do pacote Visa. O setor inteiro tem 5.000 lugares, e 442 foram colocados à venda, inicialmente.
Informa o Marcelo Damato no Além do Jogo, que somente 80 lugares foram vendidos e 16 estão reservados. Contando apenas os vendidos, isso significa 1,6% sobre o total de lugares do setor. A razão do mico, dizem, é o preço: R$ 1.000,00 cada lugar/pacote.
O pacote dará direito entre
- 3 jogos no Paulista (um já foi, restam dois)
- 19 jogos no Brasileiro
- até 5 jogos pela CB
- até 4 jogos pela AS
Ora, se o Palmeiras fizer todo esse número de jogos, o preço médio do ingresso será de R$ 32,25 por ingresso, pagos à vista, com antecedência de até nove meses para os últimos jogos.
Realmente, bem salgado. Ou não, pois os lugares são o que se pode chamar de privilegiados, embora, como disseram vários palmeirenses, o setor ainda tenha um monte de problemas nem um pouco “diferenciados”.
O preço do pacote é fixo e, se não mudar, ficará cada dia mais caro, pois os jogos vão acontecendo.
O exemplo do Figueirense
Na bela e gostosa Floripa, o acordo do Figueirense com o cartão vale para o Campeonato Brasileiro, e os 19 jogos saem por R$ 376,20 na compra à vista e R$ 418,00 na compra parcelada (de duas a seis vezes), sempre pelo cartão de crédito, claro. Tentei fazer uma compra simulada, mas para isso é necessário um cadastramento prévio pelo site e desisti.
Portanto, se algum leitor de Florianópolis já comprou, gostaria de saber se tudo funciona como foi descrito:
O torcedor não precisa sair de casa, nem enfrentar filas para comprar. Basta acessar o site da empresa, onde ele escolhe a forma de pagamento, escolhe o setor (B ou C) e a cadeira onde sentará ao longo de toda a competição.
O acesso para esses setores é facilitado por catracas específicas, com menor fluxo de pessoas.
O próprio cartão de crédito vira o ingresso no dia do jogo, bastando passá-lo na catraca eletrônica.
Ao invés de pagar R$ 30,00 por jogo, o torcedor paga de R$
Não tenho informações atualizadas, mas parece que a venda dos pacotes caminha bem, ao contrário dos pacotes palmeirenses.
Apesar desses esforços isolados e casos isolados, tal como venho dizendo em alguns posts, nossos clubes arrolam essas receitas em seus balanços e mentes na rubrica “bilheteria”. Na Europa o nome é diferente: matchday.
Não só o nome, mas também o conceito, o conforto, o próprio jeito de ver o futebol como um espetáculo de fato, tudo é diferente.
Até quando os balanços trarão "Bilheteria", como qualquer circo mambembe?
Para pensar.
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Marcadores: Figueirense, Marketing e Dinheiro, Palmeiras, São Paulo
2 Comments:
At 6:55 PM, Anônimo said…
Emerson, seu Blog está cada dia melhor, principalmente quando você não fala do São Paulo hehehehhehehe.
Quanto ao preços dos ingressos cobrados pelo Palmeiras pode ser que ainda falte uma melhor divulgação das facilidades de estacionamento, chegar e sair do estadio, comida visibilidade assim como segurança, etc.
João Luiz
At 10:27 PM, DERLY. said…
show de bola o post,realmente uma
aula de administração,um abraço.
ronaldo derly
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