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segunda-feira, janeiro 22, 2007

Soccer: sinais e números de crescimento

Baixada um pouco a poeira levantada pela contratação de David & Victoria Beckham (incluir Mrs. Beckham nessa frase é um pouco de maldade, reconheço, mas tem lá sua lógica, além de um pouco de veneno), é conveniente dar uma olhada em alguns pontos, de forma bem sumária, que fazem acreditar que, dessa vez, o futebol vai pra frente na terra de Tio Sam, e um bom sinal disso é a nova categoria social: “soccer moms and dads”.

- A Major League Soccer – MLS – está em sua 11ª temporada, e já não é considerada um fogo-de-palha como sua famosa antecessora, a NASL. A Liga tem atraído grandes patrocinadores e fechado bons contratos com as tevês. Nos últimos 2 anos nada menos que um bilhão de dólares foi investido na Liga e os times estão investindo na construção de estádios específicos para o futebol, e estão investindo, também, em parcerias com times de países onde o futebol é mais desenvolvido.

- Como diz um dirigente da Liga, há dez anos era muito difícil encontrar um jogo na tevê, e hoje já existem “soccer-only” channels, com jogos da Europa e América do Sul. Segundo ele, essa maior exposição está atraindo os jovens jogadores e criando uma base sustentável de fãs.

- Os Estados Unidos são, hoje, o país que mais investiu na compra de direitos televisivos para torneios FIFA de 2007 a 2014, num total de 425 milhões de dólares na compra combinada para inglês e espanhol; esse valor representa um acréscimo de 125% sobre a compra anterior.

- Apesar do desapontamento que foi a 5ª participação seguida em copas do mundo, a seleção americana tem motivado a rapaziada por todo o país, e isso se manifesta no interesse em torno do treinador e dos jogadores, na audiência dos jogos; ao mesmo tempo, a seleção feminina com um impressionante score de conquistas em Copa e Olimpíadas, contribui bastante para esse maior suporte; cabe destacar que tudo isso é mais verdadeiro quanto menores as faixas etárias da população, o que é muito positivo pensando no futuro.

- Milhões de crianças jogam futebol em todo o país, fazendo do esporte o segundo em popularidade, entre os jovens, atrás, apenas, do basquete.

- É grande o número de jogadores atuando na Europa e melhorando suas performances na disputa de campeonatos mais tradicionais e difíceis.

- E, por último, mas não menos importante nesse momento, o Canadá vai realizar o Mundial Sub 20 e terá times na MLS.

São sinais e sintomas de algo que poderá crescer bastante, como todos esperam, e eu, particularmente, acredito nisso. Já explanei os motivos em posts anteriores, alguns estão repetidos aqui, mas não custa lembrar dois:

- A população hispânica nos Estados Unidos cresce aceleradamente e aumenta sua participação na renda nacional, tornando-se cada vez mais forte economicamente, com os inevitáveis reflexos que advêm disso.

- O tamanho do mercado americano é tão grande que uma iniciativa de sucesso não precisa da totalidade do mercado, algo simplesmente impensável; uma simples parcela desse universo já é o bastante para transformar uma iniciativa em sucesso; a diferença de tamanho entre os mercados americano e os mercados inglês, alemão, espanhol, italiano e francês é uma barbaridade, qualquer comparação é covardia.

Pois é, o soccer chegou para ficar.

E um dia ainda será chamado de football.

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4 Comments:

  • At 3:12 PM, Anonymous Anônimo said…

    Emerson: o senhor sente falta do mineiro?
    Dias atrás o senhor disse que não sentia, mas agora parece que sente...
    Suas opiniões são muito ambíguas...
    Esclareça esta situação para nós ilustre blogueiro?

     
  • At 3:41 PM, Blogger Emerson said…

    hahahahaha...

    Capixaba, acho que eu disse algo como "o São Paulo vai sobreviver sem Mineiro". Claro, melhor com ele, sempre, mas sem ele também dá pra tocar o barco.

    Eu sou a favor do jogador sempre, dentro de limites razoáveis. Na minha opinião, o tititi em torno dele foi demasiado.

    Mas torço pela permanência, ou melhor, pela volta dele ao time. Mas sem fazer loucuras e sem ficar de joelhos, implorando. Será bom pro time o retorno e será bom pra ele voltar.

    :o)

     
  • At 7:47 PM, Blogger Daniel F. Silva said…

    As condições para o crescimento do futebol nos Estados Unidos são mais favoráveis agora do que era na época de Pelé ou do Mundial de 1994. Isso porque o mundo do marketing é muito mais ágil nos dias de hoje.

     
  • At 10:01 AM, Anonymous Anônimo said…

    Emerson,

    acho que você não deixou nada de fora. O´desafio mais difícil do futebol nos EUA é a barreira cultura. E, até segunda ordem, continua sendo um esporte de hispânicos. Menos entre as crianças, como você destacou. Então, quem sabe daqui alguns anos.

    Abraço.

     

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