Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

<

domingo, outubro 21, 2007

Conversa com o Zé Augusto


Ontem tive um prazer duplo: conheci o Zé Augusto, treinador do sub 17 corintiano, e que recentemente dirigiu o time principal do Corinthians, depois da saída de Paulo César Carpegiani, e, ainda por cima, participei de uma boa, mas curta conversa com ele. Curta? Nem tanto, quando vimos os relógios mais de duas horas, quase três, haviam passado. Mas a vontade era prolongar muito tempo mais, porém o tempo, essas coisas todas e a voz do Zé Augusto quase indo embora, afinal, antes de ir conversar conosco ele dirigiu seu time numa partida do Paulista da categoria. E com time de base, como ele diz, tem que falar o tempo todo.

O blogueiro, Zé Augusto e Flávio Prado


E, de toda a conversa, essa foi uma das coisas que mais ficou marcada: tem que falar o tempo todo com o jogador brasileiro. Da base aos profissionais, porque nosso jogador, salvo raríssimas exceções, não tem noção tática, não conhece esse bicho que parece ter sete cabeças, mas que, na verdade, é muito mais simples do que dá a entender a numerologia: 3-5-2, 4-3-3, etc.

O mais impressionante é que o técnico comanda um treino tático, posiciona, repete, repete, repete à exaustão uma situação de jogo e, no jogo propriamente dito, a situação se repete, mas a resposta praticada, treinada, explicada, não se repete. Ou, pior ainda, no treino seguinte tem que repetir tudo, novamente.

Assim é a vida de um treinador de base: trabalhar muito, todo dia, o dia todo, repetindo, repetindo, repetindo... Tentando formar jogadores profissionais, conscientes do que fazem e de suas possibilidades. Formar, como disseram o Vicenzo Roma e o Thiago, no Centro de Treinamento do Pão de Açúcar, homens e profissionais, não simplesmente boleiros, tentando formar atletas de futebol e não jogadores de futebol.

Tarefa difícil. Promovido à divisão principal do clube, o garoto aparece com seu carro e o celular conectado full time ao celular do empresário. Controla uma bola ou faz um bom passe no treino, e olha para o lado, à procura do...

Do técnico, em busca de aprovação, talvez um elogio?

Não, à procura do olhar do empresário.

O garoto respeitoso e parceiro da base, transforma-se, muitas vezes, no jogador arrogante e, palavras minhas, não do Zé Augusto, gente da melhor qualidade, no traíra que passa ao lado de um ou mais jornalistas e solta, contrafeito, resmungos contra o treinador, por ter sido substituído ou, crime de lesa-majestade, ter sido deixado no banco.

Vida dura, em nada ajudada por dirigentes e torcedores, em toda parte, em todos os clubes. Nesse ponto, são todos tristemente iguais.

A conversa foi boa. Conhecemos um pouco dos bastidores de um time, de um clube, as tristezas e problemas, inúmeros, de um momento de crise, e as alegrias e conquistas que muitas vezes significam uma reviravolta e a saída da crise. Outras vezes não.


.

Marcadores: ,

4 Comments:

  • At 9:19 AM, Anonymous Anônimo said…

    Parabéns, véio!

    Muitas felicidades, muita saúde e paz pra você!

    Estou na torcida pelos presentes que você tá esperando hoje, a vitória do Felipe e a vitória do São Paulo.
    Abração.
    Adalberto

     
  • At 2:29 PM, Anonymous Anônimo said…

    Super happy birthday!

    muita saude e alegrias na vida!

    meu aniversário foi no SP x Cru no primeiro turno...hehe

     
  • At 3:22 PM, Anonymous Anônimo said…

    Parabéns, meu amigo!
    Que sua vida seja repleta de saúde, paz, felicidades e,acima de tudo, de Rosa, a perfumá-la.
    Beijos, de sua amiga rubro-negra carioca.

     
  • At 10:43 PM, Anonymous Anônimo said…

    Tá com muita moral esse tal de Emerson...

    Parabens, meu bom!

    Abração.

     

Postar um comentário

<< Home