Comentando a televisão
Desligado mesmo, Sr. Comentarista?
O comentarista do canal de TV pago diz, cumprindo direitinho sua lição de casa, que o São Paulo sofreu 26 gols no BR, dos quais 7 foram marcados pelos adversários entre o começo e o 15º minuto do 2º tempo das partidas. “É porque o time entra desligado”, completa o estudioso comentarista.
“É porque o time entra desligado.”
Que beleza, como diz o locutor famoso.
Ora, isso é a mesmíssima coisa que diz o torcedor, que habitualmente enxerga apenas o seu time e tem o dom de ignorar o adversário. De um comentarista de futebol espera-se algo mais que a visão limitada e não muito bem informada do torcedor comum.
A leitura correta, a meu ver, ou pelo menos uma outra leitura possível, no mínimo e que deveria ser exposta pelo comentarista, é que esses gols são tomados porque, no intervalo, o treinador da outra equipe corrigiu falhas, mudou a tática, mexeu com os brios de seu time, etc, e que isso surtiu efeito, resultando em gols marcados.
Outra coisa que o comentarista, todos os comentaristas, deveriam falar: é só o São Paulo que sofre 27% de seus gols nessa fase do jogo? Como se comportam as demais equipes?
Gosto de assistir a uma transmissão de futebol com algumas informações úteis ou curiosas. Essa, por exemplo, que foi passada ontem na transmissão de Ipatinga x São Paulo foi bastante interessante e levou-me a acompanhar com mais atenção a marcha inexorável do relógio (hehehehehe... de vez em quando é bom escrever coisas assim).
Confesso que fiquei mais tranqüilo quando o número 16 apareceu no marcador da telinha.
Quanto ao "desligado"..Que falta de prestígio dos treinadores, hein?
Nem os comentaristas dão-lhes créditos pelas mudanças de vestiário.
Cadê o banco?
Uma das coisas mais irritantes que existem numa partida de futebol é o desleixo de quem transmite com o banco de reservas. Geralmente, e já é alguma coisa, a formação do banco tem sido colocada antes do início das partidas. Nos jogos da Globo, em sinal aberto, o tempo às vezes é muito curto e essa informação não aparece.
Contraditoriamente, ou paradoxalmente, como queiram, mais ou menos na metade do jogo o locutor diz que os espectadores podem dizer pela net qual a mudança que cada um gostaria de fazer.
Ora, baseados em que, cara-pálida?
Quem está no banco de reservas?
Se ainda estivéssemos nos anos 60 ou 70, vá lá, mas hoje, nem o time titular a gente conhece, que dizer, então, da formação do banco de reservas?
O único nome certo ali, e mesmo assim... bom, faz de conta que é certo, é o treinador.
Um bom diretor de TV deveria programar a colocação na telinha das composições dos dois bancos também no início do 2º tempo e essa informação deveria ser puxada e comentada pelo comentarista no desenrolar do jogo, principalmente em sua metade final.
Parece simples e é simples.
Basta fazer.
Que coisa mais irritante...
... são essas enquetes colocadas no rodapé da telinha durante as transmissões.
Principalmente no pay-per-view, que custa caro e deve nos dar, em tese, a transmissão do jogo de acordo com nossa vontade.
Quem paga para assistir a um jogo, está pagando para – ora, vejam só! – assistir ao jogo.
Apesar disso, lá está o rodapé tomado por uma enquete boba de tudo, nada tendo a ver com a partida em curso.
Enquanto o ala desce em velocidade para o ataque e recebe a marcação de um volante adversário, um lettering em meio a uma máscara toma conta do rodapé, esconde a bola, oculta os pés, pernas, os jogadores por inteiro e a jogada que se desenvolve.
Será que o volante vai tomar a bola?
Vai botar pra lateral?
Vai cometer falta?
Ou será que o ala vai passar?
Ou, quem sabe, vai driblar e concluir a jogada?
Sei lá, sabemos lá, temos que esperar a fantástica informação ser retirada da tela pelo diretor de TV para saber o que aconteceu.
A vontade é contar o tempo perdido, multiplicar por dez, no mínimo (por conta da bronca) e solicitar o desconto correspondente na “faturinha” do mês.
Humpf...
Até parece, né?
.
Marcadores: TV
3 Comments:
At 8:41 AM, DERLY. said…
Brasileirão 2008 mostra que o rótulo de retranqueiro não combina com o técnico Muricy Ramalho. Confira
Muricy foi rotulado como defensivista depois do título brasileiro de 2007. Seus times seriam, basicamente, aqueles que interrompem o jogo com faltas, levam muitos cartões, se fecham ao extremo. Tal conclusão ainda é reflexo óbvio da eficiência defensiva daquele São Paulo.
Em situações específicas algumas dessas conclusões até fazem sentido, mas o rótulo aplicado ao treinador é um erro. Os números tricolores monitorados pelo Footstas neste campeonato mostram isso.
O São Paulo acumula 73 cartões, sendo três vermelhos. Sabe quem lidera esse ranking? O Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo, com 93, sendo oito expulsões. Ipatinga (70) e Atlético Mineiro (68) são ainda mais disciplinados.
Nas faltas cometidas, em primeiro o Grêmio, com 686. O São Paulo é o 16º do ranking, com 499. Só Vasco, Vitória, Fluminense e Flamengo cometem menos infrações do que o time de Muricy Ramalho.
Com 6,04 finalizações por jogo, o São Paulo é sexto do ranking liderado pelo Vitória (6,46). Mas o aproveitamento é superior, tanto que possui o melhor ataque ao lado dos palmeirenses, 46 gols.
Os são-paulinos são os que mais desarmam, 31,14 vezes a cada partida, seguidos do Flamengo, 29,86. O time de Muricy é o segundo em posse de bola (14min 22seg por jogo), atrás apenas do Palmeiras (16min 35seg).
Ao defender a tese de que com apenas um atacante nato ainda assim é possível ser ofensivo, Muricy deve atrair novamente as críticas dos que o consideram retranqueiro. Para mim ele, outra vez, tem razão. Quantidade de homens lá na frente não significa necessariamente maior eficiência ofensiva. Paulo Calçade já abordou o tema com a competência habitual.
O técnico do São Paulo é ranzinza, de fato. Extrapola em várias de suas entrevistas, sem dúvida. Mas sabe das coisas, conhece futebol e monta times como poucos. E com o que lhe dão, ou seja, usa o elenco disponível.
Para mim é o melhor técnico em ação no país nas últimas temporadas. Se o São Paulo ainda sonha com o tricampeonato, agradeça, e muito, a ele.
EMERSON O LÉDIO RECOMENDOU O BLOG
DO MAURO CESAR PEREIRA E EU FUI
DAR UMA OBSERVADA E OLHA O QUE EU
ENCONTREI,ACHO QUE VAI LHE INTERESSAR,TOMEI A LIBERDADE DE COPIAR E COLAR AQUI,ABRAÇO,RONALDO.
Postado por Mauro Cezar Pereira em 05.10.2008 4:25 pm
33 comentários »
São Paulo chama a torcida. Mas será que ela vai?
Muricy disse após o jogo com o Ipatinga: “Conseguimos resultados importantes e o torcedor está percebendo que pode confiar na equipe. Chegou a hora do apoio”. De fato, o São Paulo é só o 12º no ranking das médias de público no campeonato brasileiro.
São apenas 13.962 torcedores por jogo no estádio onde cabem 70 mil. O Flamengo leva quase três vezes mais torcedores ao Maracanã e o Grêmio joga no Olímpico para mais de 30 mil por compromisso em Porto Alegre.
A média tricolor supera apenas Atlético-MG, Fluminense, Vasco, Santos, Figueirense, Goiás, Portuguesa e Ipatinga. Todos são times que lutam ou em algum momento lutaram contra o rebaixamento. Corinthians (21.596) e Ceará (14.474) batem o bicampeão nacional na Série B. Na terceirona, o Santa Cruz foi eliminado com média de 19.894 por partida.
O próximo adversário é o Náutico, quinta-feira, às 20h30, no Morumbi. Dagoberto, que cumpriu suspensão, retornará. Rogério Ceni, que acompanhou os colegas em Ipatinga, poderá reaparecer. Será que o Morumbi (foto) seguirá repleto de lugares vazios?
Você são-paulino que mora na capital paulista, vai ao jogo? Se não vai dar uma força ao time, faça um comentário abaixo e explique o motivo.
Foto divulgação/Bruno Miani/VIPCOMM
Foto divulgação/Bruno Miani/VIPCOMM
Postado por Mauro Cezar Pereira em 05.10.2008 12:03 am
38 comentários »
At 8:45 AM, DERLY. said…
Pô EMERSON DESCULPE AI COPIEI COISA DEMAIS E NÃO PERCEBI,QUANDO COLEI JÁ ERA,FOI MAL,DE QUALQUER FORMA ACHO QUE ESTÁ VALENDO,ATÉ,RONALDO.
At 10:30 AM, Emerson said…
Perfeito, Ronaldo.
E teu comentário casou com perfeição com o próximo post, que já estava no forno e aproveitei para pôr na mesa.
:o)
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