Nasce uma novela: Nilmar, o pretendido
(ou uma comédia pastelão?)
Não era para ser uma novela. Os elementos eram simples, claros, cristalinos, sem nenhum drama extra, fora a contusão ao vivo de Nilmar e o calote iraque-corintiano nos olímpicos de Lyon.
Mas onde o bicho-homem mete o nariz, confusão há de sair. É certo, é líquido e certo. E foi o que aconteceu.
A direção alvinegra passou meses e meses em berço esplêndido deitada, achando-se no melhor dos mundos, tudo dando certo, dinheiro entrando como enxurrada no Tietê. Todavia, além do Rio dos Bandeirantes, o velho Anhembi, havia outro rio no caminho do Corinthians, o River.
(Vale notar que o “horrível” e “o river” tem tudo a ver, né? Aliás, ô textinho mais orríver!)
Depois do jogo contra o River as coisas degringolaram no Parque São Jorge e em alta velocidade, tal como a implosão da União Soviética e da Cortina de Ferro. Tal como era o medo americano do “efeito dominó”: se o Vietnam caísse, cairia todo o Sudeste Asiático. O Sudeste Asiático segue firme e forte como capitalista, agora com a participação entusiasmada do Vietnam. Ho Chi Min deve estar amaldiçoando e se virando na tumba. Ou aplaudindo.
Voltando à nossa vaca fria, o efeito dominó funcionou bem no Corinthians, tão bem que do velho time só resta, mesmo, Marcelo Mattos, já que Roger e Gustavo Nery...
Restava Nilmar, preciosa jóia da coroa, mas o garoto contundiu-se gravemente.
Restava Nilmar, preciosa jóia da coroa, mas ninguém pagou por ele.
Restava Nilmar, preciosa, etc, e por ele nem o Corinthians pagou mais.
Um belo dia, por sinal que bem depois desse blog, todos acordam e todos dão-se conta que a preciosa jóia da coroa esfumaçara-se. Era uma coroa sem dono, perdida no mundo e, pior, em manutenção.
Ora, quem haveria de querer uma coroa quebrada?
Os dirigentes do time do Parque São Jorge foram tomados pelo medo, pelo pavor, pelo terror de serem acusados, não da perda de Nilmar, mas sim de incompetência, ignorância, desconhecimento das mais elementares coisas do mundo da bola.
O medo do ridículo faz com que o homem mova montanhas.
Estimule um homem com a glória e somente os bons motivar-se-ão.
Ameace um homem com o ridículo e todos, bons e maus, moverão céus e terras para que não recebam essa alcunha.
Nos bastidores do clube à beira do Anhembi plantado, uma conspiração foi tramada e levada a efeito.
Em meados de dezembro, subitamente, sem mais nem porque, uma reunião secreta com Nilmar, realizada no longínquo agosto, é tirada da cartola. Tão secreta foi que ninguém sabia dela: a direção corintiana ignorava-a. O advogado de Nilmar, que ainda na véspera botara a boca no trombone, alardeando aos quatro ventos que Nilmar era livre, não sabia, também, dessa reunião. E o empresário de Nilmar tampouco sabia. Aliás, não foi convidado à reunião por não ser do agrado de alguns diretores do time.
Numa reviravolta digna das produções B- de Hollywood, uma juíza ou juiz trabalhista determina que o jogador tem contrato com o Corinthians até dezembro de 2007. E caso alguém queira o jogador, terá de pagar módica multa de 172 milhões de reais.
Grande show!
Põe Mr. M, Mandrake e esse mágico novo que brilha
E a FIFA vai manifestar-se a respeito disso tudo nessa próxima semana.
Eu disse que nascia uma novela?
Tá mais com cara de pastelão classe B-.
Em tempo: como esse povo vai explicar tudo que foi dito pelo jogador e seu empresário nos últimos meses?
Como o Corinthians pode ter algum direito sobre alguém cujos direitos federativos não foram pagos?
E nem vou falar do resto. É cansativo, é repetitivo e não vale a pena.
Pobre Nilmar.
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Marcadores: Caso Nilmar
2 Comments:
At 10:06 PM, Anônimo said…
... entao, o que vc nao disse mas disse, é que é tudo uma armaçao corintiana... é isso?
At 10:12 PM, Emerson said…
Prezado anonymous:
o que eu disse e queria dizer é o que está escrito.
:o)
Como já disse antes, não conheço Nilmar e não conheço ninguém ligado a ele ou à direção do Corinthians.
Tudo que escrevo é a partir de informações coletadas aqui e ali e, claro, algumas deduções.
Diria que tenho deduzido razoavelmente bem e muito antes dos fatos ou não-fatos virem à luz.
:o)
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