Um Olhar Crônico Esportivo

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sábado, julho 08, 2006

Voltando à Velha Mãe África - Em Casa

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Dentro de 4 anos estaremos todos em casa novamente. Muitos não sabem disso hoje e continuarão não sabendo daqui a 4 anos. Não importa, sabendo ou não, em 2010 estaremos jogando em casa, na nossa velha Mãe África. Pois foi de lá que viemos todos.

Gostei muito do símbolo da Copa 2010.

É bonito, é leve, é futebol.

A graça de suas formas e a riqueza das cores projeta para as danças africanas, muitas transformadas em brasileiras, caribenhas, americanas. O movimento sutil e maleável de danças que talvez estejam na origem dos dribles mágicos que a todos encantam no futebol jogado com beleza e arte.

E esse símbolo nos diz muito, a nós, brasileiros e, particularmente a nós, torcedores do São Paulo. Porque ele mostra a bicicleta, a jogada que, dizem, foi inventada por Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, com certeza um dos 5 maiores jogadores da história do futebol brasileiro, ao lado de Friedenreich, Zizinho, Garrincha e Sua Majestade, o Rei Pelé.

Esse gesto, exatamente igual, está eternizado no Memorial do São Paulo.

A bicicleta é a mais plástica de todas as jogadas do futebol. É, também, a mais improvável. A meta adversária está lá atrás, às costas do jogador, cujos olhos deveriam enxergar apenas a vastidão do campo que termina em sua própria meta. A bola está no alto, e vem cruzada em velocidade da esquerda ou da direita. Sua direção precisa ser mudada de forma a fazer uma quina, a formar um ângulo próximo de noventa graus – e aqui temos uma prova de como pode ser bela e nada chata a matemática. Parece bilhar, mas é infinitamente mais difícil. Todos os atores estão se movendo, o chute tem que ser perfeito na força e na direção.

E assim, em busca do improvável, o corpo se projeta no espaço, deitado, as pernas sobem, projetando-se para o vazio, mas uma delas está mais baixa e no momento certo, magicamente, desfere um chute que encontra a bola em pleno vôo. Enquanto seu corpo volta para o chão comum de todos os mortais, o jogador ouve o grito maravilhado de milhares de vozes. Ninguém se contém, nem mesmo os torcedores adversários.

O vôo da bola terminou nas redes. É gol.

Que a magia e a arte de Leônidas inspirem a África do Sul e seu povo a fazer uma grande Copa do Mundo, um presente da velha Mãe para todos no mundo.

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2 Comments:

  • At 11:21 AM, Anonymous Anônimo said…

    Ae Cara td certo com você???

    Seu site ficou muiuto bacana.

    Li uma crônica sua e gostei bastante!

    ciontinue atualizando o site!

    Abraços!

     
  • At 10:50 PM, Anonymous Anônimo said…

    Big Emerson,

    Belo site. E agora com participacao internacional. Esta bem legal e com belos textos. Ja adicionei aos meu favoritos. Vou voltar sempre. Parabens! Abs.

    Pedro Goulart

     

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