Patamar europeu
São Paulo e Reebok assinaram novo contrato de patrocínio e fornecimento de material esportivo, com validade até dezembro de 2010. Pelos próximos três anos, o time do Morumbi vai receber, praticamente, 45 milhões de reais, ou 18 milhões de euros.
Duas coisas chamaram a atenção nesse contrato: primeira, sem dúvida, o valor. A segunda, o fato do atual contrato vencer somente em dezembro de 2008. Nesse caso, pesou o interesse da Reebok em fechar o São Paulo ao assédio de outras empresas de material esportivo que já sondavam o clube. Com essa antecipação, o valor referente a 2008 pula de 7 milhões para 15 milhões de reais, sem dúvida um belo premium price para a renovação antecipada. A loja Reebok no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, inaugurada há pouco tempo, já é a recordista de venda entre todas as lojas da marca no Brasil, e a tendência é esse movimento aumentar, não só pelo maior conhecimento que ela passa a ter entre os torcedores, mas também pelos últimos resultados do time.
O valor do contrato também chama a atenção, principalmente se transformado em euros: quase 18 milhões em três anos, ou 6 milhões de euros por ano. Para efeito comparativo, o FC Porto, campeão português e com presenças razoáveis na Champions League, recém-renovou seu contrato com a Nike por mais quatro anos – julho/2008 a junho/2012 – e vai receber nesse período entre 11,1 e 14,8 milhões de euros, dependendo da performance esportiva da equipe, ou seja, algo entre 2,8 e 3,7 milhões de euros por ano, a rigor, a metade do que receberá o São Paulo da Reebok.
O patrocínio principal do clube, assinado com a coreana LG, terminará em dezembro de 2008. Recentemente, por conta de ligeiros desentendimentos entre o clube e a empresa, houve um movimento no Morumbi pela quebra do contrato, que embora seja o maior do Brasil no valor, é considerado baixo por parte da direção tricolor. Os comentários indicando o interesse da Emirates, que inaugurou suas linhas entre o Brasil e Dubai, e também da Siemens em ocupar o lugar da LG foram fortes, mas a diretoria descartou qualquer possibilidade de rompimento e assegurou o cumprimento do contrato até seu final. Prevê-se, desde já, uma boa disputa pelo direito de estampar a marca na camisa tricolor a partir de 2009. Uma prévia pôde ser vista na renovação assinada em final de 2005, que acabou sendo possível porque a LG exerceu seu direito de preferência na renovação, pagando o mesmo valor que fora oferecido ao São Paulo por outra empresa.
Um ponto interessante a considerar para o período a começar em janeiro de 2009, será a possível extensão do contrato com o naming right envolvendo o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, considerando sua utilização na Copa 2014.
O que motiva a direção do São Paulo nesse caso, é com esses recursos construir a cobertura do anel superior do estádio, sonho e projeto são-paulino para 2014.
Novamente aqui surge o nome da Emirates, que além de patrocinar o time do Arsenal, da Inglaterra, também dá seu nome ao estádio do time inglês: Emirates Stadium. A direção da companhia aérea deposita grande confiança no crescimento da rota São Paulo/Dubai, já prevendo um vôo diário em 2008 e, em futuro não muito distante, o emprego dos A380 nesses vôos. Não será surpresa se ela entrar firme na disputa pela camisa e pelo estádio.
Afinal, ter o jogo de abertura da Copa do Mundo no Emirates Morumbi Stadium...
Como diz a propaganda do cartão de crédito, não tem preço.
O caminho para bons patrocínios e parcerias saudáveis e transparentes está aberto. A manutenção e o cumprimento dos regulamentos e tabelas, com a consolidação da disputa do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, estão na base, estão na origem dessas possibilidades que o São Paulo vem explorando com êxito. Um bom exemplo do aproveitamento das novas condições, foi a assinatura do patrocínio do Botafogo, pelo valor de 6 milhões de reais por ano. Ninguém duvida que esse contrato deu mais tranqüilidade à direção e aos jogadores do time carioca, influindo no excelente futebol que a equipe jogou durante parte do Brasileiro de 2007, o que, por sua vez, expôs a marca do patrocinador além do previsto, com certeza, ajudando a garantir uma boa renovação para 2008.
.
Marcadores: BR e Futebol Tupiniquim, copa 2014, Marketing e Dinheiro, São Paulo
4 Comments:
At 9:36 AM, Anônimo said…
Emerson, você acredita que algum dia nossos clubes vão ganhar tanto dinheiro quanto os europeus? Esses valores do São Paulo são casos isolados?
Adalberto
At 9:58 AM, Emerson said…
Penso que sim, Beto.
Não no mesmo nível de ganhos dos Top Ten, mas, seguramente, no mesmo nível de times médios das grandes ligas e times grandes das pequenas ligas.
Em 2008, por exemplo, se o São Paulo fizer uma boa campanha na Libertadores, chegando à final, é bem provável que as receitas cheguem no mesmo nível de receitas do Porto e Benfica, por exemplo.
O câmbio, é claro, favorece essa maior proximidade, hoje.
Mas, verdade seja dita, o futebol brasileiro ainda engatinha e tem muito a evoluir.
At 12:59 AM, Anônimo said…
Fruto de uma boa diretoria, e só. Os clubes tem que aprender uma coisa, o Futebol deixou de ser apenas "futebol".
Os clubes viraram EMPRESAS! Qualquer tipo de negócio será sempre visando o lucro ou o retorno.
Lá os clubes trocam de jogadores como se fosse, apenas uma referência, carros!
Aqui, se acontece alguma especulação de jogador do São Paulo ir para o Corinthians, o mundo cai em cima desse suposto jogador ou até mesmo da equipe!
Aprendam, é negócio! e ponto.
ps: excelente texto! Posso publicá-lo no meu MSN Spaces??
Os seus créditos serão colocados no espaço!
Será até bom para uma divulgação.. ;)
At 1:23 AM, Emerson said…
Sem problemas, Fernando. Como você disse, é até bom.
:o)
Agora... Por lá também se o cara sair do São Paulo pro Corinthians dá confusão. É só lembrar do Ronaldo indo pro Milan agora, por exemplo. Paixão é paixão.
Postar um comentário
<< Home