Rolando pelo mundo...
...Não só da bola
Sai Max Mosley, entra...
Tamas Rohonyi?
Para quem não sabe, coisa difícil no mundo da F1, Rohonyi é o responsável pela organização do GP Brasil de Formula 1 desde o final dos anos setenta. Organizou, inclusive, todas as corridas que aconteceram no Autódromo de Jacarepaguá e continuou organizando depois do retorno do GP para Interlagos.
Segundo a jornalista Sonia Racy, geralmente muito bem informada e responsável pela coluna Direto da Fonte, do Estadão, Tamas é um dos nomes tidos como favoritos para a sucessão do Max “me veste de nazista” Mosley à frente da FIA. Ele próprio não desmentiu essa possibilidade, embora tenha aberto o leque de possibilidades, mas disse, também, que a F1 de hoje, e a FIA por extensão, é fortemente influenciada pelas posições dos países asiáticos e latino-americanos, o que, de certa forma, dá peso e consistência à informação divulgada pela jornalista.
Publicitário, Rohonyi é húngaro de nascimento, mas naturalizado brasileiro. Além de organizar o GP Brasil, foi, também, o responsável pelos três primeiros GPs da Hungria, uma iniciativa inédita e que marcou época no Circo da F1, pois a Hungria era, à época, um país socialista.
Curiosidade: Sonia perguntou-lhe se a F1 fazia mal à saúde e ele confirmou: “... se você olhar atentamente, verá que as pessoas mais antigas, como dirigentes e chefes de equipes, usam aparelho de surdez”.
Mais uma: falando da necessidade do piloto de hoje ser antes de tudo um atleta, com um preparo físico e mental muito bons para responder à brutal necessidade de concentração que os carros atuais exigem, disse que Schumacher está pesando 6 quilos do que quando parou de correr. Pois é, olhando para o “Alemão” ninguém diria tal coisa, pois parece estar em forma permanente.
Este blog torce por Tamas Rohonyi para presidente da FIA, desde, porém, que fique alguém tão competente quanto ele na organização e direção de nosso GP.
Fofocas & Ciúmes
Nunca gostei do futebol de salão, hoje chamado futsal, embora, para mim, ficasse melhor “fut sem sal”. Dizem que a bola atual é melhor e mais fácil de bater. Pode ser, a bola antiga era uma coisa horrorosa. É um esporte típica e nitidamente brasileiro que, se não nasceu, cresceu e desenvolveu-se nas quadras de nossas escolas. Brasileiro é assim, adora bater uma bolinha em qualquer lugar disponível e, é claro, ninguém deixaria as quadras escolares apenas para o basquete, antiga grande coqueluche e esporte número 2, ou para o vôlei, no começo mais praticado pelas meninas. Aliás, curiosamente, o handebol era mais jogado que o vôlei e isso há não muito tempo, coisa aí duns 30 anos. Um ponto a mais para o bom trabalho dos dirigentes da modalidade, embora, também eles, não sejam assim tão exemplares, digamos.
Introdução feita, dias atrás li um e-mail interessante numa lista de discussão, onde um participante dizia que Falcão, o ídolo do futsal, era um “mala” e não tinha ambiente na seleção. Ele sabia disso porque seu cunhado é jogador da seleção e comenta a respeito em família. Choveram as perguntas sobre quem era esse cunhado, coisa que até o momento não sabemos, e eu fiquei com essa informação como curiosidade.
Ontem cedo, acabei vendo pela primeira vez na vida um jogo completo de futsal, justamente a decisão do título. De fato, Falcão é um estranho no ninho, a julgar pelas imagens da TV. Contundido, afundou o rosto na toalha e não ficou na clássica postura do jogador machucado à beira da quadra, berrando e incentivando os companheiros. Jogo terminado, comemorou sozinho o tempo todo. Os abraços com os companheiros, com Schumacher, principalmente, meramente protocolares.
Um estranho no ninho.
Os “espanhóis” também não gostam dele. No intervalo, já contundido, passavam pelo banco brasileiro e perguntavam, jocosamente, se ele não ia voltar. “Está com medo, ‘maricón’?” No final do jogo, o vitorioso Falcão respondeu às provocações, quase levando os “espanhóis” e espanhóis a chegarem às famosas “vias de fato” das crônicas policiais. A não menos famosa turma do ‘deixa-disso’ conseguiu impedir a abertura de um ‘bê ó’.
Segundo os experts, os brasileiros que jogam na Europa e mantêm seus passaportes tupiniquins e os brasileiros que jogam e viajam com outros passaportes, se conhecem intimamente, se relacionam bastante e se respeitam.
Falcão é o único convocado que joga no Brasil.
Um estranho no ninho.
Quartas & Domingos
Ontem, uma vez mais, Muricy reclamou dos jogos às quartas e domingos, deixando as equipes sem tempo para treinar e os jogadores num ritmo de jogar e dormir, jogar e dormir... Quando isso não acontece e há tempo para treinar da forma correta, os jogos são melhores, segundo ele.
Essa declaração do Muricy tem sido criticada por vários jornalistas da área de esportes, inclusive meu amigo Lédio Carmona que, por sinal, gosta muito do Muricy e considera-o um dos melhores treinadores brasileiros. Em tese, eu concordo com o Lédio, principalmente quando ele lembra que os europeus estão jogando às quartas e domingos e, nesse ano, principalmente, até mais que os clubes brasileiros. É bem verdade, como o próprio Lédio lembrou, que os europeus têm maiores e melhores elencos (melhores, principalmente, no sentido de oferecerem boas opções aos treinadores). Há outras diferenças, como a que foi citada pelo J R Wright: os times europeus jogam a maior parte do ano com temperaturas de amenas para frias, com menor desgaste físico dos atletas.
O problema a que Muricy se refere, porém, tem toda a razão de ser: entre 6 de julho e 24 de agosto, da 9ª à 22ª rodada do campeonato, tivemos dois jogos por semana em todas as semanas, exceto entre as 19ª e 20ª rodadas. Essa maratona, que foi previamente destacada por Luxemburgo e Muricy como decisiva para a definição do campeonato, foi muito desgastante. Ela é agravada pelo fato de que no Brasileiro, todo jogo vale 3 pontos de ‘verdade’, principalmente nessa fase.
Isso significa que não há como poupar jogadores, entrar com time reserva. Durante a Libertadores, por exemplo, também temos jogos às quartas e domingos, mas, como a Copa é o torneio mais importante para todos os participantes, os treinadores poupam jogadores nos jogos do BR, como fez, com exagero extremado, o Fluminense, e como faz habitualmente o São Paulo. Para o treinador não é uma opção muito confortável, principalmente porque nossos clubes não conseguem ter dois elencos com boa qualidade, mas ele sabe que derrotas e empates nessa fase são perdoáveis, em nome da conquista maior e mais importante.
A Libertadores, porém, faz parte do passado e o presente é tão somente o Brasileiro e a necessidade vital de conquistar ao menos uma vaga para a próxima Copa. Disputar 14 jogos importantes, todos decisivos, pois, lembrem-se, o campeonato é por pontos corridos, em apenas 55 dias, é um ritmo puxado demais. Não por acaso, nessa fase temos muitas contusões, o cansaço leva a um maior número de faltas, tendo por conseqüência maior quantidade de suspensões, coisas que prejudicam sobremaneira o entrosamento das equipes.
A média de jogos é de um a cada 4 dias, na verdade um pouco menos até. Outro ponto agravante e muito diferente da Europa, em especial das ligas européias, são as viagens. Os maiores países europeus em área territorial, fora Rússia e Ucrânia, tem o tamanho de Minas Gerais, pouco mais, pouco menos. Para disputar a liga alemã, por exemplo, um time viaja, no máximo, o que viaja um time que disputa o Mineiro, com uma diferença: pelas melhores estradas do mundo ou vôos no horário e de curtíssima duração. Sem falar nos trens, porque aí já é exagero.
No Brasileiro 2008 o deslocamento maior é Recife/Porto Alegre. Mas, por exemplo, São Paulo/Recife tampouco é curto, ou São Paulo/Porto Alegre. São distâncias de Champions League, na verdade até maiores que a média dos deslocamentos pela CL. Complicando um pouco mais, temos o quadro de atrasos crônicos que afetam o transporte aéreo brasileiro. Cada viagem toma um dia inteiro, entre a saída do centro de treinamento do clube, deslocamento para o aeroporto, espera pelo vôo, a viagem propriamente dita e, finalmente, deslocamento até o hotel. No retorno, a mesma coisa. Resultado: o time viaja, joga, viaja, descansa um dia e joga, descansa um dia, reúne, ouve uma preleção, um treininho leve ou nem isso, viaja, joga, viaja...
Essa é a razão das críticas do Muricy ao calendário, no que concordo plenamente com ele. Talvez na próxima entrevista ele deva deixar claro que sua crítica mais pesada refere-se a esse período citado.
A crise já tem nome... e efeitos
Finalmente, começa a pegar um nome para essa crise que já vivemos:
O Crash de 2008
Até estou gostando, pois habituara-me a referir a ela como “O crash de Wall Street”. Esse novo nome diz melhor, pois 2008 é algo maior que Wall Street e nem precisa de algo como mundial.
Abobrinha à parte, os sinais da crise aparecem por toda parte. Já temos claros sinais de forte redução na atividade econômica em muitos países. Na Espanha, o número de desempregados vem crescendo na base de 3.000 por dia. Na China, que muitos acreditam irá passar pelo Crash sem grandes estragos, duas fábricas de brinquedos que tinham os Estados Unidos como mercado único, fecharam as portas. Pequenos sintomas de uma grande doença em fase de instalação, infelizmente.
O preço do petróleo caiu a menos da metade do preço de um ano atrás. Péssima notícia para xeiques, biliardários russos e pequenos títeres latinoamericanos. Na verdade, um só, que precisa do barril a 95 dólares para manter seu país no status presente, já bastante ruim. Com o barril a 65 dólares e em viés de baixa, o horizonte que se descortina para Hugo Chávez é tétrico.
No Brasil, os agricultores do Centro-Oeste, principalmente, não têm adubo, sementes e defensivos para comprar, pois os bancos estão com as carteiras de crédito virtualmente fechadas, impedindo, assim, que as empresas comprem os insumos que serão vendidos aos agricultores.
Menos dramática é a situação dos clubes de futebol.
O Corinthians, por exemplo, iria sacar sua última parcela dos direitos de TV de 2009 através de operação bancária (já descrita por este blog), mas não pôde fazê-lo pelo fechamento das carteiras de crédito. Isso ajuda a entender o porque da compra a prazo e venda à vista para um empresário, de parte dos direitos de André Santos. Essa operação tem recebido inúmeras críticas no Parque São Jorge e na imprensa, com levantamento de suspeitas, inclusive, sobre a lisura da operação ou sobre os donos da empresa que comprou os direitos do clube.
Bobagem.
Sanches, acredito que muito a contragosto, fez o que tinha de fazer.
No São Paulo, um jogador cotado para ir para a Europa e que só queria um clube de ponta, disse ao presidente Juvenal Juvêncio que está preocupado e o negócio é aceitar o que vier, mesmo que seja Rússia ou Ucrânia, países que ele não considerava de forma alguma. O presidente não disse o nome do jogador, mas eu digo: Hernanes.
É o Crash de 2008 em ação.
Vem mais por aí. Como eu disse, infelizmente.
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Marcadores: BR 2008, Corinthians, F1, Outros Esportes, Rolando pelo Mundo, São Paulo
8 Comments:
At 12:44 PM, Anônimo said…
Correção ao seu comentário sobre o FUTSAL, Falcão não é o único convocado que joga no Brasil, são vários, inclusive os três goleiros
favor rever seus conceitos sobre futsal
At 2:07 PM, DERLY. said…
a pergunta que não quer calar:
como o hernanes conseguiu perder aquele gol no úlimo minuto que daria a vitória ao são paulo,eu acho que ele se viu tão livre que não acreditou,bateu sem firmeza,abraço.
ronaldo
ps:e o rogério ceni hem,o xaruto vai
a loucura he he he he.
At 2:47 PM, Emerson said…
Heheheheheehe...
Anônimo, você deve ter percebido que o fut-sem-sal não é minha praia, né?
Mas por tudo que ouvi, todos os bam-bam-bam do elenco jogam nas oropas da vida.
Eu deveria ter deixado mais claro que pouco conheço desse esporte.
:o)
Ronaldo, foi um grande clássico às antigas!
Teve de tudo, inclusive, e principalmente, grande futebol.
Grande no sentido de disputado, com alguns lances legais, não necessariamente no sentido de um jogo plasticamente bonito, artístico.
Eu gostei muito, assim como vários amigos são-paulinos. Terminado o jogo, não tinha nenhum irritado ou amargurado ou coisa parecida. Muitos estavam contentes.
Um grande jogo.
O Xaruto...
Heheheheheehe...
Ele ama o Rogério, mas tem que ficar casado com o Bruno.
:o)
At 10:25 PM, warley.morbeck said…
Que gosto estranho o do Mosley, hein?
Warley Morbeck
http://flamengoeternamente.blogspot.com
http://eternabola.blogspot.com
At 9:25 AM, Anônimo said…
GRANDE EG!
Parabéns, véio!
Mais um aninho de vida.
Muitas felicidades, tudo de bom pra você, hoje e sempre.
Já vi teu texto lá no Carmona. Beleza.
Abração, meu amigo.
Rogério
At 6:12 PM, Anônimo said…
Emerson,
parabens pelo seu aniversário. Tudo de bom p/ voce
Xaruto
At 1:06 PM, Anônimo said…
Emreson, feliz anirvesário e muita saúde pra você e pros seus.
At 2:41 PM, DERLY. said…
pô a diretoria faz aniversário e não convida a gente para a festa hem
se estiver atrasado me desculpe mas não sabia a data,parabéns e muita saúde principalmente,é o bem mais importante da vida,e ontem o caio ribeiro mandou bem nos comentários do jogo goiásxvasco,uma ótima surpresa ele comentando,abraço.
ronaldo
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