Imperador do Morumbi
Fim de sonho.
Hoje, antes de começar o jogo contra o Sport, Adriano despediu-se do São Paulo.
Sentirei sua falta, aliás, já sinto.
Não pelos gols, que Borges & Cia. vêm marcando direitinho.
Mas porque Adriano é uma estrela mundial e, infelizmente, estrelas mundiais não jogam mais em times brasileiros.
Globalização...
Economia...
Poder econômico...
Organização...
São muitos os motivos, mas o maior, podemos até chamar único tão grande é sua força, é o dinheiro mesmo.
Vejamos o caso de Adriano, por exemplo.
Seu salário anual na Internazionale é de 5 milhões de euros.
Isso, trocando em miúdos, dá pouco mais de 400.000 euros por mês.
Trocando em mais miúdos, dá pouco mais de 1 milhão de reais por mês.
Quase treze milhões de reais por ano.
Isso é pouco menos que o valor pago ao São Paulo pela LG pelo patrocínio da camisa tricolor.
Adriano não foi o melhor centroavante que eu vi jogar com a camisa do São Paulo.
Serginho, Careca e Toninho Guerreiro são minhas referências.
Nem coloco Luiz Fabiano e Amoroso nessa lista, por exemplo.
Assim como não coloco o Imperador.
Mas ele foi o jogador que mais chamou a atenção e também o jogador que nos fez sonhar com o dia em que poderemos ver jogadores como ele disputando o Campeonato Brasileiro e a Libertadores.
Por apenas sessenta segundos não passamos para a semifinal da Libertadores e não contamos uma história diferente, que talvez ainda não tivesse terminado.
Uma pena...
Adriano veio para o São Paulo para se recuperar física e, principalmente, psicologicamente. O clube foi importante para ele, assim como ele também foi importante para o São Paulo.
A imagem do clube foi projetada no exterior como nunca antes fora das grandes conquistas. Durante alguns meses foi muito comum encontrar a foto do Imperador em jornais e revistas, vestindo a camisa 10 do São Paulo. E, naturalmente, estampando as marcas dos patrocinadores. Esse foi um ponto extremamente positivo. Assim como também foi positivo o aumento do conhecimento e do respeito pelo São Paulo entre os grandes clubes europeus. Esse é um detalhe que poucas vezes a imprensa aborda e raramente o torcedor percebe, mas para o clube foi muito importante.
Enquanto Adriano vai, Kaká permanece
O valor disso está no reconhecimento de que o São Paulo, e por extensão o Brasil, tem futebol, mas também tem clubes muito bem estruturados, é a prova que aqui não é uma terra tal como é vista nas tevês dos lares europeus, com assassinatos, índios, desordeiros invadindo e queimando fazendas, mulheres bonitas que cruzam o mar para “trabalhar” na Europa na “mais antiga das profissões”.
Gosto do destaque que Adriano e Kaká recebem por estar aqui, pois repercute sobre o torcedor comum e contribui para mudar sua imagem de Brasil.
Bom, já falei demais, é bom parar antes de ficar emotivo.
Ele disse, chorando, que um dia voltará.
Quem sabe...
:o)
1 Comments:
At 3:25 AM, Anônimo said…
Ingenuidade acreditar em choro de jogador de futebol. Os tempos são outros...
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