Choque-Rei, Falta de Público, Inteligência na Arena da Baixada
Instantâneos do clássico
Luxemburgo adora conversar com o quarto árbitro
Muricy está mais contido na beira de campo, mas...
Rogério cobra falta... Suspense no Morumbi
Cadê o público?
Nas imediações do Morumbi já percebi que o jogo teria pouco público. Mesmo chegando por uma via bem alternativa, cortando pelos bairros, estava tudo tranqüilo demais. Dito e feito: somente 22.385 pagantes.
O domingão estava perfeito para a prática do esporte bretão que consagrou o zagueiro Jéci. Céu azul intenso, sol forte, temperatura na civilizada faixa dos 24 graus, que caiu para não menos civilizados 16 graus depois do apito final de Sua Senhoria, Carlos Eugenio Simon. A quem recomendo a leitura do “Na diagonal do campo”, útil livro sobre as regras do futebol e o comportamento do árbitro, especialmente no capítulo “posicionamento
O jogo prometia, afinal, era nada mais, nada menos, que o Choque Rei, mais um São Paulo x Palmeiras para a história. Dois bons elencos em campo, dois treinadores de ponta nos bancos, ambos precisando vencer para subir na tabela do BR. Ingredientes básicos para o deleite de 50.000 torcedores, pelo menos.
Tivemos menos da metade.
Ah, mas a televisão mostrou o jogo direto, ora!
Sim, é verdade, a Globo e a Band transmitiram o jogo para a Grande São Paulo, permitindo que o jogo pudesse ser visto do conforto do sofazão.
Essa facilidade espanta o público? Um pouco, mas não muito. Vários dos amigos que vi no Morumbi, assim como eu, pagam pelos jogos com sinal fechado, mas não abrem mão de ir ao estádio com alguma freqüência. Porque é gostoso ver o jogo do estádio, ainda mais se pudermos chegar em casa, ligar o player e assistir ao jogo gravado enquanto nos esgoelávamos no campo. Com isso, temos duas visões, duas leituras, duas experiências diferentes do mesmo jogo.
Bom demais.
Ah, mas tem a violência...
Outra verdade, tem a violência, mas, francamente, esse fator tem estado meio ausente, mesmo nos clássicos, e quando aconteceu ficou restrita a enfrentamentos de “organizadas” com policiais. Ontem mesmo, jantando com meu filho e dois de seus amigos, um deles disse que a ida ao Morumbi com o pai, a mãe e um primo do interior, foi organizada pela sua mãe, que inclusive foi ao estádio comprar as entradas. Como tiveram que atravessar a área ocupada pela concentração dos torcedores palmeirenses, assim como eu, estavam com as camisas do São Paulo embaixo de blusas, menos o garoto, mostrando sua camisa com orgulho. Antes de se aproximarem do grosso de torcedores, onde se destacavam muitos policiais, um torcedor palmeirense aproximou-se deles e recomendou que o garoto pusesse a blusa por cima da camisa, sabem como é, não custa prevenir. Fizeram isso, claro, e cruzaram a frente do estádio sem problema algum. Uma vez lá dentro, nas cadeiras cativas e numeradas a tônica era a presença de torcedores dos dois times lado a lado. Como no nosso caso, pois eu e meu amigo Miguel tínhamos o palmeirense Gerson como companhia.
Não houve violência, mas tampouco houve platéia.
Ah, mas você não soube da bomba que explodiu na mão de um torcedor são-paulino na Estação Piqueri. O que você diz disso?
Lamento. Veja que a Estação Piqueri é do sistema ferroviário e não do metroviário, que foi objeto de comentário aqui mesmo, na última quinta-feira. Ao que parece, a Polícia precisa incluir as estações ferroviárias num esquema parecido com o que é feito no Metrô. E foi distante do estádio e seu entorno, onde, repito, o clima uma vez mais foi de tranqüilidade.
Ah, mas você não falou do trânsito!
É vero, bello, não falei do trânsito, porque não chega a ser nenhum drama, ainda mais numa tarde de domingo e para o paulistano, habituado a conviver com essa estupidez. Mais ainda: estamos em julho, mês de férias, o trânsito tem fluído melhor.
Ah, mas você...
Ei, mude o disco, chega de “Ah, mas você...”.
Tá bom, vou mudar o bordão.
O que você me diz, então, do preço do ingresso?
Olha, tá caro, mas tá barato.
Especialmente numa cidade como São Paulo, onde não há programa ou balada que possa ser, de fato, chamado de barato. São Paulo é uma cidade muito cara.
Se o torcedor pretende ir a todo jogo, sem exceção, a brincadeira pode ficar cara. Raramente alguém vai sozinho ao campo, e a maior parte dos torcedores, hoje, vão de carro, sem usar transporte público. Algumas despesas são, portanto, compartilhadas entre dois, três, quatro e até cinco torcedores. Ir ao campo é um programa de lazer, de entretenimento, algo que deve ser agradável, fonte de prazer, sem caráter de missão, sem messianismo, sem religiosidade. Futebol é, tem que ser, lazer, diversão e isso tem um custo, dependendo de sua qualidade.
Se o jogo é ruim ou não, não podemos esquecer que seus protagonistas custam caro e que sua manutenção é cada vez mais problemática, apesar das verbas da televisão e patrocinadores. Não há como diminuir a bilheteria, exceto em promoções, que fazem falta e deveriam ser muito mais utilizadas.
Ah, mas você... Opa, desculpe aí.
Fala, então, da falta de conforto no estádio, fala, quero ler.
É... Aqui o bicho pega. Os assentos das arquibancadas são brabos. Parte das cadeiras também são brabas, brabíssimas. Os banheiros melhoraram e seriam ainda melhores se o pessoal usasse corretamente. Mas deixam a desejar, concordo. Mais: tem o vazio do pré-jogo, um saco, uma coisa insuportável. Os clubes deveriam pensar em atrações para esse período. Antigamente, nem sempre, mas com alguma freqüência, tínhamos jogos dos aspirantes, depois dos juvenis e até mesmo dos “dentes-de-leite”, que ajudavam a passar o tempo e levavam os torcedores a chegar mais cedo no estádio, evitando, ou diminuindo, os tumultos para entrar em cima da hora. E os gramados eram bem razoáveis. Acho que CBF, FPF e clubes deveriam pensar nisso.
Por exemplo: marcar jogos do Campeonato Feminino como preliminares.
É... E daí, você não acha que é muita coisa contra para fazer o torcedor comparecer?
Pois é, mesmo rebatendo esses pontos, eles não deixam de se somar e atrapalhar a presença do público. Mesmo assim, continuo achando que muito mais gente deveria ter ido ao Morumbi ontem.
“Chegada Antecipada”: uma boa iniciativa do CAP
O Clube Atlético Paranaense, em que pese algumas atitudes de sua direção que não são nem um pouco elogiáveis, tem uma promoção inteligente e muito boa, a “Chegada Antecipada”.
Os torcedores que chegarem à Arena da Baixada até 45 minutos antes do horário de início da partida, concorre ao sorteio de alguns brindes oferecidos pelo clube.
A intenção é distribuir melhor a chegada dos torcedores, evitando o acúmulo costumeiro de todo jogo, pois os torcedores deixam para chegar em cima da hora.
Uma iniciativa excelente em todos os sentidos. O objetivo é ótimo, o mecanismo é simples, o custo é irrisório. Digna, portanto, de ser copiada.
Marcadores: BR e Futebol Tupiniquim 2008, CAP, Marketing e Dinheiro, O Torcedor, Palmeiras, São Paulo, Torcidas e Torcedores
3 Comments:
At 6:34 PM, DERLY. said…
Emerson estou comentando aqui hoje
pois criei um blog e gostaria de lhe pedir um favor,estou postando uma série de jogos inesquecíveis para alguns amigos comuns do JA,eles estão me mandando o texto por email copio e colo na integra,só coloco um video ou
uma foto,e o titulo,já me atenderam
xaruto(fla),olavo(flu),pedro costa
(sporting),e estão para me mandar os hélio arcanjo(bota),cal(vasco),gigi
(inter),silber(timão) e queria contar com a sua colaboração pois acho que os seus textos sempre são muito bons,e nessa parte estou apenas engatinhando,espero que tenha tempo e possa brindar o ATUALIDADES com a sua presença,deixo meu email e fi
que a vontade se não der para enviar eu entendo,abraços:
rodrigues.rdr@gmail.com
endereço eletrônico do blog
http://ibituruna.blogspot.com,valeu
At 8:50 PM, Odair Porcolino said…
Fala Emerson, nobre sãopaulino.
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Dá uma força pro nosso amigo Ronaldo Derly "Valadares".
É gente do bem.
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Emerson:
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Há muito tempo que não vou aos estádios e o motivo é a violência das organizadas.
Ontem, o policiamento tava preocupado com um possível confronto entre a Mancha Verde e a TUP.
Também, entre facções da Independente.
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Simplismente rídiculo.
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Parabéns pela merecida vitória do SP frente ao Verdão.
At 12:19 AM, Anônimo said…
Minha opinião:
Palmeirenses não foram em grande número porque só a amarela estava reservada para eles.
São-paulinos não foram em grande número porque o time havia tropeçado no Ipatinga e no Náutico. Muita gente previa uma derrota pro Palmeiras. Acho que a torcida ainda não bota muita fé nesse time e enquanto ele não engrenar de vez, dificilmente o público dos jogos do São Paulo será grande.
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