Rolando pelo mundo
Asian Champions League
A Confederação Asiática de Futebol – AFC (Asian Football Confederation) – irá relançar a Asian Champions League nesse final de ano, dando sequência a um seminário que terminou hoje em Kuala Lumpur, e destinado a dirigentes esportivos dos times do continente.
No seminário, além de aspectos técnicos ligados ao que acontece dentro dos gramados, a tônica foi mesmo o futebol como business. Numa de suas primeiras palestras, o Professor Mikkel Draebye perguntou a mais de 150 dirigentes esportivos quantos deles faziam planejamento estratégico visando o crescimento de seus clubes. Menos de dez participantes levantaram as mãos. Já próximo do encerramento do seminário a situação era diferente, e praticamente todos já falavam e pensavam em como aumentar receitas, investir na formação de jogadores e atrair mais torcedores/consumidores, como parte do planejamento estratégico imaginado para seus clubes. Segundo ele, a reação dos asiáticos é similar à de dirigentes de pequenos clubes europeus.
Draebye viaja por todo o mundo e diz-se surpreso, ainda, pela grande quantidade de clubes que ignoram o marketing e o planejamento para crescerem e se sustentarem em seus mercados. Ou seja, trocando em miúdos, não são tratados como um negócio por seus dirigentes.
Disse Mr Mohamed Bin Hammam, presidente da AFC: “Este seminário é um importante passo para o relançamento da AFC Champions League. Educação e aprendizado são prioridades da AFC e nós queremos aprimorar e assegurar que os dirigentes dos clubes trabalhem de forma profissional, para que o futebol da Ásia continue a crescer.”
O Seminário foi organizado pela International Center for Sport Studies (CIES) e contou com o suporte da FIFA, também.
O relançamento da AFC Champions League visa reposicionar essa competição como a mais importante do futebol asiático, e será acompanhado por ações promocionais em todo o continente. A estratégia de marketing vai focar a competição como a chegada de uma nova era para o futebol asiático, prometendo mais disputa e emoção, dentro e fora dos campos.
Comentário do Olhar Crônico Esportivo: o futebol consolida-se em velocidade impressionante como o esporte universal, o mais popular do planeta. Essa iniciativa da AFC é interessante e deve, ou deveria, fazer os dirigentes da CONMEBOL e CONCACAF pensarem a respeito cuidadosamente. É mais que chegado o momento de fazer da Copa Libertadores de America um torneio classe mundial, de fato, ampliando sua cobertura e penetração em outros continentes.
Crise? Que crise? – Parte I
Nesse momento é o que devem estar se perguntando dirigentes e torcedores do Manchester United, que fechou um contrato de patrocínio com a suíça Hublot, fabricante de relógios e uma das patrocinadoras da EuroCopa 2008.
O valor do contrato, segundo fontes, é de 10 milhões de libras por 4 anos, equivalentes hoje a quase 13 milhões de euros ou, ainda, 35 milhões de reais.
A Hublot investe no futebol há dois anos e é, também, o relógio oficial da Premier League. O anúncio foi feito pelo presidente do Manchester United, David Gill, ao lado de Sir Alex Ferguson e diversos jogadores. Depois de elogiar o novo patrocinador e falar da satisfação em recebê-lo no Manchester, Gill deu uma amostra do humor britânico, referindo-se ao veterano treinador e diretor da equipe:
“Alex é conhecido por ser fanático pela marcação de tempo, dentro e fora do gramado. Agora nós temos um parceiro para dividir com ele essa paixão.”
Esse é o quarto patrocínio novo ou renovado nessa temporada. Os outros são a Budweiser, que renovou seu contrato, e os novos patrocinadores Saudi Telecom e Governo Metropolitano de Seul. Árabes e sul-coreanos mostram que investir na Ásia não rende somente torcedores e verbas de licensing, mas também patrocínios.
Outros patrocinadores da equipe são a seguradora AIG, principal patrocinadora da camisa e que está sob intervenção do FED, o banco central americano, por conta do Crash 2008 que afetou-a profundamente, e também a Nike como fornecedora de material esportivo e a agência de apostas Betfred.
Aparentemente, essa movimentação tende a confirmar o que foi dito por especialistas há dias, de que a crise afetaria mais aos pequenos que aos grandes times. Ver a respeito o post “Clubes europeus sofrem com “crash”, de 25 de setembro, que também fala do valor do patrocínio da AIG.
Crise? Que crise? – Parte II
Nesse momento é o que devem estar se perguntando dirigentes e torcedores do Tottenham, que anunciou a intenção de construir um novo estádio em Londres, com capacidade para 60.000 torcedores. Seu atual e antigo estádio, o White Hart, tem capacidade para 36.200 espectadores sentados, mas em 1938 recebeu 75.038 pessoas para o jogo Tottenham x Sunderland.
Segundo o presidente do clube, Daniel Levy, o clube tem hoje 22.000 torcedores em lista de espera para a compra de carnês para a temporada e conta com mais de 70.000 sócios, todos eles potenciais compradores. O novo estádio, com um novo museu, lojas e todos os ingredientes das modernas arenas e também com um novo centro de treinamento anexo, será construído perto do atual, mantendo todos os vínculos históricos do clube com a comunidade.
No mesmo evento, Levy comunicou os resultados do último ano, fechado em 30 de junho. O clube teve um aumento de suas receitas, que passaram de 103 para 114.8 milhões de libras – o equivalente a 400 milhões de reais ou 146 milhões de euros.
É... 400 milhões de reais no período 1º de julho de 2007 a 30 de junho de 2008, nada mau, nada mau mesmo. Meramente para efeito comparativo, nesse mesmo período as receitas do São Paulo, clube que tem a maior receita no Brasil, deve ter atingido algo como 200 milhões de reais, hipoteticamente, considerando um mix entre 2007 e 2008.
Ou seja, nossa realidade ainda está muito distante da deles.
Já estivemos menos distantes, antes do Crash.
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Marcadores: Futebol europeu e resto do mundo, Marketing e Dinheiro, Rolando pelo Mundo
1 Comments:
At 10:38 PM, ANDRÉ DE ALMEIDA said…
Olá Emerson,
como sempre você saindo na frente dos outros e de forma impressionante. Gostaria de saber de onde você arruma tanta informação assim?
Já disse outra vez que curto muito o seu blog e que sempre fico um passo a frente de todo mundo do meu entorno quando o papo é futebol.
Parabéns mais uma vez.
Só uma coisinha: O patrocínio do Man Ud não é tão maior que o do tricolor - R$35 Milhões deles contra os nossos, futuros, R$ 30 Milhões; só não sei se é o principal patrocínio deles - o que só vem a mostrar que as ações do Marketing SÃO FUNDAMENTAIS e SUPER IMPORTANTES para o time ter vencimentos consideráveis.
Quem não se adequar vai ficar para trás! Já existem muitos no Brasil. Basta compará-los ao SPFC, que ganha METADE do que ganha o "poderoso" Man City.
Mudando de assunto. Dê uma olhadinha no meu blog. Sei que você é Tricolor assim como eu; e como estou realmente empolgado com o time, fiz uma paródia para gritarmos no MorunHEXA:
http://andredealmeida82.blogspot.com/2008/10/paixo.html
Abraços
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