BR 2009 com Naming Rights
A revista Exame, seguida pelo site Máquina do Esporte, divulgou que a CBF está negociando um contrato de naming right para o Campeonato Brasileiro da Série A.
De acordo com a notícia, esse contrato está sendo negociado sem a participação do Clube dos 13 e tanto a revista como o site dão a entender nas entrelinhas que esse acordo já valeria para 2008.
O Banco do Brasil estaria bastante próximo de assinar o contrato, segundo a revista Exame.
Entretanto, segundo esse Olhar Crônico Esportivo ouviu do Clube dos Treze, há sim uma negociação em curso, mas válida para 2009 e dela o Clube participa ao lado da CBF. Inclusive, caberá ao Clube dos 13 repassar aos clubes o valor a que terão direito receber pelo contrato.
Como bem lembrou a Máquina do Esporte, a última vez que o campeonato foi patrocinado ocorreu em 2002, pelo cartão de crédito Visa, no último ano com fórmula de disputa em “mata-mata”.
Há comentários, também, sobre interesse da Nestlé em batizar a competição com seu nome, mas pelo que esse blog pôde apurar a empresa permanece interessada em ter os “Jogos Nestlé”, porém em nova forma que estaria sendo estudada, visando evitar os problemas de 2007, principalmente no jogo Flamengo x Atlético Paranaense.
Comentário do Olhar Crônico Esportivo
O mundo do marketing esportivo está agitado como há muito não se via.
Pelas informações não-oficiais e sem revelação de valores, há grande interesse do exterior pelos jogos do Campeonato Brasileiro. As empresas se agitam, novos contratos de patrocínio foram ou estão sendo assinados, com valores bastante interessantes, alguns deles, como o novo contrato Reebok com o São Paulo, com números em euros, claro, bem superiores ou idênticos aos que recebem clubes de bom nível na Europa, como Porto e Ajax.
O novo contrato de cessão dos direitos de transmissão para
Uma beleza, sem dúvida.
Entretanto, enquanto tudo isso ocorre nas confortáveis salas de reunião das diretorias, os jogos continuam sendo disputados em pastos ou alguma coisa próxima de ser um gramado. Algo como o serviço de bordo ter champagne da melhor safra e qualidade, caviar Beluga, bife de Kobe & acompanhamentos três estrelas Michelin, a bordo de um cacareco pré-Segunda Guerra, voando com fita durex nas asas.
Sem falar nos estádios, verdadeiros pardieiros em sua maior parte.
Sem falar que a gente liga a TV e depara com estádios vazios. Nesse momento, sempre, lembro-me da conversa com o Vice-Presidente Econômico do Barcelona, Ferran Soriano, dizendo a esse blogueiro que quando faz o mesmo em Barcelona para ver um jogo do Brasil e vê o estádio vazio, pensa: “Por que eu vou assistir um jogo que nem os brasileiros querem assistir?” (A série de matérias com Ferran Soriano está disponível – digite o nome dele no “Pesquisar Blog”, no alto, à esquerda.)
Sem falar em muitas outras coisas mais.
Estamos avançando com a velocidade de um TGV francês numa parte do marketing, enquanto na outra, que é a satisfação e o tratamento do torcedor como cliente,como consumidor, a velocidade é de uma carroça com o eixo sem óleo: devagar e barulhenta.
Mas que seja bem-vindo, agora ou em 2009, o naming right para o Campeonato Brasileiro.
Como sempre, Belíndia* segue sendo a cara do Brasil, tanto no geral, como no Brasil do futebol.
*Belíndia: designação criada pelo economista Edmar Bacha para nomear as brutais diferenças de renda e qualidade de vida no Brasil, onde conviviam e convivem ainda padrões de um primeiro mundo dignos de uma Bélgica e de um terceiro e miserável mundo similar à Índia – da época.
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Marcadores: CBF, Clube dos Treze, Marketing e Dinheiro
7 Comments:
At 6:15 PM, DERLY. said…
realmente essa questão de conforto,se
gurança,transporte,horário rigido a
ser cumprido,preço de ingressos,etc,,
deixa muito a desejar,tomara que para
a copa de 2014 as coisas melhorem no
mesmo ritmo que estão melhorando no
marketing esportivo,um abraço e bom
feriadão.
ronaldo derly
At 6:58 PM, ROD said…
"Belíndia"
Gostei.
O Edmar Bacha, foi de uma precisão cirúrgica ao cunhar o termo para descrever os contrastes sociais no Brasil. Quando couber em algum texto, vou tomar a liberdade de usar também.
Meu caro, se as Leis fossem cumpridas à risca no nosso País, no caso em tela o Estatuto do Torcedor, as coisas poderiam ser diferentes. Como não acontece, o mais provável é que iremos continuar a assistir jogos de um Campeonato Brasileiro -agora mais valorizado do que nunca- em pardieiros como você citou.
Um abraço e bom feriado.
Rod.
At 8:01 PM, Anônimo said…
Chegeui aqui por indicação do Blgo do Juca Kfouri, gostei....
Parabens .
At 8:26 PM, ROD said…
Pô, Emerson...Fui lá no blog do Juca ver esse lance que o Ambrosio falou...
Que bacana, cara! Parabéns!
At 10:52 PM, DERLY. said…
corintiano dando força para voçe que
história é essa?estou estranhando hem
he he he parabéns pelo reconhecimento
um abraço e tudo de bom.
ronaldo derly
At 10:56 PM, Unknown said…
Avançar quanto à presença do torcedor nos estádios é bastante difícil pelas mesmas razões que levaram o Edmar Bacha a chamar o Brasil de Belíndia. O torcedor que poderia pagar um ingresso mais caro muitas vezes deixa de comparecer ao estádio por questões de conforto e segurança. Mas, além destes, há também uma enorme massa humana de torcedores que simplesmente não têm condições de pagar preços caros de ingressos. A entrada inteira do Carioca é R$ 40,00. Em um país com este graud e concentração de renda, para a enorme maioria da população mesmo R$ 20,00 é um preço caro, especialmente se for um gasto semanal. O Real Madrid, que cobra um ingresso considerado alto na própria Europa, cobra cerca de 30 euros pelo pior assento em jogos da Liga. Alguns gênios lêem esta informação como "ah, lá eles cobram até 90 reais e lota!". Bom, em primeir lugar, eles cobram 30 unidades monetárias locais e não 90. Em segundo lugar, na média ganha-se mais lá. Em terceir lugar, os season tickets são comuníssimos na Europa, enquanto aqui são ainda raros. Então, boa parte do público que se vê em um estádio europeu não é de torcedores que compram ingressos isolados, mas sim de torcedores que compram, com um bom desconto, ingressos para toda a temporada.
At 11:59 PM, Emerson said…
Rod, o Reinaldo Azevedo, da Veja, anda usando "Chinália", um mix de China com Somália.
Mas Belíndia é clássica e ainda atual, apesar da evolução indiana ser apreciável.
2014, Ronaldo? Pode ser, para a Copa, depois vai voltando ao normal. Hoje estou meio pessimista.
Victor, estou curioso para saber como andam as vendas do pacote do Figueirense para o BR - 19 jogos pelo Visa. Postei a respeito há uns dias. O preço é bom e pode ser pago em 6x. Bem razoável.
Matchday: ainda quero ver esse termo nos balanços e nas apresentações de marketing.
Pronto, já estou otimista.
:o)
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