Impropriedades midiáticas
O mundo segue desabando nos arredores e interiores do Morumbi e CCT da Barra Funda. Se não há crise, crie-se uma crise. Não há vida sem crise. Cave-se a queda de Muricy Ramalho, queimem-se jogadores, de preferência aos punhados. Se a realidade não é bem assim, bom, azar da realidade. Vamos transmutá-la, façamo-la real. Uma realidade real. Realidade real... Uma criação tupiniquim à qual deve a Europa, e o mundo, curvar-se.
Juvenal Juvêncio diz: - É hora de darmos todo nosso apoio ao Muricy.
E os profetas apocalípticos traduzem como: Diretoria intervém e Muricy está ameaçado. O fantasma de Autuori ameaça Muricy. Muricy com dias contados. Y otras tonterías más.
Leandro há tempos vem sofrendo com um problema grave em sua família. O período decisivo vivido nos últimos tempos impediu que ele se dedicasse à família num momento grave. Agora, a seu pedido, é liberado para acompanhar de perto o que se passa em casa, mas a tradução, a realidade real é descrita como: “Leandro é o primeiro barrado”. Ou “Muricy barra Leandro”. Pior ainda em um site: “Nem no banco de reservas”...
Júnior está insatisfeito há muito tempo. Desde antes da chegada de Jadilson. Quem acompanha a vida Tricolina sabe disso. Com Jadilson, tudo piorou. Foi pra reserva. Reclamou. Permaneceu na reserva. E agora pediu para sair. Atenção para o verbo: pediu. E para o sujeito oculto: ele (Junior). Mas, na realidade real divulgada, como uma versão tupino-esportiva de “2nd Life”, fica tudo como “Primeira dispensa” ou “Começa a limpeza” ou “Junior dispensado”.
E por aí vai. E olhem que ainda não entrei no solo fértil e super-adubado onde vicejam as mais malucas teorias da conspiração. Uma para cada gosto. Mas não tenho gosto e saco para tanto. Passo e voto nulo.
A releitura feita pelas mídias e endossadas e re-transformadas por torcedores, acaba sendo algo cansativo.
Se não há vida sem crise, tampouco há vida sem caça a uma bruxa ou mais de uma. Esse esporte praticado desde tempos imemoriais parece atingir seu ápice no futebol moderno, deixando para trás os puritanos nem tanto assim de Salem.
E assim seguimos em frente, fabricando crises até que, alvíssaras! – uma crise se instala e todos passam a ter razão, bater no peito e entonar em alto e bom som:
- Eu avisei!
Acendam as fogueiras!
Amém.
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Marcadores: Crônicas
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