Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

<

domingo, fevereiro 17, 2008

Marília, um jogo bom, um resultado que não doeu



No “Bento de Abreu”, em Marília, um jogo excelente e movimentado, no decorrer dos 96 minutos de bola em campo. O fato do horário de verão ter chegado ao fim na virada de ontem para hoje não deve ser coincidência para isso. Mesmo em plena Alta Paulista a temperatura das quatro da tarde permitiu aos atletas um bom nível de aplicação o tempo todo.

O MAC não podia perder, pois isso implicaria em cair para as últimas posições da tabela, aquelas às quais todos se referem como “zona do rebaixamento”, apesar de estarmos apenas na metade da competição. Para mim, só tem sentido esse apelo no terço final do campeonato. Seus jogadores entraram em campo com muita determinação, o que ficou claro no grande número de faltas logo no início de jogo – faltas duras, é bom frisar. O São Paulo, por outro lado, entrou em campo com sua nona formação em nove jogos. Uma das ausências foi importante: Miranda.

O MAC fez dois gols em duas falhas de saída de bola, a primeira com Juninho, na esquerda, a segunda com Alex, na direita. Ambos em lados trocados em relação às sua preferências de jogo. Por que falharam os zagueiros? Porque o Marília exerceu uma rigorosa marcação na saída de bola do São Paulo, forçando os erros de passe. A seqüência da bola perdida por Alex foi falta feita por André Dias dentro da área: pênalti e expulsão. Pouco depois, numa das faltas do MAC, Hernanes fez uma cobrança magistral e diminuiu.

O segundo tempo começou igual, mas com dois minutos o São Paulo empatou, novamente em cobrança de falta, dessa vez por Jorge Wagner. Depois disso o jogo continuou movimentado de parte a parte e a defesa do São Paulo continuou errando no posicionamento e no combate. O gol da vitória nasceu de jogada rápida do MAC pela direita e bola cruzada no primeiro pau para a cabeçada de Magno, agachado, apesar 1,88m de altura. O zagueiro Fernando ainda foi expulso por dois amarelos e, por que não? – pelo conjunto da obra.

Um bom jogo para quem assistiu.

Um ótimo jogo para o MAC, que respira aliviado e parte para o clássico regional na próxima rodada, contra o Noroeste.

Um bom jogo para o São Paulo, a dez dias da estréia na Libertadores. O MAC não jogou menos que muitos dos times sul-americanos de menor expressão. Foi atrevido o tempo todo e deu a falsa impressão de deixar o São Paulo jogar. Não deixou, pelo contrário. Pensando no que está por vir, péssimo jogo para o torcedor tricolor, ótimo jogo para Muricy Ramalho.

Não custa repetir que os times do interior de São Paulo são bons, quase todos com bons times, alavancados pelo desejo permanente de vencer os grandes, de chegar às semifinais, de vencer o título de Campeão do Interior e, finalmente, por último, mas não menos importante, todos os jogadores querem e precisam aparecer o melhor possível. Um bom jogo para milhões de telespectadores pode ser a diferença entre um futuro e nada.

E, para esse blogueiro que tem em Marília suas melhores e mais doces lembranças da infância e adolescência, o resultado não machucou em nada, nem mesmo o humor desse domingão.

É verdade, o São Paulo perdeu sua invencibilidade e o Campeonato Paulista de 2008 não tem mais nenhum time invicto.

E esse Olhar Crônico Esportivo comenta um jogo. Uma fuga à regra não escrita e não rigorosa, mas, afinal, ninguém é de ferro.



Observações:

Camilo, do MAC, é muito bom jogador. Fez o primeiro, sofreu o pênalti do segundo e deu o passe preciso para o terceiro gol. Foi perigoso e participativo o jogo inteiro.

O ex-centroavante Guilherme está trabalhando como auxiliar de Jorge Rauli, treinador do Marília. Hoje, estava na tribuna com um radio-comunicador, falando com o técnico.

Cena rara: Rogério Ceni deu uma bronca forte e facilmente perceptível em sua defesa, ainda no começo do segundo tempo. Não resolveu.

Bom público no “Bento”, apesar do ingresso caro. No interior, o uso de falsas carteiras de estudantes é muito reduzido. Boa parte dos torcedores pagou ingresso pelo preço cheio: quarenta reais.

Caio0, comentando pela Globo aberta, disse a certa altura que o MAC não ameaçava mais o São Paulo. Sua frase terminou com o Cleber Machado gritando o terceiro gol do time da casa.

Mala suerte.


.

Marcadores: ,

2 Comments:

  • At 12:47 PM, Anonymous Anônimo said…

    Fala Emerson.
    Tudo tranquilo?

    Gosto do Caio. Ele está começando nesta nova função e tem se mostrado até um cara bem poderado em seus comentários.

    Ele não deve é cair nessa besteira de fazer futurologia. É um erro muito comum cometido até por jornalistas mais antigos. Uns até com uma certa maldade, pois são cheios de vícios, incuráveis nesta altura de suas carreiras.

    Quando o tom é de palpite, brincadeira ou babalorixada, tudo bem. Mas quando é em tom de afirmação, se tratando de futebol, vira uma grande besteira, para não dizer leviandade e precipitação.

    Está aí a história do velho esporte bretão e de tantos jogos que não me deixam mentir.

    Será que esses caras não aprenderam nada com o grande Nelson Rodrigues e o "Imponderável"?

    Gosto do Caio.

    Um abraço.

     
  • At 1:13 PM, Blogger Emerson said…

    Também gosto do Caio, Rod, por sinal, excelente pessoa, super-educado e gentil no trato pessoal.

    Mas... deu azer.
    hehehehehe

    O melhor na hora teria sido ele acusar a própria previsão e brincar com ela. Mas passou batido e o Cleber tampouco mencionou. Se tivessem feito isso, o torcedor ficaria satisfeito e bem-humorado com o desfecho.

    :o)

     

Postar um comentário

<< Home