Brasil passa por Gana
Mais uma vez o Brasil jogou mal, entendendo-se esse mal como tendo jogado abaixo das possibilidades da equipe.
A meu ver, um retrocesso em relação ao jogo contra o Japão.O primeiro problema foi a contusão de Robinho, que deveria ter começado o jogo em lugar de Adriano. Com ele fora, Parreira optou pela armação que não dera certo duas vezes, Ronaldo e Adriano. Os dois jogando juntos não se somam, não apresentam sinergia, não agregam valores ao ataque brasileiro, pegando emprestados ao marketing dois bons termos.
Entretanto, eu acredito que as mudanças fundamentais para melhorar o jogo brasileiro seriam as trocas dos dois laterais. Cicinho, principalmente, e Gilberto deram muito mais dinamismo ao ataque, com velocidade e opções de jogadas. Hoje Cafu até jogou razoavelmente bem, mas Roberto Carlos foi uma negação. Chegou uma vez ao ataque no primeiro tempo e foi bisonho, teria sido melhor permanecer atrás. No segundo temo, em jogada similar à que resultou em gol de Gilberto contra o Japão, ele chutou mal a bola, em cima do goleiro. Cafu fez a mesma coisa pelo outro lado. São dois jogadores previsíveis, lentos, que pouco aparecem para o jogo. Cafu demorou demais para voltar sempre que foi para o ataque, deixando atrás de si um buraco maior que o deixado por Cicinho.
Finalmente, Emerson começou jogando, mas saiu para a entrada de Gilberto Silva. Saiu tarde, jogou o 1º tempo inteiro, o que foi demais. Gilberto Silva foi melhor que ele, mais veloz, ágil, melhorando a proteção da defesa. E Juninho entrou em lugar de Adriano, alteração a meu ver essencial para melhorar o jogo brasileiro. Mas essa formação precisa ser treinada, pois entrando assim, sem mais nem menos, acaba criando confusão com Kaká e o próprio Ronaldinho Gaúcho.
A par da escalação equivocada de Parreira houve o problema com Kaká, que aos 6’ do 1º tempos, apenas dois minutos depois de colocar Ronaldo frente ao gol, foi atingido duramente por um jogador de Gana (não lembro qual) e jogou o resto do tempo com fortes dores, com uma atuação prejudicada por isso.E na seleção Ronaldinho Gaúcho é pálida sombra do que é no Barcelona.O gol no início, seguido por uma chance perdida por Adriano logo depois, deu uma falsa impressão sobre como seria o jogo. Gana acertou a marcação, mudou um pouco a linha burra de 4 defensores, perigosíssima contra jogadores velozes e habilidosos como os brasileiros, simplesmente mortíferos no contra-ataque. Com a marcação acertada, Gana foi à frente com força e velocidade e começou a criar chances de gol. Dida apareceu no jogo mais e mais. E o sistema defensivo brasileiro permitia a chegada dos avantes ganeses. Duas grandes defesas de Dida garantiram o resultado e, aos 46’ Adriano ampliou, em jogada iniciada por Lúcio, que saiu em velocidade da defesa conduzindo a bola, tocou para Kaká que avançou e deu na medida para Cafu cruzar e Adriano marcar. Impedido, sem dúvida, mas o tipo de impedimento difícil de marcar e que, francamente, em nada alterou o resultado final. Porque Gana não sabe chutar, não sabe fazer a essência do futebol: o gol. No chato 2º tempo, chutaram, chutaram, chutaram... Ora fraco, ora em cima de Dida, ora longe, muito longe do gol. E no fim mais um gol em contra-ataque.
Gana, como sempre, jogou muito duro, mas é um futebol em franca evolução que tem um problema muito grave: não sabe chutar a gol. Sorte nossa, azar deles.O Brasil jogou como sempre, venceu como sempre. Até quando?
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Marcadores: Copa 2006
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