Uma visão sobre nosso hipismo em Pequim
Este Olhar Crônico Esportivo tem o prazer de transcrever uma breve visão sobre nossa participação
Para quem não a conhece, antes de mais nada é Dra.
Além de amiga querida, a Claudia foi minha segunda instrutora de equitação – a primeira foi minha também grande amiga Monica Lilly Keller – e devo muito a ambas.
Em 1996, Claudia foi membro da equipe olímpica brasileira em Atlanta, e nesse ano repetiu a dose, fazendo parte da equipe de apoio do nosso CCE – Conjunto Completo de Equitação – em Hong Kong.
Claudia tem um blog – Cavalos Entusiasmados – cujo link está entre os favoritos deste blogueiro, aqui ao lado. Leitura obrigatória e agradável para quem gosta desses seres fantásticos, aos quais o homem deve muito de sua evolução (mas essa é outra história, conversa para outra hora).
Vamos à visão da Claudia sobre como fomos em Pequim:
Minha visão do nosso saldo olímpico eqüestre:
No salto:
Rodrigo - com Rufus, um cavalo jovem (10 anos) que era apenas sua 2a ou 3a. opção, fez sua habitual apresentação brilhante, ficando com um respeitabilíssimo 5o. lugar individual.
Camilla - chegou como reserva, num cavalo que em outros tempos fora descarte de um cavaleiro amador. De preparada a passar a Olimpíada inteira no banco, acabou na final indivdual de um momento para outro, mostrou seu espetacular sangue frio e concentração, e acabou entre os dez melhores no individual.
(Não esquecendo também de que no primeiro dia nossa jovem equipe, mesmo já desfalcada de Doda, estava entre as três primeiras ao final de um dia em que dos pouquíssimos zeros três eram nossos, e era uma das favoritas para as medalhas.)
No CCE:
o nosso melhor resultado técnico de todos os tempos, a equipe mais coesa de todas. No cross e no salto, objetivamente, estamos no mesmo nível das melhores equipes: três cavaleiros zerados no cross; no salto, uma passagem com uma falta, outro cavaleiro com dois zeros, fazendo-o encerrar em 23. no individual, o melhor resultado individual para o Brasil desde 1948. Deu pra sentir que o pessoal (australianos, alemães, ingleses, franceses... ) começou a ficar de olho na gente; assim que evoluirmos ainda mais no adestramento, eles vão começar a ficar preocupados. (Já melhoramos, mas os outros melhoraram mais ainda.)
No Adestramento:
nossa primeira equipe. A amazona mais jovem de todos os tempos, todas as Olimpíadas, todos os países. Um cavaleiro que começou a vida como ajudante geral. O mérito dessa turma foi ter conseguido chegar aqui, e enfrentar os melhores do mundo com orgulho, olho no olho. Quem sentiu a atmosfera naquela arena, quinze mil pessoas e outros tantos milhões pela TV, sabe. O resto virá.
Tudo isso na raça, com zero ou quase nada de apoio oficial, sem contar com a estrutura que outros países oferecem ao hipismo.
Sete países apenas, do mundo inteiro, apresentaram três equipes eqüestres em Hong Kong, uma para cada disciplina, e o Brasil foi um deles.
PARABÉNS BRASILEIROS! !!!
Claudia
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Marcadores: Outros Esportes, Pequim 2008
4 Comments:
At 9:52 PM, DERLY. said…
Legal saber que esse esporte teve uma
boa participação como sempre né,real
mente não existir investimento no
nosso país não é exclusividade do
hipismo,fiquei feliz pela cláudia,por
voce,e pelo pessoal que disputou os
jogos olimpicos,não entendo muito do
esporte mas mesmo assim gosto muito
de assistir,o que é um bom começo,in
clusive aqui em brasilia já fui na
hipica em algumas competicões,abraço.
ronaldo
At 8:07 PM, Anônimo said…
Gostaria de saber o que aconteceu para que alguns cavalos (acho que 3) fossem desaprovados nos exames veterinários.
Gostaria de saber até que ponto isso limitou a equipe.
Já abusando, gostaria de saber de maneira geral quais são as principais raças empregadas no Hipismo.
Sou um adimirador de cavalos, principalmente Mangalarga Machador.
At 7:28 AM, Emerson said…
Bom saber que você gosta do hipismo, Ronaldo. Faltou uma medalha, claro, mas considerando tudo, foi mesmo uma boa participação.
Rodrigo, a Buterfly foi eliminada porque a comissão veterinária achou que ela tinha um problema no jarrete. Pode ter tido, mas ela estava em excelentes condições ao sair do Brasil e ao chegar na China.
A eliminação do Nilo foi um pecado e causou muita estranheza entre outras equipes, inclusive.
Já o cavalo do Bernardo realmente teve um problema e ele mesmo preferiu retirar-se, dando lugar à Camila e ao Bonito Z, que fizeram bonito - com trocadilho e tudo - na final, ficando em 10o. lugar numa estréia olímpica. Mais que bonito, foi um grande resultado.
Vários outros cavalos também foram eliminados. Para mim, foi tudo muito estranho e credito isso ao clima e à viagem.
Basicamente, usam-se nos esportes hípicos olímpicos cavalos das raças alemãs ou com origem nelas. São animais altos, fortes, velozes, com andamentos bem marcados, amplos. Entre as raças originais temos a Westphalen, Hannoverano e Orloff; entre as derivadas, a Sela Francesa, Sela Holandesa e o Brasileiro de Hipismo. O PSI, puro ou em cruzamento, também comparece e o Lusitano tem marcado presença no Adestramento, como é, por sinal, o caso brasileiro.
O Mangalarga Marchador, ou Mineiro, é um cavalo delicioso para montar. O Bjarke Rink, em Cachoeira dos Macacús, RJ, tem desenvolvido animais dessa raça para provas hípicas com bastante sucesso. Procure o site da Escola Desempenho.
At 1:42 PM, Sofia said…
Oi Emerson,
com apenas um pouquinho de atraso, agora é que achei este post... heeheh, antes tarde do que nunca. Obrigada pela divulgação!! Quando é que vem aqui montar com a gente? Nem precisa ter ambições olímpicas!
Beijos, até mais,
Claudia
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