Um Olhar Crônico Esportivo

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sexta-feira, setembro 28, 2007

Brasil Feminino e São Paulo x Boca


A outra seleção

A seleção feminina fez história ontem, na China, ao vencer a poderosa seleção americana por sonoros 4 gols a zero.

Vitória brilhante, jogo maravilhoso, com direito a um dos mais belos gols que já presenciei em minha vida, o quarto do Brasil e segundo de Marta, uma jogadora que foge a qualquer definição possível.

Marta é simplesmente um gênio da bola. Ou gênia?

Futebol é mais que 22 em campo

O técnico brasileiro, Jorge Barcellos, disse que futebol não se ganha fora de campo, referindo-se às declarações de seu colega americano, Greg Ryan, que acusou as brasileiras de abusarem das faltas no jogo amistoso contra as americanas, em junho.

Concordo, futebol ganha-se dentro de campo. Mas pode ser perdido fora de campo, como ele mesmo deixa nas entrelinhas, ao dizer que usou essas declarações de Ryan na preleção para suas jogadoras, motivando-as ainda mais para o jogo.

O blog Goal, do New York Times, postou excelente artigo a esse respeito, escrito pelo Jeff Klein. O jornalista destaca o desconhecimento do papel dessas declarações do Ryan pela imprensa americana, e mostra que elas foram importantes para a equipe brasileira. Entre seus destaques, selecionei essa frase dita pelo Ryan:

“The last time we played Brazil, they didn’t even try to play football — they just kicked us from behind.”

E, para fechar, essa do Barcellos:

“I always say that football games are not won outside of the field,” he said. “They had talked excessively, and this was very good for our team. It gave a still greater motivation for the players. We had tactical, physical, emotional will. And when you have this, you can conquer anything.”

A primeira foi dita antes do jogo. A segunda, depois do jogo.

Os americanos estão aprendendo.

Futebol é muito mais que um jogo.

Sejam bem-vindos à escola.

São Paulo x Boca Juniors

Um jogo histórico.

Poderia escrever laudas e laudas, e pretendia fazê-lo, mas, sinceramente, perdi o pique. O post anterior explica minha perda de pique.

Para o São Paulo, verdade seja dita, foi mais que um jogo. Valeu como uma disputa de título de uma Copa Libertadores. Bom, nem tanto, mas chegou perto. Há muitos anos e decisões, o Boca vem eliminando times brasileiros ou ganhando títulos no Brasil, em pleno Morumbi, como nas decisões contra Palmeiras e Santos, pela Libertadores, e contra o próprio São Paulo, pela Recopa do ano passado. Como disseram Muricy e vários jogadores, o Boca estava “entalado”.

A vontade recíproca talvez não fosse tão forte, mas tampouco era fraca. Uma coisa é mais que certa: o Boca só entra em campo para ganhar. E vencer o São Paulo e seguir adiante na Sudamericana era fundamental para os planos boquistas de superar o Milan na disputa pelo título de maior vencedor de torneios internacionais. Os dois times estão empatados com 17 títulos cada um (o São Paulo tem 11, mas um dia alcançará os dois) e vão decidir o Mundial, com toda certeza, em dezembro. Portanto, a conquista da Sul Americana deixaria o Boca em vantagem e, em caso de derrota no Mundial, manteria a igualdade. Portanto, havia, sim, muita vontade de vencer por parte do Boca.

Venceu o São Paulo.
Venceu porque defendeu-se melhor, muito melhor que o Boca. Apesar de um aparente domínio boquista, Rogério Ceni, a rigor, fez uma defesa difícil e nada mais. A zaga tricolor é realmente impressionante!
Do outro lado, Caranta interveio mais no jogo e as reais situações de perigo foram criadas em maior número pelo São Paulo.

O jogo foi tenso, muito disputado, sem faltas duras, perigosas, mas com um entrevero na área tricolor, que levou Palermo a meter a mão na cara do zagueiro Breno, recebendo o revide já num amontoado de jogadores. Carlos Chandia, o árbitro chileno, esperou os ânimos acalmarem e deu cartão amarelo para os dois jogadores.
A princípio achei errado, pensei que o mais correto fosse a expulsão, mas ele estava certo: o jogo continuou tenso e disputado, mas sem maiores problemas, apesar de uma cotovelada de Aloísio num dos zagueiros do Boca. Conhecendo Aloísio, tenho certeza que foi um revide, embora as câmeras não tenham captado o primeiro (e suposto, na minha opinião, ato).

O amigo blogueiro Jacaré Argentino reclamou de suposto toque de mão de Aloísio no momento de dominar a bola para marcar o gol da vitória. Sinceramente, não vi tal ato. Ninguém mais viu, diga-se de passagem. Tive até o cuidado de conferir a cobertura do jogo no Olé e no Clarin e nada foi dito, sinal inequívoco de que nada foi visto.
Logo, não existiu.

Uma grande vitória no que é, hoje, o maior clássico sul-americano.

Afinal, estavam em campo nada menos que 9 títulos da Libertadores (seis do Boca e três do São Paulo) e 6 títulos mundiais (três para cada um).

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1 Comments:

  • At 12:32 PM, Anonymous Anônimo said…

    Perfeito, muito bom!
    A Marta é show de bola e o técnico falou mais do que devia.
    E o Botafogo jogou menos do que devia.
    E o teu Tricolor... é, foi bom. rs

    Gostei do Souza também, mandou muito bem.

    Tioshi - o santista que te incomoda
    :o)

     

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