Limão é pra fazer limonada

Há muito tempo o time principal do São Paulo não sofria 4 gols num só jogo. Nem lembro quando foi a última vez. Em 2006 o Santos venceu por 4x0, mas era um time totalmente formado por reservas, exceto Rogério Ceni, a maioria garotos, por sinal. Hoje, porém, foi diferente. O São Paulo perdeu por 4x1, depois de sair na frente com gol de Ilsinho.

O que houve?

Algumas coisas:

- o São Caetano fez um grande jogo no segundo tempo e matou, literalmente, o time do São Paulo;

- o São Paulo cometeu dois erros fatais na defesa, um na saída de bola e outro em bola mal desviada por André Dias dentro da área;

- o segundo tempo foi complicado, o time, nitidamente, sentiu a viagem e o jogo em Lima, e foi uma presa fácil para um descansado, treinado e motivado São Caetano.

Uma derrota chata, mas benéfica. Uma vitória merecida do Azulão.

E o limão?

Bom, é a derrota, claro.

E a limonada é a classificação em primeiro lugar no grupo na Libertadores, e a passagem pelas oitavas-de-final, qualquer que seja o adversário.

Um grande time não consegue ser campeão todo ano, em todo torneio. Mas precisa, sim, disputar bem todos os torneios. Ao sul do Equador o que importa, o mais importante, o fundamental, é a Libertadores da América. E, sinceramente, vencer é maravilhoso, mas disputar bem, chegando às quartas ou semi-finais ou à final é o que conta, é o que basta para um time se manter grande e forte ano após ano.

Simultaneamente, tem a disputa do Brasileiro, essa no sistema de pontos corridos, sem atropelos, sem finais sem importância no meio do caminho, uma vez que a final da Libertadores ocorre ainda no primeiro turno e é o fator determinante de preparação e motivação. Depois dela, um novo trabalho é iniciado, ou reforçado, para o segundo turno do Brasileiro.

Essa é a outra parte da limonada. O resto, inclusive a mal-planejada Copa Sul Americana, é irrelevante.

O foco de um time que se pretende grande no Brasil é o Brasileiro e a Libertadores da América. Torneios menores, como os estaduais, principalmente quando têm fórmulas de disputa com mata-mata, não devem ser levados a sério pois atrapalham a preparação e a disputa do que realmente importa.

Que o limão de hoje, portanto, seja apenas o ingrediente da limonada que está em preparação.

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