Um Olhar Crônico Esportivo

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quinta-feira, dezembro 20, 2007

Copa Santander Libertadores - começou o aquecimento




2008



“A partir de 2008, a Copa Santander Libertadores de América será a maior e mais importante ação de comunicação institucional e de marketing do maior banco latino-americano.”

A frase acima marcava o início do post de 11 de setembro desse blog – “Uma Nova Libertadores” – e agora abre também esse, o que terá sua razão de ser, como vocês verão mais adiante.

Começou o aquecimento


A noite chuvosa da quarta-feira paulistana deixou isso mais claro que nunca.

Enquanto a CONMEBOL, meio atrapalhadamente, sorteava os grupos que disputarão a edição 2008 da Copa, a primeira sob o patrocínio Santander, em São Paulo o banco falava de seus planos de comunicação tendo como base a Copa Santander Libertadores. Ao lado de Armando Pompeu, Vice-Presidente do Segmento Pessoa Física do banco, alguns ídolos do passado distante e recente: “seu” Pepe, segundo maior artilheiro do Santos, ou o maior entre os humanos, já que o maior é Pelé – que “teve” que autografar um boné para um certo blogueiro – , Zetti, Caio e Muller.

Os grupos já são conhecidos de todos, assim como as mais diferentes análises sobre cada um deles, suas dificuldades, características, os favoritos e muito mais. Até o “grupo da morte” já foi eleito, tanto nas diversas redações e conversas de internet, como na hora mesma do evento: o Grupo 8, que tem o Fluminense como cabeça-de-chave. Sem dúvida, um grupo difícil, principalmente pela presença da LDU, mais na aparência que na prática, uma vez que a LDU não está bem das pernas. Potosí ficou, talvez, para o Cruzeiro, se passar pelo Cerro Porteño.

Um pouco de altitude

Por toda parte já pipocam as queixas contra a altitude, agora apimentadas pelo vai-e-vem da FIFA em relação às seleções nacionais, amenizado pela postura da CONMEBOL, que simplesmente ignora o fator altitude. Como já escrevi nos últimos anos, a altitude de La Paz, Oruro, Cuzco e Potosí é chata, mas não é mortal. Quito, Bogotá, Medelllin, Guadalajara, Cidade do México não apresentam maiores problemas, embora a Seleção Brasileira não pense assim, bem como o Flamengo. Todavia, esta é a nossa América Latina, e a altitude é tão característica dessas terras como o calor úmido e sufocante de Manaus, Cuiabá, Belém e outras muitas cidades igualmente aprazíveis. Mas esse foi o tema dominante nas perguntas feitas aos convidados da noite. “Seu” Pepe recordou uma viagem a La Paz, quando ainda jogava no Santos, em que ficou surpreso ao ver as nuvens passando por baixo da janela... do ônibus. Sem dúvida, a melhor da noite. Muller recordou que os donos de grandes preparos físicos da seleção de 93 – Cafu e Jorginho – tiveram problemas em La Paz, ao passo que os velocistas, ele principalmente, nada sentiram. Muita gente ainda hoje associa maior resistência à altitude ao melhor preparo físico. Nada tem a ver uma coisa com outra, de certa forma organismos mais leves respondem melhor, adaptam-se melhor ao jogo na altitude, como foi o caso de Palhinha, melhor em campo em Oruro, a pouco menos de 4.000 m, na vitória do São Paulo em 92 ou 93.

Mas, deixemos os gramados de lado e voltemos ao evento de lançamento.

Uma nova Libertadores

Ao usar esse título meses atrás, imaginava diferenças entre a Copa patrocinada pela Toyota e a que agora é patrocinada pelo Santander. Estava correto na avaliação, mas eu mesmo não tinha idéia, ainda, da nova dimensão que a Libertadores tomará.

Armando Pompeu foi claro: “o patrocínio à Copa Santander Libertadores será uma ferramenta fundamental para elevar o conhecimento da marca Santander, já que o futebol é uma paixão em toda a América Latina”. Nesses países, o banco tem uma carteira com nada menos que 23 milhões de clientes distribuídos por um universo de 4.400 agências. E todo esse contingente imenso de pessoas e pontos de venda estará, doravante, fortemente ligado à Copa por meio de ações de marketing, produtos criados com base no torneio ou ligados a ele. Um desses produtos será a concessão de créditos especiais para a compra de pacotes – ingresso, viagem e estadia – para o torcedor que quiser acompanhar jogos de seu time em outros países.

Alem das promoções, o banco investirá fortemente em comunicação aberta, com campanhas em televisão aberta e paga, jornais e cinema. A Libertadores deixará de ser um assunto só enxergado nas páginas e programas de esporte, pelo contrário, entrará nas casas das pessoas no meio das novelas e dos noticiários.

Pompeu deixou entrever que a família estará no foco do banco nas promoções para os jogos. Mais um ponto interessante.

Esse, sem dúvida, constituirá o maior diferencial da competição em relação à forma como era divulgada no passado. Quando uma empresa do porte do Santander tem como meta crescer no varejo, “aproximando pessoas por meio da ligação com o futebol”, os resultados têm tudo para ser muito animadores, quem sabe espetaculares.

Presença mundial

Em conversa com esse Olhar Crônico Esportivo, Pompeu reconheceu que será muito interessante uma possível entrada de times americanos na Copa Libertadores, e falou que esse patrocínio insere-se numa visão mais ampla de comunicação e crescimento da marca em todo o mundo. Segundo ele, a Copa já é uma atração crescente na Europa e na Ásia, e isso também foi levado em conta para fechar o patrocínio.

A meta do banco é ser uma das dez marcas mais conhecidas do mundo, e parte da estratégia para atingir essa meta está baseada no futebol e no automobilismo, especificamente o patrocínio à Libertadores e à equipe McLaren na Formula 1.

No caso brasileiro, e isso é importante, foi destacada a tradição e o peso do vôlei, que tem o Montanaro, também presente ao evento, como seu diretor técnico. Muito do que é o vôlei brasileiro hoje, deve-se ao apoio que o antigo Banespa dedicou ao esporte durante décadas, trabalhando desde o infantil até a manutenção de uma equipe de ponta, várias vezes campeã brasileira e sul-americana.

De volta ao futebol: a Copa Santander Libertadores dará ainda mais visibilidade ao futebol latinoamericano e ao brasileiro, em particular, dependendo, é claro, de quão competentes nossos times venham a ser dentro de campo. A competição está mudando de status, ficará mais próxima da importância da Champions League, por exemplo, beneficiando o futebol das três Américas como um todo.

Mais um bom motivo, mais um bom momento para que, no caso brasileiro, o calendário seja revisto e adequado ao calendário europeu e asiático. Disputar a Libertadores e não esticar a disputa excursionando e jogando pela Ásia e Europa, não deixará de ser um desperdício. Boca e River, com certeza, farão isso mais do que já fazem.

Senhoras e senhores, em breve nas telinhas, Copa Santander Libertadores.

Uma vez mais, seja bem-vinda.


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1 Comments:

  • At 5:50 PM, Anonymous Anônimo said…

    Parabéns pelo blog! Muito interessante!

    Concordo com o post sobre a Copa Libertadores, mas... Não dá pra engolir essa história de times mexicanos na disputa. nada contra... apenas o fato de que pra eles é só divertimento! Na hora de disputarem a vaga pro mundial, vão la pra CONCACAF duelar contra "cegos"... (panamenhos, hondurenhos e etc...)

    A libertadores ficaria mais legal ainda se agregasse os particpantes da CONCACAF, como um todo... principalmente os times norte americanos.

     

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