Um Olhar Crônico Esportivo

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quarta-feira, abril 09, 2008

Guerra dos estádios – VII – O governador interferiu?

A diretoria do São Paulo permaneceu em reunião por mais tempo que o habitual na noite de hoje. Em pauta, a marcação do segundo jogo das semi-finais para o Estádio Palestra Itália. Como resultado da reunião, foi emitida uma Nota à Imprensa há poucos minutos.

Basicamente, a nota aponta a estranheza causada por essa decisão, que contraria tudo que as autoridades da área de segurança preconizavam, além do próprio presidente da Federação Paulista de Futebol, que definiu o estádio palmeirense como um “barril de pólvora”. Sabedora dos riscos envolvidos num jogo como esse, a própria diretoria palmeirense declarava-se favorável à sua realização em um outro estádio no interior do Estado. A nota relembra, ainda, os acontecimentos do jogo entre Palmeiras e Santos, há pouco mais de um ano.

Na oportunidade, um torcedor santista foi ferido com um tiro disparado por um palmeirense em uma moto, uma série de brigas tumultuou as ruas próximas, assustando os moradores e causando prejuízos materiais e ferimentos em policiais. Dois grupos de torcedores uniformizados do Palmeiras interromperam o trânsito brigando entre si, assustando as pessoas nos carros e danificando vários carros.

Voltando à nota do São Paulo, a pergunta que a diretoria tricolor faz e que seria interessante ver respondida é essa:

“...o que foi feito nas últimas 48 horas para que a Federação marcasse o segundo jogo para o Palestra Itália, opção que fora abandonada desde o primeiro instante? O que mudou?”

Comentou-se nos últimos dias que diretores palmeirenses teriam conversado a respeito da situação com o governador paulista, José Serra, torcedor fervoroso do Palmeiras.

Será o governador a resposta à pergunta são-paulina?

Terá partido dele o motivo para tão radical mudança em relação ao que era discutido?

Não é só a diretoria são-paulina que gostaria de ver essa pergunta respondida.

Aguardem, essa ópera terá novos atos antes de seu final.

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7 Comments:

  • At 12:06 AM, Anonymous Anônimo said…

    Meu amigo, o São Paulo quer que o mundo gire à sua volta. O Palmeiras tem seu estádio e deve jogar lá. Qualquer time do universo lutaria para isso. A propósito: não vi nenhum comentário sobre isso aqui (talvez tenha me passado batido): o regulamento da competição proíbe que um jogo de semifinal seja disputado em estádio com capacidade de 22 mil pessoas? Se não proíbe, então não há nem o que discutir! O Palmeiras tem direito de jogar em casa e pronto. "Ah, mas a renda vai ser menor..." E daí? Dane-se a renda!!!! E desde quando estádio grande é garantia de paz e tranquilidade??? Que eu me lembre, o Morumbi já foi palco de guerras homéricas entre torcidas. Então, vamos parar de chorar e jogar bola, que é o que interessa.

    Sds

     
  • At 1:33 AM, Blogger Odair Porcolino said…

    Pois é amigo Emerson.
    .
    De forma alguma acredito que o Serra esteja por trás disso.
    Essa "guerrinha" ainda vai dar o que falar.
    Você assim como eu já ouvimos "estórias" sobre o ex-governador Laudo Natel e o SPFC.
    Como disse acho que estão usando dessas estratégias pra promover o jogo.
    Pois bem, então no domingo veremos se toda essa "falação" foi válida, apesar de termos mais uma semana até o segundo jogo.
    Abraços verde-esperança.
    Odair Porcolino

     
  • At 3:41 PM, Anonymous Anônimo said…

    Emerson, com sua licença vou colar aqui uma parte de um texto do Alberto Helena Jr.:
    ...
    "E prevaleceu a ética esportiva sobre os possíveis interesses comerciais: o segundo jogo das semifinais do Paulistão, entre Palmeiras e São Paulo, será mesmo disputado no Palestra Itália, palco descartado pela FPF ainda outro dia.

    É que o laudo da Polícia Militar, garantindo a segurança dos torcedores em qualquer campo do Estado de São Paulo, desmontou o único veto ao Palestra Itália.

    Quer dizer: esse era o empecilho exibido para o público em geral. Mas, a verdade é que os interesses comerciais também se confundiam nos bastidores do Palmeiras com questões técnicas e até superstições, que, sabemos todos, é um elemento de peso nesses casos..."
    .
    O texto não está completo, mas o principal é isso.
    E eu também não acho justo, tirar de uma torcida a possibilidade de ver seu time jogando em seu estádio, em nome de qualquer outro critério que não seja a garantia a integridade física do torcedor dentro do estádio.

     
  • At 5:50 PM, Blogger Emerson said…

    Gigi, leio o Helena desde a década de 70 em seu começo. Sou o que pode ser considerado um fã dele, um macaco de auditório. Nem por isso, entretanto, concordo com tudo que ele diz.

    Então, no entender dele e do teu prevaleceu a ética esportiva.

    Perfeito. Respeito, mas desconcordo.

    Fiquemos agora na torcida, todos nós, para que o jogo se desenvolva sem nenhum entrevero nos arredores.

    Mas viva a ética esportiva, que prevaleceu graças a uma intervenção externa. Como foi uma intervenção do “bem”, é válida, na opinião geral.

    Viva a ética esportiva que vai fazer a torcida do São Paulo usar a mesma entrada que a torcida palmeirense que vai para o setor “Visa”.

    Para teu conhecimento e dos leitores fora de São Paulo, a Rádio Jovem Pan acha a mesma coisa que eu sobre essa intervenção. Diz a Pan que tocou o telefone vermelho.
    É um jeito floreado de dizer o mesmo.

    Apesar disso tudo, acho ótimo ter o jogo no Palestra.

    Paradoxalmente, falando como torcedor e talvez até como um analista imparcial (uma tentativa de) é muito melhor para o São Paulo do que para o Palmeiras jogar no Palestra.

    A começar pelo gramado do estádio, elevado ao nível de “caca” poucos dias atrás pelo gentleman Vanderlei Luxemburgo. O que ele disse a respeito está gravado em pelo menos dez ou doze emissoras de rádio.

    Seguindo pelo grau de pressão natural que acompanhará o time, que vem de péssimos resultados seguidos em seu estádio contra o São Paulo.
    O favoritismo aumenta, e você sabe como todo “professor” odeia quando seu time é tido como favorito.

    No decorrer do jogo, salvo por um lance feliz logo no começo, a tendência é a pressão da torcida aumentar e começar a pesar.

    Esse time é diferente, mas não muito, do time que perdeu a classificação para a Libertadores no mesmo estádio há quatro meses.

    Claro, o Palmeiras pode golear o SP domingo, amarelar cinco ou seis titulares e enfrentar um time cheio de reservas com uma desvantagem de 4 ou 5 gols, pois é o time de Luxemburgo que tem a vantagem do empate.

    Em futebol tudo é possível.

     
  • At 7:11 PM, Anonymous Anônimo said…

    Emerson, sou sincera em admitir que não conheço nenhum dos dois estádios.
    Não conheço a localização nem as condições de segurança "dentro" deles.
    Busquei informações para formar a "minha" opinião sobre os reais motivos desta discussão.
    Ocorre que as justificativas que encontrei, são vagas e contraditórias.
    A justificativa mais contundente na minha opinião, seria a falta de segurança "interna" no estádio, já que essa considero de responsabilidade do clube anfitrião.
    .
    A externa por ser pública, no caso, é responsabilidade do Estado de São Paulo, e pelo que li, está garantida.
    .
    Se assim não o for, a responsabilidade não será de clube nenhum, e quem a garantiu que arque com a responsabilidade.
    .
    Valorizo um bom estádio. Acho que todos os clubes que têm condições, deveriam investir na sua casa.
    Mas por outro lado, não acho que tamanho ou estética devam ser justificativa para veto.
    .
    Não adianta, o torcedor gosta de ver jogos no seu estádio.
    Abraço

     
  • At 8:02 PM, Blogger Emerson said…

    Gigi, O Palestra está localizado numa área problemática.

    Alta densidade populacional.
    Ruas estreitas.
    Grandes shoppings nos arredores.
    Vias de tráfego inter-bairros.
    Quase ausência de rotas de fuga em casos de confrontos.

    Há um forte movimento, ou melhor, não é movimento até por medo, mas há uma grande vontade dos moradores que não seja mais disputado jogo nenhum no estádio. Entretanto, o Palmeiras está com um projeto para aumentar a capacidade para 42.000 lugares.

    A PM, em fevereiro de 2007, disse que não poderia haver nenhum clássico no local. Teve SP x Palmeiras pelo BR. Não chegou a ter grandes confusões, felizmente.

    O MP continua contrário, mas não foi ouvido.

    Jogar no Palestra virou questão de honra para o Palmeiras, custe o que custar.

    E a decisão pelo jogo foi política.

    Dizem que a PM disse que garante. Ora, francamente, quando um militar vai dizer em público e assumir que é incapaz de cumprir uma missão?

    Pois então, que a PM garanta a segurança não só dos torcedores, coisa menos difícil, mas de toda a comunidade que mora e passeia nos arredores.

    Em fevereiro de 2007 quem mais sofreu com a violência foram os moradores e as pessoas que estavam em trânsito, simplesmente.

    Uma vez mais o SP é demonizado, transformado em Grande Satã.
    Se você pensa que isso é exagero, ouça as rádios e leia os sites e blogs.

    Ok, essa é uma queixa pessoal, mas tenho direito à minha cota de queixumes, também.

     
  • At 9:01 PM, Anonymous Anônimo said…

    rsrsrsrs
    Meu amigo, você sabe que sou democrática!
    Você não só pode, como dever ter direito a uma cota de "queixumes, rsrsrs
    Todos temos este direito.
    .
    Mas nada é de todo ruim.
    Pelo que ando lendo, os torcedores do São Paulo falam que seu time tem mais sorte no Palestra!

    Já os palmeirenses falam que têm mais sorte no Morumbi!

    Então..que tudo transcorra em paz e que vença o melhor!
    :o)

     

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